segunda-feira, 17 de março de 2025

Da razão de ser, riqueza, utilidade e limitações das religiões e da nossa missão espiritual nelas.

                         

As religiões, fundadas ou originadas seja por milenares práticas populares de culto das forças e elementos da Natureza, dos espíritos e deuses, seja por grandes almas (mestres ou mahatmas) como dinâmicas de religação espiritual e divina,  servem para transmitir e estimular a instrução, educação e individuação de cada ser, numa pluridimensionalidade física, higiénica, ética,  moral, psíquica, estética e espiritual. 

As religiões tentam pois estimular as pessoas aprenderem mais sobre os fundadores e sobre si mesmas e os outros seres da Natureza, sobre os mistérios da vida e da morte, do Cosmos infinito, da Divindade, bem como a vencerem os seus medos e limitações, e assim aperfeiçoarem-se, iniciarem-se, cooperarem criativa e solidariamente no Cosmos e a sua Ordem. Mas nunca são auto-completas ou suficientes, pois cada uma teve uma origem histórica, geográfica, civilizacional e presta apenas certas contribuições específicas para o aperfeiçoamento pluridimensional das pessoas que nelas nascem ou as contactam e logo dos povos em que florescem e se conservam, fornecendo-lhes certas concepções, orações e práticas que as podem estimular nos seus caminhos de vida.

Um dos erros das religiões, e que afasta muitas pessoas,  é pretenderem alguns dos seus crentes ou dirigentes que elas são perfeitas ou completas, ou são as melhores, pois por tal tendência mental tornam-se competitivas e opressivas, conflituosas e supremacistas, fundamentalistas mesmo e  perseguindo até, e afastando-se de poderem ser centros de dinamização de espontâneas atrações e vias, ligações e aprofundamentos, das realizações espirituais e divinas,  as quais têm sempre de ser individualmente  sondadas, experimentadas, vivenciadas, e em multi-culturalidade religiosa, em diálogo ecuménico, como nos nossos dias está tão facilitado...

Mas talvez o maior erro ou drama das religiões é o das pessoas esquecerem-se que as verdades ou realidades atingidas ou realizadas por tais grandes seres que se guindaram a certos níveis espirituais, a  determinadas expansões de consciência, e a estados de grande amor ou mesmo ligações divinas, donde emanavam ou agiam eficazmente sobre quem  contactavam, não bastam hoje serem serem lidas nos registos dos livros sagrados, ou seguidas nos seus dogmas, ritos e orações, pois elas tornam-se pedras penduradas ao pescoço dos que nelas crêem e  se satisfazem desleixando-se da demanda e prática interior psico-espiritual que as realiza, o que em geral apenas os poucos mais devotos e místicos prosseguem com perseverança diária e alcançam...

Cada religião, na sua riqueza histórica de tradições e realizações, meditações e orações, deveria alquimizar-se em cada ser como uma bússola de auto-gnose, um canal de abertura ao alto, uma luz sempre acessa, um termómetro da ligação pessoal com o espírito, ou a consciência expandida que cada um deveria alcançar, ou ainda na ligação com os Anjos, os antepassados, a Divindade,  a Harmonia Cósmica. 

Algumas pessoas pensam deter um conhecimento ou uma relação com Deus, por vezes de tu cá, tu lá,  mas se cada uma se examinar sinceramente descobrirá que se ilude quanto à sua profundidade ou realidade,  e o fogo do seu amor poderá estar até bruxuleante e a luz que lhe chega ser insuficiente para se tornar um ser desperto seja agora na Terra seja nos mundos subtis e espirituais quando desencarnar.

Estamos numa época de crescentes comunicações, interrelações e sínteses,nomeadamente entre as descobertas científicas, as neurociências e os dados dos místicos e iniciados Elas acontecem mais  nos indivíduos que não se deixam alienar pela sociedade dos espetáculos e da informação superficial nem se prender em dogmatismo e antes, abarcando vários domínios do conhecimento, interior e exterior, os sabem viver e aprofundar, dialogar e partilhar com qualidade. 

Há cada vez mais aproximações de cientistas, académicos, historiadores e escritores aos domínios do sagrado, do oculto, da comparatividade das religiões, das técnicas iniciáticas, dos estados meoficados e consciência, à vida depois da morte, e elas são, ainda que necessitando de ser bem joeiradas, indícios e partilhas úteis  da crescente demanda de luz da Humanidade que não se quer deixar infrahumanizar e luta por superar os constrangimentos sociais, as narrativas oficiais e as  petrificações dogmáticas, de crenças e de ateísmos, a fim de repensar, meditar e desvendar os mistérios que nos envolvem, vivendo-os por si, em si, para todos, na unidade da Humanidade e do Cosmos.

Os seres são verdadeiramente religiosos e espirituais quando vivem mais criativa e conscientemente a sua alma espiritual e a Anima mundi, ou como se designa hoje, the Field, o Campo unificado de energia consciência e informação, ligando-as, unindo-as, nas suas vivência e meditações,  e são por isso médicos de almas, irradiadores de energias espirituais, intermediários entre os mundos invisíveis e o visíveis.

Caminham já nem sozinhos nem inconscientes mas em sintonia com outras almas afins e acompanhados de seres e forças espirituais que através deles tentam partilhar ou manifestar mais os atributos ou mesmo a Presença Divina na Terra. São por isso cavaleiros e cavaleiras do fogo do Amor, levando-o invencivelmente aceso no graal do seu coração flamejante, por vezes intensificando-o mais em momentos de culto. 

Lute contra a passividade consumista mediática, ressuscite como ser espiritual criativo de amor e sabedoria, e gere lucidez, justiça e paz!

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