terça-feira, 28 de maio de 2024

"Palestina Livre (1º vídeo). Concentração. Fim ao Genocídio! Fim à Impunidade!" Rossio, Lisboa, 28 de Maio.

                          

                          

Uma concentração, ou manifestação lançada por vários grupos e instituições, tais o Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC) e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), fez afluir cerca de 300 a 400 pessoas de boa vontade no Rossio, que vieram testemunhar corajosa e dinamicamente a sua adesão a uma causa tão justa quão necessária - a do reconhecimento do Estado Independente da Palestina - denunciando a brutalidade e desumanidade sionista da governação de Israel, que lamentavelmente continua a perpetrar o genocídio, e é ainda apoiada pelos governos mais corruptos ou escravizados à alta finança, da oligarquia mundial, onde infelizmente se inclui Portugal...

                                    




Tendo terminado os valiosos discursos e testemunhos que ficaram gravados, as ligações para o Youtube estando no fim, captei alguma imagens fotográficas:














Oremos para que o Estado da Palestina seja rapidamente reconhecido pelos desgovernantes de Portugal e que sobretudo termine o genocídio perpetrado pelos neo-nazis sionistas, liderados pelos já considerados pelo Tribunal Internacional Penal criminosos de guerra Netanyahu e Galant... Veritas, Pax!

Segue-se o 1º vídeo de três, o segundo sendo esta a sua ligação:  https://youtu.be/T2blFsfEYpU. E o terceiro e último: https://youtu.be/G1S5nvzHozE

                       


segunda-feira, 27 de maio de 2024

Em actualização: Macron, um dos mais mentirosos, hipócritas, traiçoeiros e ambiciosos. Actualização última, 27.VIII

Emmanuel Macron, um ambicioso avençado da CIA e da oligarquia mundial...

Um dos políticos mais alinhados ou vendidos à elite oligárquica e imperialista, Emmanuel Macron (n. 1977), insensível e hipócrita, ambicioso e traiçoeiro como poucos, afirmou a 27-V-2024 num discurso em Dresden, durante a visita à Alemanha,  que “nós, os europeus, não estamos em guerra com a Rússia e o povo russo”, escrevendo ainda tal declaração na conta X (ex-Twitter) do Palácio do Eliseu.
George Soros, Klaus Schwab, do Fórum Económico Mundial e o Director da Goldman Sachs são os principais patrões de Macron
No entanto, em contradição, afirmou que os países da UE tencionam continuar a prestar assistência à Ucrânia durante o tempo que for necessário, enviando todo o tipo de armamentos, e não mencionou nem os militares da Legião Estrangeira da França que já estão a lutar e a morrer na zona russa da Ucrânia (nomeadamente a 30-V, Borzzikman mostra imagens de oficiais mortos: https://www.youtube.com/watch?v=KzJGgwYPGhM),   nem as suas propostas de envios de militares da NATO e da França para combaterem ao lado dos extremistas de Zelensky, para além de ter declarado que as armas fornecidas pela França podem, ou estão autorizadas por ele, a atingir o interior do território da Rússia...
O sábio militar norte-americano Scott Rieter, muito dinâmico no Youtube,  explicou que as últimas declarações do regime de Kiev de atacar a Rússia no seu território com as armas europeias são fruto da decisão dos países da NATO de desejarem que a Rússia seja ferida no seu solo, entrando-se portanto uma escalada perigosa: https://www.youtube.com/watch?v=LF34_nLcIDI
Uma amizade estranha entre dois políticos bastante psicopatas
 
A hipocrisia deste vaidoso agente da oligarquia mundial é grande, pois é notório estar em guerra, e em certos aspectos bastante declarada, com a Rússia, destacando-se tanto nas sanções que USA e a União Europeia têm imposto, como na confiscação de bens e ataques às suas infraestruturas e projectos, tal como fizeram ou apoiaram com a sabotagem do oleoduto do North Stream, que nem tiveram a coragem de assumir, e que tornou a Europa mais dependente energeticamente dos norte-americanos, para além da perseguição e opressão dos meios de informação e jornalistas que defendem a justiça da operação militar russa ou simplesmente a Rússia.
Um ambicioso e vendido muito perigoso, Macron: completamente insensível ao sofrimento dos outros. Um psicopata, capaz (e talvez decidido) a alargar o conflito na Europa.
O presidente francês, detestado crescentemente pela maioria do seus cidadãos pela forma como semi-cegou cerca de um milhar de manifestantes coletes-amarelos, ou como tem privatizado  certos serviços, e com uma baixa de popularidade pela sua incapacidade de diminuir a sua mentalidade arrogante e a política neo-colonial em África, procura por estes modos tanto exprimir a sua ambição e vaidade como ganhar mais visibilidade e reputação na cena mundial.
 Macro-Micron disse ainda hipocritamente que os dirigentes europeus  apoiam os esforços para uma solução pacífica duradoura na Ucrânia:“A paz não significa a capitulação da Ucrânia. Será uma paz que os próprios ucranianos escolherão", mais uma vez mentindo, pois a maioria dos ucranianos há muito que quer a guerra terminada, e lhes está a ser imposta pelo regime extremista Zelensky, sob lema dos norte-americanos (os principais interessados no enfraquecimento da Europa e da Rússia) "até ao último ucraniano", e que terá como consequência a diminuição crescente do território de Donbas na posse do regime de Kiev, quem sabe tendo mesmo que perder Odessa, onde norte-americanos, NATO e franceses procuram estabelecer uma base naval ameaçadora da Rússia...
 
Esperemos que Zelensky e os seus mais próximos se retirem para a Flórida, os warmongers da Nato-USA aceitem as vitórias libertadoras russas, Macron termine o seu péssimo governo, e se possa estabelecer uma concórdia eslava, europeia e mundial, dentro de uma sociedade multipolar e livre da opressão e corrupção do dólar e do euro da arrogante oligarquia e corrupta classe política ocidental, tal como o grupo dos dez países do BRICS tentam realizar, ao qual sintomaticamente o traiçoeiro Macron há uns tempos pediu para participar numa reunião como observador e certamente corruptor...

       Entretanto Macron aproveitou os discursos em Dresden para fazer propaganda da escravização à oligarquia e ao imperialismo  ocidental que ele representa, fazendo-se de democrata e criticando os partidos e governos de extrema direita, que ele própria apoia totalmente na Ucrânia, com Zelensky e os neo-nazis, dando exemplo da Hungria de Victor Orban, exactamente um dos que tem resistido ao globalismo e escravização sob a nova Ordem Mundial,  recusando-se a apoiar a guerra da USA, NATO e União Europeia à Rússia, seja pelos armamentos, sanções e outras formas... 
 
Já em Junho Julho, 2024, Macron protagonizou um golpe teatral que parece que lhe vai correr bem, pois na noite da derrota do seu partido para as eleições francesas  face ao partido Rassemblement National de Marine Le Pen, resolveu como Presidente da França dissolver o Parlamento e antecipar as eleições legislativas francesas. Ora na 1º volta foi derrotado, tanto por Marine Le Pen como pela coligação da esquerda, a Nova Frente Popular,  e tudo ficou em aberto para uma 2ª volta  que certamente acentuará o enfraquecimento do seu partido e um provável posicionamento do Parlamento francês, que mesmo sem a maioria absoluta de Marine le Pen será menos apoiante da russofobia da oligarquia ocidental e de Macron. Aguardemos pelos resultados e pela lição que Macron receberá. 
E assim aconteceu: na 2ª volta das eleições foi derrotado pela esquerda unida de Melanchton, criando um certo caos no Parlamento francês, agora  mais dividido. Contudo, entrou em modo de governação ditatorial visível, mantendo o governo que se demitira em funções. Os meses passam e mantém-se o seu desrespeito total pela democracia directa dos votos....
Entretanto recuperei um vídeo que mostra em Macron a miséria de ser um avençado, vendido, seguindo o demente Biden: https://youtube.com/shorts/PGadN_IcYVk?si=1IVeuLb7gsmCjddQ

A 8 de Setembro Macron tem a ousadia anti-democrática mas astuciosa de recusar um governo liderado por quem ganhou percentualmente, a Nova Frente Popular, de Melanchton, (192 deputados) e escolhe um candidato a  1º ministro, Barnier,  do quarto partido mais votado (42 deputados) e muito abaixo dos outros, a aliança de Republicanos e outros de direita. A tentativa é evitar a todo o custo um governo de esquerda ou que pare a sangria do apoio estadual à guerra contra a Rússia e até eventualmente ou a breve prazo contra o Irão, como Israel e a oligarquia tanto desejam e vão provocando. Resta ver que votos de confiança e apoios de participação no governo, receberá.
                         Lux, Veritas, Justitia, Pax!

terça-feira, 21 de maio de 2024

Como estar numa "consciência contínua"? Algumas vias para a auto-consciência espiritual...

                                   

A "consciência contínua", tão difícil de ser mantida no dia a dia, dada o aparecimento ou a intromissão dos pensamentos, manifesta-se apenas em momentos de maior interiorização, de maior auto-consciência, de maior silêncio, de maior paz?

A "oração sem cessar", o "estar na presença divina", são designações no Cristianismo diferentes de "consciência contínua" mas na sua essência ou fundo iguais?

O que facilita a "consciência contínua" a um nível de entendimento?

O conseguir distinguir a consciência  dos pensamentos, e portanto o focar-se mais na plena consciência de si própria - como simples consciência, ou na de si mesmo - como sujeito consciente?  

Distinguir a consciência da memória e aceitar que esta exista em simultâneo com a consciência, como uma vasta massa de impressões e que não tem necessariamente de se manifestar sob a forma de pensamentos?

Focar a consciência numa atenção plena ao silêncio e ao seu som sem som, e nesta captação subtilizar a consciência pelo seu desprendimento de pensamentos e outras impressões sensoriais?

Focar a consciência em todo o nosso ser energético e espiritual e entrar em unidade com a sua fluidez energética? 

Focar a consciência na observação da respiração? 

Fazer coincidir a consciência com todo o nosso ser e ficar pura e simplesmente em tal unidade, a qual pode ser estendida à unidade seja do Cosmos seja da Divindade? 

Despertar mais ou fazer coincidir mais o espírito, a consciência e a mente? 

Ter a visão plena e o coração mais abertos, despertos, unificados?

Atravessarmos as dualidades e transitoriedades da vida numa estabilização consciencial espiritual, constantemente afirmada ou retomada?

Eis algumas interrogações e vias para a auto-consciência espiritual...

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Ali, o 1º Imam Shia, conduz a ascensão aos mundos espirituais; em sintonia com a de Ebrahim Raisi e

Ali ibn Abi Talib

 Encontra no fim deste texto a gravação da 1ª parte dum excerto lido e traduzido da valiosa obra de Henry Corbin En Islam iranien. Aspects spirituels et philosophiques. IV. l'École d'Ispahan, L'École Shaykkie, Le Douzième Imâm", Paris, 1972, da página 157 em diante. Trata-se da narrativa (hadith) A Nuvem Branca e a partir da qual o filósofo e mestre espiritual shia, da escola de Isfahan, Qazi Sa'id Qommi (1639-1661), graças a uma notável hermenêutica simbólica espiritual (ta'wil), transmite-nos valiosos ensinamentos.

Fátima al-Zahra
Nesta narrativa Ali, ou Ali ibn Abi Talib, o I Imam Shia (dos doze), casado com Fátima al-Zahra, a filha do Profeta, abre aos seus filhos e companheiros a visão interior ou espiritual e condu-los, num tapete nuvem, a uma ascensão ao mundo subtil (Malakut) e ao espiritual (Jabarut), com muitos ensinamentos valiosos, realçados como já dissemos pela hermenêutica de Qazi Sa'id Qommi, e resumida por Henry Corbin. 

Qazi Sa'id Qommi, isto é de Qomm, a cidade santa onde morrera com dezasseis anos Fátima, a imaculada (ma'sumeh) filha do VIII Imam Ali Reza ou Ali al-Rida, e onde estive em peregrinação há uns anos para proferir uma conferência sobre os místicos iranianos, os sufis da Península Ibérica, os encontros inter-religiosos na corte mogol de Akbar e o trabalho pioneiro de comparativismo religioso do seu bisneto Dara Shikoh.


Esta tradução-leitura foi realizada e gravada na noite de vigília de 19 para 20 de Maio de 2024 em sintonia ou em oferenda a Ebrahim Raisi e a Hossein Amirabdollahian, duas grandes almas iranianas na altura desaparecidas após a queda do helicóptero em que viajavam vindas do fatídico Azerbaijão. Confirmou-se já de manhã que elas estavam já mesmo na ascensão espiritual... Muita luz e amor para almas lúcidas e luminosas, libertas da terra tão precocemente e rumando para Jabarut, o mundo espiritual e querubínico.! 

 Gravei outra meia hora, continuando a leitura dos ensinamentos do Imam Ali, na narrativa A Nuvem Branca, e esperamos brevemente concluir a narrativa e sua hermenêutica numa terceira gravação. Ligação à segunda: https://youtu.be/85aKQ95HK74

                   


domingo, 19 de maio de 2024

Sobre o mistério do Espírito Santo. No domingo do Pentecostes de 2024.

                                                              

Embora a palavra espírito tenha uma pluridimensionalidade de sentidos, que deveríamos conhecer melhor, sobretudo se consideramos que ele é seja a nossa identidade seja a terceira pessoa da Trindade, seja o espírito universal, seja a força vital ou sopro animante cósmico e humano, podemos aproximar-nos dele segundo o Cristianismo e admitir, seguindo os relatos evangélicos, que consciencializado, soprado, infundido ou despertado (e é bem complexo discernir o melhor verbo a ser usado) o Espírito, santo e divino, nos primeiros discípulos de Jesus, operada depois a espectacular manifestação ígnea no Pentecostes grupal, nunca mais o mistério do Espírito ou do Espírito Santo deixou de desafiar milhões e milhões de cristãos que, por vários modos ou razões, tomaram conhecimento tanto desse conceito, pessoa ou energia como de tais acontecimentos que, em belas imagens e ferventes invocações ou orações, foram tão trabalhados por artistas e religiosos ao longo dos séculos.

Se no Cristianismo houve uma efervescência grande inicial religiosa entusiástica, que as cartas de S. Paulo dão testemunho, do encher-se do espírito e obrar maravilhas, cedo essa possível irrupção do espírito libertador, ou de estados psico-somáticos mais libertos da modorra do ritualismo, do convencionalismo, do judaísmo, ou se quisermos ainda que permitiam melhor acesso ao espírito e ao divino, e que davam energia e voz impactante aos crentes reunidos nas primeiras assembleias, cedo tal despertar começou a ser visto em certos aspectos como perigoso e por isso necessitando de ser controlado ou mesmo reprimido por uma crescente estruturação tanto hierárquica como funcional e dogmática, proveniente dos apóstolos e seus sucessores dirigentes das pequenas igrejas que se formavam, os quais, por razões compreensíveis, tiveram de controlar tais dons, de certo modo tendendo a reservá-los para si ou para a sua jurisdição e controle.

Quanto à estruturação ou mesmo acentuada afunilização dogmática do mistério do Espírito santo, ela foi-se fazendo através de sucessivos concílios que, melhor ou pior, isto é, mais verídica ou inveridicamente, criaram uma unidade doutrinal que foi resistindo, por vezes mais violentamente, face ao que se convencionou chamar como heresias, mas de tal forma que não poderemos dizer se a Igreja se aproximou mais do Espírito ou se os fiéis puderam experimentalmente conhecer melhor o Espírito com tais definições e dogmatizações, ou mesmo, especulando-se, se o Espírito se sentiu mais ou menos configurado ou desfigurado por tais narrativas e dogmatizações. Quantas pessoas sabem o que é o espírito individual, ou conhecem ou sentem mesmo o Espírito santo, sem ser por imaginação ou por crença no que aprenderam?

Certamente houve grandes diálogos e disputas e houve bons contributos nos milhares e milhares de livros que se foram escrevendo sobre esse tão infixável ou indefínivel Espírito Santo, mas que acabou por ficar lata e abrangentemente caracterizado ou definido como o amor que liga o Pai e o Filho, e que portanto o Pai e o Filho podem transmitir a quem quiserem ou a quem o merecer.

Talvez a expressão “inspirados pelo Espírito”, por uma força divina, ou então pelo Pai e Filho que se amam e adoram, será o que de mais prático e compreensivo terá ficado, com aplicação na criatividade nomeadamente literária ou paranética, para além dos sete dons do Espírito santo, estes uma boa forma catequética de se estimularem as pessoas a desenvolverem um espírito bom, ou a manifestarem o espírito divino que está neles pelas virtudes, ou, mais passivamente, de se abrirem ou receberem esse dom, essa inspiração e acção do Espírito, divino, individual ou universal.

O que ficará ainda de mais visível, a par da invocação do espírito feita nas missas e em alguma orações, e porque o subtil, o religioso, o sagrado incorporam-se mais facilmente no corpo e na vida das pessoas em momentos de maior emoção e alegria, serão sem dúvida as celebrações do Pentecostes e as festividades do Espírito santo, no fundo invocações e manifestações da presença e dos dons divinos e que se estabelecerão como devoções e cultos do Espírito santo na história do Cristianismo desde os séculos VIII.

E hoje, Domingo de Pentecostes, já no século XXI,  quantas pessoas conseguiram invocar ou meditar e sentir ou contemplar o Espírito, seja o seu, seja o Espírito santo, terceira Pessoa da Trindade?

E quantas pessoas conseguiram participar seja em missas vivas e invocadoras do Cristo e do Espírito Santo, ou das nossas tradicionais festas do Divino Espírito, celebradas sobretudo nos Açores e Brasil?

Pois então, medite, ore, invoque, contemple e incarne mais o Espírito nestes dias...

sábado, 18 de maio de 2024

"O Caminho da Rússia". Ensaio de Alexander Dugin, traduzido a partir da versão inglesa de Lorenzo Maria Pacin.

                                     

 Alexander Dugin é um os pensadores mais tradicionais e conhecidos da Rússia, com um percurso numa linha de filosofia perene, nacionalista e imperialista (no sentido de Julio Evola), assumindo corajosamnte uma concepção ideológica anti-liberalismo Ocidental, razão pela qual tem sido vilipendiado e diabolizado tanto pelos políticos, analistas e meios de informação ocidentais  como por esses outros instrumentos manipuladores da oligarquia ocidental que são as dezenas de Institutos, Centros e Conselhos (tal o Atlantic Council, o Wilson Center, o Europe Center, etc.) de propaganda pró-americana e anti-russa, além do Google e a Wikipédia. 

Em geral é apresentado no Ocidente como o guru de Putin quando na realidade não há certezas ou fotografias de tal encontro e em muitos aspectos têm visões diferentes, para além de que Putin procurou muito tempo amizade e compromissos com os Ocidentais e entrar até na NATO, e foram estes que o foram enganando com acordos de papel, e armando e preparando a Ucrânia para entrar em guerra com a Rússia, ao contrário de Dugin, que embora cristão ortodoxo, sempre foi muito crítico da degeneração do Ocidente e dos males do neo-liberalismo oligárquico anti-tradicional, anti-valores morais e nacionais, contrapondo uma educação tradicional firme na Rússia. 

 Tendo nascido em 1962, Alexander Dugin sofreu em 20 Agosto de 2022 um rude golpe quando a sua filha de 32 anos, Daria Dugina Platonova, uma filósofa já de grande valor, foi assassinada por uma extremista ucraniana, pelo que a sua visão guerreira e dramática da vida ainda mais se acentuou e assim a sua forte linguagem ou mesmo estratégia de combate, de luta ao máximo contra todos os inimigos, não é bem vista por muita gente. De qualquer modo é bem valioso conhecermos e compreendermos a sua cosmovisão estando ou não de acordo com ela, tanto mais que Aleksander Dugin é considerado hoje o mais importante pensador e filósofo do mundo russo, havendo já  traduções suas em língua portuguesa e brasileira, ainda que muito soterradas pela contra-informação internética anti-russa...

A alma do povo russo, por Mikail Nesterov.
               
                   O Caminho da Rússia, por  Alexander Dugin
 
«Muitos admiram-se por é que os ucranianos resistem tão ferozmente? - A razão é que eles não estão em guerra connosco, mas sim com a imagem que vive nas suas mentes. Houve um episódio da série de televisão Espelho Negro em que as pessoas lutavam com monstros terríveis, mas afinal eram apenas monstros feitos por dispositivos ópticos especiais que as próprias pessoas tinham que usar (havendo punição se não cumprissem) e o que parecia serem 'monstros' eram as próprias pessoas.
Os ucranianos  veem-nos como monstros, estão em guerra com uma quimera que lhes foi imposta e esta quimera é terrível, mas eles não veem mais nada.
Nós não nos preparamos para esta guerra, não entendemos com o que estamos lidando, não criamos tal imagem do inimigo. Portanto, não compreendemos plenamente o que está a acontecer. Talvez seja correcto não termos seguido esse caminho, mas a gravidade do que está a acontecer está a ser claramente desvalorizada.
Quanto mais feroz a luta, maior a fúria de nosso povo; ao mesmo tempo, a imagem do inimigo já foi relativamente formada nas frentes. Na frente doméstica,  estamos ainda perplexos. Como podem eles fazer isso? Na frente já não fazemos tal pergunta: a questão é outra: como derrotar o inimigo e, francamente, como destruí-lo. Só se pode destruir o que se destesta ou odeia e aqueles que mais odeiam, lutam mais ferozmente e alcançam o máximo nesta guerra.
Estou convencido de que a Rússia não deve deixar este processo seguir por si só; se o deixarmos, o ódio da frente espalhar-se-á gradualmente  para a rectaguarda e  tornar-nos-emos mais como o inimigo, ou seja, o ódio entrará em nossos corações. Ele entrou nos corações dos ucranianos há muito tempo. Agora depende de nós. Afinal, não podemos deixar de notar que, à medida que a guerra avança, gradualmente adoptaremos os traços do inimigo. Relutante e tardiamente, mas ainda assim.
Neste momento, as autoridades estão apenas a tentar conter o processo mas ele é como um rio. A dado momento, a "barragem humanista" vai estourar e toda a sociedade vai se lembrar das linhas de Konstantin Simonov [1915-1979]: "Quantas vezes o encontrar, quantas vezes o matará". Ninguém mais se vai  importar com o que as autoridades permitem ou proíbem.
Precisamos de um caminho diferente, precisamos de uma verdadeira ideologização da guerra. Uma ideologização completa e sistemática. Não fragmentada e fragmentária, como é o caso agora.

                                O verdadeiro inimigo
 Em primeiro lugar, a guerra é travada com o Ocidente. Portanto, o principal inimigo é o Ocidente. Os ucranianos não são o principal inimigo;  é
portanto o Ocidente que deve ser verdadeiramente odiado, e aqui Konstantin Simonov [herói da 2ª grande guerra e escritor] é relevante. Devemos, portanto, expulsar o Ocidente de nós mesmos, caso contrário teremos uma duplicidade de padrão: ele mata-nos e nós adoramo-lo. O liberalismo é mais perigoso do que o nazismo ucraniano, porque foram os liberais ocidentais que lançaram, criaram e armaram o nazismo ucraniano. É necessária uma desliberalização consistente (pois é mais importante do que a desnazificação que está a acontecer do país). A desnazificação também é necessária, mas é uma consequência, não uma causa, um sintoma, não a essência da doença. Além disso estamos a lutar contra o nacionalismo, mas não nos  devemos tornar em nacionalistas. Nós somos o Império e como herdeiros da monarquia e como sucessores da URSS, somos mais do que uma nação.
A nossa ideologia deve ser imperial,
aberta, clara e agressiva. O Império deve ser representado de forma carismática. Nosso império, Roma, está travando uma batalha mortal com o "Império" oposto, e em essência o Anti-Império, isto é, com Cartago.
Só quando o exército, o povo, o Estado e a sociedade estiverem em guerra com Cartago, com o Ocidente liberal, é que derrotaremos o nazismo ucraniano. Tudo o que faremos é calcar com os pés a Ucrânia. Diante desse terrível e sério inimigo, essa pequenez obsessiva parecerá insignificante.
Se disser a um russo "a Rússia não existe", ele encolherá os ombros. Se disser a um americano "a América não existe", ele encolherá os ombros. Se  disser a um ucraniano "a Ucrânia não existe", ele se tornará violento e gerará uma altercação. Porque a Ucrânia existe, mas não existe quando somos o Império, e nossa consciência é imperial, uma consciência firme, forte, auto-confiante, ofensiva.
A forte identidade do inimigo pode ser esmagada não pela forte identidade em si (nacionalismo russo), mas por uma identidade mais forte que é a identidade imperial.
Esta transformação ideológica da sociedade é inevitável. Ela pode ser adiada por algum tempo, mas não pode ser evitada. Estou convencido de que o nosso governo não queria esta guerra. Eles tentaram tudo para adiá-la. Ela pode ser adiada, mas não pode ser impedida e agora não pode ser detida. Ela pode ser ganha ou pode desaparecer. É compreensível que uma parte da elite esteja em pânico. Eles não podem aceitar a fatalidade do que está a acontecer, e esperar, contra todo o senso comum, que possam de alguma forma retornar a situação ao passado, é impossível; adiar e procrastinar sim, é possíve
l.
Parar e v
oltar à estaca zero não é possível; tudo o que nos espera é a guerra e uma vitória difícil, incrivelmente difícil. Nosso país será alterado irreversivelmente ao longo do caminho. O Estado terá mudado, a sociedade terá mudado.
Ninguém desesperadamente quer mudar por conta própria, mas isso já é impossível. É o destino. A mudança será imposta por uma necessidade de ferro. A todos e em tudo.» 

Eis-nos com uma ante-visão que desagradará a muita gente: uma visão bem dramática, guerreira, imperial e de luta frontal com o neo-liberalismo autocrático e excepcionalista Ocidental, que arma o exército ucraniano, quer explorar a sua população "até ao último ucraniano", como alguns políticos norte-americanos afirmaram.
Também a sua visão de que haverá, ou é necessária, uma
mudança radical da educação e das mentalidades dentro da sociedade russa, no sentido de se compenetrarem de que estão numa guerra difícil, ou quase total, com o Ocidente e o seu liberalismo corruptor e desvirtuador e que portanto não podem pactuar com ele, não agradará a muita gente, com mentalidades de mais compromissos e menos cortes radicais.

                                

Por isso mesmo, face a um futuro que ninguém sabe prever com exactidão, é valioso ouvirmos uma das grandes almas da Rússia que, ainda que traumatizada pela morte da sua filha Daria (e muita luz e amor no seu ser), ecoa grandes pensadores cristãos e espirituais como Soloviev, Berdiaev, Florensky, ou ainda Julio Evola, e transmite aqui e na sua já vasta obra uma compreensão e visão profunda metafísica, espiritual e geo-estratégica do devir da Rússia, da Europa e até da Humanidade, nomeadamente pela sua defesa e valorização da multipolaridade que o BRICS vai concretizando, sob a liderança da China, da Rússia, da África do Sul, do Brasil e do Irão...

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Poema: a gnose perene, que vence a morte, na comunhão com as almas luminosas, na demanda Divina.

               Morte é palavra feminina, para a sabermos amar...

 
A Morte é palavra feminina
para a sentirmos com mais amor,
é alguém que nos vem chamar,
para
ao Além nos impulsionar a voar.

A morte é grã-purificadora essencial,
fazendo-nos discernir o que há a fazer.
Aprender a morrer antes de findar,
é arte de diminuir a dor e o recear.

Aceitar a morte em nós conscientemente
é desejo iniciático de sermos o espírito no além,
e é caminharmos com a visão desprendida,
   que assim livre penetra e revela o essencial.

O beijo da morte é arte harmonizadora,
em que somos abençoados e acalmados,
quando a indignação, a dor e a desilusão
querem possuir-nos e ao lembrá-la fogem.

Entre nós Antero de Quental  alto
brilhou
pelo seu destemor no namoro da Morte.
Como cavaleiro corajoso para nós ficou,
abrindo-nos à visão dela como libertadora.

Morrer é ser iniciado, é deixar a prisão,
é bater as asas, é redescobrir o coração.
Aprender a morrer é a caminhar em amor,
dando os passos e palavras que Luz derramam.

Morrer é subida energética e esvaziamento,
em que desejos fenecem e aspiração a Deus fala.
Morrer é deixar o mundo físico semi-luminoso
e entrar no dos seres e anjos resplandecentes.

Para se entrar mais conscientemente na morte
Cultivemos a amizade supra-terrena e duradoura,
conservando um diálogo constante e estimulante,
estabelecendo pontes e nexos com seres distantes.

Discernirmos os seres com maiores afinidades,
aprofundar e comungar com suas demandas,
é sermos elos do aperfeiçoamento infinito
das tradições, almas e realizações perenes.

Quem são os seres que mais amamos?
Dara, Pitágoras, Erasmo, Jesus, Narada?
Quais os melhores métodos de despertar,
ou com a Divindade sintonizar e comungar?

Narada, como estar bem em bhakti?
O chakra cardíaco aberto e irradiante,
A invocação divina a arder no coração,
  ultrapassar o ego e ser em fulgurante acção?

Erasmo e a demanda firme da Verdade,
Ou ainda o elogio da unidade extática:
A essência humana é amor sabedoria,
podemos avizinhar-nos da Divindade.

Pitágoras, das formas geométricas,
   dos ritmos e sons das esferas em nós,
ou pelos seus símbolos enigmáticos,
 o que clarificará mais nossas almas?
 
Dara Shikoh, o príncipe mogol sufi,
o peito ardente de amor ao Divino,
comunga com mestres e companheiros
na junção dos oceanos da espiritualidade.

Antero de Quental, líder de estudantes,
sonhador de um socialismo espiritual,
sábio e estóico, faltou-lhe o pleno amor
seja para a amada, o espírito ou a Divindade.

Fernando Pessoa, um continuador da pesquisa
do ser espiritual e da harmonia universal,
ainda que dispersando-se em sombras,
que  visão teria para o Portugal actual,
que ensinamentos de ordem Espiritual?

Jesus, quem era, o que realizou e queria?
Quem é o Pai e o Espírito Santo?
Como amou Madalena e como vê a união?
Qual a mais importante missão do ser,
religar ao Pai, a ele ou ao Espírito, 
seja o individual, o Santo ou o universal?

Que ensinamentos das neurociências,
da física quântica e das vias espirituais,
deveriam
a todos ser ensinados,
para melhor se conhecerem e plenificarem?

Quantas questões  pomos e meditamos,
tantos os anos que a Morte nos dá de Vida
Saibamos então trabalhar e amar bem
para sentirmos o espírito, o amor e a Divindade....

Março, 2014, Maio de 2024. Lisboa...