sábado, 4 de agosto de 2018

A exploração do petróleo na costa algarvia é um crime ambiental. Manifestação na Cova do Vapor. 4-8-2018

Não ao furo de exploração de petróleo no mar do Algarve, não à poluição das águas e da fauna da costa algarvia, não à venda de Portugal para uns poucos de mafiosos ganharem, não à falta de democracia e transparência nas graves decisões tomadas, que deviam ser antes discutidas e plebiscitadas
No séc. XXI, quando cada vez mais se põe em causa o petróleo e se buscam as energias alternativas não poluentes, porque será que tal ambição gananciosa anti-ambiental ainda arrasta os menos portugueses dos principais partidos e um Governo de coligação dita democrática?
O que estará por detrás desta traição ao Portugal natural e até de um turismo de qualidade?
Imagens da manifestação artística, cultural, energética e espiritual realizada entre a terra e o céu, frente ao mar, na cova do Vapor, próxima da mais conhecida Cova Piedade, dia 4-8-2018 e onde fui desafiado pelo Alfredo Cunhal, da cooperativa e herdade biológica do Freixo do Meio...
Belos momentos, que tiveram panos coloridos para ficarem desenhadas certas formas mandalicas que foram filmadas por um drone...
Boas convivências com várias almas luminosas...
Muita gente nova pura, com vontade de bem, de harmonia, de trabalhar para além dos impasses da sociedade tecnocrática capitalista consumista que vai arrasando o planeta e ainda conta com muitos vendidos para se manter na sua senda de irresponsável destruição planetária...
Um bom banho no mar, a finalizar, no meu caso o 1º, sempre o melhor...
Ranshi, um activista da regeneração dos rios e aldeias ribeirinhas da Índia, e que dirá «a Natureza é a minha mestra, é com ela que aprendo», e uma índia da tribo dos Dakota norte-americanos, foram certamente estrangeiros bem luminosos presentes, a que juntam as muitas almas jovens, ou mais amadurecidas, de Tamera ou de vários grupos e associações de defesa do Ambiente e do mar do Algarve...
Fornos solares, com bom pão a ser gerado. Porque não haverá mais, tal como para o aquecimento das águas, nas casas? Que burocracias e monopólios abafam o desabrochar de uma sociedade não poluente? 
Esperemos que esta manifestação contra o fracturamento hidráulico e o lobby das poluidoras petrolíferas e do seu dinheiro corruptor, que aconteceu hoje na bela praia da Cova do Vapor, seja criadora de  ressonâncias psicomórficas que façam com que o furo e a exploração não andem para a frente, tal como em Ferrel em 1976 a tentativa de implantação de energia nuclear claudicou pela acção de muitos de nós mais idealistas e utópicos, entre os quais se contava o Afonso Cautela, pioneiro ecológico em Portugal, recentemente partido para os mundos psico-espirituais e que já homenageei num artigo neste blogue...
Oremos à Divindade, ao Arcanjo de Portugal, aos manes, vates e mestres de Portugal e aos espíritos da Natureza para que não deixem avançar esta destruição do Portugal natural..
               Juventude abnegada e com forte amor e aspiração a um planeta harmonioso
Um imenso coração, que transparecia a vários níveis de gente tão luminosa...
                                      

Poemas do Médio Oriente ardente, clamando justiça, paz e amor...
Recolhendo as bandeiras da esperança do Amor Universal e não dos bolsos dos "petrolificados"
As energias solares ainda são quase extra-terrestres em Portugal....
Dilogo animados entre o Alfredo, o Ranshi e eu... "Definitivamente creio nos espíritos da natureza ou Anjos que estão dentro ou por detrás da Natureza", responder-me-á....
Belo e querido Altar ou Kamidama do Mar, da Água, dos Sentimentos luminosos: Amor!
Os laços e bandeiras da Sacralidade da Terra e do Mar, na luta não-violenta face à tecnocracia poluidora e corrupta...
Amigos, Sangas, Comunidades, peregrinos, guerreiros pela sobrevivência da Natureza e da Humanidade...
                                                   SOL DIVINO, doador da Vida e do Amor
Mesmo na areia mais seca a flor pode desabrochar. Continuemos nas nossas lutas com esperança e o céu nos cobrirá do seu orvalho, a terra nos dará seus frutos e mais almas se encontrarão e religarão ao Ser Divino....

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Desenhos de José Pinto Antunes e escritos e poemas dedicados por mim a Attar e a José Pinto Antunes

 Tendo recebido há dias um belo desenho do José Pinto Antunes, da série de ilustrações geradas por ele para o poema do persa Attar, a Conferência dos Pássaros, e que esteve exposta na livraria galeria de arte do ISPA e para a qual contribui com o texto da exposição, já publicado neste blogue, resolvi hoje contemplar melhor o belíssimo desenho aguarelado que ele e o Hélder, da galeria Hélder Alfaiate, da Ericeira,  ofereceram à escolha e escrever um pequeno poema, algo na linha da poesia sufi ou amorosa de Attar, de Dara Shikoh, ou mesmo minha, por vezes... 
E assim o reproduzo tal como o escrevi entre a 19:00 e as 19:30 deste 3 de Agosto lisboeta, ardente, mesmo a 250 metros do curso do aurífero Tejo e das Tágides nossas...
Do mais extenso texto dedicado às pinturas e desenhos do José, sobre a Conferência das Aves, de Attar, transcrevo agora apenas os primeiros parágrafos, contextualizantes, seguindo-se a reprodução do meu poema a eles dedicado.
  «O belo poema metafórico de Attar, aliás Farïd al-dîn 'Attâr (1142-1221, em Nichapour, no Khorassan, Irão, e que foi um perfumador, ervanário, curador), intitulado Mantiq al-Tayr, o Colóquio ou Linguagem das Aves, ou ainda Conferência dos Pássaros, extenso nos seus mais de quatro mil e seiscentos versos, foi de todas as obras de Attar a que teve mais sucesso ao longo dos séculos, conhecendo-se algumas versões em diferentes línguas desde esses remotos tempos. No Ocidente, em França, houve traduções em 1819 e 1863, e no século XX e XXI alargou-se o número.
Corre entre nós uma das versões, mas abreviada e fraca, da
obra, sob o nome de Conferência dos Pássaros, editada pela Cultrix, sendo uma tradução da versão inglesa de C. S. Nott, que a fez ou traduziu da tradução francesa de Garcin de Tassy, de 1863, realizando nos USA em 1954 tal feito de retalhar e alterar substancialmente, retirando muito da espiritualidade da obra. Uma lástima. Hoje já há outras versões em português, de melhor qualidade.
Depois de ter sido um boticário de perfumes e ervas, impressionado pelo desprendimento e comando do corpo e alma de um dervishe, Attar foi iniciado na via espiritual pelo sheik Mudj al-din, de Bagdad, e da sua demanda restam-nos cerca de uma dúzia de obras das quais as mais valiosas são o Pand-Nama, Livro dos Conselhos, Asrar-Nama, O Livro dos Segredos (a sua última obra, e da qual há uma tradução comentada excelente de Christiane Tortel), Elahi-Nama, o Livro Divino e o Tadhkarat al-Auliya, Memórias dos Santos, esta contendo histórias e ensinamentos de 142 sufis do Irão, do Egipto e da Arábia, entre os quais Jafar Sadiq, a iraquiana Rabia Basri, Junayd, Hazrat Abdul Jilani, Mansur al-Hallaj, todos eles verdadeiramente entregues ardentemente ao Amor Divino.
O grande especialista de mística islâmica e persa Louis de Massignon foi um estudioso e admirador de Attar, e realçou
a afirmação do famoso Jalâl- ud dîn Rûmî: dois séculos depois da desencarnação de al-Hallâj a sua luz (nour), ou alma espiritual (de al-Hallâj), manifestara-se em Farîd 'Attar, tornando-se o seu mestre espiritual.  
Não sabemos ao certo se assim terá sido, mas a comunhão dos amigos de Deus, a comunidade dos santos ou sufis, a auliya, é conhecida, é real, todos os que meditam mais profunda e intensamente vivenciam-na de um modo ou outro por graça, pelo que naturalmente Attar foi abençoado pelo Alto e o Ser Divino, e pelos sufis, sendo Mansur al-Hallaj, um famoso mártir no Islão da afirmação da não-dualidade entre o humano e o divino, certamente um potencial inspirador dele e, quem sabe, o seu mestre ou guia invisível. Mevlana Rumi, que segundo algumas versões ainda se teria encontrado com Attar, quarenta e cinco anos mais velho que ele, diria ainda que Attar era a sua alma íntima, tal como Sana'i o seu olho espiritual. 
Attar, na Conferência ou Diálogo dos Pássaros, agora entre nós inspirando o pintor José Pinto Antunes a ilustrá-la em mais de cem desenhos, compila numerosas histórias tradicionais e acrescenta algumas novas, adicionando sobretudo comentários de ordem moral e espiritual, e propondo a tradicional ascese e renúncia ao mundo e aos seus prazeres e seres (uma metodologia talvez hoje discutível quando se expressa de modos algo humanamente egoístas: «Enquanto não morrermos para nós próprios e não formos indiferentes às criaturas, a nossa alma não estará livre. Um morto vale mais que aquele que não está inteiramente morto às criaturas, pois ele não poderá ser admitido para o outro lado da cortina»), em troca ou em prol do amor ardente pelo Divino, o único que merece e perdura.
O amor a Deus (denominado bhakti, prema, na tradição indiana) é então o objectivo e a necessidade máxima e muitos exemplos são dados de amor extraordinários ou intensíssimos entre os seres e pares humanos e como daí podemos tirar impulsos para a nossa 
caminhada de amor para Deus, neste século XXI cada vez menos propenso a amores devocionais como outrora flamejaram no Cristianismo e no Islão medievais ou mesmo posteriores.
A Conferência dos Pássaros congrega então milhares de aves na demanda de acesso ao misterioso ser, Simurgh, a qual as vai levar, com dúvidas e diálogos esclarecedores, por um caminho de individuação e iniciação longo e árduo (per aspera ad astra) até Simurgh, onde apenas chegam trinta delas, as que acreditaram na mestra poupa e nelas próprias e mantiveram a chama da aspiração e do Amor unitivo mais fortemente».
 Desse Amor, do Amor, nos fala, nos transmite então ainda o poema que se segue, para já apenas na fotografia do manuscrito, e que gerei na linha de Erasmo que defendia, em carta aos irmãos polacos Laski, que o anel das Graças deve ser mantido, e assim vai oferecido ao José Pinto Antunes e aos sufis nomeados...
A vida é uma caravana minotáurica
e nela se desenvolve um caleidoscópio
tão infinito, multifacetado e sedutor
Que todos geramos muito amor.

Da conferência das aves elegeu-se a pôpa
Assim cada um de nós escolhe o que ama
E fecha-se frequentemente ao que devia amar.
E se não fosse a popa, o anjo, o mestre
Muitos de nós se perderiam na travessia.

O mundo dos animais e dos humanos
Sem serpentes emplumadas, sem asas,
Não teria os tapetes de oração a ligar ao Céu
Não teria a visão dos seres de coração.

Passam os séculos, os poemas, as pinturas
E só fica o coração ardente vivo,
Aquele que agora somos em comunhão
Com o misterioso Simurgh Divino. 

Que a lucidez do teu olhar fino e colorido
Drapeje a tua aura das melhores intenções
E, levando aos lábios, o Graal do Amor,
Sente e recria a grande Unidade, no destemor.

Cresçam as nossas asas, flameje o Amor 
Ouve no silêncio o canto das aves e de Simurgh
Ò Attar, ò Dara Shikoh, ò José, ò Pedro, ò Alma leitora,
Entremos pelo coração e cheguemos à Divina Adoração
                               e Comunhão.
             ***** 
Transcrito em uníssono com a partida do José da Terra. Muita luz e amor na sua alma rumo a Deus. VI-IV-2019.

terça-feira, 31 de julho de 2018

A descoberta e contemplação das nuvens é benéfica ao corpo, alma e espírito, e ao Cosmos.

Registo fotográfico do avistamento de nuvem extra-normal na veiga ou horta do senhor Joaquim e da senhora Micaela, em Bagueixe, aldeia onde chegara há cerca de uma hora, ao entardecer de 16-VII-2018, para pernoitar e dialogar com Joaquim Veiga e Laurence, após uma semana de peregrinação no Gerês transmontano. A entrada, mergulho ou elevação na ligação entre a Terra e o Céu na horta demorou cerca de uma hora, donde o número elevado de fotografias, já cortado até...
  
A descoberta e contemplação das nuvens é benéfica ao corpo, alma e espírito, e ao Cosmos
        As árvores suportam, amam e chamam as nuvens, as chuvas
 
 
                 A agricultura natural, familiar ou comunitária, congraça a Terra e o Céu...
Os espíritos da Natureza, os Devas, os Kami, amam os campos e os que os trabalham com amor...
 
     As flores (e suas fadas) reflectem o céus e as nuvens, o Sol e as estrelas e planetas. E sentem as nossas vibrações para com elas...
               O momento mágico da união das nuvens dévicas, 
                          ou animadas pelos devas-espíritos...
                    Da criação de nuvens dévicas, habitadas...
                     Da gestação subtil das nuvens e dos seres...
Ó Anjo, Ó Deva, Ó Espírito, Ó Divindade....
                          Da explosão, criadora da pomba da Paz...
 
              Somos sombras do céu, do espírito, do Sol divino, 
               almas mais ou menos luminosas e abertas a Ele...
        Nuvens fulgurantes, que fortificam o nosso corpo espiritual...
 
 
 
 
 
 Não nos deixemos encerrar tanto no corpo físico e no cérebro e sejamos seres espirituais, em espirais livres, criativas, fraternas...
       Os seres amantes da terra, fraternos, não-violentos e abertos ao céu, atraem as melhores nuvens e os melhores karmas...
 
         O perfeito encontro, beijo ou diálogo das almas-gémeas, 
                 ou das Sílfides, Devas, Kami, Anjos...
 
                           Adeus, parece dizer o Anjo no fim...
              Mantém-te em Amor, em diálogo de escuta angélica e luminosa comunicação humana...