domingo, 6 de março de 2016

Tomar, a exposição das pinturas da edição ilustrada da "Mensagem", de Fernando Pessoa.

      Inaugurou este dia 5 de Março de 2016 em Tomar, no excelente espaço cultural da Casa dos Cubos, a exposição das pinturas de 24 artistas (nome no fim) que ilustraram a recente publicação da obra magna de Fernando Pessoa, a Mensagem, editada pela Prelo Arte, de José Ribeirinho, que também participou como pintor.
Na ocasião, já que escrevera um dos dois prefácios à edição da Mensagem, e por estar a trabalhar há alguns anos na espiritualidade de Fernando Pessoa, fiz uma pequeno improviso sobre a relação de Fernando Pessoa com a Ordem Templária de Portugal, com a Ordem de Cristo e  com a cidade de Tomar, anunciando pela 1º vez publicamente a vinda de Fernando Pessoa a Tomar e, mais concretamente ao convento de Cristo, lendo o pequeno apontamento mas muito significativo que ele redigiu, assinalando: "na crypta de Thomar".
Empolgado pela relação forte de Fernando Pessoa com a Ordem Templária de Portugal, da qual se diz iniciado, e do seu interesse mesmo em a fazer ressurgir,  acabei por não falar das obras e do simbolismo excelente que em muitas delas se encontra, e que fazem aumentar o impacto mágico da Mensagem, ao aliarem, como nos tempos da revista Orpheu, a pintura e a escrita, algo que Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, os irmãos Santa Rita, Amadeu Sousa Cardozo e Almada Negreiros tanto desejaram.
A senhora Presidente da Câmara Municipal que encerrou a sessão realçou então e muito bem o valor das obras que estão em exposição e que se encontram perenizadas na bela edição da Mensagem da Prelo Arte.
Seguem-se algumas imagens das obras e das pessoas na parte final da inauguração, e estiveram presentes cerca de 60 pessoas, entre as quais muitos  membros da vereação tomarense, certamente digna sucessora dos Templários e da Ordem de Cristo e dos seus ideais de cultura e justiça, fraternidade e ecumenismo.
E tal como Fernando Pessoa terminou a Mensagem,  «Valete Fraters e, acrescentemos, Sorores»...
O cartaz da Exposição, a não perder, no exterior do magnífica Casa dos Cubos...
Tirámos algumas fotografias sem consciência desta notícia, pelo que as desculpas aos artistas não representados...
À esquerda da Maria Ana Krupenski, que esteve presente, Nuno Álvares Pereira, com a Excalibur.: «S. Portugal em ser/ Ergue a luz da tua espada/Para a estrada se ver.»
De Manuel Neto, que esteve presente, o quadro intitulado "Calceteiro de poemas", para o "D. Duarte."
Ricardo Dias ilustra o último poema da Mensagem, "Nevoeiro",  certamente um dos mais arcânicos e desafiantes, tanto no sentido como nesta pintura: «Ninguém sabe que coisa quer/ Ninguém conhece que alma tem/ Nem o que é o mal nem o que é o bem...»
De Rui Aço, uma divertida banda desenhada para o poema "Tormenta", o temível momento iniciático da vontade real e de Portugal sobrepondo-se aos medos e monstros do umbral do novo mundo..
A presidente da Câmara Municipal de Tomar, o editor e pintor José Ribeirinho e a Sónia Queimada Lima que ilustrou os poemas de Ulisses (na fotografia) e Viriato, explicando-o mas que não se vê na fotografia e que é um escudo-mandala e com desdobramento vocálico do nome-numem Viriato.
"A Última Nau" do José Ribeirinho, aliás José Maria Roumier, com D. Sebastião, o galgo do Veltro do Império de Dante, e a máquina de escrever e os dedos de Fernando Pessoa.


Os quadros de Maia Horta para os poemas Noite e Tormenta.
Ana Roque Leal, uma notável tomarense investigadora pessoana e das cantigas medievais (das quais é uma excelente cantora), esteve também presente...
A Patrícia, responsável e dinamizadora do espaço dos Cubos e da exposição, os artistas expostos Mónica Morais e Manuel Bernardes, e de costas o livreiro alfarrabista tomarense Pedro Castro.
José Ribeirinho dialoga com a sua irmã, Luísa.
Um pequeno desenho, certeiro, que José Ribeirinho fez emanar (entre outros...) para as folhas brancas do livro da Exposição em Tomar da Mensagem em pinturas e desenhos
 De Maria de Lurdes Oliveira, as Ilhas Afortunadas
Do Manuel Bernardes, para o infante D. Fernando.
Da Maria João Nunes, "Antemanhã", esperançosa...
Fotografia da Sónia Queimado Lima entre as suas duas obras, Ulisses e Viriato.
Fotografia da Sónia: A intervenção  sobre Fernando Pessoa, os Templários, Tomar e o Culto do Espírito santo e na qual li o texto escrito por Fernando Pessoa em Tomar...
Fotografia da Sónia Queimado Lima, os intervenientes no livro e exposição tendo ao centro a Presidente da Câmara Municipal de Tomar e sob os auspícios de F. Pessoa e dos Templários...

Artistas que participaram: Alice Pinto Coelho, Altina Martins, Ana Pereira, Carlos Castelo Branco, Catarina Domingues, Diogo Siqueira, Inês Carrelhas, Isabel Contreras Botelho, José Maria Roumier, Luís de Guimarães, Maia Horta, Manuel Bernardes, Manuel Neto, Maria Ana Krupeski, Maria de Lurdes de Oliveira, Maria João Nunes, Maria Leonor Bernardino, Maria Salgado, Mitó, Mónica de Morais, Pedro Sousa Araújo, Queimado-Lima, Ricardo Dias e Rui Aço.

Usufrua das bençãos da rainha Santa, no Museu Nacional de Arte Antiga.

Encontram-se no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa em exposição até Junho, e no 1º Domingo de cada mês poderá contemplar gratuitamente, alguns ícones provenientes de museus nacionais e europeus, que claramente transmitem uma benção ou darsham. São de duas belas exposições, a consagrada à rainha Santa de Isabel, e a dos Presépios e seus Anjos.
Eis algumas imagens, da 1ª exposição, a invocadora ou evocadora da rainha das rosas e do Espírito Santo, peregrina de Santiago e do Bem Comum, padroeira de Coimbra, onde ainda hoje o seu túmulo e mosteiros irradiam bênçãos espirituais aos que invocam esta Mestra da Tradição Espiritual Portuguesa, que tão bem soube unir a acção e a contemplação. 
De destacar a pintura da oficina de Quentim Metsys, realizada entre 1510 e 1520, proveniente do Staatliche Museum, de Berlim, com a qual abrimos este texto:
Irradiação do espírito bem poderosa... 
Nossa Senhora do Pilar, Lírio ou do Espírito santo, ou ainda do coração gruta ou tesouro divino, pessoalmente cultuada e praticada por Isabel de Aragão e de Portugal, dos caminhos de Santiago e dos franciscanos e sábio espirituais... 

Esta imagem relicário do início do séc. XIV, muito provavelmente trabalho português, em prata, e que estava no mosteiro de S. Clara-a-Nova, encontra-se no museu Machado de Castro. 
Os diálogos entre almas no Caminho, faces do mesmo Divino... 
Colar, com safiras, esmeraldas, topázio, em ouro, que terá sido usado pela Rainha Santa. Museu Machado de Castro, em Coimbra. 
Tanta luz o Espírito pode irradiar que até a fotografia afectar... 
Paz, Pureza, Fragilidade, Sintonização com a Infinita Divindade, perenemente abençoando... 
Corpo e alma, em nós e nos objectos. Mais alto, o espírito... 
Amor, doçura, os olhos na visão da Unidade Divina... 
A coroa, qual castelo ou torre de ligação ou sintonização com os mundos espirituais, os mestres, os anjos e a Divindade, 
O quadro (desfocado) pintado por Zurbaran (c. 1635) e que veio do museu do Prado, com uma rainha decidida e política, e no qual o milagre das Rosas é um episódio e não o bodo das festas permanentes do Espírito santo tal como via e queria o Agostinho da Silva. 
Relíquias que intensificavam a fé e o poder de concentração e invocação espiritual, e que todos nós devemos ter ou criar em nossas casas e seus altares e ícones ao Divino. Dedicado à Trindade, aragonês, início do séc. XIV. 
Planos sucessivos de uma Unidade, aqui sacralizante, que é mais facilmente compreendida se nos virmos mais como ondas de energia num contínuo de consciência 
Tal como anos mais tarde Jorge Ferreira de Vasconcelos no prólogo da Comédia Auleografia pôs o Momo a desejar completar a obra da criação com uma abertura no peito para que o interior das almas e corações se possa ver, assim o escultor do séc. XIII criou o Menino com a mão sobre o coração do lado esquerdo da Nossa Dona ou Senhora onde uma porta se abre. Ensinamento: cultiva a tentativa e a oração de entrares no coração espiritual e Divino... 
Imagens do video sobre a Rainha Santa: poderosamente do seu seio derramando boas energias... 
Do extâse da generosidade florida, ou partilha do que se tem e se é. 
Seja mais o espírito divino no seu dia a dia e irradie-o bem pela face e o coração, pelo menos e para o mais, Om-Ámen...

sábado, 5 de março de 2016

Tomar Templária e pessoana: S. Maria do Olival.1ª parte, de uma peregrinação.

Registos de uma ida à Tomar Templária e Pessoana, para fazer uma introdução à ligação entre Fernando Pessoa, Templários e Tomar, na abertura da exposição das 24 obras de artistas contemporâneos que ilustraram a Mensagem, editada pelo José Ribeirinho, da Prelo Arte.
Imagens das nuvens no caminho e da visita à igreja de S. Maria do Olival, erguida em 1160, mas já sobre construções romanas e beneditinas, por orientação do mestre Gualdim Pais, tendo sido goticizada já no séc. XIII. Nela foram e estão depositadas algumas ossadas dos Mestres Templários e da Ordem de Cristo, além de belas esculturas e energias da Ordem Templária, da Ordem de Cristo e posteriores.
Com a extinção dos Templários em 1309 a igreja passou a ser sede do poder espiritual e jurisdicional da Ordem de Cristo, fundada em 1314, sendo mesmo, a partir 1465, por bula papal, Sé Catedral para todo o espaço da expansão cristã Portuguesa dos Descobrimentos. É pois um espaço de raiz antiga e templária e que teve forte irradiação espiritual planetária..
S. Maria do Olival, panteão dos mestres Templários e da ordem de Cristo 
Pedra funerária no exterior da Igreja de Santa Maria do Olival. 
A nave central, culminando na cabeceira, em cujo altar no momento se propiciava a adoração da Hóstia ou a brancura imaculada do Espírito, em Jesus e em nós.... 
Um dos famosos Tabuleiros, que saem em procissão na época do Espírito Santo, na Festa dos Tabuleiros e que marca uma acção de graças de ligação entre a terra e Céus, a Ceres cerealífera e o Espírito Divino consolador e fecundador.
Colunas floridas e frutíferas, externas e internas... Ámen... 
Lápide comemorativa da vida heróica de Gualdim Pais, aquando da sua morte em Outubro de 1195: Requiescat in Pace, que esteja na na paz divina irradiante, inspiradora... 
Lápide do esforçado mestre Gil Martins, 1º da ordem de Cristo, liberto do corpo a 13 de Novembro  de 1359.
Saudações aos Mestres templários portugueses... 
Princípio Feminino eternamente concebendo e sempre Virgem... 
Veni Sancte Spiritus. Aqui e agora.... 

A cabeceira na nave central com o Santíssimo a irradiar, qual mandala do Espírito. 
A mesa branca posta para o convívio ou banquete da presença imaculada divina, com o aspecto Feminino da Divindade gerando o Amor-Sabedoria incarnado, Emmanuel... 
A Estrela do Oriente, ou a que guiou os Magos reais da Pérsia, ou a que guia hoje os peregrinos... 
Subida e descida da consciência do Espírito. 
Lápide do mestre Gil Martins, no chão da capela-mor... 
Cultos pagãos e cristãos em louvor do Divino Espírito e invocando e dando graças pela bênçãos na Natureza e nas colheitas 
Maria Madalena, a discípula querida, ou a que ama mais ardentemente o Mestre, o Amor, a Divindade e a Unidade potenciada... 
Santa Iria, uma santa do séc. VII, não canonizada pela Igreja mas com grande culto na região, nomeadamente mozárabe, pela sua vida de amor e que foi perenizada com várias lendas ou legendas entre as quais ressalta a da sua emergência das areias douradas do aurífero rio Tejo, certamente por legendária obra e graça do Espírito que a santificou e certamente com as Tágides a participarem.... 
Anjos derramando graças, flores, perfumes, alegrias em quem os merece ou ama harmoniosamente 
Cruz e ideias e sentimentos, inscritos na coluna lateral da porta.. 

A fachada ocidental 
Acima dos Ventos, a orientação rubra da Divindade na Humanidade 
Vista do castelo e charola Templária... 
Uma árvore aberta ou templária, provavelmente da época deles... 
A Igreja de S. Maria do Olival... 
Nuvens escuras de aguaceiros e os cumulus ao longe, com o cipreste da imortalidade, da perenidade...