terça-feira, 27 de abril de 2021

Poemas da Luz anímica e do Amor perene. Do VIII ao XI dum ciclo de XXII, escritos há uns anos. Com 4 pinturas de Bô Yin Râ.

                                                              

VIII
Momentos quentes, sublimes,
Quando as almas se fundem
E já não são só elas
Mas todo o Universo e Deus.

No cais da minha alma
Aportou a tua nau.
Grande reboliço
E alvíssaras se ergueram.

A espuma na areia e no ar
Revela a intensidade do embate
Entre o Oceano e a Terra,
Entre mim e ti, meu Amor.

Corpos molhados,
Almas imensas,
A lucidez do Espírito,
O abraço da Unidade.
 

IX
O paroxismo do Sol
Tinge o horizonte de sangue,
Assim as nossas almas
Vertem amor desde a aurora.

Quando erguemos o cálice,
Quando celebramos o Amor,
Quando nos entregamos
Totalmente um ao outro,

O que se irradiará então pelo Universo,
Que vibrações maravilharão os Anjos,
Que cânticos, orações, mantras e ais
Se juntarão à música das esferas?


X
O mistério da conjunção,
O segredo da criação,
Fremem de portas abertas
E luzes resplandecentes.

As palavras calam-se,
O vento serena,
Nada bule a não ser
A chama imensa do Amor.

As serpentes animam-se,
Erguem suas asas,
Há dragões no céu,
Arco-íris na Terra.

Pelos vales e montes
Ecoam o grito e a maresia
Do Amor infinito
Que nos une para sempre.


XI
Dentro de mim há uma ilha
Onde tu serás a princesa
Deste Robinson Crusoe
Há muito ali naufragado.

Vieste sorridente e calma
Trazendo a barca da salvação.
Não podia hesitar muito,
Saltei da ilha para teu coração.

Agora não estou enraizado,
Antes livre como o vento,
Sou uma centelha espiritual
Unido a tudo e a ti.

Ilhas reunidas entre si,
Paraísos e utopias na Terra,
Assim reverdeceremos
E  grande paz irradiaremos.

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