sábado, 24 de abril de 2021

Das relações dos seres humanos em si, com os outros e no Cosmos multidimensional.

                                            

Cada ser é único, irrepetível, em si e na sua inserção interactiva no Cosmos multidimensional.

 Cada parte de si mesmo influencia e é influenciada por todas as outras partes de si e de muitas dos outros, ainda que tão subtilmente ou minimamente que pouquíssimos seres estão conscientes das múltiplas interacções constantes não só ao nível físico mas também energético e psíquico, espiritual: quantos raios e correntes circulam..

Há partes e órgãos no ser humano mais importantes na constituição do ser interactivo, de tal modo que as pessoas se identificam a elas, pois  qualificam ou caracterizam bastante uma pessoa. A cabeça-pensar e o coração-sentir são dois dos centros energéticos mais sensíveis e determinantes na psicologia das pessoas: a sua capacidade e necessidade de pensar e compreender e a sua capacidade e necessidade de sentir e de amar. 

Quem consegue regular harmoniozamente estes dois níveis, nas suas interactividades, tem mais possibilidades de agir bem, de estar bem, de ser bom e verdadeiro, e logo gerar beleza.

As qualidades psíquicas que o coração e  a cabeça desenvolvem estão  bastante ligadas aos cinco sentidos pois estes são as portas principais para o  exterior e assim certos  órgãos e centros como  o nariz, a boca, o sexo, o ventre, a cabeça, as orelhas, as mãos e os pés estão constantemente interagindo com o compreender e o amar e são alteradas pelo que fazemos com eles, originando efeitos modeladores ou psico-mórficos, pois tanto a psique (ou alma coração-cabeça) influencia a morfologia ou forma corporal, como vice-versa. Pouca gente se consciencializa muito de tal e toma mais a peito o esculpir-se a si próprio, ou mesmo o saber ler a fisionomia dos seres e o que certos traços mais salientes revelam dos seus hábitos e gostos, características e capacidades.

Na realidade, a forma, o modo e a intensidade com que vivemos cada um dos cinco  sentidos repercute-se física e energeticamente nos órgãos que lhe estão ligados; e por sua vez o corpo no seu todo vai reflectir os estados e actividades desses  órgãos. De igual modo física, energética e subtilmente os sentimentos e as emoções modelam os corpo subtis e físicos: quem tem bons sentimentos e cultiva a boas emoções, esse ser gera corpos e estados energétcos mais harmoniosos, físicos e subtis, estes vulgarmente incluídos no termo vago de alma.

Mas também importante ainda são os instintos mais activos ou desenvolvidos pois devemos saber vivê-los harmoniosamente, isto é integradamente, generosamente, amorosamente, sabiamente, tanto mais que eles influenciam muito os órgãos e o tónus da nossa vida. Como os orientamos, como se manifestam sub-conscientemente e nos sonhos, que ilações e actuações devemos encetar, são questões que nos desafiam constantemente e por vezes de modos que nos escapam. Daí que a observação ou registo dos sonhos ou das meditações e intuições é bem importante de se realizar para nos apercebermos de quem somos e estamos constituídos, onde estamos, o que desejamos, o que valemos e para onde nos encaminhamos.

Na realidade, cada ser está numa estrada que é a sua vida, e em inter-relação multidimensional, embora  poucas pessoas discirnam e se vejam a  percorrer um caminho, isto devido tanto à intensidade ou premência do presente e da visão curto prazo que as domina, como pela diversidade de circunstâncias que a compõem e finalmente pela falta de visão de cima sobre nós próprios pela qual se vê que dia, semana, mês após mês, essa pessoa avançou ou recuou, peregrinou, caminhou, seja em relação a certas metas ou objectivos, seja  nos relacionamentos humanos, na qualidade e profundidade das suas relações com outros seres, seja pessoas de família, seja amiga(o)s, seja já seres em estados subtis de existência, tais como antepassados, guias, mestres, anjos e, finalmente, o Ser Divino nas suas faces...

Na realidade diária a pessoa enfraquece ou fortalece esta ou aquela relação ou amizade, caminha nesta e naquela direcção, seja de cumprir uma tarefa, seja de satisfazer certos desejos e metas, algumas delas mais interiores, tais como as que são as suas crenças, devoções e aspirações. Mas também há  avanços, amadurecimentos, recuos no ainda mais interior e subtil nível, que são os seus sonhos, ou mesmo as suas intuições e visões... 

Mas quem consegue estar atento e bem consciente do percurso já realizado, das forças desenvolvidas, dos campos a que já se poderia ter acesso, e trabalha neles, para não se dispersar nem deixar enfraquecer qualidades ou capacidades, e para no fundo fortificar a sua realização individual e espiritual, esta já em função do Todo?

 Não é fácil de facto as pessoas aprofundarem as suas linhas mais próprias de energias anímicas e de realização, tanto mais que à sua volta existem muitas forças ou seres, seja  em conflitos ou com atracções ou propostas para a envolverem, ou mesmo apenas para distraírem e desviarem, por vezes sem sequer as pessoas aperceberem-se que estão a ser joguetes de forças colectivas supra-pessoais que vivem, proliferam ou enriquecem à custa de não haver pessoas mais lúcidas e determinadas sociologicamente e   espiritualmente. Ora a sociedade de consumo em que vivemos caracteriza-se por essa oferta constante de distracções, de novos estímulos à curiosidade, de manipulações e brainwashs, por vezes em certos momentos tornando-se mesmo dramática a tentativa de influenciar e manipular nas pessoas, como os governos e meios de comunicação, em geral já hoje completamente vendidos ou arregimentados, tanto abusam.

Uma pessoa não se dispersar dos seus propósitos torna-se então muito difícil. Há quem se agarre aos pequenos propósitos, a pequenas tarefas diárias ou pontuais, outros às suas cartilhas políticas, filosóficas ou religiosas, mesmo estas todas elas em queda à excepção de certos baixos astrais de grupos pseudo-evangélicos, mas discernir o que é verdadeiramente mais importante e perene pode escapar a muitos, mesmo que pensem que estão a fazer o bem e acreditam numa ideia de Deus que receberam exteriormente. 

Ora nestes níveis não podemos entregar-nos a qualquer fera feita pastor, nem tornar-nos cegos conduzidos por cegos ou meio cegos e temos mesmo que por nós próprios, lendo, dialogando e meditando, obtermos as nossas vivências e gnoses. 

Para isso todos os dias devemos recuperar tanto o nosso coração e sentir puro, transparente e original, unitivo, connosco e com os outros e a Natureza, como também a mente pura, calma, silenciosa, observadora, isto mais se obtendo ou recuperando ao observar a respiração, ao concentrar-se interiormente e ao meditar. 

Para quem não consegue fazer mais facilmente o silêncio, recomenda-se apenas rezar ou usar alguns mantras para prender o macaquinho da mente numa corda, e gerar com essa qualidade uma intensificação qualitativa vibratória valiosa, que depois no fim é já portadora de ressurreição do coração e do Amor. E mesmo mais simples ainda para os ocidentais pode ser o dedilhar da oração Pai Nosso, ou mesmo só a petição Seja feita a vossa Vontade, assim na terra como no céu. Ou até só a palavra de entrega e adesão: Amen, correspondente ao Aum indiano e ao Amin islâmico.

Se não fizermos tais práticas  arriscamos a que forças que nos rodeiam ou que com que nos interrelacionamos frequentemente perturbem a paz de alma e criem sombras, inquietações e dúvidas, fazendo assim esfumar-se a serenidade e logo a capacidade de se sintonizar e abrir as janelas ao espírito, aos mestres e a Deus. Com isto não nos realizamos tanto na Terra  e chegaremos à hora da morte desprovidos de forças espirituais assimiladas para entrarmos conscientes no além


O invocar-se o mestre, o anjo, uma face divina é fundamental. Certos tipos de esoterismos, new age e espiritualidades que negam a individualidade, os mestres, a Divindade são perigosos. Temos de sintonizar, sentir ou ver tais realidades dentro de nós, algo certamente difícil e para o qual a devoção amorosa e o apelo ou invocação perseverante são fundamentais: Om sri Gurabe namah, Saudações ao mestre, cantam os indianos... Ou Deus nasce mais em nós, diremos nós...

Para conseguirmos estes momentos de alinhamento e interiorização temos de resistir  às tentações e curiosidades dispersantes, as seduções e desejos que nos fazem sair constantemente nós e que nos  afastam de sentir as ligações verticais interiores..

Na realidade, as pessoas não tem muita consciência dos efeitos de uns sobre os outros causados pelos encontros e as conversas, mesmo que seja pelas redes sociais ou os whatsaps, em certos casos as pessoas vivendo mesmo bombardeadas e apanhadas nessa roda viva de mensagens e notícias, frequentemente inúteis, superficiais ou mesmo nocivas.

Assim podemos conversar com uma pessoa uma hora ou duas e mesmo sobre temáticas espirituais e subitamente ficarmos com uma dor de cabeça grande durante horas porque captámos as energias psíquicas da outra pessoa e as oscilações vibratórias que ela tem. Cada pessoa tem a sua oscilação própria e há algumas que são muito dessincronizadas connosco e devemos estar atentos à nossa capacidade de adaptação.  Há então que meditar, silenciar, invocar as bênçãos do alto logo que por fim se está só, ou em casa, por vezes sendo mesmo necessário regar-nos mesmo com uma chuveirada higiénica e purificadora, e colorida subtilmente, gratamente.

Intuirmos quais as pessoas com quem deveríamos trabalhar mais e agir nesse sentido é sempre uma arte óptima embora difícil, sejam elas pessoas amigas sejam já dos níveis subtis e espirituais do Universo.

Medite e ore então com mais frequência, mesmo que seja por pouco tempo, e harmonize-se e receba as intuições e a visão de cima para um seu peregrinar melhor aqui na Terra e que ajuda o amor, a sabedoria, a justiça e o bem na Humanidade, em Gaia e no Cosmos.


As três pinturas são do livro Welten, ou em português Mundos, de Bô Yin Râ.

Sem comentários: