O arcano V tanto nos aproxima do Papa da Igreja Católica Romana, como dos Patriarcas da Ortodoxa, dos Hierofantes das antigas religiões e dos líderes religiosos e gurus das várias tradições, como também ainda de tal capacidade e função sacerdotal, sacer ou sacralizadora, a de nos tornarmos sacros, harmoniosos, luminosos, capazes de ver e conhecer, despertarmos espiritualmente, e logo eventualmente de ensinarmos, inspirarmos, ajudarmos e abençoarmos os outros em tal ligação e auto-realização...
Significativamente o Papa é apenas o arcano V, enquanto que a Papisa é logo o arcano II, com uma antecedência numérica significativa da sua primordialidade, provavelmente como representante da Grande Deusa, ou Deusa Mãe e de todos os cultos pré-cristãos em que a mulher oficiava, seja pela sua sensibilidade e amor seja pela sua beleza e intuição.
Nestas duas versões primordiais ou mais antigas do Tarot, provenientes das cortes de Itália na Renascença, a de Visconti-Sforza e a D'Este, o Papa surge sozinho com a mão direita abençoando, no gesto clássico ou mudra de dois dedos esticados e os outros em corrente. Quanto à mão esquerda, num caso, ela empunha, com luva de pureza, o ceptro encimado pela cruz e no outro segura uma chave, a que abre a porta do conhecimento e do coração ou o acesso merecido aos mundos espirituais e divino. O S. Pedro porteiro do céu, e que se prestou a tantos diáologos divertidos com as almas que chegavam a ele, é claramente uma materialização das funções sacerdotais e pontificiais que cabem a todos, embora certamente nos planos mais elevados sejam os Mestres e espíritos celestiais que transmitem as bênçãos iluminantes.
A forma e tipo das vestes e mantos, e as suas cores, simbolizam também as qualidades ou virtudes da alma que consegue ou quer ser hierofante ou pontífice, isto é, ser ponte de ligação com o mundo espiritual e divino, objectivo e realização que está também simbolizado na mitra ou coroa papal em forma quase triangular, com os três níveis, correspondentes aos três mundos (físico, psíquico e espiritual), delimitados por formas sagradas e jóias. ou seja, com brilho precioso e virtuoso.
O Tarot clássico de Marselha, já dos finais do séc. XV, começo do séc. XVI, oferece-nos de novo o Papa com a sua mão à altura do coração apontando para o alto e para os três mundos ou planos em que vivemos, físico, subtil e espiritual, simbolizados ainda nas três travessas da cruz. Quer-nos dizer, entre outros sentidos, para observarmos para onde estão a ser dirigidas as energias do desejo, do coração e da intenção, em que níveis as estamos mais a aplicar com a nossa essência manifestada nesta vida no tempo humano, e consciencializar-nos do que afecta e impede isso, ou que faculta e impulsiona...
O simbolismo arquétipo desta carta apela assim a discernirmos melhor como estão as nossas energias, aspirações e realizações, e à nossa volta (já que influenciam a nossa alma), e se estamos a ser fiéis à nossa missão própria mais elevada (o swadharma, na linguagem indiana), a qual deve ser diariamente relembrada e meditada para melhoria da nossa vivência ética, do despertar auto-consciencial e da religação harmonizadora e mais plenificante espiritual e divina.
É importante preservarmos o nosso discernimento tanto bem fundamentado e livre, não nos deixando manipular pela "lixagem" cerebral dos meios de informação e não nos envolvendo demasiado emocionalmente em discussões e lutas de opostos, e tentando com perseverança reforçar conscientemente a ligação subtil harmoniosa entre a Terra e o Céu, o que se opera ou talha particularmente nos momentos de esforço e amor, oração, meditação e culto.
Assim trilhamos um caminho de vida em que a respiração inspiradora e a ascensão (vertical e em espiral, onírica e intuitiva) acontece com regularidade pois, tal como Jesus disse "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida", assim cada de nós será mais pontífice pela assunção do holismo do seu espírito-consciência, na tradição indiana Shiva, com a sua energia e frequência interna, a Shakti kundalini, dentro do Campo unificado de energia informação ou Anima Mundi...
Nestas duas versões primordiais ou mais antigas do Tarot, provenientes das cortes de Itália na Renascença, a de Visconti-Sforza e a D'Este, o Papa surge sozinho com a mão direita abençoando, no gesto clássico ou mudra de dois dedos esticados e os outros em corrente. Quanto à mão esquerda, num caso, ela empunha, com luva de pureza, o ceptro encimado pela cruz e no outro segura uma chave, a que abre a porta do conhecimento e do coração ou o acesso merecido aos mundos espirituais e divino. O S. Pedro porteiro do céu, e que se prestou a tantos diáologos divertidos com as almas que chegavam a ele, é claramente uma materialização das funções sacerdotais e pontificiais que cabem a todos, embora certamente nos planos mais elevados sejam os Mestres e espíritos celestiais que transmitem as bênçãos iluminantes.
A forma e tipo das vestes e mantos, e as suas cores, simbolizam também as qualidades ou virtudes da alma que consegue ou quer ser hierofante ou pontífice, isto é, ser ponte de ligação com o mundo espiritual e divino, objectivo e realização que está também simbolizado na mitra ou coroa papal em forma quase triangular, com os três níveis, correspondentes aos três mundos (físico, psíquico e espiritual), delimitados por formas sagradas e jóias. ou seja, com brilho precioso e virtuoso.
O Tarot clássico de Marselha, já dos finais do séc. XV, começo do séc. XVI, oferece-nos de novo o Papa com a sua mão à altura do coração apontando para o alto e para os três mundos ou planos em que vivemos, físico, subtil e espiritual, simbolizados ainda nas três travessas da cruz. Quer-nos dizer, entre outros sentidos, para observarmos para onde estão a ser dirigidas as energias do desejo, do coração e da intenção, em que níveis as estamos mais a aplicar com a nossa essência manifestada nesta vida no tempo humano, e consciencializar-nos do que afecta e impede isso, ou que faculta e impulsiona...
O simbolismo arquétipo desta carta apela assim a discernirmos melhor como estão as nossas energias, aspirações e realizações, e à nossa volta (já que influenciam a nossa alma), e se estamos a ser fiéis à nossa missão própria mais elevada (o swadharma, na linguagem indiana), a qual deve ser diariamente relembrada e meditada para melhoria da nossa vivência ética, do despertar auto-consciencial e da religação harmonizadora e mais plenificante espiritual e divina.
É importante preservarmos o nosso discernimento tanto bem fundamentado e livre, não nos deixando manipular pela "lixagem" cerebral dos meios de informação e não nos envolvendo demasiado emocionalmente em discussões e lutas de opostos, e tentando com perseverança reforçar conscientemente a ligação subtil harmoniosa entre a Terra e o Céu, o que se opera ou talha particularmente nos momentos de esforço e amor, oração, meditação e culto.
Assim trilhamos um caminho de vida em que a respiração inspiradora e a ascensão (vertical e em espiral, onírica e intuitiva) acontece com regularidade pois, tal como Jesus disse "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida", assim cada de nós será mais pontífice pela assunção do holismo do seu espírito-consciência, na tradição indiana Shiva, com a sua energia e frequência interna, a Shakti kundalini, dentro do Campo unificado de energia informação ou Anima Mundi...
As duas colunas por detrás do Papa tanto podem representar essa passagem da Terra para o Céu, seja na morte seja na ascensão interior, seja a polaridade dentro de nós, denominada ida e pingala na tradição indiana e que estabilizada, equilibrada permite a paz e a visão espiritual, e portanto é uma chave para os mistérios mais profundos da vida. São pois as duas colunas do templo, para o qual cada ser deve contribuir com a sua vida e práticas espirituais, e que veio a ser bastante desenvolvido nos rituais maçónicos, simbolizando a dualidade severidade e misericórdia, masculino e feminino,
Somos pois todos Pontífices, Hierofantes ou Sacerdotisas, pelo alinhamento e dinamismo justo, sábio e amoroso que anima o nosso ser, levando-o a determinar-se mais espontânea ou sinceramente em sintonia com os seus fins, deveres ou Dharma, tal como Antero de Quental tanto desejava e defendeu no seu seminal "Testamento Filosófico", como chamou Sant'Anna Dionísio às Tendências Gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX. Neste sentido entre nós Antero foi um exemplar peregrino do dever, um hierofante poético, ético, filosófico e espiritual, reconhecido e venerado por muitos, e que escreveu mesmo uma valiosa e algo irónica carta sobre a mais recente doutrina papal da Igreja, em 1865, a Defesa da Carta Encíclica de Sua Santidade Pio IX, tombando por fim no seu ungimento sacrificial do suicídio...
O Sumo Pontífice ou o Patriarca, a Papisa ou a Sacerdotisa, significa tanto hierarquicamente o mais elevado construtor e condutor duma religião como também quem constrói a ponte superior, a que liga ao Espírito, ao Anjo da Guarda, ao Mestre, ao mundos superiores, ao Infinito, à Divindade, sem dúvida a ponte consciencial que vamos talhando ou abrindo pelas nossas elevações e abnegações, amores e dores, respirações e consciencializações e na qual nos veremos mais ou melhor quando sairmos do Eu-Ego encarnado no corpo físico (e ao qual em geral estamos demasiados identificados), para o Eu no corpo subtil e espiritual.
Este pontificado caracteriza-se ainda por consciencializar-nos da descida de energias e informações, provindas do Logos ou Sol Espiritual Divino, dos mestres e anjos, e da subida adequada da vital e dinâmica energia, que vem tanto da Terra como da nossa ancestralidade, e mesmo de órgãos como os pulmões, os rins e o chakra do fim da coluna, de modo a fortificar-nos e a interagirmos adequada e clarificadoramente com os seres, construindo, cultivando e respirando as pontes entre nós e eles, em sabedoria e amor, como Fiéis do Amor...
A imagem mais clássica deste arcano do Tarot mostra-nos diante do Papa duas ou três pessoas, em geral de costas para nós, e que podem ser interpretadas de diversos modos, desde o nível histórico, o de aludir à aclamação do Papa, ou aos seus hierarquicamente mais próximos, como ao nível psíquico em que simbolizam-se as nossas diferentes dualidades que se submetem ou unificam com a vida sacralizante, hierofânica, sacerdotal, pontificial, a qual devemos, mais do que seguir no exterior, assumir criativamente na interioridade anímica e na sua coerência posterior. E, neste sentido, esta carta-arcano, aparentemente paradoxal, serve para nos alertar a não nos deixarmos prender nem materializar ou alienar pelas instituições e posições hierárquicas rígidas, pelas igrejas e seitas, pelos seguidismos e partidarismos, consumismos e futilidades, manipulações e opressões.
Somos pois todos Pontífices, Hierofantes ou Sacerdotisas, pelo alinhamento e dinamismo justo, sábio e amoroso que anima o nosso ser, levando-o a determinar-se mais espontânea ou sinceramente em sintonia com os seus fins, deveres ou Dharma, tal como Antero de Quental tanto desejava e defendeu no seu seminal "Testamento Filosófico", como chamou Sant'Anna Dionísio às Tendências Gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX. Neste sentido entre nós Antero foi um exemplar peregrino do dever, um hierofante poético, ético, filosófico e espiritual, reconhecido e venerado por muitos, e que escreveu mesmo uma valiosa e algo irónica carta sobre a mais recente doutrina papal da Igreja, em 1865, a Defesa da Carta Encíclica de Sua Santidade Pio IX, tombando por fim no seu ungimento sacrificial do suicídio...
O Sumo Pontífice ou o Patriarca, a Papisa ou a Sacerdotisa, significa tanto hierarquicamente o mais elevado construtor e condutor duma religião como também quem constrói a ponte superior, a que liga ao Espírito, ao Anjo da Guarda, ao Mestre, ao mundos superiores, ao Infinito, à Divindade, sem dúvida a ponte consciencial que vamos talhando ou abrindo pelas nossas elevações e abnegações, amores e dores, respirações e consciencializações e na qual nos veremos mais ou melhor quando sairmos do Eu-Ego encarnado no corpo físico (e ao qual em geral estamos demasiados identificados), para o Eu no corpo subtil e espiritual.
Este pontificado caracteriza-se ainda por consciencializar-nos da descida de energias e informações, provindas do Logos ou Sol Espiritual Divino, dos mestres e anjos, e da subida adequada da vital e dinâmica energia, que vem tanto da Terra como da nossa ancestralidade, e mesmo de órgãos como os pulmões, os rins e o chakra do fim da coluna, de modo a fortificar-nos e a interagirmos adequada e clarificadoramente com os seres, construindo, cultivando e respirando as pontes entre nós e eles, em sabedoria e amor, como Fiéis do Amor...
A imagem mais clássica deste arcano do Tarot mostra-nos diante do Papa duas ou três pessoas, em geral de costas para nós, e que podem ser interpretadas de diversos modos, desde o nível histórico, o de aludir à aclamação do Papa, ou aos seus hierarquicamente mais próximos, como ao nível psíquico em que simbolizam-se as nossas diferentes dualidades que se submetem ou unificam com a vida sacralizante, hierofânica, sacerdotal, pontificial, a qual devemos, mais do que seguir no exterior, assumir criativamente na interioridade anímica e na sua coerência posterior. E, neste sentido, esta carta-arcano, aparentemente paradoxal, serve para nos alertar a não nos deixarmos prender nem materializar ou alienar pelas instituições e posições hierárquicas rígidas, pelas igrejas e seitas, pelos seguidismos e partidarismos, consumismos e futilidades, manipulações e opressões.
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