sexta-feira, 22 de maio de 2020

Um poema de ensinamento espiritual, de Pedro Teixeira da Mota.

                                              
Diz-me, persistes tu no ritmo certo
que te leva às profundezas e às altitudes
que desvendam as potências do ser na vida
e te abrem as portas do mundo espiritual?

Tens de persistir na subida da montanha,
tens de bater repetidas vezes no portão
que se abre para dentro do teu coração
se queres ver mesmo amanhecer a Verdade.

Tens de humildemente orar e silenciar,
Invocar e contemplar em aspiração,
até o mundo espiritual te poder abençoar
e ficares feliz com a desejada unitiva visão. 

Comungar com o anjo da Guarda subtil,
contemplar a mística estrela pentagonal
e por fim comunicares com os mestres,
eis as etapas no caminho para o divinal,
para que vivendo tu em verdade e a amar
Deus possa renascer em ti e te plenificar.
Vale!
Escrito. 0o:04 de 22.V.2020. E corrigido às 21:33.

Um poema espiritual à Divindade, por Pedro Teixeira da Mota.

   Mais recolhas de poesia, esta de 5.X. 2019:


«Meu Deus, eu te amo dentro de mim,
Dentro dos MadreDeuses que te cantam,
Dentro dos que visito em doenças.

Como gostaria de onde chegar,
Com quem estivesse a conversar,
Transmitir a tua irradiação viva,
Acima de obstáculos e intrigas.

Meu fundo e centro ignoto,
Dá-me forças para a ti me doar,
Dia e noite a ti consagrado,
Capaz de arrancar pessoas das trevas
E pô-las em melhor sintonia contigo.

Centro íntimo de cada alma viva,
Sim, eu te adoro servindo-te
Nesta rutilante aventura da vida
Em que ora sofremos ora rimos.

Danças, gemidos e paralisias,
Partos e rasgares do peito,
Amor a sair pelas janelas do peito,
Fogo ardendo pelos céus acima,
Queimando distâncias e limitações,
Unindo almas e solidões.

Chegar ao fim do dia
E o coração ser um vulcão.»

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Ensinamentos do Amor, em postais.

                             Abrirmos as portas do coração, da alma, da confiança, do amor...
Oh tu, alma amada,
 distante no espaço
embora possamos comungar na telepatia, 
que liga quem se ama.

Gostar é já o começo da possibilidade
 do amor se intensificar,
do virtual desabrochamento do centro do coração
que se abre e derrama a essência do nosso ser para o outro,
tingindo-nos dele. 
 
O Amor é assim estarmos em unidade sacrificial e graciosa.
Parte de vários níveis, os principais sendo
o coração como sede do afecto
e da irradiação subtil do enlaçamento
ou harmonia desejada com os outros,
sendo a aspiração a Deus, ou Amor a Ele,
fonte de Amor, a sua base e o seu pináculo.

O amor humano é uma tentativa 
de se alcançar a comunhão do Supremo Bem com outro ser,
o que é então uma tentativa de dois seres
assumirem a Divindade neles.
O Amor une então dois seres à Divindade,
ao Amor Primordial.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Da demanda espiritual por entre o espólio de Fernando Pessoa: um poema espiritual e rosicruciano, de Pedro Teixeira da Mota.

A minha peregrinação no espólio de Fernando Pessoa, na Biblioteca Nacional de Lisboa,  começou no ano de 1986 e foram três anos de muitas horas dedicadas a decifrar e a ler os seus papéis dispostos em pastas e que ia transcrevendo para um e depois dois cadernos, a que se juntavam fotocópias de numerosos documentos, em especial os mais difíceis e valiosos, resultando disso após moroso e amoroso trabalho a impressão de quatro livros de inéditos e vários textos e conferências. 
No ano de 2020, graças ao confinamento, pude ordenar melhor o imenso arquivo de escritos soltos, ou de diários. Ou então de cadernos temáticos, como esses dois dos documentos de Fernando Pessoa.
Ora por entre as transcrições de poemas ou sobretudo textos ocultistas, ia escrevendo algumas reflexões ensaísticas ou mesmo poéticas, de algum modo lançando as minhas flechas semi-poéticas e tentando sondar os mistérios do ser e da espiritualidade, em geral, em Fernando Pessoa, em mim, na Tradição Espiritual Portuguesa. 
No meio da tarefa de decifração e entendimento da opus pessoana, tais momentos auto-criativos eram como um súbito respirar por mim próprio, na elevação vertical que as minhas forças geravam em diálogo com a demanda de Fernando Pessoa e a Tradição Perene,  muito certamente sinais da comunhão no fogo comum que alimenta, inspira ou intensifica os peregrinos e espirituais. 
Eis um deles, embora a transcrição fiel de 2020 deu lugar a uma melhorada em 2021, como pode discernir pelas diferenças efectuadas:

«Participando da mensagem de Pessoa
somos então emissários dum Oriente oculto,
mistério traçado nas linhas invisíveis do futuro.
Acreditamos então na vida, este jogo sem fim de se erguerem
histórias contadas das dores e alegrias
sem fim do mundo,
Em nós então recuperando tábuas de salvação de comunhão.
Remos traçando rotas nos desertos das multidões de pensamentos,
Solitários  cavaleiros esquadrinhando horizontes infinitos,
sob a calma abóbada divina ora silenciosa ora esfuziante de sons.
Assim participamos nesta vida invocando a sagrada consciência,
esta chama que em nós relampeja e dá calor ao corpo e luz à vida,
e ousamos então ressuscitar nossas almas, séculos oprimidas,
levantá-las em comunhão com o que Pessoa revelou na intuição
de que afinal a demanda do santo Graal é aceitar de Deus o sinal
 da descida da luz poderosa, em nós subindo a gratidão amorosa.
Assim vivemos a Rosa da cruz, o Amor vencendo o sofrimento
Olhos irradiante para que os males sejam dissipados pela Luz,
Elevando-se o nosso ser à irradiação da Glória e do Amor Divinal.»


terça-feira, 19 de maio de 2020

Poesia da Natureza e do Espírito, com desenhos simbólicos. De Pedro Teixeira da Mota.

Nestes tempos de maior recolhimento, e logo de arrumações e ordenações de milhares de escritos, em papéis soltos por vezes com desenhos, gerados ao longo dos anos, alguns vêm ao de cima e pedem-me para os salvar do anonimato ou mesmo da destruição e lançá-los antes ao graal de almas amigas (e da posterioridade...), as quais poderão talvez recebê-los com algum benefício, tal como o de lerem (palavras e símbolos, estes algo subtis...) e contemplarem ou comungarem a mensagem poética, depositada tão fragilmente em papel azul leve mas contudo invocadora das potencialidades e perenidades de cada alma, na Unidade e no Infinito... 
                                        Aum... 1 à UM.....



«As poesias
Cantigas,
árvores e o vento
Lamentos da chuva.

Em cima da mesa a uva
E do tanque a frescura.

Passa a hora
na planície
E só o viajante passa
Está só de si mesmo
É parte do todo.»


"1 à Um"    "Viajantes serenos na Unidade de tudo"   *

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Uma oração espiritual ao Anjo da Guarda. Por Pedro Teixeira da Mota.

Santo Anjo da Guarda,
minha querida companhia,
dai-me firme a tua mão
para te sentir no coração.

Faz com que as tuas asas
e as infinitas de Deus
influam na minha alma
e a façam em paz brilhar
na aureola profunda
da comunhão constante
com a essência espiritual.

Ajuda-me a caminhar
com o bordão das virtudes
e no eixo dos mundos,
que tu conheces e mostras,
para que Deus esteja
mais presente em nós
e nos livre de desgraças,
pelo Amor invencível
do Bem e da Verdade real.

Saibamos erguer-nos da horizontalidade e comodismos, e erguermo-nos na espada ou vontade angélica, de abertura à comunhão com a Divindade!

quarta-feira, 13 de maio de 2020

"Réquiem", na editora Tartaruga. Poesia de Manuela Morais sobre os tempos actuais.

Acabou hoje de me chegar pelo abnegado carteiro mais um presente da Tartaruga, ou seja, foi dado à luz o último livrinho (in-8º de 38 p.) da apreciada editora alternativa Tartaruga, sempre com o seu grafismo e qualidade de papel de grande qualidade. 
E se muitos têm sido os autores publicados nos mais de oitenta títulos em carteira, este é mais um da autoria da própria fundadora da editora, a transmontana Manuela Morais, uma vida muito completa, licenciada em Literatura comparada, tendo acompanhado prolongadamente, ou vivido em amor e dedicação, dois grandes artistas Fernão de Magalhães Gonçalves, professor de literatura, leitor de português e grande amigo de Torga (sobre quem escreveu dos melhores ensaios) e, depois da sua precoce morte na Coreia do Sul, o escultor, pintor, medalhista e sábio da geometria sagrada Espiga Pinto, que passou a ser o ilustrador das capas e não só.
Este último livro tem ainda a actualidade de ter a sua génese na famigerada pandemia que tem perturbado bastante a vida e a morte de muita gente. É um canto da sua alma, simples mas sentido, de angústia e amor, de morte  e renascimento, e por isso foi gerado em verso e reverso: Réquiem e Canto da Alegria.
Tendo-me pedido umas palavrinhas para a contracapa, eis o que lhe enviei, e que ficou no meio das palavras de Cláudio Lima, Júlia Serra, e nas de dois amigos antigos e grandes Afonso Cautela, um jornalista pioneiro da ecologia e da saúde natural já a pendular nos outros mundos (e ver o artigo que lhe dediquei  https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2018/07/afonso-cautela-vida-e-obra-com-um-video.html, e, a fechar o canto laudatório, o Rão Kyao, sempre soprando a sua flauta tão religiosa como pacificante...
 «Requiem e Canto de Alegria. Estes curtos mas incisivos poemas reflectem uma viagem sensível da autora tanto no inferno das vidas abruptamente cortadas e para o mundo do além atiradas sem qualquer preparação e celebração, como no purgatório dos que vivos sofrem a doença, os confinamentos, os receios, as angústias. É um pequeno filme de uma cidade ocidental em quarentena perante um misterioso e muito destrutivo vírus. E contudo, com o passar do tempo, com as forças da primavera, com as vitórias de muitos, começa a soprar uma outra viragem na alma pela qual a autora passa a sentir o amor subtil e imortal que parecia para sempre desterrado, morto. Os últimos poemas são um canto à esperança e renascimento, à vida e ao amor, em especial à comunhão amorosa com o amado, mesmo que já partido para o além. Através destes poemas somos convidados a comungar no corpo místico da humanidade, pois onde há amor ai está Deus, a Unidade, e esta infunde paz e esperança em cada individualidade e em toda a Humanidade.» 
Por fim, fiquemos com o 17º poema dos vinte e um, e inspirações e realizações de Saúde e Força, Discernimento e Destemor, Luz, Amor e Paz!