terça-feira, 8 de julho de 2014

Frei Luís de Granada, mestre espiritual. Texto para o "Cabril do Granada, local de mística e poesia", por Pedro Teixeira da Mota, 004.

               Frei Luís de Granada (1504-1588), mestre da via espiritual...

Artigo escrito por Pedro Teixeira da Mota, para obra colectiva intitulada O Cabril do Granada, local de mística e poesia, publicada em 2004, no V Centenário do Nascimento de Frei Luís de Granada, pela Casa de Pedrógão Grande, em Lisboa.
Contém algumas partes valiosas acerca da sua vida, obra e ensinamentos, aqui apenas em fotografia do artigo...
             O Cabril é um belo e energético sítio, numa escarpada confluência de leitos, junto a Pedrogão Grande, onde Frei Luís de Granada orava e merece bem ser visitado e meditado...
Página de rosto, e o prólogo,  do Livro da Oração, na edição de 1575.

sábado, 5 de julho de 2014

Antero de Quental, o soneto "Nocturno". Da ânsia idealista à prática nocturna da recepção e visão da Luz.

                                                      ANTERO DE QUENTAL
                                             Poeta e filósofo, discípulo e mestre de Portugal.
  É sempre bom revisitar com amor Antero de Quental e a sua espiritualidade e discernir as pistas e veredas demandadas,  o que pensou, poetizou, intuiu ou desvendou, e introduzi-las de novo em reflexão, meditação e acção, não só para que a Tradição Cultural e Espiritual Portuguesa continue a circular e a revivificar-se, como para,  no  aprofundamentos das suas questões e descobrimentos, limitações e realizações, podermos melhorar, evoluir, clarificar...
Consultando um exemplar dos Sonetos Completos, a 1º edição, da livraria portuense de Lopes & C.ª - Editores, sita na Rua do Almada, 123, datada de 1886, com a particularidade de ter ao alto da folha de guarda, onde está impressa a meio a palavra Sonetos, uma dedicatória manuscrita que reza assim: «Ao seu querido amigo António de Azevedo Castello Branco off. O autor», deveremos desde logo destacar a humildade de Antero, que nem sequer pôs o seu nome embora se confesse amigo querido, e de quem dirá tão bela e musicalmente numa carta do Verão de 1866 ser «voz conhecida e uma das que mais soa no tom da minha».
Ora neste exemplar, de certo modo abençoado pelas mãos dos dois grandes amigos (e que carga psico-espiritual não terá o livro, visível a uma alma mais clarividente...) afloremos as duas primeiras quadras e o primeiro terceto do soneto Nocturno, gerado na sua adolescência, no ciclo poético de 1862-1866, onde encontramos alguns  traços recorrentes no nosso poeta filósofo, nomeadamente  ao dirigir-se ao espírito nocturno que passa e pedindo-lhe que diminua os tumultos do seu coração:
 
"Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...

Como um canto longínquo - triste e lento-
Que voga e subtilmente se insinua,
Sobre o meu coração que tumultua,
Tu vestes pouco a pouco o esquecimento...
 
A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando, entre visões, o eterno bem.”
 
Vemos então Antero de Quental sentindo-se ou considerando-se levado por um instinto ou aspiração de luz e que, ajudado por um tipo de Génio da noite, ou talvez o que do Espírito ou do Divino ele admite ou intui manifestar-se nocturnamente (seguindo simbolizações arquétipas mas também operativas da Antiguidade e do Romantismo), pede para que o ajude a intensificar e guiar o seu instinto de  Luz de modo a que este rompa e vença as trevas na busca, que ele afirma prosseguir, por entre visões, do eterno Bem.
Refere assim uma impulsão, uma aspiração de luz, a agir em si, em busca do Bem eterno, provavelmente sentido de modo indefinido e pensado mais até como a Verdade ou o Absoluto  do que a Divindade ou a Beatitude, pois naquelas linhas menos deístas e íntimas, e mais filosóficas, ele avançou poetizando. Todavia, o facto do génio se insinuar na sua alma como um som triste e como esquecimento pode apontar também para o Amor, e portanto para uma desilusão amorosa na realidade das relações humanas e da qual Antero se vai recompondo ou ressuscitando, guiado por esse instinto ou aspiração do Ideal, da Luz
E podemos perguntar, e nós, temos  algo deste instinto ou aspiração de luz em acção viva? Cultivamo-lo? Está no nosso coração vivo? E em que direcção? A Divindade ou Deus, a Fonte primordial, sob qualquer concepção, nome ou forma, é admitida, desejada, meditada, sentida, adorada, invocada, ou apenas na busca de satisfação em superficialidades da moderna sociedade?
 Quando poderemos dizer que estamos mesmo a buscar o Eterno Bem, seja em  teorias e meditações ou acções e abnegações?
E o que é o eterno Bem para nós, como o sentimos, pensamos e desejamos?  Amor, Bondade, Sabedoria, Confiança, Harmonia, Felicidade?
O que estamos a fazer para o encontrar, para o realizar, para o cumprir? 
Onde o sentimos mais ou quando?
O que quer o Eterno Bem de nós, como quis de Antero? - 
Será que compreendemos, encontramos, vivemos e partilhamos algo desse Bem maior ou supremo? 
O que estamos a fazer verdadeiramente pelo advento do perene ou supremo Bem? E com que pessoas e grupos, já que a união faz a força, tal partilha acontece, por vezes por afinidades que desconhecemos? 
Lembremo-nos de tantas cartas fabulosas de Antero nas quais essa fraternidade de poetas, de idealistas, de livres pensadores, de iniciados e de místicos foi por ele invocada, sentida e afirmada, desejando até que houvesse uma pequeno grupo comunitário, a Ordem dos Mateiros...
Ora, como os instintos satisfazem-se em actos, interroguemo-nos se assim como diariamente satisfazemos o instinto de sobrevivência física pela alimentação, mais ou menos sobriamente, mais ou menos biologicamente, também o faremos com o instinto-aspiração à luz e à ligação ao supremo Bem, seja que o sintamos mais como Bondade, Amor, Felicidade, Harmonia,  Absoluto ou mesmo como Deus ou Divindade?
Será que apenas satisfazemos tal necessidade alegrando-nos quando está sol, ou a vida nos corre bem, e olvidemos constantemente a aspiração à Luz divina, que a oração, a meditação e a contemplação chamam e trabalham?
Será que nos deslumbramos com os fogos de artifício, ou as luzes das ribaltas fúteis ou mesmo alienantes e degradantes, e pouco procuramos a Luz subtil e interior, e as suas visões, mesmo que fugazes, como Antero parece dar a entender com o "entre visões"?
Será que fazemos os sacrifícios - que significa sacer-facere, fazer sagrado, pleno, transparente, ou seja acolhedor e transmissor do espírito divino que é fundamentalmente amor, sabedoria, paz e alegria -, cada momento, ou pelos menos múltiplos momentos, nomeadamente com os estudos,  diálogos, amizades, orações, contemplações e meditações que proporcionam uma melhor harmoniosa ligação ao Bem, à Justiça, à Felicidade, à Verdade?
O instinto da Luz significa tanto tornar-nos mais luminosos,  pelos nossos actos, sentimentos e pensamentos, tais como querer saber e conhecer mais a Fonte da Luz, que é o eterno Bem, como despertarmos mais a Luz que está em nós e exprimi-la criativamente e em esforços que vençam a inércia, a dor, o desânimo, os obstáculos, as tendências materializantes ou egoístas, as dispersões, os medos, estes provindo muito de manipulações dos órgãos de comunicação e dos grupos de pressão que os controla, Isto significa dissipar trevas, não nos deixarmos envolver e enfraquecer por elas, algo cada vez mais necessário nesta terceira década do séc. XXI.
       Fresco florentino com Marsilio Ficino, Pico della Mirandola e Angelo Poliziano...
 
Sem termos forçosamente de estudar as teorias platónicas e neo-platónicas, muito desenvolvidas no Renascimento com grandes almas, tais como Marsilio Ficino, Pico della Mirandola, Girolamo Benivieni, Giordano Bruno, Leão Hebreu, e que falam da procissão ou emanação da Luz amorosa criadora, e que atrai a si, depois de circular, maior plenitude de Amor, conforme a imagem simbólica das Três Graças (a que dá, a que recebe e a que retorna), devemos contudo valorizar o culto da Luz, o assumir o instinto e aspiração  a ela,  e cientes de que tal implica sobretudo tentarmos merecê-la em nós, trazê-la ou acolhê-la na nossa consciência e alma e intensificá-la nas meditações e orações, palavras e actos, para assim fortificarmos os nossos corpos físico, psíquico e espiritual...
  No fundo, trabalhar criativa e adequada a substância potencial anímica que possuímos, da qual  podemos mesmo dizer que dela temos o nosso ser, pois a nossa essência e ligações mais vitais e perenes são as luminosas e amorosas, e são recebidas ou entretecidas durante as nossas aberturas de aprendizagens, investigações, reflexões, diálogos, meditações, contemplações e acções mais criativas, benéficas, espirituais...
Estava bem consciente disto Antero de Quental, dominava ele bem relativamente a psique, a sua interioridade, até conseguir ver interiormente a Luz? Talvez, após a fulgurância e estado de graça da sua juventude, não tenha estabilizado razoavelmente senão na chamada "década dourada" passada em Vila do Conde, a partir de 1881...
Vira ou assumira as asas do Anjo nele, tanto mais que o Génio era, na Antiguidade pré-cristã, o Anjo, e no Romantismo, no qual Antero jovem ainda haure forças, muitos o cultivaram?
A resposta no terceto final é só promissora, a febre ou aspiração realizada: 

"E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Génio da Noite, e mais ninguém!"
 
 
 Antero do Quental sente sobretudo a febre do Ideal, que o consome. E sabemos como na vida acabou por não bater tanto as asas como desejara, realizara e sonhara, na pujança juvenil, em alguns aspectos da sua vida.
O ideal social de justiça e fraternidade, amor e conhecimento,  certamente  abrasou sempre a vida dum ser bom, "sábio que era também um santo", na feliz expressão duma mulher admiradora do poeta-filósofo e que Eça de Queiroz popularizou magistralmente no seu contributo para o In Memoriam de Antero
Mas conseguiu ele mais que ser abrasado e consumido pela febre do Ideal que ele próprio consideraria em certos aspectos como um simples fogo juvenil, já que não atingiu a estabilidade da satisfação de realizar essa febre de ideal, seja na verdade, na justiça, no conhecimento do espírito e na ligação ao Divino? Talvez em alguns momentos, ou com alguns amigos, ou em alguns escritos...
Como equilibrar os altos ideais e utopias com as influências ou quase exigências da sociedade entorpecedora e enleadora, na época ainda tão conservadora e provinciana, face aos subtis e elevados níveis idealizados socialmente, afectivamente, religiosamente, metafisicamente?
Eis a questão que há que pôr e repor constantemente nas nossas vidas, nomeadamente ao ouvirmos e estudarmos Antero de Quental nas cartas, sonetos e textos de prosa, tanto mais que, como o soneto indica isso, era um "mal" do qual não se anestesiava e que portanto o consumia....
Certamente podemos afirmar que Antero de Quental procurou, sentiu e teorizou o caminho do Espírito, seja na sua procura de unir o transcendentalismo e o imanentismo espiritual, ou o budismo e uma doutrina espiritualista proveniente do Ocidente que coroasse o naturalismo tanto helénico como moderno, este já com os seus grandes avanços científicos, ou ainda na sua percepção de um panpsiquismo que substanciava o mundo como sua alma, a anima mundi dos antigos estóicos, e que permitia uma comunhão anímica ou intuitiva entre os espíritos, acima das separações do plano físico...
Todavia, porque a sua vida pessoal, ou mesmo personalidade, não suportasse os embates e sobretudo desilusões da vida, devido à estrutura psico-corporal e saúde frágil, as revelações e fulgurações que teve não foram suficientes para conseguirem-no iluminar nem para lhe dar a estabilidade duma prática diária harmoniosa (ou tendencialmente) nos seus vários níveis, tais: alimentar, vital, rítmico, emocional, mental, social, científico, filosófico e espiritual. Ainda que no tempo de estudante tudo fosse vigor e génio e já no findar da sua vida, junto ao mar, em Vila de Conde, tivesse  momentos de grande serenidade e felicidade, conseguindo tutelar as duas crianças, Beatriz e Albertina, do seu grande amigo Germano Vieira Meireles e escrever bem.
Muito gratos devemos estar nós hoje em dia, já que podemos bem mais facilmente obter e realizar as almejadas sínteses entre o espírito imanente, uma vida justa e livre e a aspiração, abertura e comunhão ao Alto e ao Transcendente a que se chega pelo imanente, assente em actos e pensamentos justos e harmoniosos. Daí a nossa responsabilidade de agradecer, completar e de continuar Antero de Quental, elos da mesma tradição cultural e espiritual portuguesa...
Ora neste soneto Nocturno dirige-se  no princípio ao Espírito "Filho esquivo da noite que flutua" ou que passa, e no fim já ao "Génio da Noite", o único ser que o entende, o que indica de certo modo um avanço interior de força íntima realizada.
Génio da Noite, neste soneto, em Antero de Quental, que tanto poderá ser o seu Anjo da Guarda invocado de noite, como a Senhora antiquíssima da Noite, sentida ou evocada poeticamente por Fernando Pessoa e Teixeira Pascoaes, e tantos cultores portugueses seja marianos, seja da potência anímico-espiritual que de noite, sobretudo nos poetas, artistas e espirituais, se torna mais presente e sensível e nos apela a não nos deixarmos adormecer mas antes despertar, erguer, ardermos, criarmos, amarmos, adorarmos, sermos.
O que podemos fazer não dormindo a noite toda, mas meditando, orando numa parte dela e eventualmente recebendo os sinais auspiciosos. Ora Antero de algum modo intui, com as suas limitações, já que de facto  o Espírito à noite pode ser melhor demandado, aproximado, sentido ou mesmo ouvido, dizendo-nos Antero, mais ou menos literariamente ou sentidamente, que ele o entende e lhe acalma o tumulto, agitação ou mal do seu coração e alma.
 Procuremos então o Espírito que não passa mas que fica e é, e não só nocturno nem diurno, mas que inclui os pares de opostos, as dores e alegrias, unificando-nos e que tende a unificar-nos, silenciar-nos e religar-nos com os mestres e o Ser Divino, se a tal aspiramos e laboramos.
Trabalhemos pois mais conscientemente a Luz imanente e as energias divinas que nos chegam, sobretudo pela leitura e a escrita, a doação e a criação, o serviço e o trabalho, o discernimento lúcido e a compaixão, a meditação e a oração, a contemplação e a palavra desperta, já que proporcionam, ao serem bem feitas ou conscientemente realizadas, o desabrochar da nossa essência lúcida, sábia, amorosa e o seu desenvolvimento luminoso e imortalizante.
“Vós sois a Luz do mundo”, disse Jesus, procurando e incitando a estabelecer-nos mais na nossa essência real luminosa...
“Eu sou o Espírito, luminoso”. Aham Brahamasmi, Eu sou o Espírito Divino, dirão mesmo os místicos indianos...
 Que estas palavras cheguem até a todos amigos de Antero, peregrinos ou peregrinas no Caminho, que Antero de Quental  percorreu e trilhou com dificuldades  e pioneiramente em Portugal enquanto poeta-filósofo do Amor e da Morte, do Transcendente e do Imanente.
 Sim, importará realçar e clarificar sempre o que de mais valioso ou pioneiro tem Antero de Quental na história do pensamento e sentimento espiritual laico em Portugal, seja no seu interesse pela Sabedoria do Oriente seja na sua demanda intensa de uma síntese entre a ciência, a religião, a ética e a espiritualidade e de um acesso ao centro e voz da Consciência. E ainda na sua aspiração a uma Ordem dos Mateiros, a qual foi depois continuado teoricamente  em parte por Fernando Pessoa, nomeadamente com o seu Talent de bien faire, duma Ordem de Cristo ou Templária que ele sonhou, e que provinha do Infante D. Henrique. 
Graças a mais alguns cultores e cultoras da Tradição Espiritual Portuguesa, podemos observar que Caminho hoje em dia está mais conhecido e difundido, embora também em geral superficialmente, com muita mistificação e conteúdos fracos, inventados e muitos pseudo-instrutores, explorando comercialmente ou patranhizando com reincarnações, merkabas, canalizações, mestres ascensos, etc...
Saibamos continuar a demanda e ir mais fundo e alto na recepção e vivência da Luz espiritual que Antero de Quental por vezes sentiu e  respirou, como o soneto Nocturno mostra, persistentemente durante o silêncio da noite quando a nossa mente se acalma e a nossa aspiração pode arder mais verticalmente, e assim nos abrirmos mais às inspirações e logo bênçãos inspiradoras e transformadoras que possamos merecer...
Pintura da Luz nocturna e subtil pelo  mestre alemão Bô Yin Râ, boa para contemplação operativa.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Concert remembering Lidia: some images from St George's church and English cemetery.

Concerto em memória e invocação da alma luminosa de Lidia...
Entering into the garden and cemetery leading to the church, walking with lights of souls and urns of ashes, we shall cross to the heart, to the music, in remembrance and communion..
Broken hearts and trees, graves and paths tell us that the Way to the Divine passes trough the valleys and sorrows, still trough them we became fortified in the aspiration and realization of the  Spirit and Unity...
The dew upon the souls, graces to the spirits of Nature, fairies and elfs, has become white flowers of grace, beauty and perfume embalming souls for ever
Hearts and souls, memories and aspirations glow in perennial Love...
The golden and blue colour in auras or flowers make us become more pointed to the higher and ablaze in the Primordial Fire of the Divine Being...
By the night and the unknown to see the warm light shinning is always a sign of an harbour and temple, where the pilgrims can refresh their bodies and enchant in hymns their souls... 
May the flowers of the spiritual soul outgrow the cross of our lives, and unite the horizontal and vertical lines of energies and beings...
St George's Church in Lisbon at dusk time glowing in the pink rose for Lidia and friends soul's...

The altar of the Church, the friends, a beautiful place with some hints of pre-Raphaelite inspiration, a place of retirement and elevation, where the High and the Low become united...
Celtic motives and lilies of the white joy of purity and divinity were embroidered by maidens souls to give the colour, flavour and fragrance of the wine to our blood and souls...
Pure souls, the woman in us, the receptive soul, Mary the mother of the child, that every woman or soul is, and the Angel, our beloved and subtle Guardian and inspirer.... Love to them, may they bless us and specially Lidia Stevenson, and former Caldeira Cabral, a so artistic soul...
Nicholas concentrating with emotion in Lidia and in the words and feelings, distances and pitches...
Lidia, muse, artist and fighter for the betterment of mankind's education, soul and conviviality... 
David Cranmer, a peaceful artist enjoying a solo with the voice of a friend, Nicholas, into the communion of souls...
Like the trinity of Graces that we enjoyed in the concert, listening, sharing and giving graces, here we have an essay in the Trinity or even Quartenity of Christianity in a so beautiful desig...
St. George, our beloved master, knight and archetype, although suppressed from the Christian calendar of the saints, still is invoked and loved in the Anglican Church, for our great and inspiring joy...
Nick and David draw and bowing to the Light of Music and Word, Remembrance and Love...
A poem of Love and Perennially recited by a disciple and friend of Lidia
Closing the circle of graces and poems, can we walk joyful in the eternity with all the beings and moments lived and loved? Smiling energies to Lidia going on...
Sharing the some communion of the Holy Grail of Music and Love..
O Manuel Cintra, o Manuel Morais, a Luz, o Nicholas e outras almas belas erguendo os cálices pela perenidade do Amor... Friends come together to the table where is served the Wine of Love, and offered to presents and hoovering presents...
Great spaces, where the ether of sound has built with the time layers and channels of beautiful access to the spiritual world and the Divine, are mostly loved by us...
Some of the presents rejoicing, even if in a shaky photo of an instant robbed to the impermanence or samsara stream...
At the entrance, bright designs, flowers and beautiful and so peaceful souls, like Luz, an artist and activist of the rights of animals and seeds, against Monsanto, and really a faithful friend of Lidia, as we met also at the celebration one year ago...
Luz, Manuel Cintra an Nicolas, really lucid souls, in a kind of Erasmian colloquy
Tiles and petra-duras speak to us on the Universal Civilization of Beauty, from Italy of Marsilio and Ficino to the India of Akbar, Shah Jahan and Dara Shikoh, from Zorastrus and Jesus to William Blake and Rudolf Steiner, asking our souls to became open circuits of Proportion and Rhythm, Inspiration and Love..
Making from the thorns of the life, and from the crucification of our defaults or vices, a ladder to betterment and Joy and Union with the Spirit of God, in a certain way the Rose of the Cross and thorns...
Ending  the celebration of friendship and love, with music and voice for Lidia, we returned into the abyss of the night, with some golden flowers still glowing and giving us a last salutation or farewell of the perenniality of Beings and Love in the Unity of the Divine Spirit...