quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Sentidos do Natal, do Espírito, do Cristo, do Logos, perenes e actuais.

 O Natal de 2025 está em cima de nós. Época tradicionalmente mais espiritual no calendário, de facto o que se passa, ou o que pode acontecer mais internamente?
Será que a Divindade derrama energias especiais nesta época do ano? será Jesus Cristo? Serão os grandes seres, espíritos celestiais ou humanos?
É complexo respondermos pois. provavelmente, para além das influências exteriores, sociais ou celestiais, também há um pulsar divino nas nossas profundezas lançando nesta época mais luz e amor.
O que quer despertar mais, porque é que tal apela ou clama pela nossa atenção e acção?
Creio que é para melhorarmos o estado anímico nosso e da humanidade, e para sintonizarmos mais com a centelha divina, com o sol divino interno, nas profundezas do espaço imenso da nossa alma. É ele que deve nascer, renascer, manifestar-se mais. E isto reforça-se pela constante lembrança, consciencialização e sobreposição dele ao nosso pensar-sentir sobre que o nosso corpo físico e mente fazem. 
Dos outros factores em causa, questionemos os melhores veios tradicionais: a Divindade no alto derramando energias, qual víamos nos presépios e evangelhos; os Anjos chamando as pessoas ou irradiando glória ou luz; a Estrela que guia interiormente brilhando alta e só por poucos avistada; o mestre Jesus descendo sobre a Terra e trazendo consigo uma aura bem divina, e eis-nos com mais imagens simbólicas mas também que reais, que poderemos meditar ou contemplar interiormente, invocadoramente. 
Deveremos reconhecer que há uma aura mundial e tradicional natalícia intensificada a inspirar mais as pessoas, apesar dos problemas da desgraçada da União Europeia, apesar da crescente descrença religiosa, e em especial por causa da tragédia e genocídio da Palestina?
Dentro da perenidade religiosa e espiritual, para cada mês do ano, e em especial nos dias festivos, subsiste ainda assim uma aura especial, tanto no mundo arquétipo ou imaginal como no subtil nos rodeia, certamente diferente conforme as religiões e tradições em que se vive. 
No mês de Natal há um apelo ao amor fraterno, em especial nas famílias, mas há também a possibilidade dum trabalho de interiorização maior que faça as pessoas, descobrirem-se mais como seres emanados da Divindade e  aproximarem-se do Espírito imortal. Tanto individual e próprio como o geral dinamizador, alma do mundo, e o Original Divino. Mas também somos desafiados a sentir e abrir-nos mais aos espíritos de outros seres, reconhece-los, respeitá-los, admirá-los... 
Também no ar e éter há mais seres angélicos, e as ligações inspiradoras e plenificadores podem acontecer nos momentos e locais certos, nomeadamente no solstício, nos dias 24 e 25, e no fim do ano. Tal é mais forte "quanto dois ou mais se reúnem em meu nome", em nome de Deus, do amor, seja nas igrejas e templos, seja nas suas casas, seja na natureza, seja em diálogos ou conversas convergentes, como queriam Antero de Quental (com a sua Ordem dos Mateiros), Leonardo Coimbra, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva.
Numa hermenêutica do ensinamento  evangélico, dir-se-á  onde dois ou mais se reunirem em nome de Deus, do Bem, da Verdade, da Multipolaridade, aí estaremos, nós a comunhão dos santos e santas, génios e mestres, nós o corpo místico da Divindade na Igreja, nas Religiões, no Cosmos e na Humanidade.
Santos e santas e mestres são seres que já conseguem ter  desimpedido mais os canais de ligação ao amor, à abnegação, ao sagrado, ao espírito, ao divino, e assim alimentam-se, deliciam-se e comungam mais dele, porque houve um trabalho purificador ou iniciático e que lhes permitiu diminuir o ego e as suas limitações e ambições, desejos, posses e agressividades, abrindo-os mais para a comunhão espiritual, amorosa, divina, para a fraternidade. 
Todos estamos neste caminho, uns mais adiantados outros menos, mas é pela meditação e a acção que vamos marcando a nossa configuração anímica que nos abre ou fecha mais a Deus, o aspecto mais elevado da Divindade possível de se manifestar no nosso espírito individual.
Participar portanto nesta época em diálogos ou actividades com outros seres que estão mais conscientemente empenhados no caminho de harmonia e da religação espiritual é benéfico e produtivo, para nós e para a Terra. 
Todavia e não for possível tal satsanga ou companhia da verdade, como se diz na Índia, então onde quer que estejamos que sejamos o sal da terra, a luz do mundo, como o mestre Jesus nos recomendou. Ou seja, que saibamos tanto dar qualidade humana e divina às relações e acontecimentos, como à solidão, interioridade, recolhimento, dificuldades, doenças, para as iluminar e transcender.

Derramará então no Natal a Divindade mais forças, ou elas são irradiadas naturalmente sempre?
Bem, pelo menos o mestre Jesus está mais activo e portanto os anjos e espíritos que trabalham com ele na grande messe cósmica também, sobretudo se os envolvemos, nomeadamente relembrando mais o Anjo da Guarda, e assim para a messe, missa, banquete, seara, cada um é chamado a contribuir de um modo ou outro, não se devendo escusar a ir e ver, estar e partilhar, dar, aconselhar e orar.
As nossas  orações são valiosas em si mesma, melhorando a aura ambiental e podem ser  encaminhadas e energetizadas pelos grandes seres e anjos e pelo que a oração mesmo que não direcionada para nada ou ninguém será aproveitada no além...
Não está bem clarificada a colaboração  entre o mundo invisível e o humano quanto à oração. Nem os efeitos no ambiente das pessoas que assumem mais a espiritualidade e a religiosidade, pessoas que são seres na demanda do santo Graal, esforçados cavaleiros e cavaleiras do Amor-Sabedoria.
Sim, ainda há espalhados pelo mundo, no meio de tanta violência, mentira e opressão, seres cujo peito é uma autêntica cascata de luz purificadora.
Seres cujo peito é um farol na noite escura.
Seres em cujo peito se ergue o santo graal resplandecente.
Seres de cujos peitos partem frequentemente raios de sabedoria e amor.
Há seres que dardejam corajosamente raios de lucidez que diminuem as sombras e amilhazamentos que tanto alienam, estupidificam e oprimem os portugueses e europeus.
Há seres cujas bocas exprimem com justiça e profundidade de alma o apelo e a vontade do Bem, da Divindade.
Ó “Cristo vem nascer em nós”, significa a aspiração, a vontade de que a intensidade harmonizadora amorosa e sábia espiritual e divina esteja bem presente em nós. E que seja partilhada como alegria e boa-vontade, fraternidade e multipolaridade com os outros.

Natal significa o nascimento, ou melhor o renascimento do Sol, da Luz, do Espírito, do Christos.
Nestes dias esta vibração luminosa é mais derramada ou apoiada pelos arcanjos e anjos, santos, santas, mestres e Jesus. Se os invocamos e nos abrimos recebemos e ficamos mais harmonizados e iluminados. Não nos deixemos anestesiar, deprimir, atemorizar, amilhazar  demasiado nas notícias (dispense a televisão)  do desgraçado Ocidente tão manipulado e infrahumanizado. 
Pratiquemos então mais o estudo e o diálogo, a meditação e a oração, com fé, esperança e Amor, e que o Cristo, o Logos Solar Divino, flua e brilhe mais em nós e na Humanidade, livre, multipolar, sagrada.

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