Nestas noites da transição de Outubro para Novembro, e de aproximação ou entrada na estação do Inverno, com a festa dos Samhain, nos celtas, e nos cristãos de Todos os Santos, e dos Fiéis Defuntos, comemora-se a ligação entre o mundo físico e o mundo subtil e espiritual. São dias e noites consagrados à intuição de que as fronteiras entre a Terra e o Céu estão mais abertas, mais diáfanas, cultuando-se a possibilidade não só dos santos e santas, mestres e anjos manifestarem-se mas também os antepassados, familiares ou amigos já partidos, e por eles se orando, ou com eles orando e comungando da Luz e do Amor Divinos.
O belo vídeo no fim do artigo, com a Litaniae Sanctorum, a Litânia dos Santos, em belo canto à capela gregoriano, que pode ouvir desde já, pois é muito longa, repetindo o cantor-sacerdote o nome das centenas de santos e santas, aos quais poderemos acrescentar os que nós pessoalmente santificamos, tais Erasmo, Pitágoras, Dalila, sorores nossas, pais e antepassados, enquanto um coro de sorores responde Ora por nobis, orai por nós, num repetição bastante mantrica, qual ondulação modelando o lago das nossas auras pessoais e ambientais numa harmonia ressoante nos planos espirituais. E que poderemos já deitados repetir à nossa vontade, com os nomes e seres invocados que mais gostarmos de cor, abrindo assim canais de circulações luminosas com o mundo do sidh ou astral-espiritual...
Para os celtas o mundo do Sidh, o mundo subtil espiritual, abria as suas barreiras e dele desciam bênçãos e até ele se erguiam orações e poesias, banquestes, partilhas, libações, músicas, cantos, danças, em uma ou duas noites de festa em comunhão com a Natureza. Era aa época de celebração grata da recolha de forças e provisões para o Inverno: com que se contava, o que se podia fazer, ou o que o Alto ou o Sidh desejaria de nós, ou da aldeia e grupo, nas nossas missões e vidas, o que por vezes druidas, videntes e bardos intuíam e anunciavam..
Daqui que no Cristianismo surgiram as litanias prolongadas para se invocarem energias luminosas, de santas e santos, anjos e arcanjos, vindas dos planos espirituais e capazes de acalmarem ou dissiparem ruídos desarmoniosos das músicas modernas baixas (a ruídocracia, como lhe chamava o querido amigo Afonso Cautela), emoções exageradas, instintos desregrados, mentiras e ódios, focos satânicos e do mal em pessoas e instituições ou mesmo países, e gerarem em vez disso paz, não-violência, pureza, claridade, lucidez, amor.
Seja como for o que quer sentir, o principal a comemorar são duas noites e dias, segundo as tradições pagãs e cristãs, muito propícios ou auspiciosos para se orar, meditar, escrever, reflectir, ouvir música, dialogar em satsanga, contemplar as estrelas e o céu, ou a noite da natureza, e seu silêncio e sons, estando atentos ao nosso peito, aos nossos sentidos subtis, ao mundo interior, ao mundo espiritual, às intuições, e ao dormir, aos sonhos.
São duas noites e dois dias, pois se a 1 é a da Festa de Todos os Santos, no dia 2 é a Festa dos Fiéis Defuntos (e para uns sobretudo a dos Fiéis do Amor) e que na realidade já podemos celebrar, invocar, orar por eles na 1ª noite e dia, orarmos ou meditarmos bem antes de adormecer e estarmos atentos ao que possa ser sentido de subtil no peito e no coração, ou visto no olho espiritual, em vigília ou em sonhos. E o que de melhor de ideias e sentimentos brota em diálogos, ou em escritas. Ou mesmo que pessoas novas surgem nas nossas vidas, como que encaminhadas, cruzadas, abençoadas pelos mundos e seres espirituais.
Claro que estas religações entre os dois mundos visam primacialmente a religação maior ou mais sentida com a Divindade em nós, que é sobretudo, Luz, Bem e Amor, e Verdade, Justiça e Multipolaridade equitativa no mundo....
vvvvvbbbb

































