domingo, 26 de novembro de 2023

Dia de Nossa Senhora. Uma oração e consagração íntima e templária, transcrita dum diário de 1986.

                                          

8 de Dezembro de 1986 [Mítico dia da Concepção imaculada ou pura de Maria]

«Dia de Nossa Senhora, e ao mar venho  e saúdo o seu excelso ser e  abro-me ao fogo que do Sol desce e à espuma pura que do abismo sobe e meu ser sente-se então baptizado na sua intimidade ou interioridade...

Quem és, ó Senhora da Noite e do Oceano sem fim?

Meu ser prescruta teus mistérios e  prometo até diariamente alguma devoção que seja esforço de penetrar nos teus segredos e de receber as tuas vibrações para que a mulher seja sagrada e pura, para que o lar seja virtude  e exemplo, para que o amor e alegria brotem da harmonia da polaridade interna e externa...

Meu Deus, que habitais nos corações e nas casas dos que te invocam como Pai e Mãe, dá-me a graça de ser um bom Pai com a mulher que será a Boa Mãe e em quem eu encontro o Maria e o Jesus que será em mim não o refém dum mundo egoísta, mas o portador do Cristo glorioso, transfigurador.

Das brumas do longínquo e do possível a nossa esperança erguer-se-á sempre melhor. Que prosperemos, porque senão estagnamos, e não nas posses mas nas dádivas puras, e nas religiões, mas justas, e nas orações sinceras e consequentes. 

 Meu Deus, aqui renovo os meus votos de castidade, pobreza e obediência. Que os desfaça apenas se for meu destino ou missão casar-me nesta vida. Aceita-me como discípulo eremita, ou então como homem casado, ó Cristo Jesus, mestre da minha alma.

E para ti, Virgem, neste dia de Ti, que a mulher em mim, o desejo de amor, de compaixão, de beleza e de conforto se realize no puro contacto com o Todo, as  pedras, sol, vento, dor; que não precise assim de intimidades especiais com quem quer que seja nem as desenvolva, antes haja em mim um fogo sagrado que arda no meu coração e que eu adoro pela atenção ou consciência alentadora dele, e que é um diálogo com a Inteligência e o Amor puros que és, ó imensa e infinita Divindade que enches tudo enquanto vida e em quem temos o nosso ser, subtilmente, desconhecidamente...

Deus, Deus: Non nobis, Domine, Non Nobis sed Nomine Tuo da gloriam. [Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu Nome [vibração despertante] dá glória]

Invoco os cavaleiros de Santa Maria, os Templários de Cristo, os Fiéis do Amor e os Anjos e Arcanjos para que estejam na minha guarda ou inspiração e que eu seja um deles.  Amen, INRI. [In nobis regnat Ignis]»

Arcanjo de Portugal, na charola do convento templário de Tomar. Em madeira, séc. XVI.

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