Quando o Amor te bater à alma
Dá-te com sabedoria e intensidade,
Não menosprezes a graça dada
Mergulha fundo e sê a alma amada.
Sob o peso da vida
Não esmoreças e avança.
A meditação e a inspiração
Virão sempre guiar-te.
Vê com sensibilidade e profundidade,
Tanta a natureza como a alma
E descobrirás as maravilhas
Que pelo teu amor se perenizam.
Almas, auras, voos, ventos,
Assim te vi vinda de longe
lendo entre as raízes da árvore
mas acolhendo já a tua voz.
Contempla bem a aurora
em casa, na natureza e no amor
e comungarás da Força Divina
que diariamente te renovará.
Como a ave que desce
Assim te desvendaste a mim
E os nossos peitos abraçados
Confessaram o Amor eterno.
Sucedem-se as estações
E como elas as amizades
Mas subitamente o Amor
Irrompe fulgurante, despertante
e toda a alma fica vibrante.
Já despertos vivem na vida corporal
Os que no Amor se transfiguram
e em gestos, posições, olhares e vozes
Constantemente desvendam o Divino.
Cada dia traz os seus trabalhos
e com calma os cumpriremos.
Felizes dos que os amam
e criativamente se transcendem
e na Unidade querida se fundem.
Esta aspiração à Divindade
que nos ergue, anima e faz criar
pede-nos para discernir e persistir,
para se aperfeiçoar o temporal
e realizar-se a união imortal.
Ouve e vê bem, ò alma amiga:
No interior do teu peito e coração
arde a chama do Amor divino,:
descobre-a, medita-a e partilha-a
e terás luz e calor na vida eterna...
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