sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Tarot: arcano XIV, Temperança. Hermenêutica e consciencializações energético-psico-espirituais.

                                  
O arcano XIV da Temperança  evoca ou apela tanto a uma virtude de  harmonização e plenificação, muito considerada e enaltecida na Antiguidade clássica, no Cristianismo, no Sanatana Dharma (a eterna Ordem, ou Hinduísmo)  e na generalidade das vivências e doutrinas morais, filosóficas, religiosas e espirituais dos povos, como também a um ser celestial, ou mesmo o Anjo, em especial em nós.   
Na Grécia, Sophrosyne (Sofrosine) era tanto uma qualidade ou virtude essencial, a do equilíbrio, moderação, adequada circulação das energias, instintos e emoções, evitando-se as tão daninhas irritações e desânimos, ou ainda os excessos na alimentação e bebida, sono e vigília, como  também um espírito celestial, um Anjo bom (Daimon agato) e, muito provavelmente, foi esta uma  ou mesmo a fonte principal desta representação arcânica no Tarot. 
Podemos  realçar, dentro da imagem padrão representando a Temperança nos diversos Tarots, as abluções purificadoras (mesmo as caseiras diárias), tão presentes nas tradições religiosas e iniciáticas,  e o processo constante  e desprendido de se observar, discernir e equilibrar as energias internas e externas, em especial nas suas carências e frustrações,  dinamismos e impactos. 
A Temperança pede-nos que saibamos caldear e unificar os diversos tipo de polos ou extremos que por vezes estão muito pouco harmonizados ou alinhados correctamente. O que é  natural face a tanto desequilíbrio, carência, conflito e ameaças em que as pessoas se veem envolvidas, seja por "direito próprio", seja por poluição exterior, seja por "taxa social" veiculada pelos famigerados meios de informação, de facto altamente desequilibradores do estado anímico das pessoas, nomeadamente nos nossos dias com as corrupções, escândalos, fogos, vírus, epidemias e vacinas, e em especial com a guerra da NATO, USA e UE contra a Rússia na zona russa da Ucrânia, com uma política tão inepta ou mesmo suicida (para os mais pobres) nas sanções e inflações decorrentes. Ou mais recentemente a tragédia e genocídio de Gaza. Pax!
    Temperar, equilibrar e harmonizar energias, dentro e fora de nós, é então sugerido pela imagem duma   entidade celestial jovem, dotada de asas e com uma veste longa que oculta as extremidades, no fundo um espírito e alma mais luminosa, angélica, que transvasa um ou dois líquidos, seja água, vinho ou energias subtis, de um vaso para outro, em algumas versões diferentes na cor, com a polarização vermelha x azul, numa mistura, diluição ou activação vitalizadora e transformadora, a qual, na imagem que veremos em seguida, ao contrário da moderna inicial, antiga e dos Tarots originais quatrocentistas, é realizada numa circulação  do alto para baixo e, provavelmente, depois alternando, mostrando-se assim a necessidade de exercermos repetida e persistentemente (com virtude...) o religar ou harmonizar os nossos diferentes níveis sob pena de estagnarmos, enfraquecermos, adoecermos, dispersar-nos, e as formas principais em que esta religação acontece sendo a respiração, a oração, a concentração, a meditação, a contemplação e unificação.
                                           
  A Temperança, ainda que sendo pois uma virtude (de vir - força) individual, implica ou invoca uma componente cósmica, celestial ou espiritual,  que tanto pode ser o Anjo, como a Divindade, como o Espírito em nós, o Bem, a força divina temperadora, a qual se deve invocar, sentir e manifestar. Será ela, ser e qualidade, a Sofrosine, que de certo modo nos inspira, ou pelo menos se actualiza, nas concentrações e circulações, descendentes e ascendentes, com seus efeitos harmonizadores e unificadores e que, numa alquimia persistente diária (por exemplo, nos banhos),  devemos realizar, vencendo os insidiosos  miasmas exteriores e  subtis, as doenças e os estados de inércia e de depressão, na doutrina indiana das três gunas ou qualidades da matéria, abrangidos na 3º guna denominada tamas. Não estagnarmos, não nos petrificarmos, não nos deprimirmos, mas enfrentar, lutar e transmutar, lavar-nos, endireitar-nos, realinhar-nos, renascermos.
Numa versão primordial do Tarot, a dos Trionfi de Visconti Sforza, de cerca de 1450, observamos então uma  jovem  sentada com um nimbo bem marcado a envolver a cabeça e a  veste avermelhada, esta cor estando compensada pelos braços verdes que assinalam o dinamismo da purificação e harmonização das energias dos dois vasos, os quais podem indicar o quente e o frio, a água e o vinho, o seco e o doce, o coração e o sexo, a razão e os instintos, o consciente e o inconsciente, o feminino e o masculino, a arrogância e a humildade, a coroa e a raiz, a noite e o dia, a ilusão e a desilusão, a doença e a saúde, a vida e a morte...
                                      
À Sophrosine da tradição Grega, que tinha pois a sua identificação originante a um Espírito celestial, qual génio ou deusa, veio a corresponder depois a Temperantia na tradição Romana, a qual  perder essa origem e identidade animada ao subsumir-se abstractamente na doutrinação moral cristã dos primeiros Padres da Igreja,  tornando-se apenas uma das quatro Virtudes cardeais, ou seja, as que, como gonzos (cardines) podem fazer girar as portas de  acesso aos mundos subtis, espirituais e ao Ser Divino.  
Permanecia contudo ainda o sentido interior de autocontrole,  o do comunicar, equilibrar e complementar as dualidades e contrários, orientando ciente e salutarmente o fluxo dos instintos, alimentos, desejos, actos, energias, sentimentos e pensamentos, sob um amor temperante e assim gerando uma vida equilibrada e luminosa.
As representações em mapas e globos da constelação e signo da Virgem como uma mulher alada sugerem  também a temperança, a pureza e a ligação com planos superiores inspiradores ou fortificadores de tal qualidade. E a eles dedicamos recentemente um artigo: https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2017/08/as-representacoes-de-anjos-nas.html
                                      
No Tarocchi de Mantegna, um proto-Tarot de 22 arcanos, desenhado cerca de 1460, encontramos incluído no seu programa humanista de imagens, além de Apolo e as Musas, Artes e Ciências, Planetas ou Esferas Celestiais, e Profissões ou Estados, as quatro Virtudes Cardeais, nas quais a Temperança surge com uma Mulher com uma dimensão acentuada e um diadema no cimo da testa, e com um aspecto particular ao estar a dar de beber a um pequenino animal a seus pés, indicando deste modo provavelmente tanto uma proporcionalidade entre o espiritual e o animal em nós, como o saber alimentar o lado animal da vida, interno e externo, harmoniosamente. É de certo modo ainda uma nota ecológica e compassiva, sinal da consciencialização da Unidade da Vida, tão necessária nos nossos dias de crises ambientais e éticas e em que os valores de não-violência e unidade são tão importantes de serem cultivados perante a opressão de tanto magnate ou desgovernante mais ambicioso e desequilibrado.
      A Temperança inspira-nos assim a melhorarmos a nossa relação com os eco-sistemas e a multidimensionalidade dos seres, implicando  atenção e receptividade, respeito e amor, a fim de nos relacionarmos harmoniosamente no dar e  receber,  ganhar e gastar, comer e beber,  dormir e trabalhar, falar e calar, ler, escrever e meditar, individualismo egoísta e altruísmo, equilibrando-se estes opostos complementares de um modo preservador, salutar e luminoso, para nós e para os outros...
 

Em alguns Tarots da zona de Paris, Bruxelas e Rouen, cidades importantes do sacro Império Romano Germânico, as representações  deste arcano apresentam a Temperança coroada e numa das mãos segurando uma vara ou ceptro do poder, e só na outra há o temperar das dualidades nos dois vasos, talvez se projecta a matriz imperial sobre a angélica, assinalando que os reis e imperadores eram dos que mais tinham autoridade e poder para temperarem as dualidades e conflitos. Contudo, o moto que surge "sol fama" é extraído de um poema de Mateo Boiardo (1441-1494) que diz que "após a morte só a fama continua", Dopo la morte sol fama n’avanza. E ao estar colocada na sequência das cartas após a da Morte, faz sentido, tato mais que Petrarca nos seus Triomphi, após celebrar nesse seu livro a Morte, passa à da Fama. Neste sentido, os dois vasos podem ser o da vida terrena e o da celestial, e que devemos agir na vida conscientes que estamos a transferir simultaneamente energias e qualificações para o vaso ou corpo espiritual e portanto para a nossa vida depois da morte. Poderíamos até considerar este Anjo como o da Morte, e será certamente uma boa visão cm que podermos enfrentar os momentos da morte e transição para o além.
                               
     Os Tarots do sul de França, designados posterior e genericamente de Marselha, desde os meados do séc. XVI e já XVII reafirmam o ser Angélico feminino na figuração da Temperança a passar de um vaso azul para outro vermelho uma corrente energética ou líquida de três correntes em cima e de duas em baixo, e tanto ecoam a deidade ou entidade celestial grega (o tal Agato Daimon, o espírito bom) como eventualmente uma tradição de androginato, no sentido de equilíbrio das duas polaridades (o azul e o vermelho) em nós, assinalada também na roupagem.
Ecoa ainda a noção do Anjo da Guarda (provindo dos persas - fravashi -, gregos e dos cristãos), o qual nos acompanha e pode inspirar, proteger e guiar, na morte e na vida, assistindo-nos nas nossas tentativas de moderarmos os instintos, impulsos e conteúdos psíquicos e de unirmos  dentro e fora de nós as polaridades referidas já, tais como o positivo e o negativo, a dor e o prazer, higienicamente, harmoniosamente.  De modo a, seguindo as melhores aspirações e determinações, atingirmos e vivermos momentos e estados expandidos de saúde e bem estar, harmonia e paz, sabedoria e amor, visão e religação espiritual, ou seja, de unidade.
    Estas representações do Tarot de Marselha têm em geral os dois vasos mais em baixo, mas a uma altura tão próxima que conseguem transmitir melhor a ideia de que serão energias subtis psico-somáticas, sendo a dualidade realçada pelas cores vermelha e azul, num indício possível até de conhecimento das cores anímico-espirituais visíveis ao olhar interior na meditação...
O olho espiritual, ou mesmo o centro de forças do cimo da cabeça, marcado com flor vermelha, sinaliza tanto a irradiação do espírito ou centelha solar, como a visão interior, como ainda o esforço de vontade necessário para controlarmos as vagas de pensamentos e recebermos a Luz no nosso vaso ou Graal, e tanto para a assimilarmos como para depois a irradiarmos, partilharmos. Assim fortificamos ou retemperamos a nossa alma, elevando-a à possibilidade de manifestar às frequências vibratórias caracterizadas como asas, próprias  das mais vastas ou expandidas consciências angélicas e espirituais...
                            
  O Tarot do ocultista Arthur E. Waite, ainda que desenhado por Pamela Colman Smith a partir de um semi-perdido tarot renascentista a que ele tivera acesso no British Museum, o Sola-Busca de 1491, recria segundo critérios ocultistas e esotéricos do séc. XIX, por vezes discutíveis, alguns dos componentes deste arcano, nomeadamente o ser angélico ou celestial, acrescentando a dualidade expressa nos pés assentes em água e terra (ao contrário dos do Tarot Marselha, que estão tapados ou não existem), e o arco-íris que "liga e ecoa" as asas dardejantes em cima de nós e no horizonte. E, ao fundo, ou profundo do ser, e da vereda, observa-se a via e a chegada irradiante ao cimo da montanha sagrada, num caminho que teoricamente vai da ignorância e inconsciência à super-consciência.
    As indicações e hermenêuticas do simbólico são catalizadoras de circulações energéticas e conscienciais em quem  contempla mais demorada e aprofundadamente as imagens, pois esta seria a função principal das cartas do Tarot, e não a exploração comercial que se faz delas em livros ou cursos cheios de imaginativas e contraditórias correspondências com letras hebraicas, sefirotes da cabala e signos astrológicos (embora neste último caso haja influências ou correspondências), algo que se desenvolveu com vários ocultistas mistificadores do séc. XIX, nomeadamente com Eliphas Levy, ou mesmo Papus, à cabeça, e que tantos seguidores tiveram, tal Haziel e companhia, e ainda têm...
A par disto, diga-se de passagem, que numa consulta se o método de  tiragem implica várias cartas tal só complica ou obstrui a possível intuição facilitada antes pela oração, concentração e a tiragem simples de poucas cartas e gerando uma consequente leitura mais directa e segura. Assim, as leituras resultantes das tiragens de muitas cartas frequentemente são mais enganadoras do que clarificadoras  e, quanto a probabilidades antecipadoras, pouco têm de minimamente provável. Embora, certamente, uma pessoa possa receber auxílio psicológico ou inspirador importante, se consulta alguém que trabalha não movido pelo dinheiro e o negócio, e que estuda o Tarot, vive harmoniosa e sabiamente e sabe meditar, ou estar ligada ao alto, e consegue intuir a situação do consulente...
                                     
     Uma versão moderna do arcano da Temperança mostra a figura central como um poderoso ser Angélico ou Deva de um vale, apresentando assim a Natureza mais  desvendada:  ela contém seres subtis e angélicos,  podendo ser vista unificadamente, individualizada como tal, como alude a tradição iraniana com o Anjo Feminino da Terra,  Daena, ou certas deusas da Grécia, tal Demeter, Geia ou Gaia. Há neste moderno Tarot uma clara naturalização face às anteriores versões, nas quais a Temperança estava bem menos representada como espírito ou deva da Natureza.
Esta representação será certamente adequada à meditação, invocação e intuição de quem, por exemplo, vive no campo e o cultiva em modos (tão importantes e necessários) de agricultura biológica, permacultura e agricultura bio-dinâmica, ou de quem é simplesmente um ser ecológico e amante dos eco-sistemas e das caminhadas e peregrinações por vales e montanhas...
Pode ser bem forte em nós esta imagem, pois realça a circulação energética, nos corpos invisíveis e subtis, nossos e dos Devas e Anjos, e à qual devemos estar mais sensíveis e dialogantes, já que o tão fundamental desenvolvimento do espírito e dos seus sentidos é apoiado por uma circulação harmoniosa das energias psico-vitais nossas e uma interacção dialogante ambiental harmonizante e aprofundante, amante e grata no que hoje se chamam os sub-campos unificados de energia consciência informação que unem, envolvem ou contém todos os seres, e dos quais a web pode dar uma noção ou imagem e que têm na pura Natureza como um tudo, que abrange e liga a terra, água, ar e sol,  o seu potencial harmonizador maior...
                                     
A sensação de retemperança que sentimos na Natureza verde e aquática está bem expressa nesta versão da Temperança, num dito Tarot Céltico, a qual nos relembra ou pode impulsionar a desenvolver com mais frequência momentos de comunhão com a Natureza e suas energias e seres, conscientes dos fluxos vitalizadores que ocorrem, seja apenas em vasos com plantas dentro de casa (quantas vezes lhes tocamos ou falamos por dia?), ou já em jardins e campos, em trabalhos, peregrinações, diálogos, meditações e orações.
                                        
Neste versão moderna voadora da Temperança realçaremos  o equilíbrio entre os aspectos terrestres, aquáticos e celestiais que devemos procurar na vida ou, se quisermos, dos nossos actos, sentimentos e pensamentos, para conseguirmos depois verter a ambrósia ou vinho da sabedoria e do amor dos níveis mais elevados para o vaso ou Graal (o Jam-e jam, persa) do nosso coração, e daí irradiar no ambiente do Campo unificado e seus seres. 
E ainda se pode ler esta imagem, ou fazer a sua hermenêutica, como a passagem de um plano de vida terrena para um subtil e psíquico, pois tanto os dois jarros como as suas energias lembram que somos cidadãos não só de dois mundos, mas também do terceiro, o espiritual, cujo centro é o Divino, e que é a coroa, fonte e essência mais íntima deles. 
E, como este arcano XIV vem a seguir ao da XIII da Morte, pode ainda simbolizar, de um modo belo (e lembraremos Antero de Quental e a sua atracção-paixão - talvez demais - ou, melhor, o seu destemor face à morte)  os processos energéticos conscienciais de desprender-nos da Terra, e passarmos e despertarmos no além, e não nos detendo nas zonas ribeirinhas do mundo espiritual...
Acrescente-se ainda, fruto de uma intuição recente, que XIV é o meio do ciclo lunar de 28 dias e de certo modo mesmo do mês solar, pelo que assinala um dia de passagem, de transmutação, de recomeço.
                                 
Terminemos esta revisitação do arcano da Temperança com a versão com que começamos, uma moderna boticeliana, ou seja, inspirada em Sandro Botticelli, membro da Academia platónica florentina fundada por Marsilio Ficino no séc. XV, artista que segundo certos estudos recentes poderá até ter contribuído para a representação em pinturas, dentro de palácios italianos, de alguns dos arcanos. 
Além da grande suavidade, beleza e doçura desta face feminina da Divindade, das Deusas, do Anjo Feminino, da Musa Alma-Gémea e da Mulher na mulher, ou da mulher como Deusa, certos arcanos de simbologia espiritual foram bem desenhados: a rosa do Amor que a acompanha e se derrama ou infunde no movimento de troca e de circulação de energias entre os vasos que somos, temos  e estabelecemos com os outros, no todo do Campo unificado de energia informação consciência. 
Destaca-se deste, no horizonte, a Corona Solis, uma coroa dentro do Sol, vencedora de coronas menores, tais as que nos anos 2020 e 2021 começaram a afectar demasiadamente a vida, a convivialidade e liberdade humana e esperando-se que com o enfraquecimento do vírus, cada vez mais visível, termine a campanha de aterrorização e opressão, que sobretudo os media (em parte bem pagos pelas farmacêuticas) pregam e retalham nas frágeis e alienáveis almas que ainda abrem a televisão e muitos dos jornais e revistas.  
Vemos então a fulguração solar iluminante acontecer sobre a montanha sagrada do Oriente, a qual se pode considerar física e espiritual, sendo esta (denominada na Índia Himavat, e tão bem espelhada pelo mestre alemão Bô Yin Râ nas suas obras e pinturas) a que deveríamos mais invocar, aspirar, contemplar e comungar, sobretudo face a situações difíceis, ou apenas para bênção das nossas orações e meditações diárias.
Os Himalaias, Himavat, a montanha mais sagrada da Humanidade numa pintura de Bô Yin Râ...
São ainda de destacar neste arcano do Tarot de A. E. Waite o triângulo do fogo da aspiração do Amor unitivo, dentro do quadrado da matéria e do corpo, representado no peito, qual coração espiritual, e o olho espiritual igualmente bem activado. E, por fim, a bela espiral de nuvens de energias e espirituais (nuvens que contempladas com amor podem ser tão inspiradoras de fortificações e elevações conscienciais diariamente),  a qual fortalece e religa  a alma que aspira à pureza, à harmonia, à temperança e à Sophrosyne no caminho da vida e abrindo-lhe assim as possibilidades de religação divina e de felicidade...
Sejamos então mais harmonizadores, iluminadores e unificadores das dualidades e tensões, miasmas e doenças, mistérios e desafios. 
A cada momento da vida estejamos mais conscientes das presenças e circulações luminosas energéticas, psíquicas e espirituais, e saibamos invocar mais forte e sabiamente, em uníssono com familiares, amigos, companheiros de causas, antepassados,  seres angélicos e espirituais e, finalmente, com a Divindade...
Que o nosso subtil Anjo da Guarda, ou o Mestre, seja mais invocado, pois bem precisamos dele no meio das crises e ameaças. Tentemos descobrir ou inventar meios de nos religarmos mais, de a sua presença ser mais merecida e sentida, de as suas bênção estarem connosco...
 Que também a invocação ou mesmo a ligação ao Mestre e aos Mestres, Santos e Santas, Anjos e Arcanjos esteja mais consciencializada e viva em nós... 
Que o Amor Divino arda firme em nós, impulsionando os movimentos psico-energéticos necessários e as passagens  e transmutações de estados semi-conscientes dificultosas, apurando-nos para agirmos e irradiarmos beneficamente no Todo e em crescente ligação criativa e alegre, feliz, com o Espírito, o Amor, a Divindade...

 

4 comentários:

José Simões-Ferreira disse...

Força, Pedro, continua a tua reflexão e comunicação. Obrigado. Agora um episódio: A palavra "Sofrosine", foi usada, como substantivo-adjectivado, "SOFROSÍNICO", e de modo antifrástico (não sei se intencionalmente!?), por Baptista-Bastos, em 1975, no Diário de Notícias, descrevendo a ida de Sá-Carneiro para Inglaterra (uma operação, suponho); BB satirizava a postura, que caracterizava como arrogante, irritante e neurótica, de Sá-Carneiro. - Enfim, tricas políticas, de literatos eruditos...
O termo, Sophrosyne, a par de Kalokogatia é muito usado por Arnold Hauser, História Social da Arte..., 1952, que considerava, todas as épocas como tendo formas próprias de Sophrosyne e Kalokogatia. Passavam, assim, de categorias históricas a categorias supra-históricas... se tal é possível.
Desculpa ter-me alongado. Abraços!

Magga Barbosa disse...

Parabéns! Que preciosidade. Gratidão. Om

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Graças, Magga. Boas harmonias e criatividades. Aum...

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Caro Zé. Agradeço muito o teu comentário, com a tua proverbial cultura vasta, e com as boas raízes greco-romanas e renascentistas. Que elas nos inspirem, fortifiquem e abençoem nestes tempos conturbados pela covinagem. Sophrosyne e Kalokogatia! Grande abraço!