sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

S. Catarina de Ricci, o Amor Divino e o Anjo da Guarda... Duas relações setecentistas da sua vida, milagres e canonização.

                                                           

 S. Catarina de Ricci (1523-1590) é uma santa italiana do século XVI pouco conhecida em Portugal, apesar da sua extraordinária vida, reconhecida como de alto valor espiritual pelos seus próximos desde tenra idade, de tal modo que aos 12 anos já  estagiava num convento vizinho e aos 16 professava na Ordem Dominicana no convento de Vincenzio, no Prado, onde iria decorrer a sua vida, de noviça a mestra e prioresa, mas irradiando até longe ao tornar-se conselheira e correspondente de reis e fiéis, papas e religiosos, entre os quais S. Filipe de Nery e Santa Maria Madalena de Pazzi.

                                     

Beatificada em 23/12/1732, a aprovação da sua canonização ocorreu a 6/10/1744, sendo  finalmente canonizada em 29/6/1746, pelo papa Bento XIV, dando origem a festividades celebradas em Portugal sobretudo no convento de S. Domingos em Lisboa, com um oitavário,  do que resultou a publicação de duas relações, denominadas Compêndio e Epítome, de autores  que a partir das  fontes consultadas descreveram a vida da santa de modo semelhante embora com realces diferentes, e ambos aludindo nos títulos das páginas iniciais às festividades sacras no Rossio em Lisboa. Vamos  apenas abordar o início da vida espiritual da jovem Alessandrina  ou Alexandra (pois só receberia o nome de Catarina ao professar aos 16 anos), e em especial em relação ao Anjo da Guarda e ao Amor Divino...

 No Compendio da Vida, Virtudes, Morte, e  milagres de Santa Catharina de Ricci, religiosa professa da Ordem dos Pregadores,  traduzido de latim em português por M.F.L. Cuja canonização se celebra no real Convento de S. Domingos desta Cidade de Lisboa, &c. «A cidade de Florença foi o ditoso berço onde esta venerável Heroína da santidade saiu à luz do mundo em 25 de Abril 1522. Deram-lhe o ser da natureza  Pedro Francisco Ricci, e Catharina de Ponzano, tão virtuosos na genealogia da nobreza como ilustres nos predicados das virtudes; e logo que o tempo foi vencendo os impedimentos da infância começou Catarina a mostrar grandes sinais, e felizes prognósticos da sua futura santidade; porque desprezando  as pompas, grandezas e faustos do mundo, se entregou, com grande desengano, aos exercícios do silêncio, solidão e oração, nos quais virtuosos actos dispendia a maior parte do tempo. Por esta causa mereceu gozar da presença do seu Anjo Custódio, e a recrear-se com ele com diversos colóquios; chegando a tanta ventura esta felicidade, que o mesmo Anjo da guarda, como Mestre, a industriava na recitação do Rosário de Maria Santíssima. Com este método de pedir e de rogar concebeu um tal afecto aos mistérios da Paixão de Cristo, que em todo o tempo da sua vida conservou o incêndio desta lembrança, e a chama desta memória...».
  Realcemos, 1º, a precocidade da aspiração espiritual da criança, como se viesse de um nível espiritual tão belo e elevado, tão divino, que sempre queria voltar a ele pelo silêncio, a oração, a contemplação, o sentir interior do divino e do espiritual.

Em 2º, a capacidade ascética ou de controle das atrações mundanas, desvalorizando-as, não se deixando prender nas ilusões e prazeres sensoriais e sociais.
Em 3º a capacidade de ver, sentir, dialogar com o Anjo ou, se quisermos, merecer tal graça pela sua vida pura, pelo seu amor ao divino, pela sua sensibilidade. Não é por acaso que a tradição popular fala das crianças até aos sete anos verem os anjos, associando até a moleirinha no cimo da cabeça não estar ainda fechada, o que pode estar ligado a uma consciência de um centro de forças no cimo da cabeça nelas ainda muito aberto e que depois com a educação e a vida exteriorizante se vai encerrando e perdendo a sua dimensão de porta de comunhão subtil com os mundos espirituais.
Em 4º, o seu Anjo Custódio ensinar-lhe a rezar a Ave Maria, algo que pode parecer pouco necessário, sendo uma oração tão simples mas não só ela era uma criança, como certamente a ensinava abrindo-lhe a sua visão e sensibilidade interior ao que se pode realizar com tais petições, e como tal poderia ressoar nela.
5ª Contemplando e meditando na vida e paixão de Jesus, a jovenzinha Alessandrina (e terá sido chamada de Sandrina?) despertou tant
o o seu centro espiritual cardíaco que ficou desde aí com uma chama acessa permanente,  compreensível dada a sua vida harmoniosa e sempre em adoração e acção generosa e compassiva pelo bem dos outros e da sacralidade religiosa, religante, transfigurante...

Na segunda versão da vida de S. Catarina de Ricci, impressa em Lisboa, em 1747 mas tal como a outra não datada e sem nome do editor, quando se celebrava sua canonização, Epitome da Portentosa vida, e milagres de Santa Catharina de Riccis, Florentina, (...); novamente canonizada pelo N. SS. P. Benedito XIV (...) cuja festividade celebram com Oitavário os Religiosos Dominicanos no Real Convento desta Corte, que começa a treze de Agosto de 1747,  lemos: «Na nobilíssima cidade de Florença, vistoso jardim da Itália, a vinte e cinco de Abril de mil quinhentos e vinte e dois viu Catarina a primeira luz do mundo, tendo seus ditosos progenitores Pedro Francisco de Ricciis, e Catharina de Ponsano, de nobreza e piedade conhecida. Puseram-lhe na Sagrada fonte do Bautismo o nome de Alexandra. Nas primeiras respirações da sua inocente vida deu logo indícios de uma admirável virtude, sendo todo o seu divertimento naquela primeira idade o silêncio, e oração. Logrou visível a comunicação do seu Anjo da Guarda, que lhe serviu de Mestre na devoção do Rosário; e inflamada com tão suave magistério na contemplação da Vida de Cristo, foi tal o incêndio, que lhe ateou no coração o Amor Divino, que se viu seu amante peito um vivo Mongibello.»

                                           

O autor desta última relação, e que diz ter-se baseado nos documentos da Sagrada congregação de Ritos, para a sua canonização (enquanto no primeiro só menciona traduzido do latim por M. F. L., e seria interessante sabermos quem foram), e na parte final, ou Corolário, citando casos miraculoso a partir da vida da santa pelo P. Fr. Filippe Guidos, era alma mais sensível artística, panteísta, e assim na parte que transcrevemos abre-a com o ambiente onde nascera ou terá as primeiras respirações Alessandrina, Florença, chamando-lhe o jardim vistoso de Itália. E discenirá nos efeitos do magistério e da santa conversação com o Anjo da Guarda,  uma bela e poderosa correspondência de sinais entre o macrocosmos e o microcosmo:  tais conversas e estados unitivos tornaram o seu peito um Mongibelio, ou seja um vulcão, e no caso o Etna, pois como tal se denomina  Mongibelio. Um vulcão do fogo do Amor....

Eis-nos com belas ideias e imagens para fortalecermos  a nossa  relação com o Amor Divino ou Logos, a Divindade, com o Espírito, com Jesus Cristo, com o Anjo da Guarda, e com a nossa alma espiritual, e os próximos, e ainda, mais subtilmente, com o corpo místico da Humanidade e da Igreja onde Santa Catarina de Ricci continua uma luminária, um ser de amor que nos pode inspirar...  

Voltaremos à sua vida, e às suas cartas, já que deixou extensa correspondência.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Discurso de Putin, dia 17. II parte. Mensagem de esperança na vitória e na paz e que novos dirigentes mais maduros e íntegros surjam na Europa. Text bilingual

 Vladimir Putin: Companheiros,
Gostaria de agradecer ao Ministro por fornecer uma análise detalhada da situação das questões nas Forças Armadas e ao longo da linha de contacto [ou frente].
Como é costume, vou partilhar algumas considerações gerais convosco. Provavelmente não direi nada que não saibam, mas ainda assim creio que é importante dizer.
Gostaria de começar com a nossa história recente, com os desenvolvimentos mais recentes, para se ter uma ideia clara de onde estamos agora e por que estamos onde estamos.

Já me ouviram dizer isto muitas vezes antes, mas acho que vale a pena repetir. Pouco depois da queda da União Soviética, pensávamos que nos tornaríamos rapidamente membros da família "civilizada" das nações europeias e da família ocidental civilizada numa forma mais ampla. Hoje, descobrimos que a civilização lá é inexistente e que a degradação é tudo o que existe, mas esse não é o ponto. Naquela época, pensávamos que era algo bom e que nos tornaríamos um membro pleno e em igualdade daquela família. Nada disso aconteceu. Vêm? Nada disso aconteceu, e não nos tornamos membros em igualdade daquela família.
Pelo contrário, eles começaram a apertar a Rússia de todos os ângulos e até aumentaram a pressão. Quase tudo o que dizia respeito à Rússia foi decidido por eles a partir de uma posição de força. Eles  davam-nos palmadinhas nas costas e convidavam-nos para participar em vários encontro, mas o Ocidente usava a força, incluindo a força militar, para fazerem avençar os seus interesses quanto à Rússia.
Verdadeiramente assim. Apoiar o separatismo e o terrorismo foi claramente demonstrado e realizado ao fornecerem armas e dinheiro aos terroristas e ao oferecerem-lhes apoio político e mediático em toda o tabuleiro do jogo. Restrições económicas também nos foram impostas, e isso  é 
também uma pressão forçada, e muito séria por sinal.
Eu lembro-me muito bem disso. Quando dissemos que precisávamos de proteger nosso país contra o terrorismo, nos disseram-nos para fazermos o que fosse necessário, mas não certas coisas, caso contrário não seríamos elegíveis para empréstimos ou renovações em termos facilitados. Isso foi uma pressão direta forçada e uma imediata restrição na esfera económica.
Instrumentos destrutivos destinados a desestabilizar a Rússia de dentro  foram 
também utilizados – e isso foi inteiramente deliberado. Vimos o mesmo padrão noutros países: mecanismos para minar a estabilidade política interna foram criados e postos em uso.
Claro, por essa altura, toda a arquitectura de segurança do pós-guerra tinha deixado de funcionar. Tudo começou a deteriorar-se rapidamente, e as regras estabelecidas, juntamente com a Carta da Nações Unidas, foram postas de lado. Considerem os acontecimentos na Jugoslávia. Como é que isso se alinhou com a Carta da ONU? Não foi isso o uso da força? Já falamos sobre isso muitas vezes, mas o fato é: eles simplesmente fizeram o que acharam melhor, agindo por conta própria. Eles manipulavam a situação e forçavam uma votação se pudessem. Se não, que se lixe – aplicavam a força armada diretamente. No final, eles devastaram e desmantelaram a Jugoslávia e fragmentaram o povo sérvio, espalhando uma única nação por diferentes entidades estatais.
Não vou deter-me agora na expansão da OTAN, embora o seu papel seja óbvio. Mesmo hoje, dizem-nos que não temos o direito de ditar como os outros devem garantir a sua segurança ou de privá-los das suas escolhas. Não estamos privando ninguém de nada. Não estamos fazendo exigências excepcionais. Estamos simplesmente insistindo para que as promessas feitas a nós sejam cumpridas. Foi declarado publicamente que a OTAN não se expandiria para o leste. O que se seguiu? Eles ignoraram isso completamente, e a uma onda de expansão seguiu-se outra. Repito: não estamos a pedir nada de extraordinário – apenas que as garantias que nos foram dadas sejam cumpridas.
Acredito que todos aqui entendem que os acordos com a União Soviética eram tratados de uma maneira, e os acordos com a Rússia moderna, após a desintegração da URSS, de outra. Todos os nossos interesses eram simplesmente ignorados.
Isto levou por fim ao golpe na Ucrânia. Que tipo de democracia é esta, que nos têm dado lições ou conferências há décadas? Foi uma evidente tomada de poder armada. Se tivessem ido às urnas – como já disse inúmeras vezes – teriam ganho as eleições de forma justa. Nada os impederia; a vitória estava assegurada. Mas não – eles simplesmente demonstraram força, e foi isso.


A partir de então, eles começaram a reprimir violentamente o sudeste, as suas regiões sudeste, desencadeando efectivamente uma guerra. Não fomos nós que começamos a guerra em 2022; foram as forças destrutivas na Ucrânia, apoiadas pelo Ocidente. Em essência, o próprio Ocidente instigou este conflito. Estamos apenas procurando acabar com isso, parar isso. Inicialmente, buscamos meios pacíficos através das negociações de Minsk, como se devem lembrar. Eventualmente, fomos compelidos a introduzir um componente militar assim que ficou claro que estávamos sendo enganados. Essa decepção foi desde então exposta em claro: altos oficiais do Estado afirmaram sem pudor que nunca tiveram a intenção de honrar os acordos, mas apenas de ganhar tempo para armar e equipar as forças ucranianas. Eles prepararam um golpe, iniciaram operações militares e deliberadamente – estou convencido, deliberadamente – precipitaram uma guerra.
O presidente Trump disse que, se estivesse no cargo na época, nada disso teria acontecido. Ele pode muito bem estar certo. Porque a administração anterior deliberadamente levou as coisas a um conflito armado. E acho que a razão é clara: eles acreditavam que a Rússia poderia ser rapidamente desmantelada e dividida. Os "porquinhos" [ou os porcos inferiores] europeus imediatamente se juntaram aos esforços daquela administração americana anterior, esperando lucrar com o colapso do nosso país: recuperar o que havia sido perdido em períodos históricos anteriores e vingar-se de alguma forma. Como agora se tornou evidente para todos, cada uma dessas tentativas, cada plano destrutivo contra a Rússia, terminou num completo e total fracasso.
A Rússia demonstrou sua resiliência na economia, finanças, política interna, estado da sociedade e, em última análise, na sua capacidade de defesa. Sim, ainda há muitos problemas e questões nesta área.
Posso ver pessoas aqui neste salão que vieram diretamente da frente, das linhas de frente, da linha de contacto de combate. Eles estão sentados aqui, eu os vejo-os. E eles sabem melhor do que ninguém que o exército ainda enfrenta muitos problemas; eles encontram-nos todos os dias.
E, no entanto, nossas Forças Armadas se tornaram-se completamente  – fundamentalmente diferentes. O resultado mais importante da operação militar especial é que a Rússia recuperou o seu estatuto de estado plenamente soberano. A Rússia se tornou-se soberana em todos os sentidos da palavra. Recuperamos esse status em grande parte graças à vossa participação, graças à contribuição das Forças Armadas.
O nosso exército tornou-se totalmente diferente. Isso aplica-se ao comando das tropas, tácticas, estratégia, equipamentos e ao trabalho e desempenho do complexo de defesa e industrial. Isso também diz respeito ao componente estratégico: o nosso escudo nuclear está mais actualizado do que o componente nuclear de qualquer potência nuclear oficialmente reconhecida. Quanto está modernizado, mais de 80 por cento?
-   Chefe do Estado-Maior Valery Gerasimov: - Noventa e dois por cento.
-  Vladimir Putin: As nossas forças nucleares estão 92% modernizadas. Nenhuma outra potência nuclear no mundo tem tal nível.
Temos novos armamentos e novos sistemas de armas. Ninguém mais no mundo tem isso, e ninguém terá por muito tempo. Já mencionei isso antes e conhecemos o Avangard, o Burevestnik e outros sistemas.
As nossas forças terrestres também estão a crescer e a fortalecer-se. Sim, repito, os que vieram da linha de frente sabem que muitos problemas permanecem. Mas essas tropas estão completamente diferentes agora: estão endurecidas para a batalha. Não há outro exército como este no mundo; simplesmente não existe.
Sim, as Forças Armadas da Ucrânia também estão passando pelo teste da ação militar. Mas, infelizmente para eles, assim como o próprio estado ucraniano está desintegrando-se – simbolizado pelos "equpamentos de casa de banho de ouro" – as suas forças armadas também estão degradando-se. Isso é evidenciado pelo crescente número de desertores: mais de 100.000 processos criminais por deserção foram abertos na Ucrânia, e o número total de desertores está na casa das centenas de milhares. Este é um sinal claro de degradação.
E as nossas Forças Armadas estão em ascensão. Repito, muito ainda precisa ser feito, mas tudo será feito. Sempre afirmamos – e quero reafirmar isso – que permanecemos prontos para negociações e prontos para resolver todos os problemas que surgiram nos últimos anos por meios pacíficos. A administração dos Estados Unidos demonstrou tal prontidão, e estamos enpenhados em diálogo com ela. Espero que o mesmo aconteça eventualmente na Europa. É improvável com as actuais elites políticas, mas será inevitável à medida que continuamos a fortalecer-nos, se não com os políticos actuais, então com uma mudança das elites políticas na Europa.
Gostaria de agradecer pelo vosso trabalho dedicado em 2025 e expressar a minha confiança e esperança de que todos os desafios enfrentados pelo nosso país sejam resolvidos com sucesso.
Muito obrigado. (Aplausos.)

Desejo o melhor para todos.»

                                                         
Vladimir Putin: Comrades,
I would like to thank the Minister for providing a detailed analysis of the status of matters in the Armed Forces and along the line of contact.
As is customary, I will share a few general considerations with you. I will probably not say anything that you do not already know, but I still believe it is important to say it.
I would like to begin with our recent history, with the most recent developments, in order to have a clear idea of where we are now and why we are where we are.
You have heard me say it many times before, yet I think it is worth saying it again. Shortly after the Soviet Union had fallen apart, we thought we would quickly become members of the “civilised” family of European nations and the civilised Western family more broadly. Today, it turns out that civilisation there is nonexistent, and degradation is all there is there, but that is not the point. Back then, we thought it was a good thing and that we would become a full-fledged and equal member of that family. Nothing of the kind happened. You see? Nothing of the kind happened, and we did not become an equal member of that family.
On the contrary, they started going after Russia from all angles, and even ratcheted the pressure up. Almost everything concerning Russia was decided from a position of strength. They would pat us on the shoulder and invite us to attend various events, but the West used force, including military force, to push its Russia-related interests.
Truly so. Supporting separatism and terrorism was clearly demonstrated and carried out by supplying terrorists with weapons and money and providing them with political and media support across the board. Economic restrictions were imposed on us as well, and that, too, is about forceful pressure, and a very serious one at that.
I remember this very well. When we said that we needed to protect our country against terrorism, we were told to do whatever we needed to, but not to do certain things or else we will not be eligible for loans or renewed easy terms.” This was direct forceful pressure and outright restriction in the economic sphere.
Destructive instruments aimed at destabilising Russia from within were also deployed – and this was entirely deliberate. We have seen the same pattern in other countries: mechanisms for undermining domestic political stability were created and put to use.
Of course, by then, the entire post-war security architecture had ceased to function. Everything began to erode rapidly, and the established rules, along with the UN Charter, were cast aside. Consider the events in Yugoslavia. How did that align with the UN Charter? Was that not the use of force? We have spoken of this many times, but the fact remains: they simply did as they saw fit, acting at their own discretion. They would manipulate the situation and force a vote if they could. If not, to hell with it – they applied armed force directly. In the end, they ravaged and dismantled Yugoslavia and fractured the Serbian people, scattering a single nation across different state entities.
I will not dwell now on NATO expansion, though its role is obvious. Even today, we are told we have no right to dictate how others should ensure their security or to deprive them of their choices. We are not depriving anyone of anything. We are not making exceptional demands. We are simply insisting that the promises made to us be honoured. It was publicly stated that NATO would not expand eastward. What followed? They disregarded this entirely, and one wave of expansion followed another. I repeat: we are not asking for anything extraordinary – only that the assurances given to us be fulfilled.
I believe everyone here understands that agreements with the Soviet Union were treated one way, and agreements with modern Russia, after the USSR’s disintegration, quite another. All our interests were simply ignored.
This ultimately led to the coup in Ukraine. What kind of democracy is this, the one we have been lectured about for decades? It was a straightforward armed power grab. Had they gone to the polls – as I have said countless times – they would have won the elections fairly. Nothing stood in their way; victory was assured. But no – they simply demonstrated force, and that was that.
Thereafter, they began violently suppressing the southeast, their southeastern regions, effectively unleashing a war. It was not we who started the war in 2022; it was the destructive forces in Ukraine, backed by the West. In essence, the West itself instigated this conflict. We are only seeking to end it, to stop it. Initially, we pursued peaceful means through the Minsk negotiations, as you will recall. Eventually, we were compelled to introduce a military component once it became clear we were being deceived. That deception has since been laid bare: senior officials have stated unabashedly that they never intended to honour the agreements, but only to buy time to arm and equip Ukrainian forces. They engineered a coup, initiated military operations, and deliberately – I am convinced, deliberately – precipitated a war.
President Trump has said that had he been in office at the time, none of this would have happened. He may well be right. Because the previous administration deliberately brought matters to an armed conflict. And I think the reason is clear: they believed Russia could be swiftly broken up and dismantled. European “swine underlings” immediately joined the efforts of that previous American administration, hoping to profit from our country’s collapse: to reclaim what had been lost in earlier historical periods and to exact a form of revenge. As has now become evident to all, every one of those attempts, every destructive design against Russia, has ended in complete and total failure.
Russia has demonstrated its resilience in the economy, finance, domestic politics, the state of society, and, ultimately, in its defence capability. Yes, there are still many issues and problems in this area.
I can see people here in this hall who came directly from the front, from the frontlines, from the line of combat contact. They are sitting here, I see them. And they know better than anyone that the army still faces many problems; they encounter them every day.
And yet, our Armed Forces have become completely different –fundamentally different. The most important result of the special military operation is that Russia has regained its status as a fully sovereign state. Russia has become sovereign in every sense of the word. We have regained this status to a large extent thanks to your participation, thanks to the contribution of the Armed Forces.
Our army has become totally different. This applies to troop command, tactics, strategy, equipment, and the work and performance of the defence and industrial complex. This also concerns the strategic component: our nuclear shield is more updated than the nuclear component of any officially recognised nuclear power. How much modernised is it, over 80 percent?
Chief of the General Staff Valery Gerasimov: Ninety-two percent.
Vladimir Putin: Our nuclear forces are 92 percent modernised. No other nuclear power in the world has such a level.
We have new armaments and new weapon systems. No one else in the world has these, and no one will for a long time. I have mentioned this before and we know Avangard, Burevestnik, and other systems.
Our ground forces are also growing and strengthening. Yes, I repeat, those who have come from the front know that many problems remain. But these troops are completely different now: they are battle-hardened. There is no other army like this in the world; it simply does not exist.
Yes, the Ukrainian Armed Forces are also going through the ordeal of military action. But, unfortunately for them, just as the Ukrainian state itself is disintegrating – symbolised by the “golden toilets” – their armed forces are also degrading. This is evidenced by the growing number of deserters: more than 100,000 criminal cases for desertion alone have been opened in Ukraine, and the total number of deserters is in the hundreds of thousands. This is a clear sign of degradation.
And our Armed Forces are on the rise. I repeat, much remains to be done, but it will all be done. We have always stated – and I want to reaffirm this – that we remain ready for negotiations and ready to resolve all the problems that have arisen in recent years through peaceful means. The United States administration has demonstrated such readiness, and we are engaged in dialogue with it. I hope the same will eventually occur in Europe. It is unlikely with the current political elites, but it will be inevitable as we continue to strengthen, if not with the present politicians, then with a change of political elites in Europe.
I would like to thank you for your dedicated work in 2025 and express my confidence and hope that all the challenges facing our country will be successfully resolved.
Thank you very much. (Applause.)
All the best.
 
 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Discurso de Vladimir Putin a 17/12/25, sobre a Operação Militar Especial. Excertos substanciais...

                                        Pode ser uma imagem de estrado e a texto que diz "KO"

Em 17 de dezembro, o Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, discursou na reunião alargada do Conselho do Ministério da Defesa, realizada no Centro do Controle da Defesa Nacional, em Moscovo,  «a fim de discutir os nossos resultados no período passado e identificar as tarefas prioritárias para fortalecimento das Forças Armadas e melhorar a capacidade de defesa do país.
Gostaria de realçar que o ano passado representou um marco importante no cumprimento dos objectivos da operação especial militar. O exército russo tomou e mantém firmemente a iniciativa estratégica ao longo de toda a linha de frente.
As nossas tropas estão a avançar com confiança e desgastando as forças hostis, derrotando unidades inimigas, grupos de forças e reservas, incluindo as chamadas formações de elite treinadas em centros ocidentais e equipadas com armamento moderno estrangeiro.
 Este ano mais de 300 comunidades já foram libertadas, incluindo grandes cidades que o inimigo havia transformado em baluartes pesadamente fortificados, que apresentavam extensas estruturas defensivas permanentes. Contudo elas sucumbiram, ficando provado que foram incapazes de aguentar a coragem e a habilidade militar dos nossos militares.
 As posições que conquistamos, as testas de ponte estabelecidas nos últimos meses e a experiência táctica e operacional única adquirida com o romper das defesas profundas do inimigo  permitem-nos agora intensificar o ritmo de nosso avanço em sectores estratégicos chave. Temos orgulho do heroísmo de nossos soldados e oficiais nas linhas de frente, e de todos que defendem a Rússia e a segurança de nossos cidadãos.
North Korean soldiers killed fighting ...
 🇰🇵Gostaria também de agradecer reconhecidamente aos nossos camaradas de armas da República Popular Democrática da Coreia. Por decisão do Camarada Presidente dos Assuntos de Estado Kim Jong-un, militares da RPDC foram destacados para participar na libertação da Região de Kursk. Eles lutaram com valentia e coragem ao lado dos soldados russos contra o inimigo e participaram da missão em grande escala e excepcionalmente difícil de desminagem do solo libertado de Kursk.
É nosso dever  de honrar para sempre a memória de todos os nossos camaradas caídos e apoiar as suas famílias, filhos e pais. O Estado cumprirá todas as obrigações necessárias para tal. 
   Peço agora que observem um momento de silêncio em memória daqueles que deram as suas vidas pela Mátria.
 Sabemos que o regime de Kiev conta com o apoio dos países membros da NATO, o maior bloco político-militar do mundo. Assistência militar em larga escala é fornecida continuamente, conselheiros, instrutores e mercenários são enviados, e dados de inteligência são compartilhados.
 No meio de condições tão desafiadoras, as nossas tropas demonstram alta prontidão e proficiência no combate. As capacidades do exército russo estão a ser constantemente aperfeiçoadas, e os esforços para fortalecer as Forças Armadas têm sido incessantes nos últimos anos.
 Refiro-me à melhoria da sua composição de combate, aos avanços qualitativos no sistema de comando militar, no treino operacional e de combate e, naturalmente, ao aumento da eficiência da indústria de defesa, que reconfigurou rapidamente numerosos processos de produção e tecnológicos e está a fabricar produtos essenciais em volume sempre crescente. (...)  
 Os altos níveis qualitativos de treino e formação das nossas unidades, e a capacidade de cumprirem as tarefas mais complicadas, têm sido reafirmados durante exercícios regulares, que têm incluído a participação dos nossos aliados e parceiros estrangeiros [entre os quais os cavaleiros do Amor de Portugal], com os quais compartilhamos a experiência acumulada durante a operação militar especial.
                                    
 Hoje, podemos ver que a situação geopolítica permanece tensa em todo o mundo, e até crítica em algumas regiões. Os países da NATO estão activamente aumentando e modernizando as suas forças ofensivas, e criando e implantando novos tipos de armas, inclusive no espaço exterior.
Entretanto, as pessoas na Europa estão sendo indoutrinadas ou manipuladas com medos de uma confrontação inevitável com a Rússia, com alegações de que devem ser feitos preparativos para uma grande guerra. Várias figuras que ocuparam ou continuam a ocupar posições de responsabilidade parecem simplesmente ter esquecido o que essa responsabilidade implica.
[Como se Blair, Durão Barroso, Cameron, ou Macron, Merz, Ursula, Costa, Kallas e Starmer tivessem algum sentido ético de responsabilidade e verdade...]
Eles estão a excitar a histeria, guiados por interesses políticos momentâneos, pessoais ou de grupos políticos [a oligarquia dos Rothschild, da indústria dos armamentos, etc.], em vez dos interesses de seu povo. Já disse muitas vezes que isso é uma mentira e uma narrativa irracional sobre uma ameaça russa imaginária aos países europeus. Contudo, eles estão a fazer isso deliberadamente.
                                          
A verdade é que a Rússia sempr
e se esforçou, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, até ao fim, enquanto houver a mínima hipótese, por encontrar soluções diplomáticas para as difrenças e os conflitos. A responsabilidade pelo fracasso em aproveitar essas oportunidades recai inteiramente sobre aqueles que acreditam que podem usar a linguagem da força connosco.
Congratulamo-nos com o progresso nascente no diálogo com a nova administração norte-americana, o que não se pode dizer da actual liderança da maioria dos países europeus.
 Em qualquer situação internacional, as nossas Forças Armadas permanecem o principal garante da soberania e independência da Rússia, de sua segurança e futuro, e de sua paridade estratégica.
 
 Os objetivos da operação militar especial serão, sem dúvida, alcançados. Preferiríamos alcançar isso e abordar as causas raízes do conflito por meios diplomáticos. No entanto, se o lado oposto e os seus patronos-patrocionadores estrangeiros se recusarem a entrar num diálogo substancial, a Rússia alcançará a libertação das suas terras históricas [Donald Trump, um magnate ignorante da história,  deve ter lido, e quer aplicar na Venezuela...] por meios militares. A tarefa de criar e expandir uma zona de segurança também será realizada de forma consistente.    (... Alguns parágrafos sobre os progressos na defesa e no apoio aos militares e suas famílias ...) 
 Sem dúvida, os esforços para indexar as remunerações dos militares devem continuar, e o ritmo de fornecimento de casa e serviços permanentes não deve diminuir. Cada Defensor da Pátria deve ter a certeza de que o Estado fornecerá a eles e aos seus entes queridos todo o apoio social necessário.
Em conclusão, gostaria de mais uma vez expressar a minha gratidão aos soldados e oficiais que estão actualmente na linha de frente, a todos os participantes da operação militar especial pelo seu heroísmo e dedicação, e estender os meus melhores votos à liderança e a todo o pessoal, incluindo o civil, do Ministério da Defesa para que alcancem sempre boas realizações ao serviço da Mátria e do nosso povo.
Acredito firmemente que continuareis a proteger com firmeza a soberania e a segurança da Rússia.
Obrigado pela vossa atenção.»
Vladimir Putin.
                                                             

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Parques de painéis solares destruidores da qualidade de vida das pessoas e da natureza. Notícias boas do Japão. E do Jornal Página Um: Quais os limites para o capitalismo selvagem, patrocinado por escritórios poderosos?

  No dia 13 de Dezembro realizou-se em Lisboa a manifestação contra os projectos megalómanos de instalação de parques solares e destrutivos, que reuniu umas duzentas pessoas que vindas de comboio do centro do país (Idanha-a-Nova, Penamacor e Fundão)marcharam da Gare do Oriente até a Assembleia Nacional, juntando-se lhe alguns ecologistas lisboetas e não só. Houve discursos, palavras de ordem, sob os olhares atentos das forças da "Ordem" mas os ânimos não aqueceram, tal como acontecera na uns dias antes na manifestação do dia da greve, e em abstracto compreensivo face à brutalidade do neoliberalismo opressivo explorador, tão destruidor dos direitos dos trabalhadores, e dos cidadãos na saúde,  que este governo vai tentando impor. Houve boas conversas com pessoas amigas, tais o Alfredo Cunhal Sendim e o António Mantas, duas sumidades da agricultura biológica, e a Teresa Milheiro e a Ana Mouga, duas artistas e activistas, entre outras...

Uma horas depois, já em casa, consultava uma das minhas duas fontes jornalísticas diárias, a Press.tv e a Tass.com, e lia admirado, como o Japão, superdependente de fontes de energia externas, decidia respeitar de novo mais a sacralidade e sabedoria (Sophia) do ambiente e dos espíritos da Natureza ou deuses, os Kami,  algo que pela tradição nativa do Shinto as suas populações conhecem e vivem (como eu observei quando peregrinei 40 dias por lá), e logo estavam a exigir medidas de cerceamento dos parque solares. E então cá em Portugal, iremos mais uma vez seguir as narrativas oficiais das galinhas de ovos douro para os "aMilhazados", que enriquecem uns poucos e afectam muitos? Ou conservaremos a Terra sagrada, com seus olivais, bosques, florestas, rãs, sapos, salamandras, pintasilgos?

Um torii, num santuário Shinto, o Kamigamo jinja, de Kyoto, 2011.

               "Japão suspenderá apoio a novos parques solares" 

 TÓQUIO, 14 de dezembro. /TASS/. O governo japonês suspenderá os subsídios para a criação de gigantescas parques solares a partir do ano fiscal de 2027, que começa em 1º de abril de 2027, informou o Yomiuri.
De acordo com fontes do governo e do Partido Liberal Democrático no poder, a decisão foi tomada devido a preocupações com os danos ambientais e a atitude negativa da população local. O desmatamento e a limpeza das encostas das montanhas para instalar dezenas de milhares de painéis destroem o ecossistema.
O jornal afirmou que o governo irá rever radicalmente a sua política de promoção activa do uso de centrais solares, adoptada após um terremoto em 2011. O acidente na central nuclear de Fukushima-1 levou o governo a fechar as 54 usinas nucleares do país, o que causou um grande impacto no fornecimento de energia. A decisão de suspender o apoio estatal deve ser oficialmente aprovada até ao final deste ano. O apoio estatal para painéis solares comerciais instalados nos telhados das casas e com menor impacto ambiental será mantido.
Até a primavera de 2011, os reatores nucleares geravam um terço da electricidade que a ilha consome. Atualmente, o país está reiniciando parcialmente as centrais nucleares em conformidade com as novas medidas de segurança aperfeiçoadas. Actualmente, há 14 reactores em operação, e o seu número está a aumentar gradualmente. O governo da nova Primeira-Ministra Sanae Takaichi defende a reabertura dos reactores fechados e está negociando activamente tal abertura com as autoridades regionais.

 Continuação, dois dias depois :

Hoje 16/12, na provavelmente melhor  fonte de notícias em Portugal, a Página Umleio o cabeçalho, as primeiras linhas acerca dos projectos do vampirismo oligárquico anti-natural, e nisso a petrolífera BP é das mais reincidentes nos atentados e crimes ambientais, associados ou patrocinados por advogados conectados com o Fórum Económico Mundial e o grupo de Bildberg, a tais projectos, como é o caso de José Arnaud, 

Sob o nome sagrado de Sophia, que só por o usarem para isto já deviam ser punidos, os manigantes de cinco empresas fantasmas legais com capital de um euro cada, propõe instalar  um famigerado projecto fotovoltaico intitulado ignobilmente ou traicoeiramente Sophia (que significa Sabedoria), com a ambição de ocupar e de certo modo destruir a vários níveis cerca de 400 hectares localizados nos municípios de Idanha-a-Nova, Penamacor e Fundão, alguns dos quais estando, como me disseram, dentro de parques naturais reconhecidos internacionalmente.

Veja a notícia completa no excelente Página Um:  https://paginaum.pt/2025/12/16/projecto-solar-sophia-cardeal-do-psd

 Esperemos que sejam expostos e não autorizados os projectos, que se veja bem quem são os participantes e quem ganha com tais atentados, e que instalem os painéis solares em zonas industriais já inestéticas, em quartéis abandonados em locais que não tenham impactos destrutivos na vida harmoniosa e tradicional das populações, dos animais dos eco-sistemas, dos espíritos da Natureza  e ainda no Turismo que nessas zonas é por vezes uma fonte importante de paz, e saúde, dinamismo e rendimentos. 

 Não ao capitalismo selvagem dos parques solares, bloqueador das circulações energéticas benéficas e destruidor da Natureza, paisagens, árvores, terras e bem estar dos seres vivos, dos humanos às aves e animais...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

No 33º aniversário de Daria Duguina, a mensagem da sua mãe Natalia Melentyeva. 15/12/2015. Trilingue: Português, Inglês e Russo.

Como sabemos todos foi uma grande perda para a Humanidade a morte da jovem filósofa, politóloga e jornalista Daria Dugina Platonova (15/12/1992 a 20/8/2022), filha do notável fílósofo e geo-estratega Alexandre Dugin, assassinada pelo regime extremista de Kiev e o sinistro MI6 britânico,   pois muito se esperava de quem tinha tantas qualidades, já expressas no pensamento e na escrita, no discursos e no diálogo, na afectividade e na ação corajosa, pois conseguira unir bem a Modernidade e post-modernidade filosófica com os estudos do platonismo, cristianismo, tradição russa  e  philosophia perenis, enfrentando assim a hidra da alienação neo-liberal globalista massificante com a Tradição Perene, e a proposta de uma Europa tradicional e religiosa, inserida na multipolaridade equitativa e fraterna mundial. Muitos dos seus escritos, entrevistas e diários inéditos ou semi-perdidos estão agora a ser publicados e são fontes de  inspiração para muitos, embora em Portugal e o Ocidente sejam quase anatemizados, tal por exemplo:https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2023/09/daria-dugin-platonova-o-imperador.html
                                          
Neste blogue traduzi, adornei e
partilhei alguns textos e teci comentários, frágeis flores de homenagem a uma alma crística e poradora do Graal decepada pelas forças do Mal, às quais grande parte do Ocidente premeditadamente ou semi-inconscientemente aderiu; mas são gotas de luz nas trevas do "amilhazamento" e infrahumanismo oligárquico geral. Contudo pode ler neste blogue textos de Daria, do seu pai Alexander, e de Natalia, a mãe e professora, que nos deixa agora no 33º aniversário de Saria este belo testemunho  sobre a personalidade luminosa da sua filha, com fé no espírito imortal de Daria ou Dasha, uma portadora do Graal,  agora mais presente nas almas de muitos russos e amigos da Rússia eterna, da sua grande Alma vibrante em tantos grandes seres...
                                          
    «Como era a Dasha? Ela era bondosa, gentil, destemida, valorizava a inteligência, amava a sua pátria, a tradição russa, era fiel ao cristianismo ortodoxo russo. Mas, na verdade, deveríamos ter perguntado não como ela era, mas como ela queria ser, a que aspirava, o que desejava?
                                      
Na nossa família, acreditávamos que o ser humano é uma criação aberta. Heidegger escreveu sobre
 o Dasein — a presença humana no mundo, o ser-aí, que se questiona sobre si mesmo, se projeta, sendo tomado pela Cuidado e pelo Medo — existenciais fundamentais — e experimenta um sentimento de vulnerabilidade e finitude.
                                                 
Dasha estava a construir-se, a es
forçar-se, a acalmar-se, tentando canalizar os fluxos de energia brava-primordial-bruta que lhe foram dados pela natureza para o caminho certo. Ela estava interessava na sua Alma, não no seu corpo, apesar de ter de trabalhar o seu corpo. Ela treinou-o com jejum, trabalho e exercícios. Ela sabia que o ser humano foi concebido como uma Pergunta, não como uma Resposta.
                                              
Ela estava a esculpir-se a si mesma para se tornar uma estátua perfeita e escreveu sobre isso no seu diário no computador. Ela estava a investigar os interiores dos seus templos, os altares internos, as câmaras secretas. Dasha escreveu uma canção chamada "Ainda há Aves no meu Coração". Aves ou pássaros no simbolismo religioso são ideias, pensamentos, noemas, entidades inteligentes. As aves são anjos que vêm para as pessoas boas, crianças, jovens e os guiam para o céu, para a Transfiguração... »
Natalia Melentyeva.
                                                 
Eis-nos pois com esta excelente mas simples descrição da alma tão bela, corajosa e valiosa de Dasha. Que ela continue a iluminar-se e a ascender e a irradiar nos mundos espirituais e divinos, e como ave luminosa possa inspirar-nos!
                                     

As we all know, the death of the young philosopher and journalist Daria Dugina Platonova (12/15/1992 to 8/20/2022) was a great loss for Humanity. She was the daughter of the notable philosopher and geo-strategist Alexander Dugin, assassinated by the extremist regime of Kiev and the sinister British MI6. Much was expected from someone with so many qualities, already expressed in thought and writing, in speeches and dialogue, in affection, love and courageous action, and she managed to successfully combine modernity and philosophical postmodernity with studies of Platonism, Christianity, Russian tradition, and perennial philosophy, thus confronting the hydra of mass globalist neoliberal alienation with the Perennial Tradition and the proposal for a traditional and religious Europe, embedded in an equitable and fraternal multipolar world.

 Many of her writings, interviews, and unpublished or semi-lost diaries are now being published and are sources of inspiration for many, although in Portugal and the West they are almost anathematised.... 
In this blog, I translated, adorned, and shared some texts (
one published is: https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2023/09/daria-dugin-platonova-o-imperador.html) and wove commentaries, fragile flowers of tribute to a Christ-like soul severed by the forces of Evil, to which a large part of the West has premeditatedly or semi-unconsciously adhered, and so our undertakings are like drops of light in the darkness of general oligarchic dehumanisation... You can, so, read on this blog some interviews and texts of  Daria, her father Alexander and Natalia, her mother and teacher, who give us, on the day of his anniversary, this beautiful testimony about the luminous personality of her daughter, with faith in the immortal spirit of Daria or Dasha, now more present in the souls of many Russians and friends of eternal Russia, of her great soul:

    «What was Dasha like? She was kind, gentle, fearless, valued intelligence, loved her homeland, Russian tradition, and was faithful to Russian Orthodoxy. But in truth, one should ask not what she was, but what she wanted to be, what she aspired to, what she desired? In our family, we believed that a human being is an open creation. Heidegger wrote about Dasein – human being-there, the being that questions itself, projects itself while being gripped by Care and Fear – fundamental existentialia – and experiences a sense of vulnerability and finitude. Dasha was building herself up, straightening herself out, calming herself down, and trying to channel the torrents of wild energy that nature had bestowed upon her in the right direction. She was interested in her Soul, not her body, although she did have to work on her body. She trained him with fasting, work, and exercises. She knew that Man is conceived as a Question, not an answer. She was sculpting herself into a perfect statue, and she wrote about it in her online diary. She was inspecting the interiors of her temples, the inner altars, and the secret chambers. Dasha has a song called "There Are Still Birds in My Heart." Birds in religious symbolism represent ideas, thoughts, noemas, and intelligent entities. Birds are angels who come to good people, children, young girls, and lead them to Heaven, to the Transfiguration..." N. Melentyeva.

 Как мы все знаем, смерть молодого философа и журналиста Дарьи Дугиной Платоновой (15.12.1992 – 20.08.2022) стала большой потерей для человечества. Она была дочерью известного философа и геостратега Александра Дугина, убитого экстремистским киевским режимом и зловещей британской MI6. От человека с таким количеством качеств, уже проявленных в мысли и письме, в речах и диалогах, в привязанности, любви и смелых поступках, ожидалось многое, ведь ей так хорошо удавалось объединять современность и философский постмодерн с изучением платонизма, христианства и вечной философии. Многие ее произведения, интервью и неопубликованные или полузабытые дневники сейчас издаются и являются источником вдохновения для многих, хотя в Португалии и на Западе они почти преданы анафеме, таким образом противостоять гидре глобалистской неолиберальной массовой отчужденности с помощью Вечной Традиции и предложения о традиционной и религиозной Европе, встроенной в справедливую и братскую многополярность мира.

В этом блоге я перевел, украсил и поделился некоторыми текстами (один из опубликованных: https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2023/09/daria-dugin-platonova-o-imperador.html) и вплел комментарии, хрупкие цветы дани Христоподобной душе, разорванной силами Зла, к которому большая часть Запада преднамеренно или полубессознательно примкнула, и поэтому наши начинания подобны каплям света во тьме всеобщей олигархической дегуманизации... Вы можете прочитать на этом блоге на португальском языке несколько интервью и текстов Дарьи, ее отца Александра и Натальи, матери и учительницы, которые в день ее годовщины дают нам это прекрасное свидетельство о светлой личности ее дочери, с верой в бессмертный дух Дарьи или Даши, которая сейчас более присутствует в душах многих русских и друзей вечной России, ее великой душ и:
                                  
   «Какой
 была Даша? Она была доброй, нежной, бесстрашной, ценящей ум,любящей свою отчизну,русскую традицию, верной русскому православию. Но по правде, следовало бы. спросить не какой. она была, а какой она хотела. быть, к чему стремилась, чего желала? Мы в семье считали,что Человек - это открытое Творение.Хайдеггер писал о Dasein — человеческом присутствии в мире, вот-бытии, которое задается вопросом о самом себе, проектирует себя, будучи охваченным Заботой. и Страхом — основными экзистенциалами,и испытывает чувство уязвимости и конечности. Даша выстраивала себя, отрихтовывала, усмиряла и старалась направить потоки бешеной энергии, которые были ей. дарованы природой, в правильное русло. Она интересовалась своей Душой, а не телом, хотя с телом ей пришлось повозиться. Она дрессировала его постом, работой, тренировками. Она знала., что Человек задуман как Вопрос, а не ответ. Она ваяла из себя совершенную статую, и писала об этом в своем электронном дневнике. Она занималась внутренней инспекцией своих теменов, внутренних алтарей и тайных комнат.У Даши есть песня "В сердце еще есть птицы"Птицы в религиозном символизме - это идеи, мысли, ноэмы, умные сущности.Птицы — это ангелы, которые приходят к хорошим людям, детям, юным девушкам и ведут их за. собой. на Небо, к Преображению..."Н. Мелентьева .

 Отличное описание такой прекрасной, смелой и ценной души Даши. Пусть она продолжает светиться и возноситься в духовных мирах и пусть вдохновляет нас!