domingo, 27 de agosto de 2023

Da Sabedoria Perene (2ª) que Antero de Quental transmitiu. Frases aforísticas.

                               
Antero de Quental (18-4-1842 a 11-9-1891), tendo recebido de António Molarinho (27-XII-1860 a 4-I-1890), jovem pintor, escultor, municipalista e poeta, uma compilação de poemas para apreciação, respondeu-lhe em 26-VIII-1889, portanto já quase no fim da sua passagem terrena,  com uma carta tão notável que se tornou o prefácio do  livro de poemas de António Molarinho, postumamente dado à luz em 1921,  abordado já por mim num artigo no blogue (https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2018/08/a-carta-de-antero-de-quental-antonio.html), mas que contém um trecho, em resposta a algum desalento de António Molarinho, de tanta sabedoria perene, que a realçamos de novo transcrevendo-a: 

«Creia que a virtude pode mais e é mais que a arte. E dura mais também: dura eternamente. As obras do bem, ligadas indissoluvelmente à substância do Universo, absorvidas, desde o momento da sua produção, para nunca mais saírem dele, vinculadas, pela cadeia duma casualidade superior, a todas as suas evoluções através dos tempos, dos espaços, dos mundos, vão aumentar o tesouro da energia espiritual das coisas, fecundá-las nos seus mais íntimos recessos e, sempre presentes, sempre activas, eternizam, nessa sua perene influência, a alma donde uma vez saíram. O Universo só dura pelo bem que nele se produz. Esse bem é às vezes poesia e arte. Outras vezes é outra coisa. Mas no fundo é sempre o bem e tanto basta.»

Saibamos mais meditar e discernir o Bem (que é também beleza, verdade e amor), e  praticá-lo criativa e constantemente, para os outros, para nós e em si, assimilando-o,  melhorando-nos e realizando-nos Nele!
 
Emanação do Bem primordial, por Bô Yin Râ.

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Caminhar sob as asas do Anjo e na aspiração à religação divina. Uma oração emblemática: Mostra-nos as melhores vias

A expressão e oração "Ó Senhor, mostra-me as tuas vias", é uma invocação dirigida a dois possíveis destinatários, o Anjo e Deus, e pode sê-lo por várias razões, tal como  para que a religação possa acontecer mais, e para que o nosso discernimento intua a cada momento qual será a melhor forma de verticalização e de sintonização com a vontade cósmica e como avançarmos nas veredas sagradas, pressentindo e seguindo as linhas de forças psico-espirituais que nos conectam mais a Eles e ao Bem, ao Amor, à Felicidade.

A imagem escolhida pelo autor da gravurinha foi a de Tobias criança em busca dum remédio para o pai a ser extraído do fígado de um peixe longínquo com o Anjo ou Arcanjo Rafael a guiá-lo em tal difícil jornada. É uma cena do Livro de Tobias, escrito por volta de 200.a. C, sem fundo histórico mas com intencionalidade de sabedoria moral, que foi incluído na Torah hebraica  mas que desde que foi adoptado na Bíblia e sobretudo depois da Reforma protestante, que bastante contra os Anjos,  foi no Catolicismo bastante pintada e no fundo cultuado tanto por ser a principal fonte de referência ao Arcanjo Rafael nas escrituras cristãs como por se ter considerado após o Concílio de Trento uma prefiguração do Anjo da Guarda, devoção que foi então bastante desenvolvida, até para obstar à secura protestante.
Escrevi
já um texto valioso sobre o Arcanjo Rafael na história da Arte [https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2017/06/o-arcanjo-rafael-e-tobias-na-historia.html]. E anote-se que os protestantes, presos à literalidade das Escrituras e rejeitando o culto dos anjos, santos e Maria,  naturalmente não aceitaram como canónico este livro e no seu culto exagerado da fé na dita palavra de Dus perderam bastante o fogo do amor  no coração, que o culto ou a veneração de tais seres apoia, fomenta, intensifica. Quantos de nós aprenderam a orar de cor ou com o coração através da singela oração do Anjo da Guarda?
Ora co
mo o discernir as melhores vias para cumprirmos as tarefas e objectivos da vida não é fácil, sabermos que há espíritos celestiais que nos podem inspirar é bem fecundo e assim a invocação do Anjo é  valiosa, aconteça a sua ajuda ou não, para nos interiorizarmos, meditarmos e intuirmos os caminhos ou vias em que não nos despistamos e tombamos, mas antes caminharemos invocando e sentindo as bênçãos do Alto, dos Anjos, ou mesmo a imanência ou a "compresença" Divina, a partir da sua imanência e transcendência, um valor que não devemos perder face ao materialismo transhumanista infrahumanista que a classe política ocidental tende a adoptar e impor.
Na gravurinha reproduzida as asas do Anjo tem uma forma e direcionamento bem interessante pois rompem mesmo a orla com a letra do emblema e quase que nos fazem assumi-las como linhas de força bem activas na ligação e intermediarização dos mundos visíveis e invisíveis, dos concretos com os subtis....
Talvez a ligeireza do passo que a gravura parece emanar do movimento de avançar do Anjo e de Tobias não venha só das asas em riste, da roupa leve dos dois ou do passo largo de ambos, mas também de caminharem
na unidade amorosa ou mesmo divina, ao estarem determinados a realizarem aquilo que sentem com certeza ser o dever deles, o swadharma, a  missão a cumprir.
Possamos nós diariamente realizar esta sintonização amorosa, este avançar sob luz da mais justa ou apropriada actividade, na invocação da Divindade sob que forma for, e sob a invocação do Anjo e suas asas.
Cada um deverá descobrir as vias melhores para si, as que frutificarão mais em paz e justiça, criatividade, alegria e felicidade para a Humanidade e a Divindade e seus espíritos.
                                            

Saudações do fundo do coração ao Anjo, orações com ele para o bem de todos. Que ele faça chegar até nós as energias e bênçãos divinas, mostrando as vias ou caminhos por onde o Espírito Divino mais se possa manifestar e irradiar beneficamente!

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Aleksandr Dugin: breve declaração sobre a natureza satânica do liberalismo da civilização ocidental moderna. Agosto de 2023.

Como sabemos Alexandre Dugin é hoje uma das almas e vozes mais autorizadas no domínio da geo-estratégia mundial, da filosofia política, da civilização Euro-asiática e da defesa da Tradição Ocidental, nomeadamente dos seus valores perenes, hoje postos tanto em causa pelos movimentos neo-liberais e globalistas que pretendem instaurar uma nova Ordem Mundial transhumanista-infrahumanista e nada humanista, negando a Divindade, o Espírito, a vida imortal, a dignidade, liberdade e fraternidade humana, as nações e suas tradições, a família, os géneros naturais, etc.
                                                
Daria Dugina Plantonova, uma mártir sob as garras do satanismo mais extremista. 
Pai da notável jovem esperança da filosofia platónica e política na Rússia Daria Dugina, mártir (como o general Soleimani) desde que foi assassinada há um ano e dois dias por uma ucraniana em missão dos serviços secretos ucranianos, Aleksandr Dugin é uma voz corajosa e profunda da Europa e da Rússia perene e logo sempre renascendo, fazendo-nos lembrar Dostoevsky e Tolstoi e Soloviev, Berdiaev e Florensky, e as suas palavras são sempre valiosas de considerarmos pois apuram o discernimento nas almas na demanda do santo Graal da Verdade, do Amor e da Divindade...
                                           
Oiçamo-lo então, em transcrição do artigo online, nestes dias de grande esperança com a Primeira Cimeira do BRICS, uma alternativa bem mais justa, fraterna e racional ou logoica, a realizar-se na ponta sul do Planeta, num continente Africano que está em aupicioso processo de libertação do colonialismo francês e do imperialismo norte-americano.
                              
«O filósofo russo Aleksandr Dugin, no Congresso que recentemente abordou o uso do neonazismo pelo Ocidente, apontou que a ideologia liberal moderna é um mal absoluto, um sistema anti-humano que destrói propositadamente os valores tradicionais, as religiões, as nações, as famílias e até mesmo o género. 
 Aleksandr Dugin disse que é necessário compreender melhor a natureza satânica da civilização ocidental moderna – porque então a vitória sobre ela  será possível. Disse-o na conferência científica e de história prática actual Nazismo na Ucrânia: uma visão através do prisma da operação militar especial, realizada durante o II Congresso Internacional Antifascista, na Bielorrússia, em Agosto de 2023.
“Esse é o mal mais terrível que enfrentamos. O fascismo ucraniano é uma super-estrutura, é a ponta do iceberg. Precisamos de dar-nos conta da natureza satânica da civilização Ocidental moderna. Então venceremos”.
O filósofo chamou a atenção para o fato de que, no Ocidente, o liberalismo degenerou de uma tendência filosófica que implicava uma livre escolha de ideias para uma ditadura. E enquanto que em quase todos os países ocidentais qualquer indício de valores tradicionais é severamente suprimido, e o patriotismo saudável é exposto como fascismo, os governantes ocidentais têm sido surpreendentemente tolerantes (ou mesmo apoiantes) com o verdadeiro nazismo que foi criado na Ucrânia.
Aleksandr Dugin afirmou que essa atitude cínica é causada pelo desejo do Ocidente de usar o agressivo nazismo ucraniano para destruir o principal obstáculo à vitória do globalismo liberal – a Rússia. É por isso que os liberais, que não aceitam manifestações sadias de nacionalismo nos seus próprios países ao mesmo tempo oferecem ou bombardeiam com armas os neonazis que encaram o mundo pelo prisma do racismo puro e simples da Ucrânia.
Aleksandr Dugin enfatizou que o globalismo liberal, que se esconde sob a máscara do nazismo ucraniano, é um mal absoluto. Ele adquire características anti-humanas distintas, destrói propositadamente valores tradicionais, religiões, nações, famílias – e até mesmo coisas biológicas básicas como o sexo.
Ao mesmo tempo, o filósofo pediu vigilância, lembrando que a Rússia moderna não está livre desse mal, porque desde a década de 1990 esse mal penetrou com algum sucesso na sociedade russa e continua a tentar decompo-la por dentro.
Durante a conferência
, comentando-a, o vice-ministro da Defesa da Rússia, Aleksandr Fomin, disse que os neonazis da Ucrânia  estão na vanguarda da guerra civilizacional do Ocidente [traído e desgraçado pelos seus actuais dirigentes] contra a Rússia.»
Fonte: TV Zvezda. Tradução da novaresistencia.org, melhorada.

Os Anjos e suas mensagens. Iconografia angélica hermeneutizada.

                                   
  (...) Juntemos mais vezes as mãos e abramos as asas da aspiração...
Com os Anjos procura ardente e incansávelmente a Verdade e discernindo o certo e o errado, e em paz e serenidade, ao orares e meditares, verás o círculo celestial abrir-se. Trabalhemos para termos o coração e o olho espiritual mais despertos...
                        
No silêncio, na aspiração, eleva-te e comunga espiritualmente. Que a paz conseguida, te ilumine e fortifique...

Da Sabedoria Perene que Antero de Quental conheceu e transmitiu. Frases: 1ª.

 Este artigo no blogue é destinado sobretudo à página Antero de Quental escritor,  fundada há alguns  anos e que desfrutou momentos de relativo bom acolhimento e interacção, e que, por causa da política bloqueadora, opressiva e fascizante do Facebook, está hoje quase morta, sendo me impossível publicar directamente na página, e apenas partilhar via blogue... 

 1ª frase, de 1886 numa carta de Vila do Conde a sua irmã Ana:

«Eu estou aqui inteiramente só, mas como sempre me dei bem com a solidão, e tenho muito que estudar, estou sempre entretido e satisfeito.»

E nós, damo-nos bem com a solidão, aproveitamos esses momentos para harmonizar a nossa casa ou a nossa alma? Há quanto tempo estudamos e reflectimos, investigamos e escrevemos sobre certos assuntos que gostamos mais e assim contribuímos com conhecimento e a sabedoria tanto para uma Humanidade melhor como para a nossa alma espiritual?
Desperte mais as suas capacidades criat
ivas e benéficas, e em uníssono com a alma espiritual luminosa de Antero!

domingo, 20 de agosto de 2023

A criação de valores éticos e espirituais na actualidade e no Cosmos.

                            

A ideia que a criação de valores éticos e espirituais é muito importante na vida não é fácil de se provar dada a sua intangibilidade, e porque, à parte casos raros de maior criatividade, a maioria das pessoas vive numa busca de satisfação das suas necessidades, desejos ou deveres e sem pensar em criar  valores, podendo quando muito cultivar alguns, tais a coragem, a perseverança, a sinceridade, a fé, o amor, a abnegação, o entusiasmo.
É certo que certos momentos de tais manifestações, ou a presença de tais qualidades quase que visíveis, podem ser exemplares e frutificar nuns quantos que se deixam atrair, encantar, iluminar e frutificar por tais irradiações de claridade, de coerência, de originalidade, de fraternidade, de devocionalidade, de espiritualidade.
Também é certo que a própria pessoa examinando a sua vida pode observar certas qualidades desenvolvidas, mantidas, preservadas e que são valiosas, valem para a luz e o bem no planeta, e sejam reconhecidas ou não auxiliam a harmonia dos seres nos planos visíveis e invisíveis do infinito universo, o Kosmos, que significa um todo ordenado e belo...
Simpatia interior, carácter optimista e altruísta, certas práticas diárias regulares, ou adesões a princípios ou leis, ou certos esforços, sacrifícios e dedicações maiores, são de facto manifestações de valores que se estão a assumir ou já assumidos e os que lhes dão vida ou cultivam são também alimentados por eles, numa reciprocidade anímica de se dar e de se receber e que algum modo as três Graças podem simbolizar, a terceira sendo a graça da gratidão unitiva. 

Em cada momento, ambiente, época, geração há certos valores ou qualidades que devem ser mais defendidas, manifestadas, desenvolvidas  face às muitas forças e tendências contraditórias que regem as mentes e almas da maioria, por vezes reforçadas em alianças corruptivas e em narrativas oficiais monolíticas, opressivas, falsas. 
Defender a lúcida demanda da verdade, a observação dos fenómenos nos seus processos e causas, exercer um livre ou independente pensamento, é fundamental nos nossos dias de extrema manipulação da informação massacrante e da consequente insensibilidade e quase alienação das pessoas que, sem se aperceberem, vão-se perdendo do caminho do meio ou da virtude, perdendo o discernimento do verdadeiro e do falso, do bem e do mal, e vão estacionando ou caindo em ilusórios paraísos de lugares comuns, de notícias falsas, de preconceitos e fobias, de diminuição das suas capacidades de serem lúcidas, gnósticas, justas e verdadeiras.
O despertar das consciências, a valorização da dignidade e integridade da pessoa humana e da sua possibilidade de vida justa, harmoniosa e criativa, a demanda incessante da verdade e de estados de maior amor, conhecimento e serviço útil ao Todo são então fundamentais de ser trabalhados diariamente, sem desistências, mesmo que sob as ondulações de ciclos e marés...
Para tal a meditação, a oração, a aspiração, o culto aos valores mais elevados como o Bem, o Belo, o Amor, a Verdade ou mesmo o Universal, o Divino, devem ser praticados de modo a que possamos resistir, crescer e estabelecer as antenas que permitem as inspirações e descida das energias e informações subtis e espirituais provindas de planos mais elevados que os da mera vida social  e que depois se manifestam no exterior e eventualmente tocam, atraem e inspiram outras pessoas e melhoram o nível dos grupos e sociedades...
Nestes sentidos os místicos e iniciados antigos falavam dos três inimigos da Alma espiritual: - a carne, o mundo e o diabo - , e de facto tais conceitos-realidades continuam fundamentais de ser equacionados ou controlados, senão perdemos a paz, a lucidez, o equilíbrio e as capacidades de ligação aos níveis mais transcendentais, seja imanentes, seja externos e elevados na infinitude do Cosmos.
E hoje a carne, ou instintividade corporal-animal, o mundo, ou tudo o que nos rodeia e tenta envolver, e o diabo,  vontade de domínio egóico ou mesmo violento, também denominado hubris, arrogância, desmesura, e estes são apenas alguns dos sinónimos interpretativos pois, por exemplo, Fernando Pessoa nos seus textos apresentou muitos outros, têm crescido muito, seja pelo relaxamento ou relativismo moral, seja no aumento imenso da tecnologia digital avassaladora das almas em sentidos frequentemente negativos, seja ainda no individualismo amoral tipificado no egoísmo de milhares de milionários, ou das grandes corporações, ou no imperialismo violento e excepcionalista que ainda controlam ou oprimem mais do que meio mundo...  

O desprendimento lúcido em relação ao mundo e a tanta informação, o controle das vagas psíquicas pessoais, a abertura à acção do espírito, divino ou santo, em nós, a aspiração à recepção energética e à comunhão intuitiva das ideias e realidades mais elevadas, são então importantes factores auxiliadores da operatividade da tão indispensável oração-meditação diária, da qual decorrem harmonizações, elevações, intuições, inspirações, determinações, criações e adorações que podem melhorar o estado da anima mundi, da alma nossa, ambiental, nacional, planetária e do mundo....

                                      
Perseveremos então serena mas ardente e invencivelmente nas nossas tentativas de vibrarmos em estados harmoniosos ou elevados de consciência e de cultivarmos, praticarmos, criarmos os tão necessários  valores espirituais, sejam reconhecidos e valorizados ou não, dos quais realçarei, para finalizar o conhecimento e o discurso verdadeiro, a não-violência e a serenidade,  a pureza e a beleza, o silêncio e a contemplação, a sabedoria e o ecumenismo, a invocação e comunhão com os seres e ideias que mais nos dizem, e a aspiração e adoração da fonte do Amor e da Vida, a Divindade, e no modo, forma ou nome que mais sentirmos.....

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Maria e a Imaculada Concepção, na História da Arte e na Dogmática Cristã. Hermenêutica da iconografia de santinhos.

Maria, mãe de Jesus e o seu culto dogmatizado, na história de Arte e nos santinhos.

 Quem revisita o dogma da Imaculada Conceição na Arte admira a sua beleza mas pode ainda assim considerá-lo uma fantasia conceptual da Igreja, que ecoa a persistente tendência de engrandecer  o Cristianismo e Maria,  tornada tanto uma intermediária, a par de Jesus, entre a Humanidade e a Divindade, como um modelo idealizado para a jovem mulher cristã.

                                                           
Embora o mestre Jesus, segundo o que nos chegou pelos Evangelhos, não tenha dado a sua abnegada mãe tanta importância, talvez devido à azáfama da busca e preparação dos que poderiam despertar mais espiritualmente, com a sua morte tragicamente precoce no Gólgota, por ela muito dolorosa e compassivamente sentida, o estatuto da mãe  foi  elevado e  culmina com a proclamada  descida ou despertar do Espírito Santo, no qual, segundos os Actos, ela estaria a liderar a assembleia de discípulos orantes e de algum modo a Igreja nascente, algo questionável seja pelo patriarcalismo hebraico  ambiental marcante nos primórdios do Cristianismo, seja pelas divisões  na igreja de Jerusalém, seja porque no Evangelho segundo S. João tal "Espírito santo" já tivesse sido "transmitido" aos discípulos.  De qualquer modo, face às qualidades ou virtudes de Maria e à oração colectiva  invocante intensa e seus resultados plenos de dons, a iconografia da cena do mistério do Pentecostes tornar-se-á muito rica na sua pluridimensionalidade e merecerá sempre ser contemplada e sentida à luz de uma visão e hermenêutica, e até caminhar, mais espiritual.

Os aspectos principais da mitificação e deificação da Maria foram-se formando realmente logo nos primeiros séculos: 1º  ela ter concebido virginalmente, conforme os Evangelhos segundo S. Mateus e S. Lucas, 2º  ser denominada a Mãe de Deus, como triunfou com o 1º Concílio de Éfeso, em 431 e não ser, como queria o patriarca de Constantinopla Nestório, a portadora ou mãe apenas do Cristo ou Ungido humano mas não a do Logos divino,  3º estar desprovida à nascença do misterioso  pecado  original, causado pela serpente na narrativa no Génesis, 4º   crer-se, sem referências históricas, ter sido assumpta ou elevada aos céus ao morrer, ou seja, levada em corpo e alma (ou terá sido apenas a alma sábia e o espírito divino), talvez para seguir o exemplo de Jesus mais sacrificial e activo com a sua morte dolorosa, passagem pelos mundos inferiores, ressurreição e por fim ascensão, segundo duas referências nas cartas de S. Paulo, que afirmara fortemente uma visão impactante (e que o convertera) de Jesus ressuscitado obtida a caminho de Damasco, Síria, hoje infelizmente ainda tão martirizada pelo imperialismo norte-americano, israelita e até turco, e seus terroristas e aliados. 
 
Tal narrativa
tornou-se parte do Credo inicial cristão, e quem em 321 no I Concílio de Niceia foi proclamado demasiado externa e  majestosamente, provavelmente ainda na expectativa do regresso eminente do Ungido e já Filho único, talvez diminuindo  o carácter íntimo e vivencial de fé, adesão e realização do ensinamento de Jesus, ou seja, do ser-se cristão não por crença externa dogmatizada uniforme: «Credo in Deum, Patrem omnipotentem, Creatorem caeli et terrae. Et in Jesum Christum, Filium eius unicum, Dominum nostrum: qui conceptus est de Spiritu Sancto, natus ex Maria Virgine, passus sub Pontio Pilato, crucifíxus, mortuus, et sepultus: descendit ad inferos, tertia die resurrexit a mortuis, ascendit ad caelos, sedet ad dexteram Dei Patris omnipotentis, inde venturus est judicare vivos et mortuos. Credo in Spiritum Sanctum, sanctam Eclesiam catholicam, Sanctorum communionem, remissionem peccatorum carnis resurrectionem, vitam aeternam. Amen.»

Quanto ao ter sido gerada sem pecado, ter sido sempre pura, como  afirmaram alguns dos primeiros padres da Igreja  e depois as ordens religiosas mais afectivas, como as dos Franciscanos e Agostinianos, embora não plenamente aceite por teólogos como S. Tomás de Aquino e na sua esteira os dominicanos, com o decorrer do tempo, pela devoção de religiosos, pela adesão  popular facilmente aberta ao miraculoso e pela erguimento majestoso da Igreja através dos ritos, dogmas e festividades,  foi-se celebrando em várias igrejas e assim, já no séc. XV,  em 1454,   o papa Sisto IV consagrava a festa da Imaculada Conceição no dia 8 de Dezembro no calendário litúrgico. E com os impulsos da devocionalidade ibérica, dos jesuítas, do concílio de Trento e de D. João IV consagrando-a como Rainha e Padroeira de Portugal,  em 1854, a 8 de Dezembro, o papa Pio IX por bula instituiu finalmente o dogma da Imaculada Conceição, ou seja, que  desde o primeiro instante da sua criação e  infusão no corpo  estava sem o pecado original, sem mácula, imaculada, explicitando bem e longamente as várias razões históricas, teológicas e de tradição, citando em apoio  dois padres da Igreja (S. Irineu e S. Agostinho), vários decretos apostólicos e passos das Escrituras, dos quais alguns versículos algo prefigurativos ou  proféticos do Antigo Testamento, tais os Génesis 3:15, 6:9 e 28:12.  

Embora se  tenha tornado uma possível fonte para a representação da Imaculada Conceição, a bula papal acertadamente não  cita ou nomeia o episódio do aparecimento no céu duma "Mulher vestida de Sol, com os pés pousados sobre a Lua e com uma coroa formada por doze estrelas na cabeça", com o filho e o dragão ameaçador, "a antiga serpente, conhecida com o nome de Diabo, ou Satanás, aquele que engana o mundo inteiro. E foi assim lançado para a Terra, mais os seus demónios", do Apocalipse, cap.12,  obra  fantasiosa de zelotas cristãos, e atribuída falsamente  ao discípulo mais querido de Jesus,  S. João, pois tanto relata acontecimentos posteriores à sua vida, como pouco tem de afinidade com o Logos e Amor do Evangelho segundo S. João.


Talvez por isso a bula foi denominada apropriadamente Ineffabilis Deus, pois quem consegue penetrar tanto na autenticidade verídica dos factos relatados nas Escrituras, ainda que proclamadas inspiradas por Deus (theopneustos, pela 1ª vez, por S. Paulo, II. Tim, 3, 15 e  pelo Concílio de Trento em 1546  solenemente, como dogma),  foram tão construídas e alteradas ao longo dos anos, ou ainda como penetrar ou intuir a primordialidade do ser humano seja como espírito seja como em corpo físico, ou mais ainda da Divindade e Seus níveis tão insondáveis e logo inefáveis?
Não é nada fác
il saber o que pode significar de mais acertado a   ideia narrada no livro de Génesis dum "pecado original",  seja do ser humano ou, como alguns imaginaram, de um espírito celestial adversário que se teria revoltado e mais tarde possuído a serpente, o ser na terra mais inteligente ou subtil, quando o Antigo Testamento de que faz parte  o Génesis, de longa formação, foi fixado apenas já no V. a. C., ou mesmo 400 a. C., e é em parte uma manta de retalhos de histórias, tradições e crenças de vários povos do Médio Oriente, em parte tecida para enaltecer e mitificar o povo de Israel e o seu Deus Jehovah, e ao qual infelizmente o Cristianismo de S. Paulo e dos papas e padres da Igreja nascente, mas não provavelmente  de Jesus e do seu Pai, acabou por incluir na Bíblia do Cristianismo, composta do Antigo Testamento, da Lei de Moisés já ultrapassada, e do que ficou dos ensinamentos do Logos e espírito libertador de Jesus, num Novo Testamento, a que se acrescentou, alem das Cartas dos Apóstolos, a maioria fidedignas, o fantasioso Apocalipse.
De qualquer modo, a
ideia que o ser humano ao nascer é inocente, puro ou imaculado do mal era bem razoável e justificável (em muitos seres e em especial) em Maria, a mãe do Mestre que nem sequer bom queria que o chamassem, e que a breve trecho a Deus foi erguido e identificado, pelo que, embora houvesse alguma oposição, a devoção já de longa data existente cresceu, com muitas igrejas, capelas, confrarias e litanias cultuando-a, exaltando-a.

 A oração que o papa Pio X endereçou à Virgem na ocasião da proclamação do dogma em 1854 e que depois circulou em publicações e santinhos (tal o da imagem anterior, francês, no reverso), rezava assim: «Virgem muito santa, que agradaste ao Senhor e vos tornaste sua Mãe, Virgem Imaculada no vosso corpo e no vosso amor, por graça olhai com benevolência os infelizes que imploram a vossa poderosa protecção. [A continuação é bem interessante no modo como fala miticamente da serpente:]
A serpente infernal, contra a qual foi
lançada a primeira maldição, continua, infelizmente! a combater e a tentar os pobres filhos de Eva. Ah! vós, ó nossa Mãe bendita, nossa Rainha e nossa Advogada, vós que esmagaste a cabeça do inimigo desde o primeiro momento da vossa Concepção, acolhei as nossas orações e - nós vos conjuramos, unidos a vós num só coração, - apresentai-as [orações] diante do trono de Deus, a fim de que nunca nos deixemos prender nas emboscadas que nos são postas, mas que cheguemos todos ao porto da salvação, e que no meio de tantos perigos, a Igreja e a sociedade cristã cantem ainda uma vez mais o hino da libertação, da vitória e da paz! Assim seja!    (300 dias de indulgência, se recitado uma vez por dia)»

Cerca de cem anos depois, o papa Pio XII, em 1 de Novembro de 1950, através da Constituição apostólica Munificentis Deus, proclamava novo dogma mariano, nova fonte de obras de arte portentosas ao representarem, em geral acompanhada de espíritos celestiais, o arrebatamento aos céus de Nossa Senhora, a Assumpção de Maria, ou seja, que teria sido elevada aos céus em corpo, alma e espírito ao morrer, crença em alguns  manifestada desde o século VI, e comemorada como  ocorrida a 15 de Agosto, um dado tradicional mas inconfirmável e que pode remeter até para uma sobreposição às festas na Roma antiga dos Idos de Agosto, que ocorriam entre 13 e 15 com ritos e de torchas e que estavam consagradas a uma face  predecessora da Divindade Feminina, Diana, a luminosa ou brilhante, a deusa das florestas, a Diana Trivia das encruzilhadas (trivium, três vias, e a escolha luminosa), do nascimento e por osmose com Artémis grega, deusa da caça,   e que foi também cultuada numa tríade como Lua-Selene, e Hecate,  deusa dos mundos inferiores ou da passagem para o além, havendo pois afinidades com as novas atribuições ("rogai por nós agora e na hora da nossa morte") e símbolos (tal o lunar) de Maria assumpta aos céus ou mundos subtis e espirituais.

A deusa Diana como personificação da luz na noite, por Anton Raphael Mengs.
Criaram-se assim formas e ocasiões de se comemorar mais Maria, mãe de Jesus, e como a Igreja Católica  complicara a religiosidade das pessoas prescrevendo obrigatóriamente o celibato aos padres, e considerando a sexualidade como algo condenável, sucedeu que Maria, e uma ou outra santa, particularmente Maria Madalena,  ao tornarem-se focos ou alvos femininos contempláveis, imagináveis,  adoráveis  possibilitaram a religiosos e leigos,  consciente ou inconscientemente, exercerem  as suas energias afectivas e mesmo sexuais sublimadamente

 Tanto mais que a oração Avé Maria, formada a 1ª metade de dois extractos da anunciação do anjo-arcanjo Gabriel a Maria, subtil fala mesmo assim "preservada" pelos redactores do Evangelho segundo S. Lucas e a 2ª metade de tardia origem popular (pois Jesus nem a ele quis que se rezasse) acrescentada (como também o "Jesus" no final da primeira parte) nos séculos XV-XVI, sendo confirmada pelo papa Pio V em 1568, se foi tornando uma devoção muito generalizada, uma oração agradável e fácil de decorar e recitar, e com o terço de se socializar, constituindo uma invocação feminina e maternal complementar ao Pai Nosso clássico e ensinado por Jesus, cremos que mais ou menos com as palavras que quase todos conhecem e muitos ainda pronunciam, e que certamente, se bem meditada e assumida pessoalmente, é uma valiosa oração, sobretudo se depois de recitada é seguida por minutos de silêncio interiorizante e unificador.

Destes modos, e sobretudo por fontes populares locais,  o culto a Maria foi gerando quase infinitas evocações, nomeadamente nas Nossas Senhoras disto e daquilo, deste e daquele lugar, com esta ou aquela função e oração, algumas  sendo adoradíssimas em estátuas, ora misteriosas nas suas descobertas em árvores ou grutas, ora peregrinas nas suas andanças e andores, mas quase sempre enternecedoras e miraculosas, e logo buscadas, peregrinadas por milhares e milhões de crentes e aflitos, nomeadamente nos dias santos, festivos e "abençoados" feriados, gerando nos campos, aldeias e cidades grandes devoções, procissões, romarias, festejos, alegrias, fraternidade e obras de arte, mais ou menos efémeras....

Se museus, igrejas, conventos e capelas e oratórios possuem imagens marianas, e não só, belíssimas, com o desenvolvimento da tipografia, as gravuras e registos foram crescendo e passando ao público por igrejas, confrarias, lojas e vendedores ambulantes, sendo já do século XIX a grande explosão democrática  pela impressão litográfica de milhares e milhares de santinhos, que fizeram as delícias estéticas e devocionais de milhões de crentes e crianças, para além dos artistas que os conceberam e executaram e as pessoas que os disponibilizavam.

Embora bela e majestosa a iconografia habitual do dogma da Imaculada Concepção,  varia pouco e a Nossa Senhora da Conceicão  será apresentada graciosa e fina, de mãos juntas no peito em oração, flutuando com as nuvens e os anjos, pousada sobre a Lua, numa simbólica que pode ser interpretada de várias maneiras, tal a Lua alva da virgindade toda potente de imaginação, de sensibilidade, de sexualidade, de fertilidade e  pisando a Serpente, tentadora de Eva no Paraíso mas vencida pela Ave Maria, e assim na batalha da vida a invocação dela seria bem útil, tal como a oração do Papa em 1854 e depois  muitos santinhos lembravam em rezas mais ou menos felizes ou curiosas na sua ingenuidade.

O artista da imagem reproduzida em cima acrescentou um pormenor significativo e invulgar: um anjo leva uma braçada de corações vermelhos, ardentes de amor e de aspiração seja a Maria, ou à  pureza, ou à Divindade Feminina, ou total. É um movimento de dádiva, de consagração, de  transmutação ou aperfeiçoamento, algo que  todos nós podemos realizar em actos ou orações e assim o Princípio Feminino Primordial e Puro e  alma nossa, intensificar e mais consciencializar.

Também a coroa ou halo de estrelas que rodeia os seus cabelos soltos, mais do que seguir o visionarismo apocalíptico da Mulher no Céu, indicará o intensificar de qualidades, o despertar de uma maior clarividência espiritual, a qual,  como auto-consciência e pela atenção e lucidez, proporciona  o suavizar e harmonizar as cores e vibrações de pensamentos, sentimentos e tendências na nossa auréola e alma mais religada à estrela do Espírito.

Por tudo isto a contemplação de imagens das Imaculadas Donas, do "Eterno Feminino que nos atrai", ou as orações e meditações para tal dimensão divina, são setas ardentes para o céu, para o mundo espiritual, para a Divindade e dela descem as graças, os raios de luz e de força, as quietações, as inspirações, as visões, os estados unitivos. 

Felizes os que conseguem gostar, amar e até ver  interiormente, Maria,  a Mãe Divina, a Grande Deusa, a Shakti, a Divindade Feminina derramar as suas bênçãos, ou então apenas senti-las, acolhê-las internamente e,  agradecendo, frutificá-las, tal como as três Graças simbolizam.

 Selecionei então do meu arquivo iconográfico mariano alguns santinhos ligados à Concepção Imaculada de Maria, contemplei-os, orei ou meditei com eles,  gerando experiência interior e logo hermenêutica mais profunda e espiritual, o que prova que esta forma, considerada pobre ou menor na iconografia e História da Arte, é facto riquíssima não só nos efeitos, como também nas fontes, por vezes reproduções de belas pinturas de grandes pintores, outras vezes pela originalidade valiosa de  bons artistas desconhecidos de santinhos e que pelo acesso manual e directo que estes permitem  podem ter grande impacto nos devotos.  "Deixai vir a mim as crianças, por delas é o reino dos Céus", ou ainda "Bem-aventurados os puros do coração porque eles verão a Deus", ecoam...
Cada santinho é
pois um ícone religioso que está diante de nós, um portal que se abre internamente e que pode gerar efeitos  na nossa alma poderosos e duradouros. E hoje, além dos santinhos em papel antigos ou modernos que possamos ter, com a facilidade de reprodução de imagens digitalmente, todos deveremos escolher as que mais nos tocam e contemplá-las de quando em quando no computador ou em impressões que façamos.
E assim partilho-o
s para as poucas pessoas que leem com regularidade este blogue, num dos dias de culto feminino do ciclo anual, sagrado desde os tempos de Diana das florestas e opções aos de Maria e as santas ou sábias mulheres e que, ao celebrarmos, com torchas ou velas, orações ou contemplações, devia permitir-nos não ficarmos só nos véus ou identificações marianas mas invocar e sentir a Divindade Feminina Primordial, a Mãe Divina, a Grande Deusa, Maha shakti. Que Ela nos abençoe, que ela esteja presente subtilmente em nós! 


Santa e sagrada mulher, ou alma em aspiração divina, é aquela que faz brilhar e irradiar beneficamente a estrela do Espírito divino em si e em quem a rodeia. Não se maculando pelo egoísmo e a maldade, humilde, resplandece bela e inspira quem a contempla a tornar-se luminosa como ela e a intensificar o seu corpo espiritual imortal e as suas capacidades criativas e abnegadas!

A Deusa em Deus é a individualização feminina primeira e pura na matéria da manifestação ou emanação-criação nascente.  Sobre as águas ou energias informes ou caóticas na sua génese bruta, ergue-se a Divindade Feminina primordial arquétipa, espelhada ou algo avatarizada por Maria, Ísis, Diana, Fatima al-Zahra, Hagia Sophia, santa Sabedoria e, acima dela, abrem-se os planos coloridos e infinitos do Amor e da Sabedoria a que devemos aspirar... Uma poderosa imagem para se contemplar mais, tal como a que se segue...

Maria, Maha Shakti na Índia, ou apenas Ma, a Imaculada ou Nossa Dona receptiva, pela alma que a ela aspira com ardente amor pode ser avistada ao longe na visão telescópica, ou interiormente sentida na gruta do coração, seja como oceano energético seja como Deusa e Princípio Feminino, a Deusa tanto universal como na intimidade pessoal. É a nossa aspiração que vai abrindo a visão aos planos da Mãe Divina, da Mulher Deusa, da Santa Sabedoria, Hagia Sophia, a musa inspiradora e defensora da Verdade e que, qual  onda enorme,  ergue-se do oceano e nos pode arrebatar e elevar aos seus níveis misteriosos e distantes, elevados, profundos e íntimos.

 Possa a Mãe Divina, a Grande Deusa, a Ave Maria, a santa Sabedoria, a Beleza Primordial e sem mácula brilhar mais nos céus e nas almas e em nós permanecer e, como a nossa Fonte e Natureza mais profunda e original, derramar seus raios e influxos, tocar-nos, banhar-nos, purificar-nos, inspirar-nos, pelo interior, cada vez mais frequentemente...

Olisipo, Madragoa, 15 de Agosto de 2023, dia do mítico arrebatamento, elevação ou Assumpção de Maria...