Antero de Quental (18-4-1842 a 11-9-1891), tendo recebido de António Molarinho (27-XII-1860 a 4-I-1890), jovem pintor, escultor, municipalista e poeta, uma compilação de poemas para apreciação, respondeu-lhe em 26-VIII-1889, portanto já quase no fim da sua passagem terrena, com uma carta tão notável que se tornou o prefácio do livro de poemas de António Molarinho, postumamente dado à luz em 1921, abordado já por mim num artigo no blogue (https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2018/08/a-carta-de-antero-de-quental-antonio.html), mas que contém um trecho, em resposta a algum desalento de António Molarinho, de tanta sabedoria perene, que a realçamos de novo transcrevendo-a:
«Creia que a virtude pode mais e é mais que a arte. E dura mais também: dura eternamente. As obras do bem, ligadas indissoluvelmente à substância do Universo, absorvidas, desde o momento da sua produção, para nunca mais saírem dele, vinculadas, pela cadeia duma casualidade superior, a todas as suas evoluções através dos tempos, dos espaços, dos mundos, vão aumentar o tesouro da energia espiritual das coisas, fecundá-las nos seus mais íntimos recessos e, sempre presentes, sempre activas, eternizam, nessa sua perene influência, a alma donde uma vez saíram. O Universo só dura pelo bem que nele se produz. Esse bem é às vezes poesia e arte. Outras vezes é outra coisa. Mas no fundo é sempre o bem e tanto basta.»
Saibamos mais meditar e discernir o Bem (que é também beleza, verdade e amor), e praticá-lo criativa e constantemente, para os outros, para nós e em si, assimilando-o, melhorando-nos e realizando-nos Nele!
«Creia que a virtude pode mais e é mais que a arte. E dura mais também: dura eternamente. As obras do bem, ligadas indissoluvelmente à substância do Universo, absorvidas, desde o momento da sua produção, para nunca mais saírem dele, vinculadas, pela cadeia duma casualidade superior, a todas as suas evoluções através dos tempos, dos espaços, dos mundos, vão aumentar o tesouro da energia espiritual das coisas, fecundá-las nos seus mais íntimos recessos e, sempre presentes, sempre activas, eternizam, nessa sua perene influência, a alma donde uma vez saíram. O Universo só dura pelo bem que nele se produz. Esse bem é às vezes poesia e arte. Outras vezes é outra coisa. Mas no fundo é sempre o bem e tanto basta.»
Saibamos mais meditar e discernir o Bem (que é também beleza, verdade e amor), e praticá-lo criativa e constantemente, para os outros, para nós e em si, assimilando-o, melhorando-nos e realizando-nos Nele!
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