quarta-feira, 25 de março de 2020

Poesia Espiritual Portuguesa. Cantos e orações das mantas alentejanas. Por Pedro Teixeira da Mota. 25.III.2020.

Mantas protectoras, quais murais inexpugnáveis para as energias vitais e espirituais irradiantes, eis estes poemas visuais, quais mandalas orientais ou a ode chamada Al burda da tradição sufi ou tasawwuf, mantos ou mantas protectoras do calor vital e do amor divinal nos corpos e almas, pastoras, peregrinas, silenciosas, demandantes: nós...

                  
Qual escada para o céu tracei sobre estas linhas e degraus de mantas tradicionais portuguesas e universais nossos nomes e palavras ascensionais e ofereci-te para poderes erguer também a tua alma ao cone Divino a que possas chegar, em que possamos unitivamente adorar:
Escada para o céu, sobe: 
Subirei contigo rumo a Deus. 
Avançarei firme contigo. 
Meu Amor, amo-te tanto! 
Escuta, Amor, une-nos 
Coração, brilha em amor.
Amada (o), Mestre, Divindade,
Comunguemos...
 
 
Ao alto, à estrela, ó filha ou filho de Deus,
clama o nosso coração ardente e irradiante.
Assim aspiramos, a alma tua, a alma minha,
assim lutamos por harmonizar o ambiente,
para haver justiça e paz na terrena interacção
e a sede divina de elevação e união se realizar,
na oração e meditação desvendante interior
e na acção sábia e libertadora no exterior.  
 
                      
Cobrirmos a nossa alma com a manta da aspiração e da devoção ao Amor,
Cerzi-la constantemente dos fios mais coloridos dos sentimentos e palavras mais luminosas,
Despertar mais plena e conscientemente o espírito imortal e torná-lo nosso corpo vivencial,
Eis o caminho para a imortalidade consciente e a intuição e  comunhão com os antepassados, mestres, Anjos e Deus-Deusa, Divindade Primordial multifacetada em cada um de nós,
Na teia ou rede de tecelagem, campo unificado de energia, informação e consciência, corpo místico da humanidade onde sonhamos e telepatizamos, e da Gaia Terra que tanto precisa de ser cuidada, ecologizada, amada...
Avancemos sábia e luminosamente, vencendo todas as doenças e adversidades, com o coração ardendo no fogo do Amor Divino... 
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Escrito no final da manhã de 25.III.2020, ao redor de padrões de mantas protectoras, e por mim intervencionados, presentes em Mantas Tradicionais do Baixo Alentejo, de Ângela Luzia, Isabel Magalhães, Cláudio Torres, Caderno nº 1 do Campo Arqueológico de Mértola, dado à luz pela Câmara Municipal de Mértola, no ano da graça de 1984, e a quem agradecemos a transmissão.
                            

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