Mediunidade e creatividade artística.VII Cap. de "O Mistério da Golgota", de Bô Yin Râ. Tradução...
«Parece
muito difícil para as pessoas interessadas em actuações mediúnicas
poderem prever completamente os resultados que surgirão das
manifestações das entidades invisíveis em questão.
Recebam-se mensagens sublimes e longas, ou mesmo conselhos muito
acertados para o quotidiano, que logo se está pronto a assumir a
intervenção de elevados espíritos directores, estado este de coisas que
pode chegar longe, confiando-se cegamente o destino da vida e o futuro
material ao influxo dessas altas entidades espirituais.
Uma pessoa não se apercebe que está sob um tipo de hipnose e a entregar-se submissamente aos impulsos de uma vontade externa.
Expliquei detalhadamente no meu Livro do Além, e no Livro da Arte Real, assim como neste livro, os tipos de entidades que estão
verdadeiramente aqui em questão. Não se tratam de "amados desaparecidos" nem
de "elevadas ou menos elevadas" entidades espirituais, mas de seres
invisíveis duma parte do mundo físico que nos é em geral invisível.
Estas
entidades não são boas nem más mas amorais. A única coisa que lhes
importa é manifestarem-se aos humanos e a certas pessoas com dons
psico-físicos especialmente apropriados, que lhes servem de
instrumentos, e apenas para a auto-satisfação delas.
As
entidades, de que tratamos, trabalham de acordo com a Ordem Cósmica,
enquanto plasmadoras internas das formas do mundo de manifestação
física.
Deveremos ficar espantados, que nas suas tentativas irregulares para
se manifestarem num lugar por assim dizer impróprio, eles ajam também
formando imagens?
Há toda uma gama completa de manifestações de tais entidades, que
aparecem manifestando-se segundo os seus tipos de formadoras de imagens,
e a tal caso pertence a utilização dos mediuns que desenham ou pintam
quadros, o que na história do Mediunismo acontece frequentemente.
Eu
próprio observei suficientes manifestações dessas, e ainda vivenciei
coisas mais surpreendentes de tipo semelhante, apenas com uma diferença,
a de que eu tinha em meu poder essas entidades utilizadas pelo médium,
de modo que elas tinham de fazer o que eu lhes ordenava.
É certo que tais manifestações no domínio da pintura parecem à primeira vista como bastante inofensivas, mas não é assim em absoluto.
Cada
actuação das entidades em questão exige do médium que ele renuncie
completamente ou quase completamente ao seu próprio impulso de vontade e
entregue as suas forças a entidades que apenas procuram o seu próprio prazer, sem qualquer sentido de responsabilidade, pouco importando que a alma do médium permaneça intacta ou não.
Estas entidades procuram e encontram instintivamente em qualquer momento o ponto de menor resistência da sua vítima.
Elas lançam a cada um o engodo que ele morderá.
Sobre as forças da Alma, que elas utilizam, trabalham estas entidades
tão nocivamente como os bacilos e outros micróbios sobre as forças do
corpo físico.
Nunca
pode ser demasiado cedo a consciencialização que se deve tomar do
perigo, mesmo que tais fenómenos possam ser "belos", "elevados",
"interessantes"
Mesmo
quando na altura nenhum dano se nota, ainda assim ele permanece e na
maioria dos casos, nos quais as pessoas não combateram a tempo o perigo,
os danos são irreparáveis.
Nunca se consegue alertar suficientemente quanto a tal jogo com entidades que escapam a qualquer controlo
Certamente cada verdadeiro artista é pelo seu processo criativo um servidor do seu Deus interior.
Certamente ele conhece a audição para o íntimo e o silêncio interno.
Certamente ele também não sabe dizer quando vem o espírito, que o "preenche"!
Mas
quando e onde teve um artista criador de abandonar-se a este espírito
tal como um médium - sentindo a sua mão conduzida mecanicamente e
gerando obras que não foram determinadas primacialmente pelas suas
capacidades?
Onde está o criador, de Dante até Goethe, de Giotto até aos nossos pintores modernos,
que não teve que lutar para conseguir exprimir o que o movia
interiormente, que não teve durante anos de estudar para adquirir a base
através da qual se pode tornar um servidor de Deus?
Nunca
a inspiração do artista tomará sobre si mesma o comando das forças
criativas, nunca ele se tornará apenas um instrumento mecânico, mas bem o
contrário acontece.
Toda
a capacidade criativa penosamente adquirida é convocada, cada qualidade
de alma dos criadores torna-se consciente e viva em intensificação
apropriada, todas as forças da alma tornam-se mais leves e livres,
enquanto que o eu individual reina e opera num modo completamente
inaudito e cheio de força, de tal modo que o artista uma vez reentrado
na sua vida quotidiana, sente-se estranho a si mesmo e pode mesmo não
se sentir igual aquele que nas horas de criação soube trazer à luz todas
as forças da sua alma, dum modo tão soberano.
Onde está aqui o que seja da passividade do médium, que apenas é movido como a coxa da rã sujeita à corrente eléctrica de Galvani, que não tem quase necessidade de prestar atenção ao trabalho a que empresta a sua mão, e cujo eu no fundo não tem absolutamente nada a ver com toda a história, já que aquele que verdadeiramente age explora a sua vítima tanto mais facilmente quanto ela lhe presta menos atenção - idealmente num verdadeiro estado de transe, ou seja por um completa abandono da sua consciência.
Onde está aqui o que seja da passividade do médium, que apenas é movido como a coxa da rã sujeita à corrente eléctrica de Galvani, que não tem quase necessidade de prestar atenção ao trabalho a que empresta a sua mão, e cujo eu no fundo não tem absolutamente nada a ver com toda a história, já que aquele que verdadeiramente age explora a sua vítima tanto mais facilmente quanto ela lhe presta menos atenção - idealmente num verdadeiro estado de transe, ou seja por um completa abandono da sua consciência.
Ao
mesmo tempo, o que estas entidades através do médium produzem não é
nada de original, pois elas são totalmente modeladores das formas da
Natureza mas não criadoras de formas, estando sem pensamentos próprios,
sem necessidade de conceitos próprios e quando não servem o impulso
cósmico seguindo a sua natureza, são obrigados a reunir o seu material
juntando imagens criadas pelos cérebros humanos.
Por vezes apresentam imagens mentais ainda intactas para reprodução, de tal modo que é fácil reconhecer de onde extraíram o seu roubo.
Mas a maioria das vezes eles tecem as suas representações apenas a partir de uma desajeitada mistura de fragmentos heterogéneos, possam ser eles revelações mentais ou pinturas e desenhos mediúnicos.
É necessário ter-se aqui presente com a mais clara transparência, a distinção entre criação artística e a actividade medianeira, senão caímos numa confusão de conceitos nitidamente diabólica.
Como consequência ergue-se em mim o dever, baseado no conhecimento mais seguro dos processos em questão, de falar de acordo com a verdade, tanto mais que esta variedade de possessão lemuriana é demasiadas vezes admirada como uma graça celestial e eu quero neste livro separar nitidamente o que nunca se deixará associar.»
Por vezes apresentam imagens mentais ainda intactas para reprodução, de tal modo que é fácil reconhecer de onde extraíram o seu roubo.
Mas a maioria das vezes eles tecem as suas representações apenas a partir de uma desajeitada mistura de fragmentos heterogéneos, possam ser eles revelações mentais ou pinturas e desenhos mediúnicos.
É necessário ter-se aqui presente com a mais clara transparência, a distinção entre criação artística e a actividade medianeira, senão caímos numa confusão de conceitos nitidamente diabólica.
Como consequência ergue-se em mim o dever, baseado no conhecimento mais seguro dos processos em questão, de falar de acordo com a verdade, tanto mais que esta variedade de possessão lemuriana é demasiadas vezes admirada como uma graça celestial e eu quero neste livro separar nitidamente o que nunca se deixará associar.»
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