quarta-feira, 20 de setembro de 2023

As declarações do Presidente do Irão Ebrahim Raeisi, nas Nações Unidas, acerca da actualidade, e do falhanço da americanização do mundo.

 A importância do que se está a passar na luta entre a ordem mundial neo-liberalista e norte-americana contra a nascente multipolaridade fraterna e justa, liderada pela Rússia, a China, o Brasil, a Índia, a Africa do Sul  e os outros países novos do BRICS, tem no Irão outro país bem valioso pela sua civilização tradicional milenária e grandes místicos e poetas, tais como Sohrawardi, Ruzbehan, Rumi, Saadi, Haafiz e pela exemplar heróica resistência a guerras, terrorismos e sanções, na qual se destacou, após os milhares e milhares de mártires da guerra com Iraque, mais recentemente, o general Soleimani. 

As declarações do seu Presidente Ebrahim Raeisi,  nestes momentos decisivos da história do séc. XXI, são então valiosas de serem conhecidas, face ao bloqueio censurador pela elite ocidental dos media alternativos ou multipolares, pelo que da agência de informação iraniana Presstv.ir traduzimos as partes divulgadas por ela do seu discurso, sob o título Presidente Raeisi nas Nações Unidas: O projecto da Americanização global falhou.

«Na sua intervenção na 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), a 19 de Setembro de 2023, o Presidente do Irão Ebrahim Raeisi declarou que o projeto de americanização global fracassou.
"O mundo está numa transição irreversível para uma  ordem nova. A equação da dominação ocidental já não serve o mundo, e a velha ordem liberal, que servia os interesses dos imperialistas e dos capitalistas insaciáveis, foi posta de lado", disse Raeisi na sessão de terça-feira, em Nova Iorque.
"O projeto de americanização do mundo fracassou", disse Raeisi, acrescentando: "A nação iraniana orgulha-se de ter desempenhado, graças à Revolução Islâmica, o papel mais importante no desmascaramento dos imperialistas do Oriente e do Ocidente".

Política regional e internacional do Irão.
Noutra parte do seu discurso, o Presidente referiu que o Irão tinha aberto um novo capítulo de relações mutuamente benéficas com os seus vizinhos.
"A política de vizinhança da República Islâmica é uma política benevolente para a região. Apertamos com firmeza qualquer mão que nos seja estendida com amizade", disse Raeisi.
A República Islâmica apoia a máxima convergência económica e política intra-regional e inter-regional e está interessada em interagir com o mundo inteiro na base da justiça, afirmou.

Sobre a profanação do Alcorão.
O presidente Raeisi condenou, entretanto, a profanação do sacro Alcorão na Suécia e na Dinamarca, no início deste ano.

"O Nobre Alcorão baniu a afronta às ideias e às crenças...", recordou, perguntando: "O que é que melhor caracterizará a humanidade e elevará os valores humanos  do que a palavra de Deus Todo-Poderoso?"
"Esta não é a primeira vez que queimam as palavras de Deus e supõem que abafam a voz do Céu para sempre", disse e acrescentou: "Mas os ensinamentos do Alcorão para as comunidades humanas nunca arderão, e as chamas do insulto e da distorção não serão um adversário à altura da Verdade".
Raeisi afirmou que a islamofobia, qualquer que seja a sua forma, quer se trate de queimar o sagrado Alcorã
o  quer seja o proibir nas escolas as regras ou código de vestuário islâmico, equivale a fomentar o ódio.
"Há um objetivo maior por trás destes casos de ódio, e é errado aceitá-los sob o direito à 'liberdade de expressão' ", advertiu o estadista iraniano.

O Irão está contra a divisão do mundo num novo "Leste e Oeste".
Agora que os países independentes do mundo estão a caminhar para uma maior cooperação e convergência, disse Ebrahim Raeisi, "estamos a assistir ao esforço por parte de algumas potências para acender as chamas do conflito através de várias regiões".

Mantendo uma mentalidade de Guerra Fria, estas potências estão a dividir a comunidade internacional nos seus antigos blocos, disse ainda o chefe do governo iraniano.
"Esta medida é reacionária e não serve a segurança e o bem-estar das nações. A República Islâmica acredita firmemente que não se deve permitir que um novo Leste e Oeste tome forma."

A nação iraniana vitoriosa face às conspirações estrangeiras.
Ebrahim Raeisi saudou o facto de, no ano passado, a nação iraniana ter conseguido ul
trapassar "a maior ofensiva mediática e a maior guerra psicológica da sua história".
Referia-se à incessante campanha mediática e política que se seguiu à infeliz morte aquando da detenção pela polícia de uma jovem iraniana, Mahsa Amini.
O Presidente afirmou que, nos seus esforços para semear o caos em todo o país através da utilização abusiva da tragédia, alguns países ocidentais e os seus serviços secretos cometeram um "má avaliação" ao subestimarem a força 
da nação iraniana.

A abordagem selectiva ou discricionária do Ocidente em relação ao terrorismo.
Ebrahim Raeisi denunciou alguns E
stados ocidentais por "utilizarem o terrorismo como instrumento de política externa".
Recordou que alguns países europeus, apesar de afirmarem lutar contra o terrorismo, se transformaram num refúgio seguro para um grupo terrorista que derramou o sangue de mais de 17 000 civis e funcionários iranianos, referindo-se à Organização Mujahedin-e-Khalq (MKO).
"A discrim
inação na luta contra o terrorismo serve de luz verde para os terroristas", advertiu Raeisi.

Israel não pode ser um parceiro para a paz.
O presidente iraniano considerou que o regime israelita é a última entidade do mundo "baseada no apartheid e no racismo, e que foi fundada com base na guerra, ocupação, terrorismo e violação dos direitos dos povos".
Uma tal entidade "não pode ser um parceiro para a paz", afirmou.
"Não terá chegado o momento de pôr fim a 75 anos de ocupação da terra da Palestina, de opressão do seu povo e de massacre das suas mulheres e crianças, e para se reconhecerem os direitos da nação palestiniana?"

Sobre a guerra na Ucrânia.
Ebrahim Raeisi reafirmou a oposição do Irão à guerra em curso na Ucrânia.
"Não consideramos que a guerra na Europa seja do interesse de qualquer partido europeu", afirmou.
"O Irão apoia qualquer iniciativa que vise pôr termo ao conflito e iniciar o processo político", afirmou, e manifestou a disponibilidade da República Islâmica para desempenhar um papel construtivo no sentido da cessação das hostilidades.»

Acrescente-se que no dia 20, como noticia a TASS, em conferência de Imprensa  o Presidente do Irão Ebrahim Raeisi esclareceu que "os países da NATO estão fornecer armas à Ucrânia. Os que beneficiam do conflito não querem o fim do conflito", apontando assim o dedo ao poderoso grupo de pressão da indústria anglo-americana e europeia de armamentos. Por outro lado, como noticia a Presstv.ir,  Ebrahim Raeisi recebeu vários rabinos anti-sionistas num diálogo amistoso, já que com o Cristianismo constituem as três Religiões do Livro dito revelado divinamente, algo que muito provavelmente se pode alargar a outras
                                                          
Entretanto no dia 22
foi anunciado por Mohammad Jamshidi, vice-chefe de gabinete do presidente iraniano Ebrahim Raeisi para os assuntos políticos, que o Secretário-Geral das Nações Unidas António Guterres terá acolhido favoravelmente uma proposta apresentada pelo presidente Ebrahim Raeisi, aquando da 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU, para que as forças militares iranianas actuem como forças de manutenção da paz em todo o mundo.

Pandora ou Psiché aguarda que o escrínio ou graal de cada  coração liberte impulsões e dinamize acções para o Bem, a Verdade e a Justiça no Mundo! Aum...

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns Pedro por esta tradução. É um grande trabalho. Vou partilhar e obrigada.

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Graças muitas. Um pequeno contributo para esclarecer mais a multipolaridade emergente mundial, a que os governos ocidentais na sua maioria rejeitam, escravos da arrogância da supremacia anglo-americana e da nova ordem do Fórum Económico Mundial. E, claro, relembrar os valores da civilização persa e do actual governo iraniano..