2º texto e poema sobre "Um ícone ou mandala psico-mórfico para o mês de Setembro de 2023 ser mais pleno e luminoso."
Contemplar na mão o coração ardente, em símbolo,
mais do que descansar o coração na mão de Deus,
tal como suspirara em soneto Antero de Quental,
é adentramos em amor os mistérios da unificação,
é abrirmos o peito e a visão aos centros contemplados,
é permitirmos que as flores das almas desabrochem,
é sentirmos a unidade amorosa espiritual e divina!
Um belíssimo exemplar da devoção tradicional portuguesa à Divindade, neste caso um registo do início do séc. XIX em forma de coração com volume, e com um ritmo pulsante sugerido pelas hastes, folhas e flores bordadas em fios dourados coloridos, quais sentimentos e orações, mostrando a beleza subtil da nossa alma em oração e amor devocional para com a Divindade, neste caso avatarizada (do sânscrito avatar, descida da divindade) em Jesus e seu coração que surgem representados numa gravurinha ao centro, numa mandorla, ovo ou olho, delimitado por fios dourados, como que pairando numa dimensão infinita circularizada, e que nos convida a contemplá-la, a unificarmos sujeito e objecto, e a entrar e a sentir o Amor Divino que neles e em nós quer arder e irradiar mais. Felizes os que podem e conseguem contemplar os símbolos devocionais e neles se alinharem e unificarem com as dimensões e realidades representadas e invocadas, e assim estarem mais em Amor e no Ser... | |
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