quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Aleksandr Dugin e a visita do presidente da Coreia do Norte Kim Jong Un à Rússia, a convite do seu presidente Vladimir Putin.

A propósito da chegada de Kim Jong Un, o presidente da Coreia do Norte, ao Cosmodromo Vostochny, na Rússia, a convite de Vladimir Putin, para amplos diálogos e acordos, o notável ideólogo da libertação do Ocidente do jugo do excepcionalismo e liberalismo opressivo, Aleksandr Dugin, escreveu no próprio dia 13 de Setembro de 2023 uma mensagem que é simultaneamente uma visão actual da geo-estratégica da Humanidade e um dar as boas vindas ao presidente de um povo irmão, heróico na sua resistência, tal como também o são o Irão e a Bielorússia. Oiçamo-lo, a partir da minha tradução duma transcrição na rede social VK.com,  no seu estilo e mentalidade corajosa e desafiante:

«"A Rússia revoltou-se, mas continua a ser uma colónia": escreveu na sua conta do Telegram, Aleksandr Dugin apelando a que se aprenda com a República Popular Democrática Coreana.
Aleksandr Dugin acredita que a Rússia só pode realmente contar com a ajuda dos que estão a seguir o caminho da luta total contra o domínio do Ocidente. Aqueles que defendem seriamente a sua soberania, baseando-se numa visão própria soberana do mundo.
 
As rosas iranianas divinamente perfumadas de Isfahan e de Teerão...
É o caso do Irão, onde o primado dos valores e da cultura tradicionais sobre o liberalismo ocidental está proclamado. É o caso da Bielorrússia, onde o chefe de Estado é o garante da liberdade do povo e, por conseguinte, o inimigo do Ocidente.
É a Coreia do Norte, onde se seguem as ideias do Juche, que significa "soberania", "autossuficiência".
"O Ocidente e as suas pretensões à verdade devem ser rejeitados radicalmente. Como o heróico povo Juche e os sábios e firmes iranianos. Como os Bielorrussos afáveis e corajosos, fiéis à sua identidade", escreveu o filósofo no seu Telegram.
Na sua opinião, o Ocidente é digno apenas de ser um objeto de estudo, como uma borboleta ou um cogumelo. É apenas uma região, uma das províncias da Grande Humanidade. A Rússia precisa de uma descolonização profunda da consciência, de uma apropriada visão soberana do mundo.
"Rebelámo-nos contra o domínio ocidental, mas continuamos a ser uma colónia em muitos aspectos. Uma colónia mental. E não devemos hesitar em aprender com os que já percorreram um grande caminho heróico na senda desta sublevação.
Kim Jong-un, seja bem-vindo. O Extremo Oriente será agora [poderá ser agora mais]  livre", concluiu Dugin.»
 
  Entretanto saíram à luz do dia algumas das palavras iniciais do encontro do presidente da Coreia do Norte com o da Rússia, tal como a Tass.com, um dos poucos canais russos que ainda se pode ver no Ocidente "democrático", noticia:
«A República Popular Democrática da Coreia acredita que a Rússia está a travar uma luta sagrada pela sua soberania e segurança e Pyongyang apoia todas as decisões tomadas pelo Presidente russo Vladimir Putin, afirmou o líder norte-coreano Kim Jong Un durante as conversações com o seu homólogo russo.
"Actualmente a Rússia está a travar uma luta sagrada para proteger a soberania e a segurança do seu Estado, ao mesmo tempo que combate as forças hegemónicas que se opõem à Rússia", disse Kim, acrescentando que a sua visita chegou num "momento especial".
O líder norte-coreano manifestou o seu total apoio aos dirigentes russos. "Sempre apoiámos todas as decisões tomadas pelo Presidente Putin ou pelo governo russo", afirmou Kim. Segundo ele, Pyongyang está a tentar desenvolver ainda mais as suas relações com Moscovo.»
Horas mais tarde,  /TASS/ noticiou:  «O líder norte-coreano Kim Jong Un exprimiu a sua confiança de que o exército e o povo russos serão vitoriosos sobre a "cabala do mal" que enfrentam, que alimenta ilusões expansionistas, num brinde durante um almoço formal com o Presidente russo Vladimir Putin.
"Estamos confiantes de que o exército e o povo russos obterão inquestionavelmente uma grande vitória na luta sagrada para castigar a cabala maléfica com pretensões hegemónicas e que alberga ilusões expansionistas, e [vencer a luta] para se criar um ambiente estável para o desenvolvimento", afirmou o Presidente russo ao fazer um brinde no almoço com Putin.

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Message of Alexander Dugin, on 13 September 2023, writen on his Telegram chanel:
 "Russia has rebelled, but it is still a colony": Dugin urged to learn from the DPRK. 
Alexander Dugin believes that Russia can only really count on the help of those who are following the path of total struggle against the dominance of the West. Those who seriously defend their sovereignty, relying on a sovereign worldview.
This i
s Iran, where the primacy of traditional values and culture over Western liberalism is proclaimed. This is Belarus, where the head of state is the guarantor of the freedom of the people, and therefore the enemy of the West.
This is North Korea, where they follow the ideas of Juche, which means "sovereignty", "self-reliance".
"The West and its claims to the truth must be rejected radically. As heroic Juche people and wise and steadfast Iranians. As kind and courageous Belarusians true to their identity," the philosopher wrote in his Telegram.
In his opinion, the West is worthy only to be an object of study, like a butterfly or a mushroom. This is just a region, one of the provinces of the Greater Humanity. Russia needs a deep decolonization of consciousness, a proper sovereign worldview.
"We have rebelled against Western domination, but we are still a colony in many ways. A mental colony. And we should not hesitate to learn from those who have already passed a great heroic path along the path of this uprising.
Kim Jong-un, welcome. The Far East will now be free," concluded Dugin.»

Alexandre Dugin, com a sua filha e mártir Darya Dugin Platonova... Lux! Amor!

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