sábado, 1 de abril de 2023

Um poema ao Espírito, e talvez para um livro acerca dele.

 

Pintura de Nicholai Roerich...

Ao Espírito.


Invocação do Espírito:

Investigar, ou seja, entrar,

Aprofundar, deixar-se afundar,

pesquisar, humildemente querer caminhar

e avançar no que se sabe pouco, ou é menosprezado

e é contudo importante,

valioso, transformador, essencial.


Investigar o conhecimento

do Espírito humano,

das suas capacidades

e do seu futuro, pessoal e geral,

para que nos fortifiquemos,

para que a História da Humanidade melhore.


Investigar no interior pelas práticas

psico-espirituais,

e no exterior pelos testemunhos,

realçando os que melhor souberam

ver, vivenciar, descrever e partilhar

o conhecimento espiritual,

o Espírito ao longo dos séculos,

em Portugal mas não só,

e os seus principais conhecedores,

místicos, mestres e escritores.


Talvez os melhores procuradores e conhecedores

tenham sido alguns místicos e religiosos

como no séc. XVI Francisco Sousa Tavares, Frei Hilarião,

Gregório Taveira, e mais tarde estudiosos

do esoterismo e das ciências ocultas,

tais como Leonardo Coimbra e Fernando Pessoa,

sem esquecer Antero e Bocage, Agostinho e Dalila.


Tu e eu investigando a Luz espiritual,

abrindo bem os olhos e o coração,

pois o Espírito manifesta-se a nós,

consciências em corpo humanos e cérebros

pela Luz interior que vemos,

pelo que de formas e seres no olho se desvenda,

pela felicidade e amor que sentimos.


-"Eu abro-me mais à luz", eis a nossa oração,

Aprofundar as visões de luz e até de seres.

- "Olho espiritual", queremos-te abrir mais.


Entre os métodos para tal, destaca-se a contemplação

de imagens, pinturas, mandalas, vesica pisces e espirais,

cristais e flores, árvores, rios e montanhas,

e sobretudo intensificar o amor à Divindade e ao Cosmos.


Eis-me aqui,

eu, o meu espírito,

mais os espíritos do universo

e o de quem me vier a ler:

tu, a tanto tempo e espaço de distância

deste aqui e agora: abre-te mais a Deus..


Invocar o espírito mais frequente e fortemente

brota da oração e meditação

ou, graça das graças,

com alma afim, gémea ou elevada,

com a qual a dualidade se torna biunidade,

comunhão do amor constante em aspiração


Mas tão difícil é haver as mesmas asas

e logo o mesmo voo no mundo espiritual,

que a poesia e o canto se puseram a orar

e os peitos e corações abertos a sangrar.


Dei-te a mão, deste-me a mão,

após os olhos se terem prolongado interiormente

até tocarem o oceano luminoso da Divindde,

após os corações se tornarem chama intensa,

até a Divindade ser adorada e acolhida,

no mistério do Ser que somos, és, Om sou... Aum Shau.

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