Jesus, visto espiritualmente por Bô Yin Râ, de quem recentemente traduzi e imprimi o seu livro A Oração |
«Disse Jesus: Se vos disserem, aqueles que atraem o vosso coração: eis, o Reino está no céu, então as aves antecederam-vos no céu; se vos disserem: ele está no mar, então os peixes antecederam-vos. Mas o Reino está no vosso interior e ele está no vosso exterior. Quando vos reconhecerdes, então sereis conhecidos, e sabereis que vós sois os filhos e filhas do Pai Vivo. Mas se não vos reconhecerdes, então estareis numa pobreza, e sereis vós próprios a pobreza.»
Este dito de Jesus, 3º do Evangelho de Tomé, que corre nos vários evangelhos com diferenças, Mateus 24, 26-27, Marcos 13, 5-7, e Lucas, 17, 21, é-nos apresentado em Tomé de um modo bastante mais interpelante, directo, interiorizante, espiritual.
Por exemplo em Mateus, tal ensinamento que seria válido a todo o momento, foi encaixado e limitado numa história coisificante e apocalíptica do tempo do Fim, com grande tribulações, e com uma nova vinda exterior de Jesus e para a qual há que discernir os falsos Cristos e profetas: «Se portanto vos disserem: Ei-lo no deserto, não ides até lá. Ei-lo em lugares retirados, não creiais. Pois assim como o relâmpago parte do Oriente e brilha até ao poente assim será a vinda do Filho do homem.» Como vemos, um ensinamento de auto-conhecimento foi transformado numa espera exterior apocalíptica.
Marcos, 13, 5-7, repete quase o mesmo, e é só em Lucas, que este dito sobreviveu, ainda que mais limitado que na versão do Evangelho de Tomé. Oiçamo-lo em 17, 20-21: «Interrogado pelos Fariseus sobre quando chegaria o Reino de Deus, Jesus respondeu-lhes:«A vinda do reino de Deus não é observável. Não se poderá dizer: "Ei-lo aqui, ei-lo ali", pois eis que o Reino de Deus está no meio de vós»
Neste ensinamento Jesus diz-nos então que o mundo espiritual, o reino de Deus é omnipresente, está já presente e no meio de nós, mas que temos de o reconhecer, descobrir, entrar, sentir interiormente pois é dentro de nós que encontramos o Espírito e nos reconhecemos como Espíritos luminosos. E neste sentido de uma prática meditativa de gnose, Jesus explicou-nos em Mateus, 6, 22: «se o teu olho ou visão for simples ou unificada, todo o teu ser será luminoso».
Temos portanto de separar ou discernir constantemente o trigo do joio, o verdadeiro e o falso (nomeadamente nas tão na moda narrativas e notícias falsas ou manipuladoras), o apropriado e o não apropriado, e assim controlar e dominar as nossas forças físicas, instintivas e anímicas, de modo a conhecermos a nossa identidade espiritual, ou seja, a ver-nos, sentir-nos e comportar-nos como espíritos dotados de alma e corpo, antes que do mundo espiritual divino nos possam reconhecer e abençoar.
Estamos mais pobres ou sofredores se não tentamos identificar-nos como filhos e filhas da Divindade; e se falta a consciência desta riqueza no nosso peito no dia a dia, andaremos constantemente a mendigar excitações, relações, consumos e satisfações exteriores e logo frequentemente influenciados, desviados, frustrados.
Nesta identidade está implicado darmos aos outros da nossa riqueza, porque se não damos é porque ainda estamos carenciados, ou seja desprovidos da plenitude, que o contacto com o espírito ou a presença espiritual e pelo qual o fogo do seu amor nos enche e irradia.
Não andemos então sempre à procura da maneira de ganhar dinheiro, nem recuses a ajuda ou o conselho a quem nos pede, não invejemos ou deixemos ir abaixo com a riqueza ou os conhecimentos dos outros, mas antes nos alegremos na riqueza comum da fraternidade humana, pois o teu tesouro está no coração, na gratidão e na comunhão: a filiação divina, a consciência de seres um Espírito, um com o Espírito, e um canal para o Amor e o Ser Divino.
O consumismo e a violência dos nossos dias derivam, para além de várias causas psico-sociais de sociedades extremamente desigualitárias e de classes políticas demasiado vendidas à oligarquia mundial, das pessoas terem perdido a consciência de serem filhos ou filhas de Deus, estando pouco ligadas ao Espírito, interno ou imanente, mas também omnipresente enquanto o substracto Divino na Natureza e nas suas maravilhas.
Saibamos pois sentir, amar, ou mesmo clamar mais ardentemente pela Divindade, ou usando a expressão de Jesus, do Pai que para outros é mais Mãe, e também invocar o Mestre, os Mestres, os Anjos, com a confiança e a certeza que face à nossa oração receberemos a ajuda, a inspiração, a força necessárias.
Se considerarmos que o Caminho para o qual o Mestre apela e transmite é o da realização anímico-espiritual e portanto a Unidade de todos os seres sentida e vivenciada, então a religião, a filosofia, a política, a arte e a ciência são vistas e sentidas como instrumentos de criatividade e de melhoria da humanidade no todo da Unidade, então compreendemos que quem demanda o caminho do conhecimento, da harmonia e do bem consegue encontrar o Reino ou Presença Divina, no interior e exterior, e pode maravilhar-se ou contribuir para ele nas mais diversas áreas da actividade humana. Mas também sabemos como a Humanidade tem abusado ou mal utilizado os bens do planeta e como o que reina frequentemente é mais a negatividade, a violência, o mal ou seja, o ódio e a crueldade algo que praticamente não vemos na natureza, apesar de toda a violência que existe nela na luta pela sobrevivência. Morte ao ódio, à crueldade, ao sadismo é então uma tarefa bem indispensável da humanidade, a par do desabrochamento da empatia e do amor sábio.
O mundo espiritual e Divino é vivenciável na unidade harmoniosa dos mundos interiores e exteriores, a que podemos ter acesso ou chegar por uma vida correcta e criativa, pelos sentimentos, emoções e pensamentos bem orientados, e pela visão da luz do Espírito e a escuta da sua subtil voz ou vibração que, infelizmente, no tipo de vida apressada, barulhenta e dispersante que tantos adoptam ou a que se sujeitam, quase que não se consegue ouvir, nomeadamente nas cidades em que praticamente de tantos em tantos metros há fontes de ruído nocturno exorbitantes e desarmonizantes.
Outro dos meios que tanto a sociedade como a nossa ignorância ou pobreza usam como um ardil ou uma desculpa para as pessoas se manterem fora da auto-consciência espiritual ou Reino é a sugestão de que somos fracos, pobres, animais, sem género nem identidade. Servem tais manipulações enfraquecedoras do poder natural da nossa identidade e individualidade única, para deixar-nos arrastar pelas modas, tais as trangêndricas e transhumanistas (que são mais infrahumanistas) ou ficar-nos por hábitos, ou ainda tentarmos gozar e ganhar o mais possível, esquecendo a nossa identidade de espíritos emanados da Divindade e em peregrinação missão nesta vida (o swadharma), e logo diminuindo ou abafando o desabrochamento do potencial criativo, espiritual, fraterno e justo de todos...
Nestes tempos em que são tantas as forças económicas, políticas, sociais e mediáticas que tentam manipular, enfraquecer e controlar a integralidade de cada ser vivo e da Humanidade há que preservarmos sem desânimos maiores numa prática orativa ou meditativa e um modo de vida mais natural, ecológico e ético, que nos permita ter a consciência de que dentro e fora de nós está o Reino ou o Mundo Espiritual e Divino e logo sentir-nos mais plenos do sagrado, felizes e abençoadores.
Este dito de Jesus, 3º do Evangelho de Tomé, que corre nos vários evangelhos com diferenças, Mateus 24, 26-27, Marcos 13, 5-7, e Lucas, 17, 21, é-nos apresentado em Tomé de um modo bastante mais interpelante, directo, interiorizante, espiritual.
Por exemplo em Mateus, tal ensinamento que seria válido a todo o momento, foi encaixado e limitado numa história coisificante e apocalíptica do tempo do Fim, com grande tribulações, e com uma nova vinda exterior de Jesus e para a qual há que discernir os falsos Cristos e profetas: «Se portanto vos disserem: Ei-lo no deserto, não ides até lá. Ei-lo em lugares retirados, não creiais. Pois assim como o relâmpago parte do Oriente e brilha até ao poente assim será a vinda do Filho do homem.» Como vemos, um ensinamento de auto-conhecimento foi transformado numa espera exterior apocalíptica.
Marcos, 13, 5-7, repete quase o mesmo, e é só em Lucas, que este dito sobreviveu, ainda que mais limitado que na versão do Evangelho de Tomé. Oiçamo-lo em 17, 20-21: «Interrogado pelos Fariseus sobre quando chegaria o Reino de Deus, Jesus respondeu-lhes:«A vinda do reino de Deus não é observável. Não se poderá dizer: "Ei-lo aqui, ei-lo ali", pois eis que o Reino de Deus está no meio de vós»
Neste ensinamento Jesus diz-nos então que o mundo espiritual, o reino de Deus é omnipresente, está já presente e no meio de nós, mas que temos de o reconhecer, descobrir, entrar, sentir interiormente pois é dentro de nós que encontramos o Espírito e nos reconhecemos como Espíritos luminosos. E neste sentido de uma prática meditativa de gnose, Jesus explicou-nos em Mateus, 6, 22: «se o teu olho ou visão for simples ou unificada, todo o teu ser será luminoso».
Temos portanto de separar ou discernir constantemente o trigo do joio, o verdadeiro e o falso (nomeadamente nas tão na moda narrativas e notícias falsas ou manipuladoras), o apropriado e o não apropriado, e assim controlar e dominar as nossas forças físicas, instintivas e anímicas, de modo a conhecermos a nossa identidade espiritual, ou seja, a ver-nos, sentir-nos e comportar-nos como espíritos dotados de alma e corpo, antes que do mundo espiritual divino nos possam reconhecer e abençoar.
Estamos mais pobres ou sofredores se não tentamos identificar-nos como filhos e filhas da Divindade; e se falta a consciência desta riqueza no nosso peito no dia a dia, andaremos constantemente a mendigar excitações, relações, consumos e satisfações exteriores e logo frequentemente influenciados, desviados, frustrados.
Nesta identidade está implicado darmos aos outros da nossa riqueza, porque se não damos é porque ainda estamos carenciados, ou seja desprovidos da plenitude, que o contacto com o espírito ou a presença espiritual e pelo qual o fogo do seu amor nos enche e irradia.
Não andemos então sempre à procura da maneira de ganhar dinheiro, nem recuses a ajuda ou o conselho a quem nos pede, não invejemos ou deixemos ir abaixo com a riqueza ou os conhecimentos dos outros, mas antes nos alegremos na riqueza comum da fraternidade humana, pois o teu tesouro está no coração, na gratidão e na comunhão: a filiação divina, a consciência de seres um Espírito, um com o Espírito, e um canal para o Amor e o Ser Divino.
O consumismo e a violência dos nossos dias derivam, para além de várias causas psico-sociais de sociedades extremamente desigualitárias e de classes políticas demasiado vendidas à oligarquia mundial, das pessoas terem perdido a consciência de serem filhos ou filhas de Deus, estando pouco ligadas ao Espírito, interno ou imanente, mas também omnipresente enquanto o substracto Divino na Natureza e nas suas maravilhas.
Saibamos pois sentir, amar, ou mesmo clamar mais ardentemente pela Divindade, ou usando a expressão de Jesus, do Pai que para outros é mais Mãe, e também invocar o Mestre, os Mestres, os Anjos, com a confiança e a certeza que face à nossa oração receberemos a ajuda, a inspiração, a força necessárias.
Se considerarmos que o Caminho para o qual o Mestre apela e transmite é o da realização anímico-espiritual e portanto a Unidade de todos os seres sentida e vivenciada, então a religião, a filosofia, a política, a arte e a ciência são vistas e sentidas como instrumentos de criatividade e de melhoria da humanidade no todo da Unidade, então compreendemos que quem demanda o caminho do conhecimento, da harmonia e do bem consegue encontrar o Reino ou Presença Divina, no interior e exterior, e pode maravilhar-se ou contribuir para ele nas mais diversas áreas da actividade humana. Mas também sabemos como a Humanidade tem abusado ou mal utilizado os bens do planeta e como o que reina frequentemente é mais a negatividade, a violência, o mal ou seja, o ódio e a crueldade algo que praticamente não vemos na natureza, apesar de toda a violência que existe nela na luta pela sobrevivência. Morte ao ódio, à crueldade, ao sadismo é então uma tarefa bem indispensável da humanidade, a par do desabrochamento da empatia e do amor sábio.
O mundo espiritual e Divino é vivenciável na unidade harmoniosa dos mundos interiores e exteriores, a que podemos ter acesso ou chegar por uma vida correcta e criativa, pelos sentimentos, emoções e pensamentos bem orientados, e pela visão da luz do Espírito e a escuta da sua subtil voz ou vibração que, infelizmente, no tipo de vida apressada, barulhenta e dispersante que tantos adoptam ou a que se sujeitam, quase que não se consegue ouvir, nomeadamente nas cidades em que praticamente de tantos em tantos metros há fontes de ruído nocturno exorbitantes e desarmonizantes.
Outro dos meios que tanto a sociedade como a nossa ignorância ou pobreza usam como um ardil ou uma desculpa para as pessoas se manterem fora da auto-consciência espiritual ou Reino é a sugestão de que somos fracos, pobres, animais, sem género nem identidade. Servem tais manipulações enfraquecedoras do poder natural da nossa identidade e individualidade única, para deixar-nos arrastar pelas modas, tais as trangêndricas e transhumanistas (que são mais infrahumanistas) ou ficar-nos por hábitos, ou ainda tentarmos gozar e ganhar o mais possível, esquecendo a nossa identidade de espíritos emanados da Divindade e em peregrinação missão nesta vida (o swadharma), e logo diminuindo ou abafando o desabrochamento do potencial criativo, espiritual, fraterno e justo de todos...
Nestes tempos em que são tantas as forças económicas, políticas, sociais e mediáticas que tentam manipular, enfraquecer e controlar a integralidade de cada ser vivo e da Humanidade há que preservarmos sem desânimos maiores numa prática orativa ou meditativa e um modo de vida mais natural, ecológico e ético, que nos permita ter a consciência de que dentro e fora de nós está o Reino ou o Mundo Espiritual e Divino e logo sentir-nos mais plenos do sagrado, felizes e abençoadores.
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