Uma antologia dos Melhores Sonetos Brasileiros, organizada pelo publicista Albino Forjaz Sampaio, era em 1924 publicada em Lisboa pela Empreza do Diário de Notícias, na mimosa e popular Colecção Patrícia.
A escolha dos 24 sonetos incidira sobre 21 poetas, já que Raimundo Correia e Octávio Bilac tinham sido privilegiados, e para os leitores brasileiros do séc. XXI será interessante ouvirem pela primeira vez a poesia de alguns autores escolhidos há cerca de 95 anos como os melhores sonetistas, e que foram anotados bio-bibliograficamente no fim da obra:
A escolha dos 24 sonetos incidira sobre 21 poetas, já que Raimundo Correia e Octávio Bilac tinham sido privilegiados, e para os leitores brasileiros do séc. XXI será interessante ouvirem pela primeira vez a poesia de alguns autores escolhidos há cerca de 95 anos como os melhores sonetistas, e que foram anotados bio-bibliograficamente no fim da obra:
Refira-se de passagem que Albino Forjaz de Sampaio (1884-1949) era tudo menos um poeta e destacara-se primeiro no jornalismo, discípulo de Fialho de Almeida e Bulhão Pato, e depois num ensaísmo realista tanto histórico e crítico como cínico, irónico e imoral, com algumas obras de espantar o burguês, hoje ilegíveis, e sobretudo mais tarde pelos seus estudos, conhecimentos e publicações de bibliofilia e de bibliografia que lhe granjearam justa apreciação, destacando-se nestes, primeiro a sua pequena mas pioneira História da Literatura de Cordel, em 1914 e depois sob a sua direcção a monumental História da Literatura Portuguesa, (1929-1942) em 4 volumes e ilustradíssima tanto com os frontispícios das obras antigas, e imagens e biografias dos autores como também, muito originalmente com as dos seus comentadores ou estudiosos vivos, numa união imortalizante valiosa...
A sua escolha nesta Antologia realizada para a Colecção Patrícia, que publicou dezenas de volumes pequenos ("218 páginas, muitas gravuras, estudos sintéticos e completos" e mimosos de grandes autores, em 1924 (e nomeando na bibliografia que o ajudou oito antologias anteriores) reflecte a sua vertente pessimista de tristeza e desilusão da vida e não é com facilidade que saímos deste registo mais sombrio das dores e sofrimentos, ilusões e frustrações, transitoriedade e morte para encontramos sonetos mais confiantes e lutadores, amorosos e imortalizantes.
A omissão de mulheres, embora cite na apresentação Leda Rios, Francisca Júlia e Gilka da Costa Machado, talvez esteja em consonância com algum laivo do machismo típico da época patente aliás em algumas das suas obras (e anote-se que já Almada Negreiros no Manifesto Anti-Dantas o critica), devendo registar-se a sua antologia com Bento de Mântua de um cancioneiro de poemas ao longo dos séculos dedicados à prostituição, o Livro das Cortesãs, 1916.
Escolhemos e fotografamos assim dois deles:
E vai especialmente oferecido às almas luminosas e poetisas do Brasil Luama Sócio (também notável cantora, nomeadamente com À Alma), Daniela Pace, Luciane Couto, Gisele Verillo, Rachel Araújo e Ellen da Silva...
Que o arco-íris que liga o Brasil e Portugal se fortifique e apure, e irradie muito luminosa e harmoniosamente para todo o mundo...
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