
II - SOBRE A CONSCIÊNCIA E AS PRÁTICAS ESPIRITUAIS, O ESPÍRITO E O DIVINO.
Quando tentamos aprofundar a consciência e a actividade mental que com ela concorre observamos vários tipos possíveis de consciência ou, se quisermos, de vários direccionamentos possíveis da atenção consciencial-mental a espelharem-se na nossa consciência de Eu, que poderemos dizer sobreponíveis ou complementares, os quais, com objectivos de auto-consciencialização espiritual meditativa, discriminaremos assim:
Em 1º lugar, podemos consciencializar-nos da nossa situação corporal, e temos a consciência postural, corporal e vertebral: se está mais ou menos alinhada ou direita, tensa ou descontraída, com problemas ou dores aqui ou acolá, podendo mesmo acontecer descontrairmos ou harmonizarmos, pela contração e distensão e pela respiração consciente, tais zonas ou órgãos, e consequentemente os centros nervosos e suas energias subtis.
Em 2º lugar, temos a consciência respiratória: ou seja, sobre a respiração, que absorve não só ar mas também certas forças subtis e psico-espirituais, lançamos ou deixamos cair a nossa consciência ou consciencialização (num ver e sentir interior) e observamos ou concentramo-nos nela, desfrutando dos seus efeitos benéficos, que vão desaguando na purificação e energetização pulmonar, dos centros de força (chakras) e global, na interiorização e subtilização do conteúdo de consciência, esta em parte alcançada pela diminuição dos pensamentos dispersivos, os quais em geral ocupam o cérebro e mente impedindo a consciência de se interiorizar, concentrar, serenar.
Em 3º lugar, vamos passando para a consciencialização energética e vibratória: sentimo-nos mesmo num corpo subtil vibratório, de ondas e partículas, com o som ou crepitar interior que é um nível interno do que foi denominado pelos pitagóricos da música das esferas ou partículas a ecoar ou ressoar de certa forma ou frequência no nosso ouvir interior e cabeça.
Em 4º lugar, começamos a observar melhor os sentimentos e pensamentos, ou mesmo a sentir e até ver as imagens vivas que estão em nós e à nossa volta, provenientes de pensamentos e emoções, desejos e forças psíquicas ambientais, e que são imagens ou símbolos de energias e impressões, ora reais ora fantasiosas, nossos e dos outros e que subtilmente nos afectam. Tais pensamentos e imagens são o reflexo de vibrações dos planos ou níveis de vida astrais e psíquicos, evanescentes e mutáveis, onde não nos devemos deter demasiado, apenas observando e retirando alguma ilação e dissolvendo o que possa obstar à calma e à claridade, de modo a prosseguirmos, com mais aspiração da consciência e do olhar interior, para o Ser e o mundo Espiritual e Divino...
Em 5º lugar, começamos a ter mais presente a consciência da auto-consciência, ou seja, ao estarmos conscientes de nós próprios, Eu subjectivamente sentido, num corpo psico-físico, utilizando um cérebro e uma alma, com os seus órgãos de percepção e pensamentos que estão mais ou menos harmonizados. Começamos assim a sentir a consciência pura ou observadora em nós e a intuir o mundo espiritual, e algo da consciência superior, dita Infinita ou Divina, que perpassa por nós o que gera transmite certa paz clarificadora, ou felicidade, ou mesmo visão da estrela do espírito...
Tal como sabemos que as sinapses e redes neuronais se desenvolvem com os exercícios psico-somáticos a que as submetemos, assim também a luminosidade do nosso ser e dos órgãos de percepção e irradiação da nossa entidade espiritual, chamados chakras em sânscrito, ou rodas de energia, se desenvolvem, harmonizam ou nos recarregam nos momentos de maior auto-consciência, respiração e abertura, esforço ou ligação espiritual e divina...
Quais as melhores práticas para trabalharmos e desenvolvermos tanto o nosso ser espiritual como os seus órgãos de percepção e comunicação, tanto mais que os vamos utilizar ou depender deles quando sairmos do corpo físico na morte, é uma questão importante e em grande parte a Religião, qualquer que ela seja, devia assentar nisto, para que não seja sobretudo crença, ritos e moralidade mas também vivência interior e fortificação e desenvolvimento da alma e suas capacidades subtis.
Em 6º lugar, como resultado da abertura e alinhamento da alma e do aprofundamento do nível da consciência, podemos obter a consciência da presença do Espírito e dos seus sinais ou atributos, nomeadamente a Luz, a paz, o amor, ou a mesmo a visão dele, subtil, no alto.
São níveis e realidades vivenciáveis pela inspiração, o amor, a concentração, a meditação, a oração e contemplação, embora estejam mais ou menos presentes no dia a dia no que fazemos, sentimos e pensamos, e por vezes subitamente aflorando, desvendando-se, expandindo o campo unificador da nossa consciência...
E assim, com o tempo, quando fechamos os olhos e meditamos ou oramos, por vezes conseguimos logo sentir a graça, isto é, a presença ou influência espiritual ou divina no nosso peito, na visão interior e em impulsos de acção “dharmica” (de ordem, dever, em sânscrito) ou justa...
Podemos igualmente sentir um dos órgãos energético-espirituais mais vibrante ou cheio, tal como o coração espiritual, com a abertura e sucessivos estágios ou estados de maior interiorização, unificação anímica e ligação superior, passando pela invocação e a visão, o amor e a alegria...
Podemos avançar então mais para o mistério da Divindade e em especial de Deus em nós...
Donde vem a presença de Deus, ou de onde emanam os seus eflúvios? Do Cosmos infinito, do centro do Sol, do centro do Cosmos, do mais íntimo de nós? Não será a simultaneidade, a instantaneidade, a plenitude que melhor O podem tentar, sempre limitadamente, caracterizar ou, melhor, fragil e distantemente descrever?
Como poderemos aumentar a receptividade a Deus, para além de levarmos um modo de vida harmonioso e justo, puro e elevado?
As nossas utilizações dos pensamentos e sentimentos e as nossas práticas espirituais poderão levar a quantificações possíveis, de tal forma que poderemos dizer que às 11:00, pela nossa abertura e trabalho elevativo da frequência vibratória, tenho ou estou consciente de quatro unidades de Presença ou Luz Divina e que às 12:00 tal aumentou, e que há assim uma ondulação e por fim uma média geral em cada dia ou mesmo na nossa vida, no que se vai tornando o nosso tónus interior, tingindo o denominado karana Sharira no Yogavedanta indiano, o corpo causal, que contem as nossas memórias e está mais contíguo ao núcleo identitário, a centelha espiritual?
Certamente que o estado da nossa aura e do nosso corpo espiritual melhoram e clarificam-se, ao acalmarem-se e harmonizarem-se as tensões e ondulações ao receberem-se forças e correntes luminosas da natureza e dos mundos e seres espirituais, quando fazemos tais meditações e práticas, por isso sem dúvida sempre recomendáveis e desejáveis...
E, assim, vamos abrindo-nos mais a Ele, seja em primeiro lugar no seu nível mais transcendental enquanto Espírito Absoluto Original, ou indianamente, Mahashudashakti, a grande energia pura coesiva omnipresente, seja já enquanto Logos ou Inteligência-Amor, mas também ainda enquanto Espírito individualizado que está em nós, centelha, chispa do sol de Amor, e que é ou gera confiança, força e alegria, tornando-nos assim mais sensíveis às correntes das energias luminosas dos psíquicos e espirituais que envolvem e influenciam toda a humanidade, seja acordada seja quando dorme...
É com estes níveis e é nestes níveis que devemos trabalhar e auto-consciencializar-nos mais, identificando-nos como activos cooperadores da Divindade e dos grande seres. E para conseguirmos senti-lo ou mesmo irradiá-lo, a assimilação interior das grandes afirmações ou mahavakyas são recomendáveis, tal como "Eu sou um Espírito divino", "Eu sou um Sol (ou uma centelha do Sol) divino", “Om Tat Sat” ou “Tu é esta verdade divina”, o “Aham Brahmasmi” ou Eu sou o Espírito Primordial, partilhando-se tais realizações íntimas como luz e amor para os próximos e distantes, encarnados ou desencarnados...
Finalizemos este pequeno ensaio saudando e invocando a Divindade enquanto Espírito Primordial, da qual uma boa imagem evocadora será o firmamento e espaço infinito, Aditi, a mãe dos Deuses na Índia védica, e que é em nós mais perceptível quando estamos numa frequência mental de consciência não-dual, quando saímos de uma meditação ou de um recolhimento, ou perante um horizonte imenso.
Aprofundar este sentir consciencial é certamente uma prática importante não só ao inspirarmos e expirarmos beneficamente diante de uma janela aberta ou por entre os prédios citadinos, as tensões das sociedades e os sofrimentos da Humanidade, mas também para cultuarmos e trazermos mais à dimensão humana tanto a Unidade cósmica Divina, denominada Tawid no Islão, próxima do Logos spematikoi (a inteligência-amor omnipresente cósmica) dos sábios greco-romanos, como a nossa entidade espiritual individualizada.
Saibamos pois resistir às crises e opressões, dúvidas e agitações, cepticismoe e vazio, mantendo a nossa ligação vertical com o mundo espiritual e o Divino e um relacionamento horizontal de compaixão e justiça, amor e sabedoria com os seres que vamos encontrando ou convivendo no Caminho da Vida, solidariamente. E que no nosso peito ou coração brilhe cada vez mais o Ser, o Espírito, a Centelha Divina.
Quando tentamos aprofundar a consciência e a actividade mental que com ela concorre observamos vários tipos possíveis de consciência ou, se quisermos, de vários direccionamentos possíveis da atenção consciencial-mental a espelharem-se na nossa consciência de Eu, que poderemos dizer sobreponíveis ou complementares, os quais, com objectivos de auto-consciencialização espiritual meditativa, discriminaremos assim:
Em 1º lugar, podemos consciencializar-nos da nossa situação corporal, e temos a consciência postural, corporal e vertebral: se está mais ou menos alinhada ou direita, tensa ou descontraída, com problemas ou dores aqui ou acolá, podendo mesmo acontecer descontrairmos ou harmonizarmos, pela contração e distensão e pela respiração consciente, tais zonas ou órgãos, e consequentemente os centros nervosos e suas energias subtis.
Em 2º lugar, temos a consciência respiratória: ou seja, sobre a respiração, que absorve não só ar mas também certas forças subtis e psico-espirituais, lançamos ou deixamos cair a nossa consciência ou consciencialização (num ver e sentir interior) e observamos ou concentramo-nos nela, desfrutando dos seus efeitos benéficos, que vão desaguando na purificação e energetização pulmonar, dos centros de força (chakras) e global, na interiorização e subtilização do conteúdo de consciência, esta em parte alcançada pela diminuição dos pensamentos dispersivos, os quais em geral ocupam o cérebro e mente impedindo a consciência de se interiorizar, concentrar, serenar.
Em 3º lugar, vamos passando para a consciencialização energética e vibratória: sentimo-nos mesmo num corpo subtil vibratório, de ondas e partículas, com o som ou crepitar interior que é um nível interno do que foi denominado pelos pitagóricos da música das esferas ou partículas a ecoar ou ressoar de certa forma ou frequência no nosso ouvir interior e cabeça.
Em 4º lugar, começamos a observar melhor os sentimentos e pensamentos, ou mesmo a sentir e até ver as imagens vivas que estão em nós e à nossa volta, provenientes de pensamentos e emoções, desejos e forças psíquicas ambientais, e que são imagens ou símbolos de energias e impressões, ora reais ora fantasiosas, nossos e dos outros e que subtilmente nos afectam. Tais pensamentos e imagens são o reflexo de vibrações dos planos ou níveis de vida astrais e psíquicos, evanescentes e mutáveis, onde não nos devemos deter demasiado, apenas observando e retirando alguma ilação e dissolvendo o que possa obstar à calma e à claridade, de modo a prosseguirmos, com mais aspiração da consciência e do olhar interior, para o Ser e o mundo Espiritual e Divino...
Em 5º lugar, começamos a ter mais presente a consciência da auto-consciência, ou seja, ao estarmos conscientes de nós próprios, Eu subjectivamente sentido, num corpo psico-físico, utilizando um cérebro e uma alma, com os seus órgãos de percepção e pensamentos que estão mais ou menos harmonizados. Começamos assim a sentir a consciência pura ou observadora em nós e a intuir o mundo espiritual, e algo da consciência superior, dita Infinita ou Divina, que perpassa por nós o que gera transmite certa paz clarificadora, ou felicidade, ou mesmo visão da estrela do espírito...
Tal como sabemos que as sinapses e redes neuronais se desenvolvem com os exercícios psico-somáticos a que as submetemos, assim também a luminosidade do nosso ser e dos órgãos de percepção e irradiação da nossa entidade espiritual, chamados chakras em sânscrito, ou rodas de energia, se desenvolvem, harmonizam ou nos recarregam nos momentos de maior auto-consciência, respiração e abertura, esforço ou ligação espiritual e divina...
Quais as melhores práticas para trabalharmos e desenvolvermos tanto o nosso ser espiritual como os seus órgãos de percepção e comunicação, tanto mais que os vamos utilizar ou depender deles quando sairmos do corpo físico na morte, é uma questão importante e em grande parte a Religião, qualquer que ela seja, devia assentar nisto, para que não seja sobretudo crença, ritos e moralidade mas também vivência interior e fortificação e desenvolvimento da alma e suas capacidades subtis.
Em 6º lugar, como resultado da abertura e alinhamento da alma e do aprofundamento do nível da consciência, podemos obter a consciência da presença do Espírito e dos seus sinais ou atributos, nomeadamente a Luz, a paz, o amor, ou a mesmo a visão dele, subtil, no alto.
São níveis e realidades vivenciáveis pela inspiração, o amor, a concentração, a meditação, a oração e contemplação, embora estejam mais ou menos presentes no dia a dia no que fazemos, sentimos e pensamos, e por vezes subitamente aflorando, desvendando-se, expandindo o campo unificador da nossa consciência...
E assim, com o tempo, quando fechamos os olhos e meditamos ou oramos, por vezes conseguimos logo sentir a graça, isto é, a presença ou influência espiritual ou divina no nosso peito, na visão interior e em impulsos de acção “dharmica” (de ordem, dever, em sânscrito) ou justa...
Podemos igualmente sentir um dos órgãos energético-espirituais mais vibrante ou cheio, tal como o coração espiritual, com a abertura e sucessivos estágios ou estados de maior interiorização, unificação anímica e ligação superior, passando pela invocação e a visão, o amor e a alegria...
Podemos avançar então mais para o mistério da Divindade e em especial de Deus em nós...
Donde vem a presença de Deus, ou de onde emanam os seus eflúvios? Do Cosmos infinito, do centro do Sol, do centro do Cosmos, do mais íntimo de nós? Não será a simultaneidade, a instantaneidade, a plenitude que melhor O podem tentar, sempre limitadamente, caracterizar ou, melhor, fragil e distantemente descrever?
Como poderemos aumentar a receptividade a Deus, para além de levarmos um modo de vida harmonioso e justo, puro e elevado?
As nossas utilizações dos pensamentos e sentimentos e as nossas práticas espirituais poderão levar a quantificações possíveis, de tal forma que poderemos dizer que às 11:00, pela nossa abertura e trabalho elevativo da frequência vibratória, tenho ou estou consciente de quatro unidades de Presença ou Luz Divina e que às 12:00 tal aumentou, e que há assim uma ondulação e por fim uma média geral em cada dia ou mesmo na nossa vida, no que se vai tornando o nosso tónus interior, tingindo o denominado karana Sharira no Yogavedanta indiano, o corpo causal, que contem as nossas memórias e está mais contíguo ao núcleo identitário, a centelha espiritual?
Certamente que o estado da nossa aura e do nosso corpo espiritual melhoram e clarificam-se, ao acalmarem-se e harmonizarem-se as tensões e ondulações ao receberem-se forças e correntes luminosas da natureza e dos mundos e seres espirituais, quando fazemos tais meditações e práticas, por isso sem dúvida sempre recomendáveis e desejáveis...
E, assim, vamos abrindo-nos mais a Ele, seja em primeiro lugar no seu nível mais transcendental enquanto Espírito Absoluto Original, ou indianamente, Mahashudashakti, a grande energia pura coesiva omnipresente, seja já enquanto Logos ou Inteligência-Amor, mas também ainda enquanto Espírito individualizado que está em nós, centelha, chispa do sol de Amor, e que é ou gera confiança, força e alegria, tornando-nos assim mais sensíveis às correntes das energias luminosas dos psíquicos e espirituais que envolvem e influenciam toda a humanidade, seja acordada seja quando dorme...
É com estes níveis e é nestes níveis que devemos trabalhar e auto-consciencializar-nos mais, identificando-nos como activos cooperadores da Divindade e dos grande seres. E para conseguirmos senti-lo ou mesmo irradiá-lo, a assimilação interior das grandes afirmações ou mahavakyas são recomendáveis, tal como "Eu sou um Espírito divino", "Eu sou um Sol (ou uma centelha do Sol) divino", “Om Tat Sat” ou “Tu é esta verdade divina”, o “Aham Brahmasmi” ou Eu sou o Espírito Primordial, partilhando-se tais realizações íntimas como luz e amor para os próximos e distantes, encarnados ou desencarnados...
Finalizemos este pequeno ensaio saudando e invocando a Divindade enquanto Espírito Primordial, da qual uma boa imagem evocadora será o firmamento e espaço infinito, Aditi, a mãe dos Deuses na Índia védica, e que é em nós mais perceptível quando estamos numa frequência mental de consciência não-dual, quando saímos de uma meditação ou de um recolhimento, ou perante um horizonte imenso.
Aprofundar este sentir consciencial é certamente uma prática importante não só ao inspirarmos e expirarmos beneficamente diante de uma janela aberta ou por entre os prédios citadinos, as tensões das sociedades e os sofrimentos da Humanidade, mas também para cultuarmos e trazermos mais à dimensão humana tanto a Unidade cósmica Divina, denominada Tawid no Islão, próxima do Logos spematikoi (a inteligência-amor omnipresente cósmica) dos sábios greco-romanos, como a nossa entidade espiritual individualizada.
Saibamos pois resistir às crises e opressões, dúvidas e agitações, cepticismoe e vazio, mantendo a nossa ligação vertical com o mundo espiritual e o Divino e um relacionamento horizontal de compaixão e justiça, amor e sabedoria com os seres que vamos encontrando ou convivendo no Caminho da Vida, solidariamente. E que no nosso peito ou coração brilhe cada vez mais o Ser, o Espírito, a Centelha Divina.

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