Cada página branca, com uma caneta,
É um milagre da Bondade Divina,
Pois a infinita potencialidade brotará
E só há que registar o fluir anímico.
Então unirmos o inconsciente com o consciente
e até o supra-consciente surge como o desafio:
Quantos conseguiremos unir as raízes com a copa,
fortificar e circular a seiva e gerar os frutos?
Quão gratos não estamos nós à Divindade
Por tudo o que a sua alma mundi nos permite,
Quando amamos e oramos, e ao alto nos ligamos,
E da clarividência interior luzes e sinais recebemos?
Que podemos nós trazer à manifestação,
Que seja necessário e valioso, belo e sagrado?
- Despertar as pessoas para a ressurreição do Espírito
E a religação à Divindade como o mais importante?
Meditar-orar, além do trabalho, do amor e da família,
É a mais importante acção para se entrar no coração.
Mas estamos tão presos ao corpo do prazer e da dor,
Ou à mente e suas atrações, repulsões e ondulações
que conseguirmos silenciar, adorar e contemplar
é felicidade interna rara, qual suspiro de respiração subtil.
As mãos juntas diante do peito e do coração,
Na boca e alma a oração pura: - Deus, Deus, Deus....
Que maior alegria e gratidão se pode vivenciar
Que a unidade amorosa com a Fonte Divina?
Alguns há que, sem se elevarem à Primordialidade,
Se alegram e satisfazem na demanda e peregrinação,
Ou mesmo com a criatividade anímica, ou a bondade,
Ou a união amorosa com ser amado complementar.
Certamente tudo o que une em amor e para o Bem
Faz as almas expandirem-se e iluminarem-se,
E assim a escrita e a leitura se fundem em acto de amor
que imortaliza os seres na sua dimensão espiritual e divina,
e se derrama na última linha do poema ou na orla da alma,
Intensificando a aspiração do coração e a unidade da comunhão.
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