sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A Galeria "Novo Século", do Carlos Barroco e da Nadia, festeja os 30 anos com retrospectiva. Outubro de 2014.

Os trinta anos da galeria Novo Século, de Carlos Barroco e Nadia Bagiolli, ao Bairro Alto, comemorados em Setembro de 2104, com muitos artistas e amigos, e tão típicos alimentos como as línguas de gato e o queijo, as azeitonas e o vinho da uva nacional...
Carlos Barroco e a poetisa Ana Paula Ferreira, sob o pano de fundo da sua última obra, em serigrafia da C.P.S., Centro Português de Serigrafia, do António Prates, que também esteve presente. À porta, o João Abel Aboim, artista também representado.
Convite e os artistas representados nesta retrospectiva de 30 anos de intensa e lúdica criatividade artística e galerística do Carlos Barroco e da Nadia Baggioli...
Carlos Barroco e Ângela Freitas, professora de artes visuais e grande amante do Irão, e a Gabriela, também artista.  
Carlos Barroco e a Ana Mafalda, fotógrafa
Ana Paula Ferreira e Carlos Barroco dialogam sobre a criatividade e o coração...
Desenhos muito alegres do Rogério Silva, um amigo pintor e Rosacruz, presente...
Amigos das exposições e de breves diálogos, na corrida do tempo infinitizado...

Helena Ramalho e Ana Mafalda dialogam com o Carlos
Vista geral da Galeria e de algumas obras. Ao fundo, de costas largas, o Jorge Pires contempla uma entrada no céu aul e de perfil o pintor algarvio António Alonso, convivente com o Lanza del Vasto, comigo e meu irmão Luís...
As obras profundas, entre o tradicional e o estruturalista, de João Abel Aboim, também presente.
Levar a Mariana Pires, para que se inspire intimamente, ao santuário da galeria Novo Século, pois Carlos Barroco é um especialista de brinquedos antigos e a Nadia, uma ceramista e marionetista...
Mariana Pires (e o pai dela, o Jorge, engenheiro naval como o Álvaro de Campos, mas não tão dado às libações báquicas) ensaia a magia das marionetas.
Brinquedos e artes da Nadia...
Fernando Pessoa esteve presente, trazendo uma carta-postal de denúncia dos crimes de guerra e genocídio dos Palestinianos. Miguel Yeco, o irreverente performativo e pintor, é quem a desenhou primeiro...
A Anabela Reis, notável pintora hiper-realista, e a Ana Mafalda, fotógrafa e espiritualista.
O Rogério Silva, diante das suas pinturas, cheias de alegria e movimento, a Nadia, anfitriã, e um amigo fotógrafo.
Carlos Barroco dialogando com o José Sousa Machado, editor cultural de fama internacional, agora a dinamizar o antigo espaço da editora Sá da Costa, ao Chiado.
Carlos Barroco debaixo de quatro das suas tão naifs e divertidas obras e em diálogo com o Zé Sousa Machado.
Uma das melhores peças, muito nipónica: somos todos almas em gestação e em luta interna ou de apoio ao outro para geramos a obra prima da consciência corpo espiritual imortal. Cumprimentos aos galeristas pelo que fizeram por isso....


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Tolstoi. Biografia e um texto seu em vídeo, e pensamentos luminosos e actuais, no seu dia de anos, 9/9/1828

Pensamentos-sementes do génio russo Tolstoi (1828-1910), nas comemorações do seu aniversário em 9 de Setembro de 2104, seguido de dois vídeos gravados neste mesmo dia, o primeiro uma pequena e simples biografia, o segundo a leitura comentada de um dos seus últimos textos, Apelo à Juventude, os quais se encontram no fim desta antologia...
Excerto Da Anexação da Bósnia e da Herzegovina pela Áustria,  Versão portuguesa de Jaime de Magalhães Lima. 1908.
"Estamos tão acostumados a pensar que alguns homens devem governar a vida dos outros que as leis emanadas de alguns deles, mandando aos outros crer ou proceder de certo modo, não nos parecem estranhas. Se os homens podem publicar tais decretos e obedecer-Ihes é porque não reconhecem nas pessoas aqui...lo que é a verdadeira essência de todo o ser humano – a Divindade da sua alma, sempre livre e incapaz de se submeter a qualquer coisa que não seja a sua própria lei, isto é, à consciência e à lei de Deus...”
"O patriotismo, para todo o membro de um grande Estado e para mim, um russo, não somente envolve a ausência de simpatia com milhares e milhões de homens, polacos, fínios, judeus, e várias tribos caucásicas, mas também resulta em que eu seja o objecto do ódio dos homens, aos quais não fiz mal algum e com os quais nenhum contacto tenho. Para as pequenas raças ou nações escravizadas é ainda pior: pelo lado espiritual é a causa justificativa do ódio a um povo que lhes é estranho, e pelo lado material produz toda uma série de opressões, perdas e sofrimentos; e este sentimento obsoleto, grosseiro, e moral e materialmente pernicioso é advogado e insinuado por todos os meios, da parte daqueles a quem aproveita, e é ingenuamente aceite como virtude e bênção por aqueles aos quais é manifestamente nocivo"...
"Os povos devem ter consciência da sua dignidade humana, igual para todos, incompatível com o domínio de alguns sobre a vida dos outros, ou com a sujeição desses outros a qualquer. Esta consciência é unicamente possível para os homens que conhecem o seu destino na vida e seguem na conduta a direcção que deriva daquele conhecimento. E só conhecem o seu destino na vida e seguem na conduta a direcção que daí deriva, aqueles que tem religião (ou religação), ou que estão a nascer de novo permanentemente para o amor e o bem... 
"Hoje ainda vivo; amanhã, provavelmente, já não existirei, mas terei partido, para sempre, para o lugar donde vim. Enquanto vivo, se estiver em relações de amor com os homens, será isso para mim a alegria, a paz e o bem...
 
 "Para um ser humano que acordou para a compreensão religiosa ou espiritual da vida, o que se chama a autoridade do governo consiste meramente na atribuição, que a si mesmo fazem certos homens, de uma importância imaginária, que carece de qualquer justificação racional, mantendo a sua vontade por meio de violência. Para o homem acordado, esta gente desvairada e, em regra, venal, que coage os outros, é como salteadores de estrada que prendem os viajantes e os violentam. A iniquidade desta violência, as suas dimensões e organização, não pode alterar-lhe o carácter essencial. Para o homem que despertou, aquilo que se chama o governo não existe, e não há por conseguinte justificação alguma da violência cometida em nome do Estado, e não pode ter parte nisso. A violência dos governos será abolida, não por meios externos mas unicamente pela consciência dos homens que despertaram para a verdade."
"A relação com a fé era que a maioria dos seres humanos, não reconhecendo em si qualquer autoridade espiritual independente guiadora, cegamente se submetia à direcção de uma minoria escolhida, juntamente na compreensão da vida e na direcção das suas acções, enquanto a minoria, atribuindo-se qualidades supernaturais, considerou-se com o direito a guiar conjuntamente a vida espiritual e a corpórea da maioria.
A consciência de que a velha lei esta antiquada, gasta e que levou-nos à maior miséria e anormalidade de vida, e de que a nova lei de liberdade e amor revelada há dois mil anos exige aplicação e realização, tomou-se agora tão íntima dos seres humanos, não só no nosso mundo cristão mas em todo mundo, que um despertar da escravidão e da perversão, nos quais a si mesmo se vê mantido há tantos séculos, pode, julgo eu, surgir de repente. Porque na verdade, este acontecimento iminente, imensamente importante como é, depende não de quaisquer acções externas, que podem encontrar obstáculos invencíveis, mas inteiramente da consciência dos homens - que é sempre livre e nunca pode ser estorvada. De nenhumas façanhas ou acções difíceis em conflito com os inimigos mais fortes carece agora o povo do mundo inteiro para a sua emancipação, mas só de uma coisa, a coisa mais natural e normal ao homem - nem mesmo um acto, mas meramente uma abstenção - não fazer coisas contrárias à nossa convicção. E nem a convicção nem a abstenção de acções contrárias à convicção de cada um podem ser impedidas"
"O homem pode libertar-se imediatamente de toda a posição difícil, se apenas se lembrar de que Deus vive dentro dele. Deixai apenas que os homens concebam clara e firmemente o que eles são: deixai-os conceber o que foi ensinado por todos os sábios do mundo e o que foi ensinado por Cristo: que em cada homem, - como em todos, - habita o espírito livre eterno, todo-poderoso de um filho de Deus; que o homem não pode governar nem estar sujeito, e que a manifestação desse espírito é Amor. Deixai que os homens concebam isto (e já estão preparados para o reconhecer) e deixai só que eles procedam em harmonia - ou antes, deixai que eles somente não procedam em contrário da sua consciência, e imediatamente, da maneira mais simples e pacífica, todas as dificuldades se dissiparão...
"O mal não pode ser suprimido pela força física do governo. O progresso moral da humanidade não é provocado só pelo reconhecimento individual da verdade mas também através do estabelecimento da opinião pública…"

«Os seres humanos só podem submeter-se àquela lei suprema do Amor que dá o maior bem estar a cada indivíduo e a toda a humanidade. Só o reconhecimento, da parte dos seres humanos, do supremo princípio espiritual que neles está, e o reconhecimento consequente da sua verdadeira dignidade humana, pode libertar e libertará da servidão de uns aos outros. Esta consciência vive já no género humano, e está pronta a manifestar-se em todo o momento... 
Da Anexação da Bosnia e da Herzegovina pela Áustria, 1908.

Conversas com Teneromo: «O maior pecado ou erro de hoje é o amor abstracto dos homens, o amor impessoal para aqueles que estão em qualquer parte, ao longe... 
Amar as pessoas que não conhecemos, que nunca reencontraremos, é tão fácil! Não temos necessidade de sacrificar o que quer que seja. E ao mesmo tempo, está-se contente consigo próprio! Mas a consciência está limitada ou esmagada. - Não. É preciso amar o próximo, aquele com quem vivemos, ou o que nos incomoda...»

Excerto do livro Fim de um Mundo, 1905.
“Nestes últimos tempos, a deformação do Cristianismo deu lugar a um nova mentira, que mais mergulhou os povos na sua servidão. Com a ajuda de um sistema complexo de eleições parlamentares, foi-lhes sugerido que, ao elegerem os seus representantes directamente, eles participam no governo, e que, obedecendo-lhes, obedecem à sua própria vontade, pelo que são livres. Tal é uma mentira. O povo não pode exprimir a sua vontade, mesmo com o sufrágio universal: primeiro, porque uma tal vontade colectiva de uma nação de muitos milhões de habitantes não pode existir; segundo, porque mesmo que ela existisse, a maioria das vozes não seria a sua expressão. E não insisto no facto que os políticos eleitos legislam e administram, não para o bem general, mas para se manterem no poder, - e mesmo sem considerarmos o facto da depravação do povo devido à pressão e à corrupção eleitoral, - esta mentira é particularmente funesta, por causa da escravidão presunçosa onde tombam os que se submetem... 
Estes homens livres lembram os prisioneiros que se imaginam desfrutar da liberdade, ao terem o direito de eleger dos seus carcereiros os encarregados da polícia interior da prisão..."

Na Guerra e Revolução, Tolstoi, critica talvez exageradamente a ciência moderna e «os seus fúteis problemas: origem das espécies, análise espectral, natureza do rádio, teoria dos números, fósseis de animais e outras maluquices, às quais se atribui a mesma importância que se atribuía, na Idade Média, à Imaculada Concepção ou à dupla natureza substancial Divina.» 
«Estes servidores da ciência, tal como os que servem a Igreja, persuadem-se e persuadem os outros que salvam a humanidade, e, do mesmo modo que a Igreja, acreditam na sua infalibilidade, nunca estão de acordo entre eles, dividem-se em capelas, e , tal como a Igreja, são a causa principal da grosseria, da ignorância moral, do atraso nos homens em libertarem-se dos males que sofrem, já que eles rejeitaram a única coisa que podia unir a humanidade: - a consciência religiosa...»

Da Carta ao Mahatma Gandhi, dois grandes seres que muito se admiraram e apoiaram no Amor e Não-Violência, escrita dois meses antes de deixar a Terra:
"Quanto mais vivo - e sobretudo presentemente, quando sinto com clareza a aproximação da morte – mais forte é a necessidade de me expressar acerca do que me toca mais vivamente no coração, sobre o que me parece de uma importância inaudita: ou seja, que aquilo a que se chama Não-resistência não é no fim de contas se não o ensinamento da Lei do Amor, não deformado ainda por interpretações mentirosas. O Amor, ou, noutras palavras, a aspiração das almas à comunhão humana e à solidariedade, representa a lei superior e única da vida... 
E isto, cada um o sabe e sente nas profundezas do seu coração (vemo-lo mais claramente nas crianças). Ele sabe-o enquanto ele não estiver entortilhado na massa de mentira do pensamento do mundo.
Esta lei foi promulgada por todos os sábios da humanidade: hindus, chineses, hebreus, gregos e romanos. Ela foi, creio, expressa mais claramente pelo Cristo, que disse em termos simples que esta Lei contém toda a lei e os profetas.»
Que estas magníficas e tão verdadeiras quão poderosas palavras e ensinamentos de Tolstoi nos fecundem e nos inspirem, neste dia do seu aniversário e em que as ligações entre nós e ele estão mais fluidas....
Biografia, muito simples:

Leitura do muito valioso Apelo à Juventude razoavelmente comentada em improviso:

                   ******* LUZ e AMOR...TOLSTOI *******

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Ana Chora apresenta o "Diadema" no Martinho da Arcada, 6 de Setembro 2014


      Imagens da apresentação do "Diadema" poético-simbolista da prof. Ana Chora, no Martinho da Arcada, junto ao aurífero leito das Tágides, nossas musas      Idos, 6 de Setembro, 2014
A preparação para a cornucópia poético-espiritual
Ana e o Daniel Pires, escritor e director do Centro de Estudos Bocageanos
Sob o olhar do outro mundo do Fernando Pessoa, a Ana,  de escarlate puro, prepara a sua aparição
Abertura da sessão, com uma invocação dos manes e dos imans do Martinho da Arcada
Fotografia de Rogério Chora, notável pintor e pai da ilustre investigadora e poetisa.
A prof. Lina Soares, também investigadora, cantora e poetisa, apresenta a magnífica obra da Ana....
No ambiente fresco do Martinho da Arcada, uma assistência lúcida e interessada...
Na apresentação elogiosa, a Ana voa até às arquetípicas matas e bosques de Brocéliande
Sob a tapeçaria pré-rafaelita acerca da Távola Redonda, a Lina Sores prefacia e elogia, certamente com alguma retórica, e a Ana ruboriza-se e interioriza-se: "Ana Margarida Chora, investigadora, pintora, poesia. Uma mulher perfeita, do que existe no mais sublime da Criação. Entre as Grandes Deusas do Universo, a babilónica Ishtar, a Vénus romana ou a celta Anann terão de curvar-se perante e a beleza, a sensibilidade, o intelecto e o sentido estético deste ser feminino que, através da escrita e de várias formas de arte, nos vai revelando o pensamento dos Deuses"
Os agradecimentos da Ana ao representante da Chiado Editora, que está a publicar 700 livros de autores portugueses por ano. Esperemos que a qualidade não fique muito distante da quantidade.

A Lina Soares lendo um poema e a Ana Chora penteando-se ou adornando-se, face ao espelho do tempo não só pessoano mas eterno na sua capacidade de espelhar para o Cosmos o que de Divino nele se reflectir...
A Ana realizando a contextualização da Salomé em Flaubert e na ópera de Massenet, o autor de belissima  música "Meditação de Thais"
Os copos, quais taças vazias, esperam que o vinho do Amor divino desça e possa saciar mais ou menos as almas na Demanda
Ana, vestida com uma túnica da Síria, hoje tão retalhada e ensaguentada, segura o prato e a adaga que mimificam a cena e o poema Salambô.
A prof. Ana Paula Rosa transmite pelo seu Verbo ou Sermo um dos belos poemas da Ana Chora..
Sob o B. I. do profeta de um Portugal mais espiritual, Ana Chora contempla o futuro com a sua alma arturiana e morgânica...
Leituras expressivas e impressivas... Que gestações se desencadearão nas alma mais receptivas, quantas relerão com fidelidade os poemas que mais lhes dizem?

Qual sacerdotiza dos mistérios da Grande Deusa, ou da cavalaria arturiana, Ana profere o seu Sermo...
Da subtil hermenutica que os poemas mais espirituais exigem...
Leitura dos poemas do Graal e interpretação pelo Pedro Teixeira da Mota, numa fotografia de Rogério Chora...
A Rita, antiga aluna da Ana, na demanda da psyche e do nous, da alma e do espírito...
Três pessoas na vasta sala do Tempo: o que está em Cima é como o que está em Baixo, e o que está em baixo e como o que está Cima, para fazerem o milagre da Unidade


A transmissão pessoal e dedicada do novo livrinho: Vai e fecunda as almas....

Partilhas de almas amigas...
Os pais da Ana Chora e os mistérios da Criação
O notável pintor Rogério Chora, pai da Ana, ela também desenhando muito bem as ilustrações dos seus livros.
Diálogos finais junto à taça grálica  irlandesa, lembrando que todas as nossas palavras enchem luminosamente ou obscurecem a taça do mundo...
Duas grandes amigas e poetisas
Olhando para o céu das inspirações, do Amor e da Divindade...

Uma taça irlandesa céltica (qual Santo Graal) e alguns dos livros da Ana Chora... 

Ana Chora oferece alguns dos seus livros ao Pedro Saraiva  
No fim da apresentação, a alegria pelos momentos em que o santo Graal, ou a sua corrente, perpassou...
Fotografia de Rogério Chora.
Ofélia Queirós e Fernando Pessoa ou a união que não se realizando talvez  tenha deixado o poeta mais exposto a energias destrutivas ou à saída precoce da Terra. Ou da difícil arte de equilibrar pu conjugar o Feminino e o Masculino num todo harmonioso e criativo...
António de Sousa, o tão simpático anfitrião do Martinho da Arcada, em diálogo final com a Ana Chora e o Pedro Saraiva...
Fiquemos com um dos poemas mais Grálicos da Ana:



Viva o Santo Graal em Portugal