Na manhã de 19 de Março, dia da celebração do equinócio da Primavera de 1983, no jardim da Estrela em Lisboa, organizado pelo C.A.L., Comité anti-Nuclear de Lisboa, de que eu era membro, escrevi um breve texto, que me brotou na alma após a meditação matinal e que conteria linhas de força para a breve alocução que realizaria à tarde no jardim, pois a celebração era organizada pelo C.A.L., onde o Afonso Cautela, os outros membros e eu dinamizávamos então em Portugal a Iniciativa Planetária e o Festival para o mundo que nós escolhemos, que se realizaria em Maio em Bruxelas.
Estando eu a finalizar o meu contributo para o In Memoriam do Afonso Cautela, que o José Carlos Marques vai publicar brevemente, relendo diários e selecionando menções do Afonso, encontrei este pequeno texto e como nunca foi publicado nem houve gravação da celebração, resolvi transcrevê-lo, pois contém, na sua brevidade e efemeridade, alguma perenidade ecológica e espiritual...
«Sábado. Nascer do Sol encoberto. Meditação, passeio a pé. Pai transcendente e invocado pelo Filho em nós (os dois em Paz é o Cristo, Eu superior e o ego que vai dando lugar a ele) e o sinal de Deus em nós é o Sopro Divino. Em pé adoro e cinjo os rins e faço a união dos opostos. Somos espíritos, nem homens nem mulheres. Expulso as dúvidas, e agir mais no mundo, consciente do que somos, do que podemos irradiar para evolução da humanidade. E que o amor da abertura em cruz e ao alto irradie para todos os seres e todas as coisas.
Esta era a ecologia principal do povo português, um amor por tudo, donde o animismo que sempre mostrou com a natureza. O Sagrado. Hoje em dia destrói-se tudo. A luta fantástica entre as mentalidades egoístas, materialistas, violentas, da Era passada e a pureza e altruísmo da juventude e crianças actuais. Zelar pelos patrimónios. Formação de grupos ecológicos em todos os pontos do país que impeçam a destruição e unam entre si esforços para as vivências alternativas e aquarianas, sob a proteção de toda a hierarquia espiritual e Divina.»
Boas respirações e assimilações das energias divinas, e boas associações de protecção contra incêndios e destruições da Natureza, pois vários dos partidos, sobretudo no Governo, pouco ou nada dinamizam verdadeiramente pela Natureza e o mundo rural, que deveria ser bem mais apoiado na sua fragilidade e qualidade e na sua tão importante agricultura e silvicultura biológica e autóctone...

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