O Congresso da Iniciativa Planetária para o Mundo que escolhemos realizou-se de 17 a 21 de Junho de 1983, em Toronto, Canadá, após dois anos de reuniões em diversos países, como aconteceu em Portugal, no C.A.L. embora não houvessem propostas enviadas nem portugueses presentes.
Das Conclusões e das considerações sobre a crise mundial e suas agravantes, conteúdos de valores, projectos específicos de construção de paz, a ecologia, ambiente, energia e recursos, algumas páginas foram traduzidos por mim à mão, e o Afonso Cautela fez correções e sublinhados a cores. Como foi um movimento alternativo da sociedade civil valioso e hoje é ignorado, e porque o Afonso o apoiou, transcrevo a parte inicial da Declaração e do texto das Conclusões do Congresso:
«De 17 a 21 de Junho,
aproximadamente 475 pessoas de vinte países encontraram-se num Congresso
em Toronto, Canada, com o propósito de desenvolverem um
mandato extensamente sufragado para um mundo unido, humano e
sustentador da vida.
Elas juntaram-se através da participação na Iniciativa Planetaria para mundo que escolhemos, um projecto de coligação dum conjunto de grupos, organizações e indivíduos.
Durante um período de dois anos este projecto estimulou em comunidades locais grupos de
exploração de soluções com o propósito de encorajar a
auto-educação na saída de crises e de contribuir para o mandato
global.
Os
representantes trouxeram ao Congresso inúmeras declarações consensuais e
estas, com as contribuições individuais dos participantes, foram
destiladas através de três estágios posteriores de consensus.»
Seguiam-se as conclusões sumárias atingidas pelo Congresso, das quais transcrevo a primeira:
«O Congresso realiza que é necessário uma visão dum futuro preferido para a
humanidade e para o mundo a fim de providenciar uma direcção e um
objectivo e afastar a ansiedade e o pessimismo presentemente tão
largamente sentidos Está convencido que não só devem ser tratadas as
soluções, mas também os valores subjacentes, motivações, percepções e
atitudes
que
dão nascimento a políticas ou negadoras da vida ou servidoras da
vida.» [Acrescentarei ou transcreverei ainda outras das conclusões].
Comentário: Estas aspirações e dinâmicas, algo utópicas face às máquinas dos partidos, dos grupos de pressão e dos Estados, prolongaram-se no Encontro da Humanidade Europeia em Findhorn, em Maio de 1985, e logo a seguir na tentativa de se criar, através da Fundação do Espírito da Europa, liderada pelo Harley Miller, de Findhorn e nascida em Maio-Junho de 1985, uma realidade europeia mais ecológica, pacifista, fraterna e em especial que ligasse mais profunda e plenamente a CEE ou a Europa Ocidental com o COMECON ou Europa Oriental. Era uma intencionalidade de unidade europeia muito pioneira na época e constitui nos nossos dias de histérico belicismo anti-russo uma chapada na inepta e vendida direcção da União Europeia. Brevemente transcreveremos mais documentos destas duas sagas unitivas e multipolares algo perdidas e quase olvidadas nestes tempos de uma União Europa anti-Europa multipolar...

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