domingo, 13 de agosto de 2023

Uma hermenêutica actual da Psyche e da Mulher primordial, alma do mundo e nossa.


 Ó Psyché, contemplavas entre as águas e os céus, nua de apêgos e revestimentos, o futuro e os mundos distantes, e sentias a flor preciosa a desabrochar em ti, desejosa de receberes a complementaridade do tesouro (e não caixa de Pandora) do teu ser profundo, tão destinado a florescer, a dar-se, a ser reconhecido e a fundir-se, qual rio por fim chegando ao Oceano Original.

Conseguirás saber dar-te acertadamente, em reciprocidade luminosa e plena, e antes de mais à Mãe divina, que a todos gera e oculta se mantém, apenas às almas mais místicas e ardentes se despindo dos seus véus, qual Ísis do Antigo Egipto?

Conseguirás focar o  olhar, a partir da tua gruta interior e palpitante, nas dimensões longínquas e quase infinitas donde a Divindade Feminina Primordial irradia e dela acolheres as graças subtis da sua essência derramadas?

Conseguirás tu invocar e adorar as Deusas, Maria mãe de Jesus, Fátima a filha do profeta, Radha de Krishna, e ainda cultuar as sibilas, sábias, mães e mulheres, e ires mais além e chamares e abraçares animicamente a primordial e pura Mulher Divina, a Divindade Feminina Primordial, tão ignorada mas que a todos nos gerou arquetipamente e é a Mahashakti, a grande energia primordial no Universo, a Mãe Divina e em nós apela ao nosso despertar e consciencializar, sintonizar e comungar?

A estrela branca dourada que paira sobre ti indica o espírito divino  já  a brilhar e a aspirar à religação com o Sol Primordial, impulsionando o coração a arder no amor e eros transformador, invencível e unitivo.

 A tua preparação e espera vão frutificar. Não abandones as pessoas do mundo sob a insensibilidade dos que as dilaceram egoística e maldosamente e sê uma presença  inspiradora e transmissora de luz lúcida, de amor sábio e de abnegação corajosa, contribuindo para um mundo mais multipolar e justo e de maior comunhão harmoniosa com a Natureza, a Verdade e a Divindade.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quando leio textos assim bons acho inútil e excessivo comentar. As minhas palavras serão sempre pobres e estarão a mais.

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Graças muitas. Todavia pode-se sempre acrescentar luz sobre a luz, mesmo que seja apenas pela apreciação simples e profunda, como a que realizou, já que invisivelmente junta-se ao corpo e alma do texto e religa-se à realidade invocada.