Teci algumas considerações, no vídeo final, acerca dum Almanach das Damas para o anno de 1856, que um amigo alfarrabista, o Lourenço Lancastre, me sugeriu comprar, dado o meu interesse por eles, já que fora director de um há anos. Embora já não os trabalhando, foi contudo uma boa recomendação pois quando o observei melhor em casa vi que continha um pequeno contributo anónimo, acompanhado de uma bela gravura, intitulado O Anjo da Guarda, uma realidade da vida bela embora bem subtil e logo merecedora de uma certa cultura, culto de luz e amor, que logo decidi prestar-lhe, gravando a leitura comentada e agora recontextualizando-o para este artigo no blogue...
Não é que o autor anónimo, ou talvez Luís Correa da Cunha, o editor, acreditasse sequer nos Anjos, mas ainda assim soube aproximar-se de tão grande mistério com um sentido de justiça e de amor grande e mesmo numa certa demanda de gnose ou conhecimento sobre tal enigma, pois depois de ter admirado a perfeição do desenhador (nomeadamente com uma aureola bem cheia) ao representar a bondade e solicitude vigilante do Anjo Protector, e de ter exaltado a Mãe, considerando-a "um verdadeiro Anjo da Guarda que vela com incessante cuidado na conservação do fruto dos seus amores", interroga-se com uma certa amargura, já que muitos parecem viver do berço à sepultura sob um signo de desgraça e portanto "todos os inocentes terão um Anjo da Guarda?"
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