Bô Yin Râ, com 18 anos |
O mestre Bô Yin Râ aliás, de nascença, Joseph Anton Schneiderfranken, nasceu na Alemanha em 24 de Novembro de 1876,
filho de agricultores e artesões, tendo de trabalhar para estudar e
beneficiando depois do apoio benévolo de dois pintores consagrados, um
deles Hans Thoma durante um e meio gratuitamente (e de quem encontra no
fim um belo vídeo musical com algumas das suas obras), já que era muito
dotado artisticamente, vindo a desenvolver posteriormente uma pintura
baseada na sua clarividência espiritual, foi chamado a ser também um guia do mais puro filão, tendo sido iniciado na Grécia por um mestre oriental que lhe deu tal nome,
por conter em si os sons vocálicos correspondentes às energias
particulares do seu espírito, o verdadeiro nome iniciático. Encontra
neste blogue vários textos dedicados à sua vida e obra, tal a sua
biografia:
https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2014/11/bo-yin-ra-breve-homenagem-nos-seus-138.html
A
mais recente edição da obra principal, 32 livros, em inglês e com a
originalidade de estarem num só tomo, uma ideia de se louvar da
Royalposthumus. |
O seu ensinamento, contido em 32 livros, o Hortus Conclusus, Jardim murado,
mais seis seus, e cerca de 300 pinturas, é o da arte real da harmoniosa
unificação e religação do ser humano com o espírito, os mestres, o
universo e a Divindade, como outros mestres anteriormente transmitiram.
Esclareceu que em todas as religiões se pode trilhar o caminho da
realização e advertiu que muitos dos caminhos do ocultismo e esoterismo
têm erros e não conduzem à unificação e libertação e que da Índia, por
exemplo, tanto vem a mais elevada realização como a maior superstição,
tal como observamos hoje em dia em tantos grupos pseudo-yoguicos e gurus
de pomposos nomes e que operam contudo mais em golpes fakiricos e em
auto-hipnoses de realizados.
Localizou
nos planos subtis das montanhas mais elevadas do planeta, os Himalaias,
o centro espiritual do planeta, Himavat, ou Shambala, o local por onde
entram as energias mais luminosas dos planos espirituais e da Divindade e
donde os mestres as derramam também sobre a Humanidade.
Himavat, por Bô Yin Râ, do seu livro pictográfico Welten, Mundos. |
Valorizando
a acção criativa e amorosa no mundo, bem como o controle do pensamento e
a unificação de todas as energias anímicas sob a vontade única do
espírito individual, que é a nossa essência, desvalorizará a busca
mental de crescente informações, contrapondo que na via da descoberta
realização interior a grande renúncia a fazer-se é à actividade mental e
imaginativa quando se medita:
“Procura
em ti a simplicidade da criança, se queres aprender a reconhecer o que é
espiritual! Evita toda a sabedoria tecida pelo pensamento. Foge dos
mundos que não são mais que uma criação do teu pensamento e que se
esfumarão como um vago fantasma com o teu último pensamento cerebral!
Abandona o mundo mutável da imaginação que só na tua cabeça vive e
existe! Eis a grande renúncia»!
A edição francesa do O Caminho dos meus Discípulos, com uma bela pintura de Bô Yin Râ na capa. No meu canal no youtube encontra várias leituras, com comentários, desta e outras obras de Bô Yin Râ. |
Numa das sua obras Der Weg meiner Schüler, O Caminho dos meus Discípulos,
bastante esclarecedora sobre os aspectos importantes do caminho
espiritual, equaciona no capítulo "A inútil tortura de si mesmo", os erros da crença no valor excessivo das práticas ascéticos e enfraquecedoras do corpo e a pressa ou impaciência de se atingir resultados.
E no capítulo "A mais grave dificuldade", aborda o tão nocivo fenómeno da
angústia, crescente nos nossos dias dado o excesso de informação
manipulada tendenciosa, traumatizante ou mesmo aterrorizadora que os
meios de comunicação transmitem, considerando-a mesmo um dos maiores
adversário da alma no caminho, realçando alguma das suas causa
principais: a de errar, a de ter de rever a sua imagem do mundo, e a de
ser ridicularizado. Tais tormentos da consciência nada têm a ver com a
verdadeira consciência, e manifestam sobretudo períodos de falta de
confiança em si, momentos de dúvida quanto às suas qualidades e
capacidades, que devemos pacientemente passar e vencer quando nos surgem
face às adversidades externas, tanto mais que devemos contar com a
ajuda dos guias e mestres espirituais que auxiliam quem entra no
caminho.
Considerará
mesmo a angústia, perceptível ou disfarçada (pois muitas são
desconhecidas por quem as sofre), como uma «espécie de cãibra de certos
nervos extremamente finos, provocada pela reacção de certas
representações [mentais e emocionais] sobre a actividade
cerebral.»cabendo-nos fazer uma
análise sóbria dos factores causadores de tais representações
angustiantes para que possa acontecer a sua dissolução, nomeadamente
reagirmos com pensamentos ou injunções mentais que contrariem essas
imagens, sentimentos ou pensamentos que estão a pressionar o sistema
nervoso e a fazer-nos perder a fluidez confiante.
Para as pessoas com angústia, ansiedade e problemas de consciência
este discernimento ou observação atenta da vida interior, e por vezes será nos sonhos que virão ao de cima tais receios e desejos, ajudará a
aproximarem-se mais calmas do mundo espiritual...
Também no Das Buch der Glück, O Livro da Felicidade,
no capítulo Optimismo, realça a necessidade de nos assumirmos como
criadores da nossa felicidade e vivermos no presente, não nos
preocupando com o dia de manhã nem angustiando com o futuro mas tentando
viver o melhor possível cada dia de modo a que a frutificação seja
naturalmente boa.
Devemos ser escultores da nossa vida e ensinar pelo exemplo os que nos contactam.
Devemos
saber atravessar as tempestades ou nuvens sombrias que por vezes nos
cercam, sem desanimarmos, sem nos angustiarmos e desenvolvemos antes a
fé na nossa vitória e na do bem no mundo.
O
poder mágico da fé é grande, e se não cruzarmos os braços e antes agirmos no mundo dos actos e do devir, os piores problemas e tormentos podem ser
vencidos, tanto mais que o mundo espiritual, a alma do mundo, o campo
unificado de energia consciência informação, a providência Divina estão
em unidade connosco e não nos abandonam nas nossas aspirações e esforços
justos e perseverantes
Saibamos
pois nestes tempos de alta perigosidade mundial devido ao egoísmo e
desequilíbrio de muitos políticos que de modo algum procuram o bem de
todos, estabilizar a nossa mente, religar à dimensão espiritual (à nossa
estrela) e Divina interior, e em estado de compresença espiritual
manifestar ou irradiar criativamente energias, intenções, sentimentos, pensamentos e actos justos, verdadeiros, bons, harmonizadores, libertadores.
2 comentários:
Muitas graças Pedro, por iluminar-nos o caminho.
Muitas graças. Pequenas partilhas. Lux.
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