quinta-feira, 8 de junho de 2023

Do mistério da origem do ser humano Espiritual e da sua polaridade masculina e feminina. Versões esotéricas. As perigosas alterações de identidade e género actuais..

Geração primordial, por Bô Yin Râ.

A origem do ser humano no plano espiritual, e do Ser divino, para não falarmos da Manifestação cósmica, é um dos grandes mistérios da Humanidade e a maioria dos textos considerados sagrados, as Escrituras das Religiões, surgem-nos hoje como contos de crianças, ainda que certamente se possam discernir ou atribuir simbologias  subtis por detrás dessas narrativas, a mais típica sendo a do Génesis, assumida pelo judaísmo e o cristianismo e que tanto influenciou a civilização ocidental e mesmo a islâmica.

A mulher criada da costela do homem adormecido, feitos de barro, e, pouco depois de viverem num jardim paraíso,  forçados por uma desobediência ou  pecado misterioso a saírem para o mundo, de modo algum sugere ou abre ao que deve ter sido a decisão primordial da Divindade de gerar no mundo espiritual os espíritos masculinos e femininos, em si mesmos ou numa unidade bipolar pois só a eventual queda ou descida poderá estar de algum modo aludida em tal narrativa mítica.
Ao l
ongo dos séculos várias  compreensões do enigmático momento primordial (eterno ou não) se ergueram nas almas e mentes, por cogitações e imaginações, intuições e visões, e tanto em povos mais simples civilizacionalmente como em mais estruturados e desenvolvidos, nascendo disso  cosmogonias e antropogéneses, das quais as indianas, nomeadamente nas Puranas, serviram de fontes para os ocultistas que, desde os séculos XVII e XVIII começaram já não a especular apenas sobre a judaica-cristã, com seus veios cabalistas e de esoterismo cristão, mas também inserindo e adaptando tais dados orientais, ou mesmo mistificando-os, o caso das famosas estâncias de Dyzan, que Helena Blatavstky teria consultado num mosteiro budista tibetano e das quais fez um uso muitíssimo criativo e mistagógico na sua obra Doutrina Secreta, mas que parecem ser apenas reutilizações do Rig Veda e do Vishnu Purana.

                                                       

Devem-se mencionar na história do Esoterismo como importantes as versões especulativas rosacruzes de Robert Fludd (1574-1637), as visionárias de Jacob Böhme (1575-1624) e Swedenborg (1688-1772),  e depois as bastante mais detalhadas e imaginativas de Helena P. Blavatsky, embora as descrições mais comprovadamente fantasiosas viessem a ser as dos seus sucessores Annie Besant e seu ajudante e mentor Charles Leadbeater  (que descobriram, além de Alcyone-Krishnamurti, as reincarnações dos principais dirigentes teosófícos desde quando eram macacos, antes ainda das míticas civilizações da Lemúria e Atlântida, e que rodeavam nas primeiras décadas do séc. XX o novo Instrutor do mundo), as antroposóficas de Rudolfo Steiner e as rosicrucianas do quem foi seu seguidor algum tempo,  Max Heindel e, finalmente, os ensinamentos de Alice A.  Bailey, "recebidos telepaticamente" de um dos misteriosos mestres de Blavatasky e da Sociedade Teosófica,  Djwal Kuhl, um dito abade tibetano. Todavia nos séculos XX e XXI desenvolveram-se outras descrições,  através de discípulos e iniciados e sobretudo de  auto-proclamados realizados, videntes, profetas e profetizas (onde se destacou uma grande mistagoga Elizabeth Claire Prophet), mediuns e canalizadores, adquirindo por vezes grande sucessos quantitativos mas de qualidade frágil e contraditória.

Mais curiais e equilibrados foram os ensinamentos, por exemplo, de Sri Aurobindo, de Sri Yukteswar giri, o mestre de Paramahansa Yoganananda, e sobretudo os de um mestre pintor valioso e pouco conhecido, o alemão Bô Yin Râ que ofereceu nos seus trinta livros indicações bem valiosas. Ora alguns aspectos delas ganham nos nossos dias uma actualidade fulcral devido à luta titânica pela manipulação e o controle da Humanidade, e em que se tenta que nesta se percam os géneros e as identidades, o ser humano sendo apenas um animal ou coisa, sem espírito nem Divindade, de modo a  que se manipulem nele facilmente "transgendrismos" e "chipismos" da "Inteligência artificial", para além da opressiva vigilância e censura digital, tão corrente nas aparentemente inofensivas redes sociais mas que são implacáveis no silenciamento ou bloqueamento de quem foge das narrativas oficiais, seja do Covid e vacinas, seja da defesa e libertação do leste russo da Ucrânia pela tão demonizada Rússia, seja da falsas verdades que a maioria dos dirigentes políticos afirmam descaradamente e impunemente, salvaguardados na hegemonia excepcionalista anglo-americana e dos seus coligados.

Ora para Bô Yin Râ (alemão, 25-XI-1876 a 14-II-1943)  o ser humano é o fruto do amor dos princípios masculino e feminino que existem na pura substância do Espírito, tal como o corpo terrestre é o resultado da união erótica ou sexual de um homem e de uma mulher, e não do que hoje com grande diabolismo se tenta impor às pessoas e crianças...

Ou seja, a Divindade, ou se quisermos, o Espírito puro e absoluto, contém em si os dois Princípios Masculino e Feminino, e  gera através deles os espíritos humanos que têm desde o momento da sua emanação primordial uma polarização que faz parte da sua identidade perene, donde as consequências graves das modas fomentadas actualmente...

Por outra perspectiva podemos dizer que o Espírito Absoluto é Andrógino e engendra perpetuamente a unidade bipolar dos seres humanos, ou seja,  os dois polos masculino e feminino, que serão chamados as almas gémeas em algumas tradições, tal a que Sócrates teria ensinado e que Platão divulgou no Banquete, numa forma algo caricata na explicação do corte e separação mas transmitindo bem a aspiração que elas sentem pela Unidade bipolar de que provêm, ,  e que será uma das fontes principais do Amor que move  e une os seres, maximamente na união amorosa mística ou espiritual

Unio Mystica, por Bo Yin Râ. 
 
O ser humano não é assim apenas o animal antropóide evoluído em que hoje nos encontramos, pois no seu interior está o espírito fecundante  e criativo que vai usar, ou não, as forças animais ou corporais para reconquistar a sua ligação e caminho para o mundo espiritual.
Camin
ho de realização espiritual este que todos os seres quando morrem têm de enfrentar e percorrer, e que depende muito do que se fez e desenvolveu na Terra, donde a importância de enquanto estamos vivos trabalharmos para despertar espiritualmente, para ganharmos a consciência de que somos espíritos dotados de almas e das forças psíquicas ou virtudes desenvolvidas e unificadas em vida.
Este
ganhar ou recuperar a consciência espiritual em termos de processo pode comparar-se a uma operação alquímica em que conseguimos ressuscitar o cristal resplandescente do espírito divino, ou se quisermos "talhar o corpo espiritual", numa expressão que Fernando Pessoa recolheu da tradição perene,  tanto através do nosso esforço e aspiração como da descida de energias ou bênçãos que provêm do mundo divino, através dos mestres e anjos, algo que ficou nas lendas de um fio de prata, duma escada, de uma cadeia de elos dourados por onde  as forças que nos permitem acolher e assumir o espírito puro e cristalino divino descem.
Pod
emos dizer que  as práticas de oração e meditação têm como um dos objectivos principais abrir-nos a tais níveis subtis mais elevados e  gerar em nós a comunhão e unificação com o espírito e a religação à Divindade, e por tal realização transformar-nos e ajudarmos a evolução da Humanidade, pesem as tais forças tão poderosas, oligárquicas e algo satânicas, que tentam controlar a educação, a cultura, a religiosidade e a espiritualidade das pessoas, enganando-as, manipulando-as, amedrontando-as (meio principal de enfraquecimento), alienando-as, sub-animalizando-as....
Ora
  através desta nossa verdadeira identidade mais consciencializada e assumida conseguiremos discernir melhor os espíritos ou corações humanos, os falsos profetas, os mentirosos políticos e eventualmente as pessoas que nos são afins ou mesmo aquela que é a alma-gémea primordial, embora sem dúvida para a maioria dos seres este último conseguimento seja apenas um mito ou quanto muito, em poucos, um ideal.   Bô Yin Râ, nesta zona de conhecimento tão subtil e elevado,  adverte e recomenda  que, mesmo que o nosso par na vida terrena não seja a alma-gémea,  deverá ser co-vivido como tal, com os resultados a desvendarem-se post-mortem, na vida em corpo espiritual.

Consigamos pois evitar e escapar às manipulações insidiosas e desidentitárias das grande organizações e grupos de pressão da Nova Ordem Mundial, que os media vendidos ou alinhados veiculam a tempo inteiro, de modo a relacionar-nos em discernimento e verdade,  unidade e amor, e a entrarmos no nosso coração anímico e espiritual e assim  abrir melhor o nosso olho subtil e alma para o espírito, os mestres e anjos, o Templo da Divindade na Mátria-Pátria espiritual e a Divindade. Que a paz Dela seja ou esteja connosco. Aum...

Erwachen der seele, Despertar da alma, por Bô Yin Râ. Aum Tat Sat...

2 comentários:

Anónimo disse...

Excelente texto, Pedro!

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Graças muitas, e boas inspirações!