sexta-feira, 8 de julho de 2022

Das amizades, e do Amor, e das suas potencialidades e realizações.

Encontro Internacional de Yoga em Zinal, Suíça, em Setembro de 1985, com quatro belas almas praticantes de Yoga e o swami Amaldas, discípulo de Bede Griffiths. Conhecera-os no seu ashram Shantivanam, nas margens do rio Kavery, em Tamil Nadu, onde estive um mês.

 Na rotina ou banalização da vida quotidiana, ou  na conflitualidade ou indiferença em que ela nos envolve, acabamos por deixar enfraquecer ou mesmo perecer a percepção do valor qualitativo de alguns seres, e logo da amizade com eles (na Índia denominada até na sua dimensão espiritual, satsanga, companhia da verdade) e, embora até ele nos possam surgir em sonhos, indicando-nos assim tal, já que os encontramos no mundo interior semi-consciente, ou no além subtil e paralelo das almas semi-despertas, pouco fazemos no dia a dia, ou na ocasião, para estabelecermos  elos ou laços de amor, e dialogarmos de modo a ganharmos jus a que tais amizades ou pessoas entrem  numa certa profundidade e perenidade de manifestação ou mesmo numa exemplaridade ou complementaridade arquetípica frutuosa.

Quantos seres valiosos ou mesmo fabulosos não morrem semi- frustrados nas suas melhores potencialidades e diálogos que estimulassem  capacidades e realizações luminosas?  Quantas vezes não sofremos pela incapacidade de encontrarmos ou mantermos os diálogos valiosos que trariam mais luz a nós e aos outros, e pelos quais entraríamos em estados expandidos de consciência, obteríamos intuições valiosas, partilharíamos gnose libertadora, geraríamos um corpo espiritual mais consciente e luminoso e sentiríamos mais o Amor e a Divindade?

Em geral  a audácia, para contactar e aprofundar elos com tais pessoas, e mesmo  pressentindo as que estarão em afinidade vibratória de demanda dos mistérios da Vida,  é pouca e deixamo-nos ficar nas mais limitadas rotinas, amizades e afinidades profissionais, familiares, emocionais, mas que não conseguem uma maior floração do Amor Inteligência que nos abre aos grandes mistérios da vida, do espírito, do Cosmos e da Divindade...

Na realidade a pérola principal das amizades e diálogos, a que mais deveríamos demandar, é a que permitirá melhor despertar o espírito, isto é, a percepção pela nossa alma  do espírito e do Amor Divino e das suas energias criativas e abençoadoras subtis, e a sua vivência a dois ou em família Mas quantos de nós olvidamos tal potencialidade, ou deixamos soçobrar e escapar tal raridade? 

É realmente uma bênção  estarmos muito bem com alguém, vivermos em plena entrega e confiança e podermos dar as mãos ou abraçar-nos em amor, proporcionando múltiplos efeitos, tais como o equilibrar das polaridades e hemisférios cerebrais e o irradiar bemfazejo para o universo, numa relação conducente à  quietude  anímica e capaz de nos tornar mais sensíveis ao Espírito e ao Amor e simultaneamente à sua manifestação e até desvendação recíproca nos dois espíritos individualizados em corpos e almas que se amam, se apoiam e se estimulam.

Assim, esta intensificação da alma em amor com outrem, e que é similar nos seus efeitos religativos à sua harmonização pela acalmia e interiorizaçao meditativa, é  algo que constantemente nos deveria desafiar a procurar ou a perseverar, para não cairmos na tal medianidade pela qual tantas vezes nos desligamos da união respiratória e psíquica com as correntes espirituais divinas que se derramam a todo momento sobre a humanidade e que a sós, ou a dois, ou a mais, podemos e devemos sentir, invocar, intensificar e comungar. Neste sentido corre o dito do mestre Jesus: "Onde dois ou três se reunirem no meu nome, na minha vibração, em Amor, Eu, o Amor, o Espírito, o Mestre, estou neles..."

Sejamos cavaleiros e cavaleiras do Amor, ou perseverantes Fiéis do Amor, para que tal possa acontecer em muitos seres, para melhoria luminosa da Humanidade...

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