Na rotina ou banalização da vida quotidiana, ou na conflitualidade ou indiferença em que ela nos envolve, acabamos por deixar enfraquecer ou mesmo perecer a percepção do valor qualitativo de alguns seres, e logo da amizade com eles (na Índia denominada até na sua dimensão espiritual, satsanga, companhia da verdade) e, embora até ele nos possam surgir em sonhos, indicando-nos assim tal, já que os encontramos no mundo interior semi-consciente, ou no além subtil e paralelo das almas semi-despertas, pouco fazemos no dia a dia, ou na ocasião, para estabelecermos elos ou laços de amor, e dialogarmos de modo a ganharmos jus a que tais amizades ou pessoas entrem numa certa profundidade e perenidade de manifestação ou mesmo numa exemplaridade ou complementaridade arquetípica frutuosa.
Quantos seres valiosos ou mesmo fabulosos não morrem semi- frustrados nas suas melhores potencialidades e diálogos que estimulassem capacidades e realizações luminosas? Quantas vezes não sofremos pela incapacidade de encontrarmos ou mantermos os diálogos valiosos que trariam mais luz a nós e aos outros, e pelos quais entraríamos em estados expandidos de consciência, obteríamos intuições valiosas, partilharíamos gnose libertadora, geraríamos um corpo espiritual mais consciente e luminoso e sentiríamos mais o Amor e a Divindade?
Em geral a audácia, para contactar e aprofundar elos com tais pessoas, e mesmo pressentindo as que estarão em afinidade vibratória de demanda dos mistérios da Vida, é pouca e deixamo-nos ficar nas mais limitadas rotinas, amizades e afinidades profissionais, familiares, emocionais, mas que não conseguem uma maior floração do Amor Inteligência que nos abre aos grandes mistérios da vida, do espírito, do Cosmos e da Divindade...
Na realidade a pérola principal das amizades e diálogos, a que mais deveríamos demandar, é a que permitirá melhor despertar o espírito, isto é, a percepção pela nossa alma do espírito e do Amor Divino e das suas energias criativas e abençoadoras subtis, e a sua vivência a dois ou em família Mas quantos de nós olvidamos tal potencialidade, ou deixamos soçobrar e escapar tal raridade?
É realmente uma bênção estarmos muito bem com alguém, vivermos em plena entrega e confiança e podermos dar as mãos ou abraçar-nos em amor, proporcionando múltiplos efeitos, tais como o equilibrar das polaridades e hemisférios cerebrais e o irradiar bemfazejo para o universo, numa relação conducente à quietude anímica e capaz de nos tornar mais sensíveis ao Espírito e ao Amor e simultaneamente à sua manifestação e até desvendação recíproca nos dois espíritos individualizados em corpos e almas que se amam, se apoiam e se estimulam.
Assim, esta intensificação da alma em amor com outrem, e que é similar nos seus efeitos religativos à sua harmonização pela acalmia e interiorizaçao meditativa, é algo que constantemente nos deveria desafiar a procurar ou a perseverar, para não cairmos na tal medianidade pela qual tantas vezes nos desligamos da união respiratória e psíquica com as correntes espirituais divinas que se derramam a todo momento sobre a humanidade e que a sós, ou a dois, ou a mais, podemos e devemos sentir, invocar, intensificar e comungar. Neste sentido corre o dito do mestre Jesus: "Onde dois ou três se reunirem no meu nome, na minha vibração, em Amor, Eu, o Amor, o Espírito, o Mestre, estou neles..."
Sejamos cavaleiros e cavaleiras do Amor, ou perseverantes Fiéis do Amor, para que tal possa acontecer em muitos seres, para melhoria luminosa da Humanidade...
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