O Grande Livro dos Livros é uma designação, um nome, um título, que corresponde a uma realidade de acesso bem subtil e espiritual e que nós apenas podemos pressentir pela imaginação, a visão interior, pelos sonhos e pela intuição. Inclui tanto o melhor de todos os livros como a nós seres humanos, mormente aqueles que se afirmam por pensamentos, actos e palavras, sentimentos e intenções e, sobretudo, pela escrita, sendo escritores e logo cooperadores dele.
Há muitas dimensões neste título, embora a principal aponte para a totalidade do conhecimento humano valioso, escrito ou gravado, e sobretudo para o que merece ser incluído ou seleccionado nessa grande antologia do que melhor se pensou e se escreveu e que é o maior tesouro da Biblioteca Cósmica, a alegria maior dos livreiros, bibliotecários e leitoras e leitores.
Se ela se concretizasse na forma de livro, imaginal ou mesmo subtilmente real, ela seria a obra prima sempre aberta com milhões de títulos a serem dicionados, com milhões de linhas a serem escritas em todo o Universo, conflundo antologicamente nesse Grande Livro dos Livros, que seria um outro Alfa e o Ómega, o princípio e o fim da actividade anímica por escrito do ser humano, já não reduzido a autores e livros, mas sim quintessenciado no Livro como Logos, como Anima Mundi, como Inteligência e Amor Divino, celestial e humano, neste cosmos infinito por onde peregrinamos.
Assim, sempre que estamos a escrever podemos estar a acrescentar mais uma linha, ideia ou elo significativo no Grande Livro dos Livros e, por exemplo, quando depomos um ponto final parágrafo estamos provavelmente a reactivar ou simbolizar à nossa escala ou dimensão a pontuação divina intencional que ora nos diz: - "Pára, pensa, medita e torna a escrever," ora nos chama a erguer-nos das medianias e sensaborias com que a nossa existência quotidiana ou mesmo a modernidade nos estagna e faz degenerar: - "Põe um ponto final nesse hábito, nessa dependência, nessa relação, nessa incapacidade. Afirma-te como espírito luminoso e na comunhão do corpo místico da Humanidade e luzirás e serás abençoado".
Cada ser, a cada momento, tem uma página em branco em si e diante de si e até nos seres que estão mais consigo, por afinidades misteriosas, e deve escrevê-la e desenhá-la o melhor possível, ou seja, com justiça e harmonia, amor e sabedoria. Com a pontuação correcta, as vírgulas que acrescentam, os pontos que terminam, os grafismos que exclamam ou interrogam e fazem ecos de valores e ideias universais.
Vive então no presente harmoniosamente, isto é criativa e intensificadamente, tentando que cada acontecimento ou relacionamento seja o mais luminoso e evolutivo para todos os seres em causa e então estarás escrevendo e pontuando correctamente as tuas páginas do Grande Livro dos Livros e espargindo luzes inspiradoras e centelhas amorosas em ti e à tua volta, mormente nos que te lerem e que ao vibrarem com que vai na fala da escrita, ou mesmo ao assimilarem até à prática a leitura, e que assim despertarão mais a sua entidade luminosa unida ao espírito, à Humanidade, ao Bem, à Verdade e à Divindade...
Na realidade podemos afirmar pioneiramente que a abertura consciencial do ser humano à sua participação no Grande Livro dos Livros e nas ideias e significações, impulsos e aspirações planetários, bem como sintonização do seu coração às melhores emanações que brotam, perpassam ou são accionadas pelos livros, fazem com que a sua inteligência e amor tragam mais ao de cima, à consciência e manifestação, a intencionalidade divina original de Luz e Amor.
Neste encontro entre o microcosmos humano e o macrocosmo infinito, e quando escreve ou lê, o ser humano intensifica as suas melhores capacidades afectivas e intelectuais e irradia para todo o Universo, da sua alma deligente e esforçada, iluminada e amorosa, múltiplas centelhas douradas ou ondas azuladas ou rosadas que abençoam os seres.
E ao posicionar-se por detrás da porta de saída dos pensamentos e energias psíquicas, do que escreveu e o que vai nisso, consciencializnado-se que é o mesmo "eu sou (luz e amor)" que observa o que pensa e sonha, o que sente e o deseja, o que intui e escreve, esta pessoa faz diminuir as vagas do pensamento e a agitação global e entra mais na paz profunda que vai gerar a receptividade à escrita inspirada, ao aumento da aspiração silenciosa a Deus, à irradiação ou emanação do Amor e da Sabedoria, ao enriquecimento do Grande Livro dos Livros.
Artigo a desenvolver ainda, ou a correlacionar com outros. Começado a 24-VII-2015, no Porto e concluído a 24, 26-VII-2022, em Lisboa.
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