sexta-feira, 5 de novembro de 2021

O Salão Anual dos Sócios da Sociedade Nacional das Belas Artes. Imagens de algumas das melhores obras expostas, no rés do chão. 5-XI-21

 Inauguração do Salão Anual, sob a temática do Ambiente. Lisboa, 2021.

Uma visita que se esperava breve alongou-se pelo encontrar de algumas pessoas amigas e de outras que se vieram a cruzar e a reconhecer nestes momentos de entrada e imersão numa sala-gruta- piscina em que infinitas sinapses quânticas se estão a interconectar constantemente, graças ou infelizmente sem nos darmos conta, apenas vendo que houve alguns encontros mais longos com pessoas mais afins e logo conversantes, ou seja, convergentes para a Verdade. E uma escolha das peças que, entre as cerca de 80 expostas no rés do chão (e no andar de cima haveria mais 100) me encantaram e foram então fotografadas e agora partilhadas:

O Futuro semeia-se e constrói-se no Presente, e a educação é quase tudo.

                                           

De António Ventura, este trabalho que sob o dito clássico "Ars Longa, Vita Brevis", nos mostra muitos livros cortados e intervencionados, com cola e papel, e como que comprimidos pela passagem do tempo e contudo talvez com conteúdos preservados e quem sabe transfigurantes para quem os souber intuir, ler, aplicar, viver.

 De Lu Mourelle, "Sydri", acrílico s/ tela. Quem não gostaria de ler ou meditar sob esta árvores elegante, frondosa e inspiradora? E como o tema da exposição é o Ambiente, que melhor ícone da Natureza que a Árvore, eixo dos mundos?

Autora não registada, num ver calmo, firme e desafiante...

De Beatriz Cunha, em madeira reutilizada, este sólido platónico contemporâneo, talvez uma arquetipização das geometrias subtis do mundo e da humanidade actual, "PGSOL", quem sabe pedindo que haja mais contemplação das formas e ideias arquétipas, para remodelarmos o mundo, a sociedade, as almas...

De Elizabeth Oliveira, esta fotografia da luta dramática da estátua clássica pela sua respiração livre, ou "Arts in Covid".

A Maria José Menezes, numa técnica mista com colagem sobre papel kraft intitulada "Do Fundo do Baú", desafia-nos a fazermos sair das nossas profundidades e potencialidades os ornatos e jóias criadores de beleza, harmonia, amor...
A Cristine Enrègle, que acabou agora uma residência artística de dois meses no Museu de Ciência Natural, da qual resultará dentro de meses uma exposição de desenho de plantas e folhas, captou bastante do génio refulgente, na fotografia a cores "Depois da Chuva", de uma das duas subtilmente animadas figueiras do jardim Botânico de Lisboa.
 
De Lena Horta Lobo esta fascinante multidimensionalidade outonal, "Autum Light", uma fotomontagem a partir de fotografias de uma sua tapeçaria.
 
 Escapou a autoria e título, mas é um alfabeto e uma linguagem bem sensual, animada e exemplificante das pernas e pés de uma mulher sensível e expressiva e, ao ser muito bem fotografada e sequenciada, quase em movimento transformada...
Bem desafiante peça, para entramos e nos elevarmos, e que foi a segunda menção honrosa, de J. C. Trindade, mas cujo título me escapou.

De Milucha, inegavelmente uma das melhores obras (técnica mista: grafite, lápis de cera e acrílico)  e por isso menção honrosa, ou não encaminhasse o seu título para essa actividade honrada e criadora e tão necessárias às almas viandantes e que se querem despertantes:  "Meditações"...

De António Marques Miguel este diagrama, a lápis antracite, com marcadores a cores, dos mundos subtis "Ao longo das cíclicas" que Dante imaginou visitar e que muitos  artistas e comentadores seus desenharam e meditaram...

De António Saraiva, as inestéticas máscaras transfiguradas pela poderosa arma da sensibilidade e delicadeza feminina, em colagem que vence "Covid19/2020"
 
                                  
A tripla instalação de João Motta (ou João Teixeira da Mota), com um pequeno (3 minutos) mas bem profundo filme de Eduardo Sousa, e ainda um texto,  intitula-se "A Crise Planetária. A relação do vírus com a Humanidade", na qual procura dar sentido ao mundo actual recorrendo às visões orientais que o vêm como ilusório, na sua separatividade e dualidade, e  necessitando de ser desegotizado e caminhado com mais profundidade e harmonia. E, lembrando-nos do poder do sorriso ou mesmo riso, deseja "que uma epidemia de riso dissipe as trevas da ignorância..."
                                  
                                                    
                                                   
Glória, César (com o seu canal das Conversas da Alma) e João, comunicadores multidimensionais.
                                

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