Inauguração do Salão Anual, sob a temática do Ambiente. Lisboa, 2021.
Uma visita que se esperava breve alongou-se pelo encontrar de algumas pessoas amigas e de outras que se vieram a cruzar e a reconhecer nestes momentos de entrada e imersão numa sala-gruta- piscina em que infinitas sinapses quânticas se estão a interconectar constantemente, graças ou infelizmente sem nos darmos conta, apenas vendo que houve alguns encontros mais longos com pessoas mais afins e logo conversantes, ou seja, convergentes para a Verdade. E uma escolha das peças que, entre as cerca de 80 expostas no rés do chão (e no andar de cima haveria mais 100) me encantaram e foram então fotografadas e agora partilhadas:
O Futuro semeia-se e constrói-se no Presente, e a educação é quase tudo.
De António Ventura, este trabalho que sob o dito clássico
"Ars Longa, Vita Brevis", nos mostra muitos livros cortados e
intervencionados, com cola e papel, e como que comprimidos pela passagem
do tempo e contudo talvez com conteúdos preservados e quem sabe transfigurantes
para quem os souber intuir, ler, aplicar, viver.
De Lu Mourelle, "Sydri", acrílico s/ tela. Quem não gostaria de ler ou meditar sob esta árvores elegante, frondosa e inspiradora? E como o tema da exposição é o Ambiente, que melhor ícone da Natureza que a Árvore, eixo dos mundos?
Autora não registada, num ver calmo, firme e desafiante...De Beatriz Cunha, em madeira reutilizada, este sólido platónico contemporâneo, talvez uma arquetipização das geometrias subtis do mundo e da humanidade actual, "PGSOL", quem sabe pedindo que haja mais contemplação das formas e ideias arquétipas, para remodelarmos o mundo, a sociedade, as almas...
De Elizabeth Oliveira, esta fotografia da luta dramática da estátua clássica pela sua respiração livre, ou "Arts in Covid".A Maria José Menezes, numa técnica mista com colagem sobre papel kraft intitulada "Do Fundo do Baú", desafia-nos a fazermos sair das nossas profundidades e potencialidades os ornatos e jóias criadores de beleza, harmonia, amor...
A Cristine Enrègle, que acabou agora uma residência artística de dois meses no Museu de Ciência Natural, da qual resultará dentro de meses uma exposição de desenho de plantas e folhas, captou bastante do génio refulgente, na fotografia a cores "Depois da Chuva", de uma das duas subtilmente animadas figueiras do jardim Botânico de Lisboa.
De Lena Horta Lobo esta fascinante multidimensionalidade outonal, "Autum Light", uma fotomontagem a partir de fotografias de uma sua tapeçaria. Escapou a autoria e título, mas é um alfabeto e uma linguagem bem sensual, animada e exemplificante das pernas e pés de uma mulher sensível e expressiva e, ao ser muito bem fotografada e sequenciada, quase em movimento transformada...
Bem desafiante peça, para entramos e nos elevarmos, e que foi a segunda menção honrosa, de J. C. Trindade, mas cujo título me escapou.
De Milucha, inegavelmente uma das melhores obras (técnica mista: grafite, lápis de cera e acrílico) e por isso menção honrosa, ou não encaminhasse o seu título para essa actividade honrada e criadora e tão necessárias às almas viandantes e que se querem despertantes: "Meditações"...
De António Marques Miguel este diagrama, a lápis antracite, com marcadores a cores, dos mundos subtis "Ao longo das cíclicas" que Dante imaginou visitar e que muitos artistas e comentadores seus desenharam e meditaram...De António Saraiva, as inestéticas máscaras transfiguradas pela poderosa arma da sensibilidade e delicadeza feminina, em colagem que vence "Covid19/2020"
A tripla instalação de João Motta (ou João Teixeira da Mota), com um pequeno (3 minutos) mas bem profundo filme de Eduardo Sousa, e ainda um texto, intitula-se "A Crise Planetária. A relação do vírus com a Humanidade", na qual procura dar sentido ao mundo actual recorrendo às visões orientais que o vêm como ilusório, na sua separatividade e dualidade, e necessitando de ser desegotizado e caminhado com mais profundidade e harmonia. E, lembrando-nos do poder do sorriso ou mesmo riso, deseja "que uma epidemia de riso dissipe as trevas da ignorância..."
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Glória, César (com o seu canal das Conversas da Alma) e João, comunicadores multidimensionais.
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