Comemoram-se hoje os cento e sessenta anos do nascimento de Rabindranath Tagore, 7-V-1861 a 7-VIII-1841) o
grande poeta, pedagogo, político e espiritualista, de Bengala, criador de uma vasta obra
maravilhosa de poesia (Prémio Nobel em 1913), ensaio, música, romance, drama, pintura,
educação, história, filosofia e ensino espiritual. Em vários textos deste blogue já o biografamos, referimos,
traduzimos e comentamos, e hoje acrescentamos um valioso folheto com uma bela imagem, como guru (e é no livro Sadhana que mais se manifesta, e do qual transmiti partes do 1º capítulo em https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2020/05/sadhana-de-rabindranath-tagore.html), folheto que trouxe
do seu centro educativo, Vishva-Bharati, hoje Universidade, no norte de Bengala, há já quase 30 anos, em 1995, quando estive um ano na Índia e em grande parte em Calcutá, no Ramakrishna Mission Institute of Culture, em trabalhos de yoga e orientalismo.
Contém
ele um texto-poema-oração em bengali e em inglês, que traduzimos para português, já do fim da sua vida, no qual resume a sua peregrinação como a de um coração e uma mãos sempre abertas à Divindade, um ser de grande amor, compaixão e devoção... Assim o
homenageamos, e invocamos até, a sua imensa sensibilidade, amor e sabedoria nas
nossas almas, algo dilaceradas e limitadas pelas situações difíceis e tão manipuladas que atravessamos...
Possam as bênçãos divinas e dos mestres inspirarem-nos, protegerem-nos e guiarem-nos...
«Thou hast made me endless, such is
thy pleasure. This frail vessel thou emptiest again and again, and
fillest it ever with fresh life.
This little flute of a reed thou hast carried over hills and dales, and hast breathed through it melodies eternally new.
At the immortal touch of thy hands my little heart loses its limits in joy and gives birth to utterance ineffable.
Thy infinite gifts come to me only on these very small hands of
mine. Ages pass, and still thou pourest, and still there is room to
fill.»
«Tornaste-me sem fim, tal é o teu gosto. Este frágil vaso
esvaziaste-o uma vez e outra vez, e encheste-o sempre com vida renovada.
Esta pequena flauta de cana verde levaste-a por montes e vales, e através dela sopraste melodias eternamente novas..
No contacto imortal das tuas mãos o meu pequeno coração, numa grande alegria, perde os seus limites e dá à luz expressões inefáveis.
Os teus dons infinitos vêm até mim apenas nestas minhas pequenas mãos. Passam os tempos, e ainda derramas e ainda há espaço para encheres». Aum...
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