Este poema foi escrito hoje 8-V-2021, pela tarde. Hesitando depois nas imagens ou iconologia, acabou por entrar a bela fotografia de Isabel Moura partilhada para o grupo no Facebook "Núvens e Céus de Portugal" e, no fim, uma gravura de livro do séc. XVIII, da Tradição Espiritual Portuguesa...
Quem escreve deseja sempre ser apreciado,
Mas se é ego ou altruísmo é difícil deslindar,
tal querer ser lido e acolhido, em que futuro seja,
pois imaginamos até do outro lado da vida
ainda sentir comunhão com as almas leitoras.
Cada poema é mensagem escrita numa garrafa
que lançada no oceano da manifestação
pode chegar ou não a um coração receptivo
e suscitar a comunhão numa emoção.
Quantas vezes não escrevi pensando em ti,
e que, tu me lendo e sentindo tanto a luz,
os nossos corações se comunicariam
e distâncias intransponíveis se venceriam?
Assim, cada escrito é uma escada para o céu
mas com travessas e ligações à Terra.
É um coração que aspira tanto a Deus
Como às companhias afins frutíferas.
Nestes tempos de tantas ganâncias e opressões,
quando os Estados e financeiros se tornaram bárbaros
é na poesia, luta e meditação que se comunicarão
as almas cultoras da beleza, do bem e do coração.
Assim não desanimes, esforça-te, persevera,
Sê fiel cavaleiro ou cavaleira do Amor,
capaz de vencer o medo, a morte e a dor,
Como a nós Antero de Quental apelou.
Lanço assim este poema do coração
para que chegue ao teu e o anime
daquela vontade indómita de vencer
e de realizar os teus mais altos fins.
O que é a poesia no fundo senão
uma íntima aspiração e oração
a que se realize maior união
e a justa paz e iluminação?
Valete Fraters, Valete Sorores!
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