sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

10 Ex-Libris bem simbólicos da colecção de Luís Derouet, director da Imprensa Nacional de 1910 a 1927.

                   
                                         Mors-Amor, soneto imortal de Antero de Quental...
Os Ex-Libris (do latim, dos livros [meus]), marcas, assinaturas ou inscrições dos possuidores dos livros existem desde a Antiguidade e encontram-se em muitos manuscritos da Idade Média e do Renascimento, mas é só com a descoberta da imprensa e sobretudo a partir do séc. XVI que surgem as primeiras gravuras e vinhetas com um desenho heráldico, alegórico ou simbólico, uma frase ou divisa e o nome ou as iniciais do proprietário, ou ainda do desenhador, eventualmente com a data, embora nenhum destes componentes fosse indispensável.
                       
                                 Sejamos Dom Quixote perante as esfinges e as campanhas...
Serviam para marcar um livro de uma biblioteca, dar-lhe uma unidade face ao tempo, perenizando o dono que, ao colar numa das páginas em branco iniciais de um livro, tal sinal seu, assim o personalizava e enriquecia com uma mensagem.
                               
Saibamos invocar e adorar a Divindade eterna, que ela nos iluminará na floresta da vida. 

Este desejo amoroso de associação mais íntima ou pessoal ao livro de alguns possuidores, leitores ou coleccionadores, que eram portanto mais bibliófilos, ou amantes dos livros, vai gerar muita arte e engenho para tais ex-libris, fazendo surgir pequenas obras de arte, sob os mais diversos temas e assuntos.
Sabe jogar bem e ascensionalmente no xadrez da vida
Esta escolha num pequeno pedaço de papel ou pergaminho de desenhar-se ou gravar-se o que um amante dos livros mais valorizava neles ou na vida, obrigava tanto o bibliófilo como o artista a um trabalho árduo de síntese e selectividade, cunhando por vezes um concentrado simbólico e aforístico de grande beleza ou sabedoria.  
                                     
      Que a aspiração da justiça, do bem, da verdade, da Divindade te guie ou eleve sempre
Esta pequena primeira escolha de 10 ex-libris mais simbólicos provém de uma parte da colecção de Luís Derouet, um notável republicano estudante de Medicina e jornalista que, tendo começado como revisor de provas em 1902, se tornou logo desde o advento da República em 5 de Outubro de 1910 no Director da Imprensa Nacional, dinamizando-a inolvidavelmente até à sua trágica morte em 1927, por
tresloucamento dum tipógrafo desempregado, no último dia precisamente da 1ª Exposição Internacional de Ex-Libris, realizada na Biblioteca da Imprensa Nacional, que ele ressuscitara em 1923 e onde tantas brilhantes actividades culturais se realizaram até hoje...
Sabermos discernir o que devemos mais realizar ou amar, arte exigente em vida rápida
Possa esta década pitagórica de ex-libris, enriquecidos por sentenças minhas,  agradar-lhe e fazê-lo sorrir, partilharem e transmitirem da beleza, sabedoria e coração que o animou e certamente o anima como espírito imortal, o que aliás já nesta pequena escolha irrompe por entre as brumas da matéria e do tempo.
Meu coração ofereço a ti ser amado, mestre, anjo, Amor, Divindade. 
Luz, Lux, Nour: avançar no auto-conhecimento espiritual, iluminando no bem e na verdade....
Nosso fogo do amor e do espírito elevando-se para as estrelas, a o Sol Divino...
O mistério da alma espiritual, do ser angélico, ou mesmo da alma gémea em plenitude. Ou simplesmente, o ser livre, realizado, em corpo de glória...

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