domingo, 25 de novembro de 2018

Cartões de felicitações, de boas festas, de auspicioso ano, transmissores da Beleza e do Amor Divino na Humanidade

                                                      
Há cartões de felicitações, de boas festas natalícias, de feliz novo ano e de aniversário que sendo tão belos proporcionam na alma de quem os contempla algo do que foi desenhado e se desejava transmitir: felicidade, amor e alegria e, logo, esperança que o mundo há-de melhorar...
                                     
Contêm tanta arte e delicadeza, harmonia e beleza que naturalmente nos propulsionam para uma osmose com o que temos diante de nós ou nas nossas mãos, e pelo seu ponteado e relevos despertam nos nossos dedos uma capacidade de ler e de sentir essa subtil substancialidade do Bem incarnado no papel ou cartão o qual, provindo de um árvore e eco-sistema, atravessa anonimamente séculos e desagua a sua mensagem no seio do nosso oceano anímico, provocando ondas psíquicas nos que acolhem com sensibilidade tais energias, as quais por vezes querem irradiar numa nova comunicação e contextualização, não ficando cartões limitados ao que neles se escreveu originalmente, embora por vezes com subtis eflúvios amorosos bem duradouros, e desejando despertar em nós mais adesões à Beleza e ao Amor, mais criações e comunhões com eles, tal como agora realizamos.
A beleza das flores desenhadas e tão esbeltamente desabrochadas sobre fundos em relevos e em cores tão suaves, as sugestões de harmonia e amor que deles germinam, tornam a contemplação de tais cartões ou postais uma verdadeira oração e a nossa alma eleva-se em gratidão, irradiando serenidade e harmonia para um planeta tão dilacerado pelo imperialismo do eixo oligárquico e norte-americano e o industrialismo e corporativismo capitalista tão egoisticamente poluidor ou perturbador das harmonias de Gaia..
                     
Além das flores, os principais acompanhantes de tais cartões de amor e felicitações são as paisagens, as águas, a lua, as estrelas, as árvores e as aves, em especial a pomba, o rouxinol e a andorinha, verdadeiras mensageiras, ou pelo menos inspiradoras, de voos do pensamento e alma que levam desejos, dedicações e amor entre os que se amam, como em tanta poesia e literatura imortal ouvimos cantar.
Por exemplo, desde o persa Hafiz (1325-1390): «“A noite contém [em si uma] criança”, não ouviste dizer às pessoas?/“A noite contém criança"! O que dará ela à luz?,”/Pergunto sentado às estrelas quando estás longe./ Oh, vem! E quando o rouxinol da alegria/ Sibilar no chão do jardim desperto pela Primavera/ No coração de Hafiz ecoará um som doce,/Os rouxinóis divinos ensaiam o seu canto», até, entre nós, Augusto de Santa Rita (1888-1956, e cujo lema foi Ab Imo Pectore/Aequo Animo, Do íntimo do meu peito/De ânimo equitativo), que na magistral justificação da revista Exílio, realizada com Fernando Pessoa e os poetas da Orpheu, chama aos elos da Tradição poética e espiritual Portuguesa, de D. Dinis a Antero de Quental, passando por Camões e Bocage, "rouxinóis" cantando suas toadas que as mães e educadoras transmitirão às gerações futuras. E fazemos votos que se pratique ainda nas casas e nas escolas esta iniciação poético-espiritual...
Assim cada  cartão destes foi uma germinação florida de boas energias que cavalgou no vento até tocar alguém e por aí ficar, ou que então, ainda hoje, subitamente, como as frágeis asas do malmequer-bem-me-quer, é soprado por alguém e de novo ressuscita e voa no seu esplendor de perfeição e beleza fecundante, despertante...

                                          
O céu azul, as cores suaves, o ramo de flores tão coloridas como perfumadas, o desfocado do plano mais longínquo, tudo converge para vivermos integradamente ou holisticamente o cada momento com auto-consciência, confiança, intensidade e gratidão, pois o Amor Inteligência subjaz e circula no Universo multidimensional, e devemos sempre manter viva a esperança no que de melhor sentimos e desejamos, aspiramos e queremos, em sintonia com o Bem e o Amor Divinos. Mesmo quando, agora em 2023, assistimos a quase um novo Holocausto...
Qual pomba que desce, a imagem simbólica imaginada para a consciencialização espiritual ocorrida a Jesus e que foi denominada de descida do Espírito Santo, uma forma de se representar a inspiração, a intuição, a comunhão com o espírito, o mundo espiritual e o Ser Divino. Para tal nos desafia a Beleza, pois na criatividade  seremos inspirados e sentiremos a Beleza, em especial no sensibilidade interior e profunda, grata...
                             
Possamos nós nestes tempos tão conturbados permanecerverdadeiramente serenos, criativos, sábios e irradiantes da Luz do Amor Primordial, para que a Paz e a Justiça, a Beleza e o Amor floresçam um pouco mais no mundo...

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