AS LEGENDAS MÁGICAS
Nas noites de Verão quentes, quando o ar parece conservar durante toda a noite as cores avermelhadas do poente, erguem-se os cantos dos grilos e das cigarras ritmicamente, como uma marcha ou comboio invisível e universal a percorrer o Cosmos sem fim.
Pousávamos então as nossas preocupações e diferenças e deixávamos a mente vogar nas regiões mais elevadas do pensamento e da consciência, e como borboletas adejavam à nossa volta inúmeras inspirações que se queriam tornar existentes, compreendidas e realizadas por nós.
Por fim uma qualquer tornava-se mais premente e quase imperiosa: uma imagem, frase ou ideia a querer materializar-se cá em baixo e a entrar no papel.
Como uma estrela cadente que irrompe e sulca célere o meio do céu e nos faz exclamar o nosso maior amor ou desejo, num grito de admiração e gratidão da alma que provavelmente se junta sinfonicamente à música das esferas que os grilos ecoam e preservam...
Histórias que o céu nos conta, ou nos faz contar, para nos relembrarmos da pluridimensionalidade subtil e espiritual em que temos o nosso ser mais profundo e elevado e que nas noites de céu aberto a contemplação da abóbada celestial com estrelas e cintilações intensifica...
Boas sintonizações...
Sem comentários:
Enviar um comentário