sábado, 25 de junho de 2022

Interrogações sobre a missão de Jesus e as suas curas. Com vídeo nocturno de 8 minutos, na noite de S. João.

A revisitação sensível e lúcida, assente em geral no estudo, meditação-oração e intuição, das principais figuras históricas religiosas, e suas vidas, ensinamentos e interpretações, é sempre útil e até muito actual nesta 3ª década do século XXI, quando duas narrativas oficiais tornaram-se obsessivamente únicas e indiscutíveis.
Ora se no século XXI, o do post-modernismo, após todo o crescimento das ciências e das reformas e alargamento de ensino mundiais, após a profusão de universidades, de doutorados, de artigos científicos, de institutos, de fundações, nós assistimos a tão grandes manipulações e mitificações, a afunilamentos corrompidos em direcção a narrativas que satisfazem os interesses dos mais poderosos ou ricos, deveremos então reler com cuidado muitos relatos tidos como sacrosantos para os crentes das religiões.
Não vamos questionar se os nascimentos, de alguns dos fundadores das religiões, de mulheres virgens, como se tornou a narrativa oficial, não serão apenas símbolos seja da pureza eterna do principio feminino seja do  grau elevado e santificador consciencial dos casais que os geraram e se tal posição anti-natural de seres nascerem sem relação sexual não espelharia as tendências ascéticas contra a relação sexual e o machismo que predominaram tanto ao longo da história religiosa da Humanidade.
A alma pura ou virgem recebe ou gera o ser ungido....
Nem se os relatos dos que foram arrebatados para os céus no Médio Oriente mais não serão do que indicações do que a sobrevivência do ser humano num corpo espiritual, após a morte corporal ou física, com o qual efectivamente tais seres se guindaram à vida post-mortem individualizada nos planos subtis do Universo.
Mas foi sobre as curas milagrosas de Jesus, de que o Novo Testamento está tão cheio, que antes me interroguei, quando acordei a meio da  passada noite de S. João, num pequeno vídeo improvisado de oito minutos e que encontrará no fim, tendo escrito agora esta breve introdução ou contextualização.
Jesus foi um mestre que nasceu para fazer evoluir os seus contemporâneos, fazendo-os sair de uma religião tribal, formal, legalista e sem amor e despertando-os e libertando-os para as suas dimensões espirituais, fraternais, universais.
Aceitou discípulos, ensinou-os a orar, a meditar, a desprenderem-se, a serem corajosos, e a dominarem as suas energias psico-somáticas, a despertarem enquanto seres espirituais e ligados ao mundo espiritual, a um, ou ao, Ser divino que já não era o exclusivista e cruel Jehova mas sim o misterioso Pai, ou segundo S. João, a Fonte do Amor e da Luz do Cosmos.
Ora se nesse seu mister de despertar os discípulos e crentes, e de exemplificar a vida em acção dos seres despertos ou ressuscitados, deparamos com muitos casos de curas psico-somáticas, por vezes verdadeiramente assombrosas e milagrosas, podemos questionar tanto o eventual exagero ou ampliação de factos, como também o que aconteceu real ou causalmente nesses momentos de cura.
Sabendo nós que os Evangelhos são relatos sobre relatos e que a necessidade de afirmar a divindade de Jesus se espelha neles, teremos certamente de aceitar essa aura de invencibilidade divina que os milagres carregam em si, como uma das tintas empregues pelos sublimes redactores de tão piedosas legendas que ao longo dos séculos têm comovido e convertido tanta gente.
Seria contudo um exagero, um excessivo racionalismo limitador não reconhecermos curas miraculosas operadas nos seres que sentiam fé por ele e logo quiseram e conseguiram curar-se. Numa época em que a medicina ocidental grega já estava relativamente desenvolvida com Hipócrates, a Judeia estava bastante mais atrasada e não há portanto sequer um choque entre um magistério de cura pela fé e um magistério científico psico-somático e até dietético que se exercesse em paralelo. Mais forte foi sim a sua luta contra a submissão formalista às Leis de Moisés, pelas quais seria, por exemplo, proibido curar ao Sábado.
Jesus emana de si o que ele realizou em si: forças espirituais de luz, de cura e de harmonia,  e o fundamental da sua intenção e missão seria "salvar" da ignorância e do egoísmo as almas (ou ainda de estarem possuídas por entidades), a cura física surgindo dentro desse plano geral e na unidade psico-somática que Jesus viria clarividentemente, embora por vezes seja apenas a compaixão pelo sofrimento do outro a movê-lo. Por isso surge a recomendação de não se voltar a pecar, a doença vista várias vezes como consequência de uma má actuação na vida, o que se veio a subsumir-se algo dualisticamente como pecado. E como metodologia para se curar o jejum e a oração.
Cremos então poder discernir com probabilidade elevada os seguintes factores de cura: 1º um corpo físico e etérico ou vital de Jesus bastante forte e que irradiava naturalmente para os que o rodeavam, e que poderiam até apenas tocar na sua roupa e aura e com fé curarem-se, seja absorvendo tais energias dele, seja despertando em si as forças de vontade e as circulações curativas necessárias, ou abrindo-se eventualmente a elas no Cosmos ambiental e elemental.
2º a energia psíquica forte e harmonizadora que tinha e que pela fé os outros recebiam e assim se curavam, e que ele accionava mais ou menos intencionalmente: "A tua fé te salvou", "acreditaste e assim se fez", pois a energia segue o pensamento, a fé, o querer poderoso, afasta os grandes obstáculos ou montanhas.
3º O seu vasto amor, a sua grande realização da essência divina e espiritual que é Amor e que ele vivia consciente e intensamente podendo pois as suas mãos ou a mente terem uma força curadora muito grande, nomeadamente desbloqueando energias ou traumatismos psíquicos ou afastando presença indesejáveis subtis. Certamente que é difícil e não será agora ocasião afortunada para tentarmos discernir entre os que seriam milagres mitificados dos que se poderão ter realizado mesmo.
Creio serem estas as fontes principais da cura, mas certamente deveremos acrescentar, e a oração do Pai Nosso assim o indica, o pedido ou oração à Divindade, ao mundo espiritual (com os seus seres celestiais), para que a vontade mais luminosa e harmoniosa, que se visualiza, deseja e merece,  se realize. 
Possamos nós nas nossas vidas trabalhar para sermos curados ou curar em todas estas dimensões e níveis, e possamos comungar com o mestre Jesus e os outras grandes almas que tentam inspirar a Humanidade no seu caminho luminoso e mais amoroso e verdadeiro na Terra..

                      

1 comentário:

Anónimo disse...

Grata🙏🌟🌟💙