terça-feira, 17 de novembro de 2020

Crepúsculo sublime nos montes do Gerês, em Novembro de 2020...

Por vezes, quando saímos de uma visita tardia a uma casa de uma senhora amiga, que vive só, com a sua horta e terrenos, as  devoções religiosas, o cão alegre e as galinhas poedeiras, a cidreira e o poejo, a lareira e a vasta casa, outrora cheia de gente e agora de cortes abandonada, não podemos deixar, vendo o crepúsculo que nos cobre com a sua inexorabilidade diária na natureza e individualmente, esta mais sentida quando o tempo da peregrinação na terra se vai pondo ou apenas nos dias mais difíceis ou cansativos, de sentir respeito, admiração e sacralidade pelo que tais momentos de transição nos mostram iniciaticamente até de morte e  ressurreição, e nos falam ou sopram da fragilidade, da subtileza e do indizível que nos rodeia, cobre e desafia.

  
A árvore de braços estendidos parece chamar-nos...

                                

   
Subitamente, o que poderia ser apenas o começo da noite longa e fria do Outono, com os carvalhos desaparecendo nas trevas e os morceguinhos vindo ao de cima, reveste-se de colorações e aberturas que nos fazem pressentir momentos de maior comunhão com a sublimidade divina que a Natureza por vezes deixa transparecer e, logo, em nós pode despertar...

Avançando para a vista descoberta, observamos que o altos e não muito distantes montes que nos circundam e fazem planos para o horizonte sem fim são sobrevoados por formas cambiantes e coloridas de nuvens e neblinas, que parecem ondular em planos sucessivos tingidos do Amor Divino que os raios do Sol derramados criam em momentos especiais.

Pouco se pode dizer então. Apenas sentir bem com a alma toda e ser um com o vasto horizonte cosmicizado, de tanto Amor inundado... 

Visitação geresiana, da qual damos graças, registads ainda, modestamente, na gravação de telemóvel, de um minuto, que se segue....

                            

2 comentários:

El Libro de las Misiones disse...

Divino atardecer. Gracias por mostrar y trasmitir tanta poésia.

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Gracias por su apreciación. Si, uno momento como los niponicos hablan: icchi go icchi e, unico, divino.