terça-feira, 14 de agosto de 2018

A carta de Antero de Quental a António Molarinho, comentada. E antologia de poesias da "Lira Romântica", de António Molarinho.

                                
Em 1921 sai à luz o livro a Lira romântica.  Meridionais, de António Molarinho, organizado e publicado por Adelaide Molarinho, sua irmã, e Aristides Mendes, os três naturais da mesma terra de Cabanas, trinta anos depois do poeta ter partido precocemente por doença, constituindo uma merecida e bela homenagem ao «bardo sentimental e artista delicado, cuja existência aureolada de talentos e radiante de esperanças, tanto prometia». O jornalista Júlio Brandão (1869-1947), que conheceu António Molarinho, anos mais tarde nas suas memórias, descreve como fora inesperada a morte do belo e forte poeta e como durante esses trinta anos alguns dos poemas circularam entre os que o admiraram ou amaram. Também o excelente historiador, observador e cronista  da época, Alberto Pimentel, referiu Molarinho e a sua presença em tertúlias de café, com outras individualidades valiosas...
                                     
Para além de tal valor, a de ter preservado a poesia e a cosmovisão de António Molarinho, o livrinho (in-8º peq. de 159 p.) transcreve como segundo prefácio uma carta de Antero de Quental a António Molarinho, com transmissões valiosas, até para a compreensão do estado intelectual e anímico em que Antero se encontrava no seu antepenúltimo ano de vida, ou seja, em 1889.
Mas aproximemo-nos primeiro de António Molarinho (27-XII-1860 a 4-I-1890), então com 29 anos, a dialogar com os 47 do já consagrado Antero de Quental, a quem só faltava a aventura quixotesca da Liga Patriótica do Norte, e a paixão final do suicídio na ilha de S. Miguel.
Formara-se António Molarinho com distinção e brilho na escola das Belas-Artes do Porto e era pintor e escultor, tal como na sua família já artistas eram seu tio Arnaldo e sua irmã Júlia Molarinho, notável e premiada pintora.
                             
Calmo, forte em si e nos seus ideais, assumira mesmo idealmente e pragmaticamente o cargo de administrador do concelho de Gondomar. A sua veia poética era contudo forte e os poemas saíam para jornais, tal como A Província, onde Antero também publicava, e revistas, tal como a parisiense Ilustração, de Mariano Pina, espelhando os seus muitos anseio de amor não realizados e, logo, os males da saudade, tristeza e morte (fazendo até a crítica da caça), discernindo-se neles um cansaço e desilusão quase prenunciadores da morte precoce.
A afinidade ou influência anteriana sente-se bem, embora Antero de Quental não tenho cantado tanto a desilusão do amor. O poema intitulado Mors-Amor merece ser comparado ao de Antero de Quental com o mesmo título, pois é uma glosa valiosa, uma paráfrase.
São muitos os poemas verdadeiramente consagrados à desilusão do amor, ao chamamento ou entrega à morte, um culto da época ao pessimismo e fatal em geral, mas que  nascia
também da própria doença e quem sabe antevisão dela, embora aqui e acolá alguns poemas de amor conseguido ou correspondido brilhem momentaneamente.
Oiçamos antes de mais, um pequeno e belo poema, com ligação aos moiros e fadas, para sintonizarmos em amor com a alma de António Molarinho, significativamente intitulado: 
     Confidência
«Quando te escuto a voz alegre e amada
Fico tão satisfeito,
Que algum pesar que mora no meu peito
Deserta como corça amedrontada.

E sonho e rio ao som dessa harmonia
Em íntima absorção
Como se acaso se fizesse o dia
Neste magoado e negro coração.

E assim ando perdido e enfeitiçado,
Ao som dessa voz d'oiro,
Como lendário e romanesco moiro
Dos contos do passado...

E ora vê lá como estas coisas são!
- Eu que não cria em nada
De encantos... - trago agora o coração
Preso por uma fada!...»
 Os valiosos poemas nas suas dedicatórias cobrem ou invocam alguns dos seus amigos, vários também de Antero de Quental, tais como Oliveira Martins, num poema da vitalidade campestre que Molarinho sente infundir-se no seu coração fraco e remoçá-lo, Guerra Junqueiro, Luís de Magalhães, Manuel Duarte d'Almeida, José Pereira Sampaio (Bruno), Luiz Botelho, Fernando Maya. E será já nas páginas derradeiras do livro, na página 130, que surge o poema "Hora Triste (ao senhor Antero de Quental)", bem doloroso e desalentado, amaldiçoando a vida,  transcrito na antologia final que selecionamos.
A tónica triste, desolada, sem esperança, algo em moda na época em que a tuberculose dizimava tantos, quase de constante chamamento e pressentimento da morte, prossegue, ainda que com um ou dois poemas de grande alegria de unidade com a Natureza e,  de novo, alguns que parecem ser ecos ou glosas a Antero de Quental, tal o "mais vale sofrer do amor que levar o coração morto", e que certamente nos desafia a despertarmos mais o amor na nossa vida terrena para que não cheguemos ao além com o corpo espiritual mortiço....
 O poema final da Lira Romântica é o mais filosófico e está dedicado ao republicano, publicista, positivista, maçónico e ocultista, nisto algo pioneiro, José Pereira Sampaio (Bruno), que colaborou na Liga Patriótica do Norte presidida abnegada e quixotescamente por Antero de Quental, e nele tece uma concepção de vida quase oriental, de menosprezo pelas excitações da vida, oferecendo no conjunto dos poemas tão melancólicos um equilíbrio final, menos desanimado e mais filosófico...
Oiçamos agora a maravilhosa carta escrita por Antero de Quental, em 26-VIII-1889, a António Molarinho, e que se tornou o prefácio do seu livro, infelizmente já póstumo, sendo de relembrar porém que já em 1888, a 3 de Fevereiro, numa carta a Oliveira Martins, Antero de Quental mencionara o valor potencial de Molarinho, ao lado de Jaime de Magalhães Lima. Teria António Molarinho sabido desta amizade inter pares, do afecto e consideração que Antero tinha por ele? Ter-se-iam cruzado no Porto das tertúlias literárias do final do século XIX?
 «Meu caro Poeta.
Afinal, creio que faz bem em coligir e publicar em volume os seus versos.
Representam a sua mocidade, são o fragmento da sua vida e, porventura, o melhor. Há-de encontrar quem lhos leia, como poetas querem ser lidos, com simpatia. E o Molarinho também há-de rele-los de vez em quando, em horas de saudade, em horas de melancolia há-de por momentos, abrigar-se neles das intempéries da vida positiva, e novamente sonhará com os sonhos extintos, novamente chorará com as lágrimas passadas, passadas mas não de todo enxutas...
Sim, o seu livro será sempre para si uma sombra querida, entre sorridente e magoada, magoada no seu sorriso, sorridente na sua mágoa, a sombra da poética mocidade, que a sua alma evocará do túmulo entreaberto, muita e muita vez, por essa vida adiante, pois creio que é daqueles que nunca renegam, ainda na velhice, a loucura sagrada dos anos juvenis, nem se envergonham de terem sido poetas.
Felizmente para si, ou infelizmente?
Ai de mim! confesso-lhe que já não tenho fé nem ânimo para responder afirmativamente.
Pois o que é a poesia - digo poesia, digo sentimento vivo e alado, imaginação caprichosa ou profunda contemplação intensa do vasto universo e da própria alma, universo mais vasto ainda no seu mistério; digo poesia e não só versos - neste nosso mundo actual? E o que será ela no mundo novo que se prepara e cujo vulto ainda indistinto, mas já terrível e estranho, entrevisto a espaços, faz descorar os pobres poetas, os que ainda restam, como se curvam e estremecem as pobres flores, que tardias desabrocharam no outono, ao passarem hostis as primeiras rajadas do norte assassino?
O rugido do oceano já próximo faz emudecer os rouxinóis.
E todavia essa iminente condenação da poesia pelo destino da história é talvez, no fundo justa. Quero, pelo menos, crer que o seja, para não renegar da fé nas leis superiores do desenvolvimento da humanidade. Essa pesada democracia, esse mundo de trabalho material e de ciência quase tão material como ele, esse monstro de esforço e cálculo, brutal e sem estranhas como agora nos parece, traz talvez em si alguma grande ideia da justiça, que compense à farta as delicadezas e as ternuras que lhe faltam. A poesia tem embalado, com a sua divina melopeia, as dores da humanidade, tem adormentado o sentimento acerbo das suas inenarráveis misérias; mas essas dores, essas misérias não as pode ela suprimir. A ciência e a democracia suprimi-las-ão talvez. Como não sei. Ninguém sabe. Mas é essa a fé deste século audaz, e a fé tem sido sempre o pressentimento dalguma grande renovação histórica, dalguma nova revelação da humanidade. Quero ter eu também essa fé e quase direi com Tertuliano: credo quia absurdum.
 Com tudo isso, meu caro poeta, o momento presente é triste, é amargo. Sentimo-nos tão deslocados! Parece-nos este mundo tão pouco o nosso mundo! Quase que temos a consciência duma gradual fossilização, da transformação lenta da nossa carne e do nosso sangue numa substância estranha, morta, mineral, sentimos que alguma coisa nos soterra e a pouco e pouco nos reduz ao estado de seres paleontológicos, representantes dum período já obsoleto na sucessivas estratificações históricas da humanidade.
É que somos, com efeito, os representantes duma espécie prestes a desaparecer - e é força que se cumpram os decretos do destino...
Desapareçamos pois de bom grado. Não se aflija. No fundo do verdadeiro poeta há sempre um crente. Apele para as energias superiores da sua alma, pense que a arte, por bela e sedutora que seja, não é ainda assim mais do que um reflexo, um símbolo do ideal supremo da vida moral, e que esse ideal, subsistente por si, não precisa de formas, caducas afinal ainda as mais esplêndidas, para se afirmar, pois o que é tira-o de si, da sua substância inesgotável, espiritual, infinita.
Depois a vida, a nossa vida individual e humana, é tão pouca coisa! Se não pode passar cantando, passa-se de outro modo. E ás vezes vale mais isso. Creia que a virtude pode mais e é mais que a arte. E dura mais também: dura eternamente. As obras do bem, ligadas indissoluvelmente à substância do Universo, absorvidas, desde o momento da sua produção, para nunca mais saírem dele, vinculadas, pela cadeia duma casualidade superior, a todas as suas evoluções através dos tempos, dos espaços, dos mundos, vão aumentar o tesouro da energia espiritual das coisas, fecundá-las nos seus mais íntimos recessos e, sempre presentes, sempre activas, eternizam, nessa sua perene influência, a alma donde uma vez saíram. O Universo só dura pelo bem que nele se produz [sublinhado nosso]. Esse bem é às vezes poesia e arte. Outras vezes é outra coisa. Mas no fundo é sempre o bem e tanto basta.
Ame pois a poesia, mas não ponha nela senão aquela parte da sua alma e do seu coração que razoavelmente se pode pôr nas coisas frágeis e caducas deste mundo. Fazendo assim, a poesia o consolará de muitos desgostos e não lhe dará nenhum.
Creia-me muito do seu coração,
Praia da Granja,
26 de Agosto de 1889
Anthero de Quental. 
                 O que poderemos realçar ou comentar nesta bela carta: 
1º a concepção ou visão bem profunda da poesia: «poesia, digo sentimento vivo e alado, imaginação caprichosa ou profunda contemplação intensa do vasto universo e da própria alma, universo mais vasto ainda no seu mistério». Ou seja, a poesia nas duas vertentes anterianas principais: como imaginação volúvel ou "caprichosa", e nesta tónica Antero e Molarinho algo se poderão ter enfraquecido, e como tentativa intensa de contemplar os vastos domínios da alma e do universo, com seus mistérios, certamente a melhor faceta da musa filosófica e espiritual de Antero, com a qual ele aspirava a realizar a poesia do futuro, e da qual nos diz ter conseguido em alguns sonetos finais infundir tal qualidade. E seria interessante sabermos mais precisamente quais ele considerou mais aperfeiçoados ou verdadeiros nesse sentido, e porquê, ainda que nos dê algumas pistas na sua correspondência...
2º, a sua ideia, crença ou fé, mais de que uma vez repetida, que a poesia tenderia a desaparecer no futuro por desnecessária, pois a democracia e a ciência, com o conhecimento, a justiça e a liberdade, trariam a resolução dos problemas humanos, das suas "dores e misérias", crença que admite poder ser absurda ou irreal (como se tem vindo a verificar...), mas mesmo  assim aceita-a nesse perigoso contexto do "creio por ser absurdo" e que tanto serviu para se manter as maiores patranhas e mistificações nas mentes das pessoas e nas suas ideias religiosas.
3º, a ideia de que as artes são meros símbolos  de um ideal moral, de ética, de virtude, esse sim eterno, o qual deveremos cultivar, desprendidos das formas mutáveis e transitórias, pois o ideal de si mesmo retira as suas energias espirituais, infinitas. Está Antero a dedilhar uma das suas ideias mais difíceis de se aplicar, uns dos seus ideais mais árduos de se realizar: a do sacrifício do transitório, do pessoal, do individual ao Ideal e à Realidade do Todo, do Bem universal, da Virtude, primado axiológico que desenvolveu no seu valioso ensaio as Tendências Gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX. Este idealismo ético tão elevado e dinâmico não se tem porém  confirmado muito na evolução social, e talvez Antero tivesse sido mais preciso ou certeiro se fosse apontando mais para a realização do próprio Espírito, e tal frase dissesse respeito seja a uma auto-consciencialização maior da centelha divina no ser humano, seja do Espírito divino em si, e não tanto apenas ao ideal que fazemos ou intuímos de um Bem absoluto e poderoso, mas que dificilmente se reflecte e afirma não só nas mentes das pessoas como sobretudo nas tão falíveis, injustas e cada vez mais manipuladas, controladas e oprimidas "democracias" humanas.
4º, a valiosa ideia e tão belamente expressa, que o bem ou a virtude nunca se perdem, e que as obras emanadas vibratoriamente de uma alma humana atravessam o Universo, entretecidas com a  própria substância dele, em ressonâncias subtis, enriquecendo o Bem do mundo. É certamente entre nós das mais originais visões e expressões da comunicação do Bem, em geral ou artístico, na ordem do Universo, na substância do Cosmos, uma afirmação da Unidade dele, algo tão afirmado pelos místicos e iniciados das várias religiões e tradições e hoje até por alguns estudiosos da psique humana e da física quântica.
5º, se a ideia da imortalidade do bem, está claramente afirmada, já a da imortalidade individualidade só tremulamente se pode adivinhar pois quando Antero diz magnificamente que tais actos bons «vão aumentar o tesouro da energia espiritual das coisas, fecundá-las nos seus mais íntimos recessos e, sempre presentes, sempre activas, eternizam, nessa sua perene influência, a alma donde uma vez saíram», a alma parece ser só perenizada pelos seus actos e consequências (que levam o seu nome ou substância) mas não pela sua própria identidade ou essência espiritual divina, reconhecimento escassamente alcançado e afirmado por Antero na sua odisseia ou demanda, de facto conseguida mais ética e filosófica (e muito tingida pelo budismo e a filosofia do inconsciente, com a extinção do eu individual) do que mística e espiritual, embora tivesse para esta também grande potencial e apetência, frequentemente bem manifestada, nomeadamente na sua fabulosa epistolografia, e nomeadamente nesta carta a António Molarinho, mas que numa época tão dualista antagonicamente entre a Igreja e a Revolução, o positivismo e o misticismo, era bem mais difícil de desenvolver, aprofundar, realizar e, em muitos casos, assumir-se exteriormente...
         Antologia  das poesias citadas de António Molarinho:

                         HORA TRISTE (ao senhor Antero de Quental)
 
«Nas minhas horas tristes, tantas são,
Que todas quase as conto deste modo!...
Sinto invadir-me o peito e enchê-lo todo,
Uma funda, mortal consternação...

 
Estendo o olhar cansado, - alongou-o em vão
Através deste mar de fel e lodo...
E nem uma só flor ou vão engodo
Há a doirar o meu triste coração...

Cerro os olhos e penso... e nessa treva
Translúcida, que faço em pleno dia,
Mais alta ainda a minha dor se eleva!...

E oiço então em mim a voz dorida
Dos meus desfeitos sonhos, na agonia:
-Ai de nós! Ai de nós! - Maldita a Vida!...

   II
A tristeza da Vida!... Ir-se levado
De sonho em sonho... nem eu sei aonde...
E ver quando se sofre e ainda se esconde
Aquilo mesmo que se há sonhado!...

Amolece a Vontade... e desolado,
Por mais que o Entendimento indague e sonde
Ninguém a nossa dor ouve – ou responde
Numa hora de aflição ao nosso brado...

Meditai, uma a uma, as agonias,
As tristezas da Vida... esta ansiedade
Que nos consome... e ainda as fugidias

Horas felizes, - mesmo a mais serena...
E dizei-me depois, bem em verdade,
Se nascer para isto vale a pena...

         III.
Ai! Meu celeste amor! - Leal estrela
Que à Vida prendes esta vida triste...
- No mesmo nosso amor é que consiste 
A dor que no meu peito brada e vela...

A tristeza da Vida... quanto anela
A nossa aflita alma e quando existe
Em nós de aspiração ... tudo se gela
Na própria ânsia vã que nos assiste..

A tristeza da Morte... ir-se levado
À incognoscível paz da terra fria,
Pelo trilho da Vida atribulado!...

Maldita seja a Vida... Ai! quem pudera
A luz desses teus olhos, dia a dia,
Viver... que o seu mal então esquecera.»

***
    Hora de Paz  
 (A José Pereira de Sampaio).
 
«Não vale a pena dar o peito à dor
Nem rendermo-nos fáceis à alegria...
- Encaremos a Vida com amor...
Mas como coisa frágil, fugidia...

Nem um instante de gozo encantador
Nem os prantos chorados na agonia
Perturbem nossos passos no pendor
Em que o destino os leva em cada dia...

- Certo que as vossas asas de oiro, poetas,
Em torno aos astros, em ronda às Julietas
Não vos mostram os países pressentidos, -

       II
Em verdade que mais nos fere e assiste
O mal do que a alegria... e bem pensados
Todos os nossos íntimos cuidados,
Para dores é mais a vida triste...

Mas se não há mudar nem se resiste
Aos desígnios cruéis dos nossos fados,
Pensemos que nem só o mal existe
E nem só para a dor fomos gerados.

Não ergamos castelo no céu alto...
Aguardemos sem susto ou sobressalto
Em cada dia o Mal apercebidos...

Não é dor em si que nos faz mal...
Mas apenas a insânia dum ideal
Que os corações nos leva pervertidos!...»
 
Saibamos pois purificar e orientar os afectos e aspirações do coração, fraterna, espiritual e divinamente, avançando na vida desprendidamente, bela e criativamente!
 
Do pintor e mestre alemão Bô Yin Râ... Luz e Amor para António Molarinho e Antero!

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