A mítica galeria Novo Século, fundada em 1985 e dinamizada durante mais de 30 anos pelo Carlos Barroco e a Nadia Baggioli, estabelecendo pontes entre a pintura tradicional, os objectos, os vídeos, a arte popular, os brinquedos e a escultura, reabriu as suas portas, após cerca de três anos encerrada. Só o grande amor à arte da Nadia é que conseguiu suplantar a partida da Terra do Carlos Barroco (1946-2015), o Covid e os seus lockdowns, a renda cara e a diminuição do poder de compra de muita gente que vai a par do novo culto super-efémero das imagens no instagram e outras redes sociais e logo a desvalorização da obra real e presencial.
E em boa hora decidiu expor nesta reabertura peças do seu acervo pessoal, e quatro pinturas de Francisco Couto, duas destas para venda, tais como também algumas do acervo.
Que obras destacaremos, dos 16 artistas, alguns bens conhecidos como a Graça Morais, o Caseirão, a Isabel Sabino, o Tschalé Figueira, o Victor Belém, a Luísa Ferreira, a Isabel Sabino, Marcia Luças, etc., nós que durante muitos anos estivemos em várias exposições animadas ou nas casas por onde passou, em luminosas convivências, das quais muitas memórias e fotografias sobreviveram, algumas ainda registadas neste blogue, tal como a exposição "O Amor é cego"?
Talvez devamos destacar e partilhar antes de tudo três obras do Carlos Barroco, sempre tão alegres, frescas, irónicas e amorosas:
Outras das obras de Carlos Barroco, em que se respira o seu amor pela comunicação, as cartas e postais, a gente amiga e que ele tanto cultivava, e contagiava, como veremos em seguida...
Em seguida destacaremos outro amigo de longa data, o Romualdo, que expôs muitas vezes na Galeria, e a sua pintura de um homem diante de um anta em algum tipo de meditação ou adoração, obra que certamente a Maria de Fátima Silva, apreciará muito já que está próxima das suas...
Um
dos grandes amigos do Carlos e da Nadia é o Leão Lopes notável artista e
ceramista de Cabo Verde, que foi mesmo ministro da Cultura. Esta
magnífica escultura em barro, qual axis mundi, destaca-se pela estrutura-textura e pelos tão
harmoniosos e rítmicos padrões tradicionais cabo-verdianos.
A sala nova da Galeria, outrora apenas escritório e depósito de muitos brinquedos, pinturas, jogos e esculturas do Carlos e da Nadia, acolhe-nos, bem rodeados, para lembranças e esperanças, tudo dinamizado pelo Amor invencível, e que mesmo cego é clarividente.
Quem está também representada na sala nova da Galeria é a Gina Martins, com um dos seus valiosos trabalhos sobre chapa de zinco, uma coroa indiana, com várias figuras desenhadas e gravadas no metal segundo uma técnica bem trabalhosa, já explicada neste blogue
A esta exposição, seguir-se a 2ª parte da coleção da Nadia, e certamente se justificará a nossa visita, de Quintas a Sábados, das 14 às 18, à rua do Século, e o diálogo sempre agradável e criativo com ela, como podemos ver nas fotografias...
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