Ao começar o novo ano, ou em cada ano, ou mesmo em equinócios e solstícios, "não a nós, não a nós" mas aos Anjos e à Divindade devemos consagrar as nossas primícias e graças, sentindo-os e invocando-os no nosso coração, ser e ambiente...
Ora entre as questões suscitadas pelo o interesse, a aspiração, o amor aos Anjos estão as relativas ao seu estado normal, ou seja, quando de facto não lhes prestamos atenção, ou nada lhes pedimos, onde se encontram, o que estão a fazer ou a ver?
Sem valorizarmos demais a nossa ligação a eles, será que eles podem sentir-se frustrados ou tristes pela nossa pouca fidelidade, ou muito mais certamente acham natural e aceitam-na, não direi alegremente mas sorrindo quando a eles voltamos pela lembrança, meditação e oração?
Se aceitarmos que eles estão acima de tudo ligados à Divindade, e que a sentem e amam a todo momento, então não haverá dúvidas: estão satisfeitos na comunhão-adoração-irradiação divina e da qual pouco sabemos se é mais individualizada e interna ou se também colectiva, ainda que seja natural haver ondulações ou momentos mais colectivos ou mesmo de Unidade e que nos transcendem completamente quanto aos seus aspectos e pormenores.
Ora no caso do misterioso Anjo da Guarda, quando realmente o seu protegido se abre a ele ficarão mais felizes porque a energia divina pode descer mais através deles para as pessoas e ambientes, sendo esta uma realidade que deveríamos visualizar e sentir já que é bastante operativa, frutuosa, harmonizadora.
Uma outra questão conexa é a das relações entre eles e qual a frequência de eles falarem com outros anjos, ou seja, comunicarem "telepaticamente", usando nós esta como uma expressão aproximativa da comunicação dos conteúdos anímicos de modo directo, e que nos parece acontecer muito provavelmentes.
Na Bíblia e em especial no Novo Testamento, obras a serem lidas sempre com muita cautela tal a complexidade das fontes originais e mistificações e os vários níveis de leitura, mencionou-se muito pouco, apenas as conversas e lutas entre Arcanjos ou Anjos de cada país ou povo, escritas por dois seres algo belicosos e não plenamente fiáveis, o profeta Daniel e o apóstolo S. Paulo, este na seminal carta aos Efésios, 6:10-12: «Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder./ Vistam toda a armadura de Deus para resistirem às ciladas do Diabo./ A nossa luta não é contra os seres humanos, mas contra poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais».
Eis uma das principais fontes não só do dualismo angélico e que iria ter tanta fortuna até aos nossos dias, intensificada por escritos apocalípticos judaicos, mas também pela classificação hierárquica dos Anjos e demais espíritos celestiais que o pseudo-Dionísio Aeropagita, presumido discípulo de S. Paulo (mas que sabemos hoje ser um cristão provavelmente sírio do IV século e influenciado pelo neoplatonismo e particularmente por Próclo), descreve nas suas obras, desde então a grande autoridade em matéria de espíritos celestiais.
Na Bíblia e em especial no Novo Testamento, obras a serem lidas sempre com muita cautela tal a complexidade das fontes originais e mistificações e os vários níveis de leitura, mencionou-se muito pouco, apenas as conversas e lutas entre Arcanjos ou Anjos de cada país ou povo, escritas por dois seres algo belicosos e não plenamente fiáveis, o profeta Daniel e o apóstolo S. Paulo, este na seminal carta aos Efésios, 6:10-12: «Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder./ Vistam toda a armadura de Deus para resistirem às ciladas do Diabo./ A nossa luta não é contra os seres humanos, mas contra poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais».
Eis uma das principais fontes não só do dualismo angélico e que iria ter tanta fortuna até aos nossos dias, intensificada por escritos apocalípticos judaicos, mas também pela classificação hierárquica dos Anjos e demais espíritos celestiais que o pseudo-Dionísio Aeropagita, presumido discípulo de S. Paulo (mas que sabemos hoje ser um cristão provavelmente sírio do IV século e influenciado pelo neoplatonismo e particularmente por Próclo), descreve nas suas obras, desde então a grande autoridade em matéria de espíritos celestiais.
Apesar do sucesso da obra obtido pela obra é notório que o autor não tinha vivência angélica e especulou conciliando as emanações do neo-platonismo, sobretudo de Proclus com a reduzida informação angélica proveniente do cristianismo, que por sua vez fora influenciado pelo judaísmo e este pelo zoroastrismo e madzeísmo dos persas.
Um Arcanjo de Guarda à espera de ... |
Talvez não seja por acaso que antigamente se recomendava começar qualquer obra com uma dedicação e invocação ao Anjo ou ao Santo protector, ou até à fada madrinha e à musa, pois ao fazer-se tal, orando-se e meditando-se, criamos um canal ascendente por onde se eleva a nossa aspiração e pode descer a informação, a energia ou a presença que receberemos como presença, reminiscência ou memória, como sensação ou toque, audição ou som, intuição ou ideia, visão ou símbolo, força ou apoio, desvendação do guardião e da sua presença.
Sendo duas as asas com que os Anjos nos surgem habitualmente (embora mais raramente do que desejaríamos...), qualquer que seja a dimensão em que os vejamos e, embora as asas sejam de certo modo configurações nossas do que captamos nos planos subtis psico-espirituais e provêm das energias vivas deles e da ligação com a Divindade, pela sua dualidade podemos explicá-las como sendo uma mais passiva e outra mais activa. E então também nós as deveremos desenvolver: a contemplativa, que adora, medita e recebe, e a activa que pensa, age, luta, esforça-se, ajuda e ama.
É por esta movimentação ascendente e descendente, vertical e horizontal que nos harmonizamos ou elevamos a merecer a Graça ou Luz Divina, a qual é mediatizada pelo Anjo, que se pode ou não revelar a nós pois pode simplesmente infundir energias, compreensões, ensinamentos, impulsões....
Saibamos então meditar mais frequentemente com o Anjo e os Arcanjos, nomeadamente o do nosso país, e em sintonia com os antepassados e os Mestres e, nesse esforço, abrir-nos às melhores energias espirituais e bênçãos Divinas...
Tenha na sua vida mais Paz e Justiça, Discernimento e Verdade, e maior reconhecimento e diálogo amoroso com os Anjos e Arcanjos...
Que nestes tempos de crise saibamos mais vezes lembrar-nos deles, e logo orar algumas das suas orações e mantras e depois sentir-nos interiormente e silenciar-nos, e assim poder receber as suas bênçãos, em especial as curativas e pacificadoras, as inspiradoras e clarificadoras, ou seja, as que nos fortificam na ligação ao espírito e a Deus...
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