Do diário de Outubro 1990.
Quarta-feira de manhã. Acordar às sete horas como de costume. E meditar.
Surge a imagem que está por detrás do porta-paz que comprei há dois dias em Lisboa: vísivelmente está pintada a Cruz. Invisivelmente estava Jesus vestido de túnica vermelha, comprida, calmo, simples e na mão direita com a palma.
Será a contraparte que eu intuí dos planos superiores, ou a que eu projectei. Ou será a do artista [que a deixou plasmada no plano psíquico subtil da peça em madeira com a cruz pintada?]
Agora: a cruz templária, ou de outras ordens sem Jesus representado, é como sinal de: "Se tornares-te, se atingires a Cruz, tornas-te um Cristo, [um ungido]". Talvez não tão perfeito como Jesus, mas houve muitos santos e mestres, [sorores e místicas que conseguiram assumir a sua cruz e serem ungidas pelo espírito, e logo ico-simbolicamente empunharam a palma do martírio, tal como vi hoje com o olho espiritual, com certa originalidade significativa em relação a Jesus.]
Que os objectos, em especial sagrados e já com alguma antiguidade podem estar carregados de emanações não há dúvidas e daí a sua tão apreciada circulação, e com as relíquias e amuletos atingindo o seu expoente máximo protector ou inspirador. Mas também pode ter sido apenas a forma geométrica, e o que está representado ou pintado que despoleta na nossa meditação ou contemplação o acesso (denominado anagógico) aos planos subtis, arquétipos ou espirituais ligados a ele, e que se podem mesmo consubstanciar com hierofanias, sagradas, ou teofanias, divinas, como tantas místicas e místicos conseguiram.
Consigamos merecer a contemplação que a oração e a meditação perseveradas e aprofundadas podem propiciar...
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