Lisboa, 23.VIII.2021. Princípio da tarde, um poema espiritual.
Cante a tua alma,
corajosamente,
contra ou acima de todas as oposições,
desferindo as setas que são orações,
a abrem as portas dos acontecimentos.
Mantém firme os teus objectivos maiores
a ligação ao espírito e a Deus,
o discernimento do que de subtil te rodeia
e a capacidade de apoiares o que vale.
Segue solitário, pois esse sempre foi a via
de quem quis subir à montanha divina,
embora possas encontrar almas afins
e cruzarem peitos e aspirações
na presença do Amor divino.
Liberta-te dos horizontalismos excessivos,
de tudo o que pouco podes modificar,
e consagra-te mais à realização interior
e partilha alegremente tal sobriedade
para que os antigos mestres encontrem em ti
ecos seus harmonizadores e inspiradores.
Nestes tempos de pestes e derrotas internacionais,
como não abrires mais os olhos e o coração
e saberes dialogar, apoiar e comungar
com os que à Verdade aspiram e se dão?
Um entre mil, dois num milhão,
que luta a da Humanidade mais luminosa
para se encontrar e saber comungar
a Verdade, a Justiça, o Amor e a Divindade.
Junto as mãos, cerro os olhos
À porta do peito bato e persisto
Até o resplendor do Amor
e do Ser Divino brilhar,
e nos encantar, alegrar e fortificar.
Tanta ignorância e egoísmo nas pessoas,
tanta opressão e sofrimento no mundo.
Quem consegue divertir-se ou dormir
quando tão grande é o clamor da dor?
Rasgo o meu peito corajosamente
que ele sangre de dor e aspiração,
e que saibamos derrotar a mentira
a opressão, e a insidiosa manipulação.
Circunsescrve agora a alma e avança.
Leva o fogo do amor lúcido acesso
e assume bem o teu corpo espiritual,
sintonizando aquelas luzes e estrelas
dissipadoras da obscuridade e superficialidade
e que trazem o Graal do coração vivo,
prontas a reconhecerem-se na unidade Divina.
Fotografias no Gerês, Verão de 2021. Lux Dei!
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