domingo, 15 de agosto de 2021

A derrota norte-americana no Afeganistão, com a queda e fuga de Cabul, será o começo de uma nova Era? Ou transferiram-se para a Ucrânia?

                                       

 A reconquista de Cabul, a capital do Afeganistão, pelos Talibans, ocorrida hoje 15 de Agosto de 2021, marca o começo acelerado do fim do imperialismo norte-americano, ou é apenas, mais do que a evidente derrota, uma retirada de um terreno bem difícil e pouco rentável? Oremos para que seja sobretudo o começo do ruir de um castelo de cartas, ou de infinitas notas de dólar sem provisão, para que uma Humanidade una, justa, livre e solidária se afirme mais...

A rapidez e a facilidade com que aconteceu esta queda do bastião do invasor norte-americano, apoiado na sua ajudanta NATO, e desapoiado pelo exército Afegão, surpreendeu bastantes analistas e sobretudo (aparentemente pelo menos) os mais ricos e apetrechados do mundo, os do Pentágono, que dois dias antes apenas previam cerca de um mês pelo menos antes de que eles conseguissem chegar a Cabul, o que só demonstra a incompetência e a arrogância que reinam nesses níveis políticos e militares considerados o máximo, e dos quais a eleição pelos democratas do já senil Joseph Biden para presidente da USA é um sinal e que só vem comprovar mais uma vez o provérbio popular que um chefe fraco enfraquece o seu povo, ou a sua máquina de guerra....

Na realidade, os Talibans (os estudantes) que governaram de 1996 a 2001, e só reconhecidos pelo Paquistão, Arábia saudita e Emiratos Árabes Unidos) apesar de alguns aspectos fanáticos e extremistas, estão muito mais próximos do povo Afeganistão (que conheci nas minhas duas viagens por terra para a Índia) do que os políticos e militares que foram apoiados pelos invasores norte-americanos e que agora  fugiram para os países limítrofes. Logo, contra o que  esperava e avisava o ingénuo ou tolo do secretário geral das Nações Unidas, não terá que haver grandes negociações pois não há quase   concorrência e, à parte a necessária representação dos vários grupos étnicos, o governo será  fundamentalmente o dos Talibans e o dum Estado ou Emirato Islâmico, com alguns aspectos muito duros ou medievais para a visão ocidental moderna (nomeadamente o tratamento machista das mulheres), mas que são aceites por muitos islâmicos naturalmente, embora os vinte anos de injecção monetária, ocidentalização e modernidade devam exercer agora alguma influência moderadora. 

De facto, não foram nem serão os norte-americanos ou outros coligados os que conseguirão ajudar a evolução económica e das mentalidades e costumes, ao terem manifestado insuficiente  tacto e capacidade dialogante, amor e sabedoria. 

Quem serão os novos parceiros dos Afegão, e provavelmente já não em missão de guerra mas de economia e bem estar, não sabemos ainda, mas possivelmente a China, Paquistão, Irão, três vizinhos importantes e, claro, a sempre fanatizante e exportadora de terrorismo, pela sua ideologia wahhabi, Arábia Saudita, restando saber se nos pacotes de ajuda desta haverá permissividade para Isis ou Al Qaeda e estímulo aos ataques aos Shiia...

                                          

O mais valioso, de tudo isto, a par do mais trágico que foram os milhares e milhares de mortos, feridos e traumatizados, civis e militares, será a possibilidade de os norte-americanos reconhecerem que o seu imperialismo tem os dias contados e que deveriam passar a gastar os triliões e triliões de dólares (que não lhes custa nada pois imprimem os dólares que querem),  dados aos investidores da industria dos armamentos em actividades mais pacíficas e benéficas para a humanidade. Esta sim, seria a grande lição frutuosa da derrota estrondosa do exército mais rico e apetrechado do mundo, perante uns guerrilheiros e estudantes quase pés descalços.

 O segundo fruto para o qual todos oramos é que os USA, e o seu braço direito a Nato,  terminem a sua ganância no Oriente e abandonem rapidamente o Iraque, e a Síria, onde estão a roubar óleo e trigo que tanta falta fazem aos milhões de sírios, residentes ou refugiados. Um escândalo este gangsterismo que está a ocorrer no norte da Síria, com a desculpa de estarem a lutar contra o ISIL que criaram e utilizam, e os Curdos, e porque estão fanaticamente contra Bashar Hafiz al-Assad, o legítimo presidente sírio.

                                            

                                                    

Com uma retirada pessimamente mal preparada, com erros trágicos como o abandono de certos aeroportos e quartéis, fiados ilusoriamente na lentidão do progresso do Talibans, com afirmações completamente tolas das chefias norte-americanas e da Nato, quando a quererem exigir negociações com os Talibans ou a prometerem continuar a operar em Kabul, horas antes de os estudantes guerrilheiros terem tomado conta de todo o país à excepção do aeroporto, por onde se devem estar a passar certamente momentos muito emotivos e trágicos até, pois nem todos conseguirão sair do país -, espera-se, finalmente,  que esta humilhação, tenha efeitos moderadores nos ímpetos guerreiros com que volta e meia norte-americanos, Nato e União Europeia investem contra alguns países, tais como Rússia, China, Irão, Síria, Somália, Coreia do Norte, Cuba e Venezuela, países não alinhados com o plutocracismo destrutivo que rege o Ocidente, a Arábia Saudita, Israel e mais alguns países e governos vendidos. 

Possam então os mesquinhos bloqueios e provocações e conflitos norte-americanos findar gradualmente. Que aprendam com esta lição no Afeganistão, que só trouxe mortes e sofrimentos. Que a Nato e os Estados Unidos da América comecem a metamorfosear os seus investimentos belicosos e destrutivos em energias de prosperidade, cura e cultura, dando início a uma nova Era, como a pintura final de Bô Yin Râ prefigura, de prosperidade, justiça, solidariedade, amor e espiritualidade sã....

Ps. Hoje 28.12.2022 acrescentemos uma intuição que já há algumas semanas perpassa: USA saiu do Afeganistão porque sabia que a guerra da Ucrânia estava a preparar-se,  porque os Talibans em luta com os do ISIL teriam bastantes problemas que se estenderiam aos países vizinhos e porque retiveram em si muito dinheiro do próprio governo do Afeganistão, o qual anda há meses a reclamá-lo...

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